Gol e sua controladora fecham acordo com credores para reduzir dívidas em até US$ 2,5 bilhões
Empresa aérea prevê apresentar plano de recuperação judicial nos EUA até o fim do ano e deixar o processo até abril de 2025 A Gol Linhas Aéreas e seu controlador, o Abra Group, fecharam um acordo com credores que vai poderá permitir uma redução de até US$ 2,5 bilhões na dívida da companhia e selando apoio ao plano de reestruturação da aérea. Tarifas, deportação e 'instinto sobre juros': o que esperar da economia dos EUA sob Trump? Carne, gasolina, pão francês e mais: veja o que pode ficar mais caro com o dólar mais alto A empresa planeja ainda obter US$ 1,85 bilhão via linha de crédito e pavimentar seu caminho para deixar o Chapter 11 — processo similar à recuperação judicial nos Estados Unidos — até abril de 2025, segundo estimativas da Gol que constam de comunicado divulgado nesta quarta-feira. Os papéis da empresa aérea fecharam em alta de 1,79%, negociados a R$ 1,14. No fechamento de ontem, a ação foi cotada a R$ 1,12. O pedido de recuperação judicial foi iniciado junto à Justiça americana em janeiro deste ano. Para sair do Chapter 11, é preciso apresentar o plano de reestruturação à Corte, o que a Gol estima fazer até o fim deste ano. E na sequência ter a aprovação desses termos pelos credores. No fim de junho, dado público mais recente, o endividamento da Gol somava R$ 25,8 bilhões. Capital: AerCap prevê perda de US$ 140 milhões com Azul — O jogo ainda não está ganho, mas é um passo na direção certa. E o cronograma é realista. O acordo é uma primeira etapa de encaminhamento para votação do plano e a saída do Chapter 11. Outros terão de ser dados — avalia Giuliano Colombo, sócio da área de Reestruturação do Pinheiro Neto Advogados. Ele explica que planos de negócios contém instabilidades e que o setor de aviações tem desafios particulares, pela dificuldade de controle de custos como o de combustível e o movimento da demanda. Mas a aposta da Gol pode ser bem-sucedida: — Esse desenho vai permitir desalavancar a companhia em montante suficiente para retomar crédito necessário às operações. Do lado dos credores, a aposta é de que isso permita a companhia voltar a crescer, o que deve fazer as ações se valorizarem e, a partir disso, ter retorno de forma a minimizar as perdas de agora. Relatórios de analistas da Bloomberg afirmam que o acordo pode reduzir a pressão sobre a Azul e o Abra. A concorrente vinha dialogando com o controlador da Gol uma combinação de operações. Em julho, as duas companhias aéreas iniciaram uma operação em sistema de compartilhamento de voos (code-share) em rotas complementares. Como será a reestruturação da dívida Dos US$ 2,5 bilhões (perto de R$ 14,45 bilhões) que a companhia sinaliza que poderá abater de seu endividamento constam US$ 1,7 bilhão a serem reduzidos a partir da conversão de dívida de credores em ações da companhia, além de US$ 850 milhões referentes a outras obrigações. O Abra, também controlador da colombiana Avianca, declarou que soma US$ 2,8 bilhões em créditos, concordando em receber o equivalente a US$ 950 milhões deste total em novas ações da Gol e mais US$ 850 milhões em dívida reestruturada. Neste último valor, uma fatia de US$ 250 milhões será automaticamente convertida em participação acionária na empresa aérea brasileira após 30 meses da saída do Chapter 11, mas podendo ser ampliada a uma soma maior. Crescendo: Venda de veículos em outubro é a melhor em dez anos e Brasil supera Alemanha No comunicado, a companhia destaca que o acordo traz ainda o benefício de tirar de cena custos e incertezas que poderiam ser gerados por futuros litígios relacionados ao pagamento dos débitos que a companhia tem com esses credores. Consta do planejamento da Gol captar US$ 1,85 bilhão em novo capital por meio de uma linha de crédito não detalhada. Esses recursos seriam usados para pagar o financiamento ponte (DIP) de US$ 1 bilhão obtido pela companhia junto a controladores desde o início do processo de recuperação judicial nos EUA, mas também para garantir liquidez à operação futura. A brasileira recebeu ainda US$ 375 em financiamento vindo de arrendadores. Esses financiamentos permitiram à Gol reativar “parte substancial” da frota que estava paralisada, informou a companhia, sem precisar quantos aviões voltaram à operar. A companhia enfrentava dificuldades para arcar com custos para reposição de peças e manutenção. A Gol encerrou o segundo trimestre com uma frota de 141 aviões, sendo 103 deles operacionais. Em um mercado com demanda aquecida e voos operando com alta taxa de ocupação, devido a uma dificuldade para compra de novas aeronaves ainda em razão do gargalo de produção do período da pandemia, cada avião voando amplia a receita da empresa. O acordo prevê que a Gol poderá levantar ainda US$ 330 milhões por meio da emissão de novas ações. No todo, a conversão de dívida em participação acionária, alerta a companhia no comunicado, vai levar a uma diluição “significativa” das atuais ações.
