‘O Brasil não está na maior parte de estudos clínicos que vão produzir evidências científicas’, diz médica Ludhmila Hajjar
Cardiologista e professora da USP falou em congresso de planos de saúde sobre dificuldade do país em envolver-se no desenvolvimento de novas tecnologias A cardiologista e professora titular da faculdade de medicina Universidade de São Paulo (USP) Ludhmila Hajjar afirmou no Congresso da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) que parte da dificuldade do país em incorporar corretamente novas drogas e tecnologias para tratamentos de saúde passa pela falta de estudos clínicos multicentricos (que ocorrem em diversas partes do mundo) no país. Dados: todos os municípios brasileiros aderiram ao SUS Digital, diz secretária Ana Estela Haddad Viver o câncer: 'Quero ser exemplo de vitória nesse tratamento', diz médico que convive com a leucemia há oito anos — O Brasil é extremamente passivo (na relação com a indústria de medicamentos). Por que nós não participamos dos estudos clínicos multicêntricos? Um país com 210 milhões de habitantes, que gasta em saúde — questiona. — Podem observar, na maior parte dos ensaios clínicos multicêntricos e que vão gerar evidências científicas o Brasil não está. As razões para a falta de participação do país em desenvolvimentos do tipo, diz a médica, estão ligadas à falta de investimento historicamente em ciência e inovação do tipo e por falta de consenso entre entes de saúde. O efeito dessa baixa participação acaba prejudicando o acesso do país a drogas inovadoras e que acabam chegando aos sistemas de atendimento com valor muito elevado. — Fica o setor público de um lado, e o setor privado de outro — avalia. — Temos que demonstrar nossa força e inverter a lógica junto à indústria farmacêutica. Judicialização No painel, em que estava acompanhada pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Ricardo Couto de Castro e Marcos Novais, diretor da Abramge, Ludhmilla diz que o alto volume de judicializações de procedimentos de saúde — que atingiram 400 mil ações neste ano, segundo ela— é fruto de um sistema "frágil" — Brigamos entre nós mesmos. É um chamado para modificar essa lógica. Faço medicina há 24 anos e entendo que estamos vivendo um momento de busca de harmonia entre os setores. E o Supremo Tribunal Federal (STF) tem nos ajudado nisso — afirmou. Ontem, o evento realizado na capital paulista como foco as conexões entre o sistema público e privado tendo em vista a interoperabilidade de dados, por exemplo. Ao longo da tarde, a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, afirmou que todos os 5.570 municípios demonstraram interesse em integrar o sistema digital do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa foi apresentado no início deste ano pela pasta comandada pela ministra Nísia Trindade.
Cardiologista e professora da USP falou em congresso de planos de saúde sobre dificuldade do país em envolver-se no desenvolvimento de novas tecnologias A cardiologista e professora titular da faculdade de medicina Universidade de São Paulo (USP) Ludhmila Hajjar afirmou no Congresso da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) que parte da dificuldade do país em incorporar corretamente novas drogas e tecnologias para tratamentos de saúde passa pela falta de estudos clínicos multicentricos (que ocorrem em diversas partes do mundo) no país. Dados: todos os municípios brasileiros aderiram ao SUS Digital, diz secretária Ana Estela Haddad Viver o câncer: 'Quero ser exemplo de vitória nesse tratamento', diz médico que convive com a leucemia há oito anos — O Brasil é extremamente passivo (na relação com a indústria de medicamentos). Por que nós não participamos dos estudos clínicos multicêntricos? Um país com 210 milhões de habitantes, que gasta em saúde — questiona. — Podem observar, na maior parte dos ensaios clínicos multicêntricos e que vão gerar evidências científicas o Brasil não está. As razões para a falta de participação do país em desenvolvimentos do tipo, diz a médica, estão ligadas à falta de investimento historicamente em ciência e inovação do tipo e por falta de consenso entre entes de saúde. O efeito dessa baixa participação acaba prejudicando o acesso do país a drogas inovadoras e que acabam chegando aos sistemas de atendimento com valor muito elevado. — Fica o setor público de um lado, e o setor privado de outro — avalia. — Temos que demonstrar nossa força e inverter a lógica junto à indústria farmacêutica. Judicialização No painel, em que estava acompanhada pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Ricardo Couto de Castro e Marcos Novais, diretor da Abramge, Ludhmilla diz que o alto volume de judicializações de procedimentos de saúde — que atingiram 400 mil ações neste ano, segundo ela— é fruto de um sistema "frágil" — Brigamos entre nós mesmos. É um chamado para modificar essa lógica. Faço medicina há 24 anos e entendo que estamos vivendo um momento de busca de harmonia entre os setores. E o Supremo Tribunal Federal (STF) tem nos ajudado nisso — afirmou. Ontem, o evento realizado na capital paulista como foco as conexões entre o sistema público e privado tendo em vista a interoperabilidade de dados, por exemplo. Ao longo da tarde, a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, afirmou que todos os 5.570 municípios demonstraram interesse em integrar o sistema digital do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa foi apresentado no início deste ano pela pasta comandada pela ministra Nísia Trindade.
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