Kamala reconhece vitória, mas envia recado para Trump: 'Admito derrota, mas não vou ceder nas lutas que impulsionaram campanha'
Democrata falou pela primeira vez em público desde o fechamento das urnas nos EUA e foi aplaudida por uma multidão na Universidade Howard, sua alma mater Em sua primeira aparição pública desde o fechamento das urnas nos Estados Unidos, a vice-presidente Kamala Harris reconheceu a vitória de Donald Trump e defendeu a importância de uma transição pacífica de poder. Mas, diante de uma multidão de apoiadores que se reuniram na Universidade Howard, sua alma mater, em Washington, ela também enviou uma série de recados implícitos ao republicano, o primeiro ex-presidente a ser condenado na História do país. — Embora eu admita a derrota nessa eleição, eu não vou ceder nas lutas que impulsionaram esta campanha — afirmou. — A luta pela liberdade, pela oportunidade, pela justiça e pela dignidade de todas as pessoas. Uma luta pelos ideais que estão no coração de nossa nação. Os ideais que refletem um Estados Unidos em sua melhor forma. Essa é uma luta da qual jamais desistirei. De pária a presidente eleito: Como Trump (re)construiu seu caminho de volta à Casa Branca Contexto: Apoio de eleitorado latino, negro e rural tem papel importante em vitória nos EUA O discurso, apontam analistas, embora não seja o do próximo presidente dos EUA, foi claramente pensado por ela e por sua equipe para prepará-la para ser a próxima líder de qualquer resistência que o Partido Democrata consiga reunir em um novo governo Trump. — Não se desesperem. Este não é o momento de levantar as mãos, é o momento de arregaçar as mangas — disse Harris. — A luta por nossa liberdade exigirá muito trabalho. Mas, como eu digo, o trabalho árduo é um bom trabalho, o trabalho árduo pode ser um trabalho alegre, e a luta pelo nosso país sempre vale a pena. Kamala reconhece vitória de Trump em discurso: 'Temos de aceitar o resultado' Antes de discursar no Frederick Douglass Memorial Hall da Universidade Howard, Kamala telefonou para Trump para cumprimentá-lo por sua vitória e disse que os democratas estão "empenhados em uma transição pacífica de poder". — Um princípio fundamental da democracia americana é que, quando perdemos uma eleição, aceitamos os resultados — alfinetou Kamala, remetendo à disputa de 2020, contestada por Trump. — Esse princípio, assim como qualquer outro, distingue a democracia da monarquia ou da tirania. E qualquer pessoa que busque a confiança pública deve honrá-la. Initial plugin text Kamala, que teria sido a primeira mulher e primeira mulher negra a ganhar a Presidência nos EUA — mas nunca fez disso uma parte central de sua campanha — usou seu discurso de derrota para enviar uma mensagem aos jovens presentes e pediu a eles que "nunca deem ouvidos quando alguém lhe disser que algo é impossível porque nunca foi feito antes": — A luz da promessa dos Estados Unidos sempre brilhará enquanto nunca desistirmos e enquanto continuarmos lutando — declarou. — Não há problema em se sentir triste e desapontado, mas, por favor, saibam que vai ficar tudo bem. Às vezes a luta demora um pouco. Eleições EUA: Por que as pesquisas erraram e não previram a vitória com folga de Trump? A democrata chegou à Universidade Howard acompanhada do marido, Doug Emhoff, por volta das 16h20 (18h20 em Brasília). Sem abandonar seu estilo carismático e sorridente, mas com a voz ligeiramente embargada, ela agradeceu pelo apoio que recebeu nas urnas. — Meu coração hoje está repleto de gratidão, de confiança, que vocês depositaram em mim, e de amor pelo nosso país. Estou muito orgulhosa da corrida que fizemos e da maneira como a fizemos — declarou, acrescentando que embora o resultado não tenha sido o que ela imaginava nem pelo qual havia lutado, "nós temos de aceitá-lo". Galerias Relacionadas De acordo com uma pesquisa de boca de urna da NBC News, latinos e negros contribuíram para a vitória votando mais no republicano do que há quatro anos. Trump conseguiu o apoio de 45% dos eleitores latinos a nível nacional, comparado com os 53% de Kamala. Em 2020, a divisão foi de 32% e 65%. Tim Walz, candidato a vice na chapa de Kamala, a presidente emérita da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, o assessor da Casa Branca, Tom Perez, e a prefeita de Washington, Muriel Bowser, estavam entre os apoiadores da democrata que foram à Universidade Howard nesta quarta-feira. 