Empresa aérea prevê apresentar plano de recuperação judicial nos EUA até o fim do ano e deixar o processo até abril de 2025 A Gol Linhas Aéreas e seu controlador, o Abra Group, fecharam um acordo com credores que vai poderá permitir uma redução de até US$ 2,5 bilhões na dívida da companhia e selando apoio ao plano de reestruturação da aérea. Tarifas, deportação e 'instinto sobre juros': o que esperar da economia dos EUA sob Trump? Carne, gasolina, pão francês e mais: veja o que pode ficar mais caro com o dólar mais alto A empresa planeja ainda obter US$ 1,85 bilhão via linha de crédito e pavimentar seu caminho para deixar o Chapter 11 — processo similar à recuperação judicial nos Estados Unidos — até abril de 2025, segundo estimativas da Gol que constam de comunicado divulgado nesta quarta-feira. Os papéis da empresa aérea fecharam em alta de 1,79%, negociados a R$ 1,14. No fechamento de ontem, a ação foi cotada a R$ 1,12. O pedido de recuperação judicial foi iniciado junto à Justiça americana em janeiro deste ano. Para sair do Chapter 11, é preciso apresentar o plano de reestruturação à Corte, o que a Gol estima fazer até o fim deste ano. E na sequência ter a aprovação desses termos pelos credores. No fim de junho, dado público mais recente, o endividamento da Gol somava R$ 25,8 bilhões. Capital: AerCap prevê perda de US$ 140 milhões com Azul — O jogo ainda não está ganho, mas é um passo na direção certa. E o cronograma é realista. O acordo é uma primeira etapa de encaminhamento para votação do plano e a saída do Chapter 11. Outros terão de ser dados — avalia Giuliano Colombo, sócio da área de Reestruturação do Pinheiro Neto Advogados. Ele explica que planos de negócios contém instabilidades e que o setor de aviações tem desafios particulares, pela dificuldade de controle de custos como o de combustível e o movimento da demanda. Mas a aposta da Gol pode ser bem-sucedida: — Esse desenho vai permitir desalavancar a companhia em montante suficiente para retomar crédito necessário às operações. Do lado dos credores, a aposta é de que isso permita a companhia voltar a crescer, o que deve fazer as ações se valorizarem e, a partir disso, ter retorno de forma a minimizar as perdas de agora. Relatórios de analistas da Bloomberg afirmam que o acordo pode reduzir a pressão sobre a Azul e o Abra. A concorrente vinha dialogando com o controlador da Gol uma combinação de operações. Em julho, as duas companhias aéreas iniciaram uma operação em sistema de compartilhamento de voos (code-share) em rotas complementares. Como será a reestruturação da dívida Dos US$ 2,5 bilhões (perto de R$ 14,45 bilhões) que a companhia sinaliza que poderá abater de seu endividamento constam US$ 1,7 bilhão a serem reduzidos a partir da conversão de dívida de credores em ações da companhia, além de US$ 850 milhões referentes a outras obrigações. O Abra, também controlador da colombiana Avianca, declarou que soma US$ 2,8 bilhões em créditos, concordando em receber o equivalente a US$ 950 milhões deste total em novas ações da Gol e mais US$ 850 milhões em dívida reestruturada. Neste último valor, uma fatia de US$ 250 milhões será automaticamente convertida em participação acionária na empresa aérea brasileira após 30 meses da saída do Chapter 11, mas podendo ser ampliada a uma soma maior. Crescendo: Venda de veículos em outubro é a melhor em dez anos e Brasil supera Alemanha No comunicado, a companhia destaca que o acordo traz ainda o benefício de tirar de cena custos e incertezas que poderiam ser gerados por futuros litígios relacionados ao pagamento dos débitos que a companhia tem com esses credores. Consta do planejamento da Gol captar US$ 1,85 bilhão em novo capital por meio de uma linha de crédito não detalhada. Esses recursos seriam usados para pagar o financiamento ponte (DIP) de US$ 1 bilhão obtido pela companhia junto a controladores desde o início do processo de recuperação judicial nos EUA, mas também para garantir liquidez à operação futura. A brasileira recebeu ainda US$ 375 em financiamento vindo de arrendadores. Esses financiamentos permitiram à Gol reativar “parte substancial” da frota que estava paralisada, informou a companhia, sem precisar quantos aviões voltaram à operar. A companhia enfrentava dificuldades para arcar com custos para reposição de peças e manutenção. A Gol encerrou o segundo trimestre com uma frota de 141 aviões, sendo 103 deles operacionais. Em um mercado com demanda aquecida e voos operando com alta taxa de ocupação, devido a uma dificuldade para compra de novas aeronaves ainda em razão do gargalo de produção do período da pandemia, cada avião voando amplia a receita da empresa. O acordo prevê que a Gol poderá levantar ainda US$ 330 milhões por meio da emissão de novas ações. No todo, a conversão de dívida em participação acionária, alerta a companhia no comunicado, vai levar a uma diluição “significativa” das atuais ações.
Qual é a sua reação?