'Fizemos História' Inicialmente, a candidata democrata era esperada para um discurso a apoiadores ainda durante a madrugada, mas ela desistiu de falar à medida que o desânimo tomou conta do evento na Universidade Howard, onde ela escolheu acompanhar a apuração, conforme Trump foi garantindo vantagem em estados decisivos, com vitórias na Carolina do Norte e na Geórgia. Organizadores chegaram a desligar a transmissão da contagem na TV e pôr músicas para tocar. No final da noite, a multidão assistiu aos resultados "assustadoramente silenciosa", segundo o New York Times. Fotos mostraram os apoiadores de Kamala se dispersando e chorando enquanto os resultados continuavam a chegar. Galerias Relacionadas Trump assegurou o t
Democrata falou pela primeira vez em público desde o fechamento das urnas nos EUA e foi aplaudida por uma multidão na Universidade Howard, sua alma mater Em sua primeira aparição pública desde o fechamento das urnas nos Estados Unidos, a vice-presidente Kamala Harris reconheceu a vitória de Donald Trump e defendeu a importância de uma transição pacífica de poder. Mas, diante de uma multidão de apoiadores que se reuniram na Universidade Howard, sua alma mater, em Washington, ela também enviou uma série de recados implícitos ao republicano, o primeiro ex-presidente a ser condenado na História do país. — Embora eu admita a derrota nessa eleição, eu não vou ceder nas lutas que impulsionaram esta campanha — afirmou. — A luta pela liberdade, pela oportunidade, pela justiça e pela dignidade de todas as pessoas. Uma luta pelos ideais que estão no coração de nossa nação. Os ideais que refletem um Estados Unidos em sua melhor forma. Essa é uma luta da qual jamais desistirei. De pária a presidente eleito: Como Trump (re)construiu seu caminho de volta à Casa Branca Contexto: Apoio de eleitorado latino, negro e rural tem papel importante em vitória nos EUA O discurso, apontam analistas, embora não seja o do próximo presidente dos EUA, foi claramente pensado por ela e por sua equipe para prepará-la para ser a próxima líder de qualquer resistência que o Partido Democrata consiga reunir em um novo governo Trump. — Não se desesperem. Este não é o momento de levantar as mãos, é o momento de arregaçar as mangas — disse Harris. — A luta por nossa liberdade exigirá muito trabalho. Mas, como eu digo, o trabalho árduo é um bom trabalho, o trabalho árduo pode ser um trabalho alegre, e a luta pelo nosso país sempre vale a pena. Kamala reconhece vitória de Trump em discurso: 'Temos de aceitar o resultado' Antes de discursar no Frederick Douglass Memorial Hall da Universidade Howard, Kamala telefonou para Trump para cumprimentá-lo por sua vitória e disse que os democratas estão "empenhados em uma transição pacífica de poder". — Um princípio fundamental da democracia americana é que, quando perdemos uma eleição, aceitamos os resultados — alfinetou Kamala, remetendo à disputa de 2020, contestada por Trump. — Esse princípio, assim como qualquer outro, distingue a democracia da monarquia ou da tirania. E qualquer pessoa que busque a confiança pública deve honrá-la. Initial plugin text Kamala, que teria sido a primeira mulher e primeira mulher negra a ganhar a Presidência nos EUA — mas nunca fez disso uma parte central de sua campanha — usou seu discurso de derrota para enviar uma mensagem aos jovens presentes e pediu a eles que "nunca deem ouvidos quando alguém lhe disser que algo é impossível porque nunca foi feito antes": — A luz da promessa dos Estados Unidos sempre brilhará enquanto nunca desistirmos e enquanto continuarmos lutando — declarou. — Não há problema em se sentir triste e desapontado, mas, por favor, saibam que vai ficar tudo bem. Às vezes a luta demora um pouco. Eleições EUA: Por que as pesquisas erraram e não previram a vitória com folga de Trump? A democrata chegou à Universidade Howard acompanhada do marido, Doug Emhoff, por volta das 16h20 (18h20 em Brasília). Sem abandonar seu estilo carismático e sorridente, mas com a voz ligeiramente embargada, ela agradeceu pelo apoio que recebeu nas urnas. — Meu coração hoje está repleto de gratidão, de confiança, que vocês depositaram em mim, e de amor pelo nosso país. Estou muito orgulhosa da corrida que fizemos e da maneira como a fizemos — declarou, acrescentando que embora o resultado não tenha sido o que ela imaginava nem pelo qual havia lutado, "nós temos de aceitá-lo". Galerias Relacionadas De acordo com uma pesquisa de boca de urna da NBC News, latinos e negros contribuíram para a vitória votando mais no republicano do que há quatro anos. Trump conseguiu o apoio de 45% dos eleitores latinos a nível nacional, comparado com os 53% de Kamala. Em 2020, a divisão foi de 32% e 65%. Tim Walz, candidato a vice na chapa de Kamala, a presidente emérita da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, o assessor da Casa Branca, Tom Perez, e a prefeita de Washington, Muriel Bowser, estavam entre os apoiadores da democrata que foram à Universidade Howard nesta quarta-feira. 'Fizemos História' Inicialmente, a candidata democrata era esperada para um discurso a apoiadores ainda durante a madrugada, mas ela desistiu de falar à medida que o desânimo tomou conta do evento na Universidade Howard, onde ela escolheu acompanhar a apuração, conforme Trump foi garantindo vantagem em estados decisivos, com vitórias na Carolina do Norte e na Geórgia. Organizadores chegaram a desligar a transmissão da contagem na TV e pôr músicas para tocar. No final da noite, a multidão assistiu aos resultados "assustadoramente silenciosa", segundo o New York Times. Fotos mostraram os apoiadores de Kamala se dispersando e chorando enquanto os resultados continuavam a chegar. Galerias Relacionadas Trump assegurou o triunfo nas eleições nas primeiras horas do dia ao conquistar os delegados da Pensilvânia e declarou estar eleito para os próximos quatro anos na Casa Branca. "Parece que a alegria deixou o prédio", postou Karoline Leavitt, porta-voz da campanha de Donald Trump, no X, referindo-se ao clima no local da festa democrata. O presidente Joe Biden ligou para Kamala nesta quarta-feira para parabenizá-la por uma “campanha histórica”, de acordo com a Casa Branca. Ele também conversou com Trump, o parabenizou por sua vitória, "expressou seu compromisso de garantir uma transição tranquila e enfatizou a importância de trabalhar para unir o país”, disse a Casa Branca em um comunicado. Biden planeja falar à nação sobre a eleição presidencial na quinta-feira, de acordo com a Casa Branca. Durante a ligação de hoje, ele também convidou Trump para a tradicional reunião na sede da Presidência dos EUA entre os presidentes que estão deixando o cargo e os presidentes eleitos. Trump retornará à Casa Branca após uma vitória eleitoral esmagadora sobre Kamala Harris e com um programa anti-imigração, protecionista e politicamente incorreto que estremece o mundo. Com a contagem ainda pendente em quatro estados, o candidato republicano soma 292 votos no Colégio Eleitoral contra 224 da sua rival. Ele precisava de 270 para vencer. Uma vitória extraordinária após uma campanha na qual foi alvo de duas tentativas de assassinato, quatro acusações e uma condenação criminal. Os americanos esperavam que o resultado demorasse talvez dias e temiam uma explosão de violência caso o republicano perdesse, mas estavam enganados. Como em 2016, sua vitória foi rápida. Trump venceu em dois dos sete estados-pêndulo, Geórgia e Carolina do Norte, seguidos pela Pensilvânia. Wisconsin encerrou a disputa e acabou com as esperanças de Kamala. Horas mais tarde, também foi anunciado o triunfo do magnata em Michigan. — Fizemos História — proclamou Trump, de 78 anos, aos seus apoiadores em West Palm Beach, Flórida, rodeado de sua família, incluindo sua esposa Melania. — Vamos ajudar nosso país a se curar. (Com The New York Times e AFP)
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