Dia Mundial do Mau Humor: 3 formas de evitar que o contágio emocional destrua sua relação

Especialistas explicam como lidar com esse fenômeno Segundo um estudo realizado por professores e pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio e Universidade do Havaí, a teoria do contágio emocional sugere que indivíduos tendem a imitar as expressões faciais, posturas e comportamentos de seus parceiros, desencadeando a sincronização dos estados emocionais. — Esse mimetismo não consciente, conhecido como 'efeito camaleão' ou 'imitação inconsciente', ocorre com mais frequência em pessoas empáticas e em relacionamentos próximos, como os amorosos — explica Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e host do podcast Ame.Cast. Um estudo conduzido por Lisa Neff, da Universidade do Texas, e Benjamin Karney, da Universidade da Califórnia; acompanhou mais de 150 casais ao longo de três anos para determinar como o estresse de um cônjuge influencia o outro. A pesquisa revelou que o funcionamento adaptativo da relação pode ser limitado pelo estresse externo, principalmente quando o casal utiliza práticas negativas de resolução de conflitos, como rejeitar ou criticar o parceiro. — Quando estamos em um relacionamento duradouro, a conexão com o outro pode ser tão intensa que quase sentimos suas emoções como se fossem nossas — afirma Claudia Petry, terapeuta e educadora sexual; membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana); e especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC). Em homenagem ao Dia Mundial do Mau Humor, em 13 de novembro, as especialistas explicam como lidar com o fenômeno do contágio emocional. Assuma o controle das suas emoções: o mau humor de um pode contagiar o outro, mesmo quando o casal não está interagindo diretamente. Mas, segundo a sexóloga, você precisa ter consciência de que seus estados emocionais não devem depender de outra pessoa. Caso contrário, deixarão de estar sob seu domínio. — É muito fácil permitir que a raiva do outro influencie nosso emocional, mas é necessário dar espaço para reflexão e racionalização. Claudia afirma que, ao identificar esse padrão, é preciso tentar interrompê-lo e substituí-lo. — Em vez de pensar 'esse mau humor me contaminou', reflita: 'é compreensível que eu me sinta vulnerável, mas não é sobre mim e vou manter o equilíbrio emocional'. Preste atenção em seus pensamentos automáticos, em seu diálogo interno. Pois essa é a interpretação que determinará sua forma de sentir." Apoie o outro, mas com bom senso: de acordo com a psicóloga , quando nossa parceria está com algum problema (que vai além de um simples mau humor), é comum o ímpeto de buscar ideias para solucionar uma situação que se tornou inquietante, inclusive, para você. — Contudo, querer tomar as rédeas de um problema que você não pode resolver só vai lhe gerar mais desgaste, sendo que você deveria ser o ponto de equilíbrio emocional neste momento. Portanto, apenas dê espaço onde o outro possa se expressar livremente, sem medo de ser julgado ou interrompido. Respeite seus limites: em momentos de mau humor, tendemos a ficar com o "pavio curto". Por isso, segundo a sexóloga, pense três vezes antes de emitir opiniões ao outro, principalmente se for em resposta a algo que você não gostou ou discorda. — Se o mau humor estiver tão forte a ponto de sequer conseguir manter seu equilíbrio emocional, saia de cena, dê um tempo e retome a conversa quando sentir sua tranquilidade de volta. A terapeuta reconhece que é uma tarefa difícil, sobretudo, quando se trata de sua companhia e parceria de anos. "Entretanto, esse é justamente um dos segredos de um relacionamento saudável: jamais extrapolar seus limites para não desrespeitar a si e a sua relação — finaliza Claudia.

Nov 13, 2024 - 13:02
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Dia Mundial do Mau Humor: 3 formas de evitar que o contágio emocional destrua sua relação

Especialistas explicam como lidar com esse fenômeno Segundo um estudo realizado por professores e pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio e Universidade do Havaí, a teoria do contágio emocional sugere que indivíduos tendem a imitar as expressões faciais, posturas e comportamentos de seus parceiros, desencadeando a sincronização dos estados emocionais. — Esse mimetismo não consciente, conhecido como 'efeito camaleão' ou 'imitação inconsciente', ocorre com mais frequência em pessoas empáticas e em relacionamentos próximos, como os amorosos — explica Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e host do podcast Ame.Cast. Um estudo conduzido por Lisa Neff, da Universidade do Texas, e Benjamin Karney, da Universidade da Califórnia; acompanhou mais de 150 casais ao longo de três anos para determinar como o estresse de um cônjuge influencia o outro. A pesquisa revelou que o funcionamento adaptativo da relação pode ser limitado pelo estresse externo, principalmente quando o casal utiliza práticas negativas de resolução de conflitos, como rejeitar ou criticar o parceiro. — Quando estamos em um relacionamento duradouro, a conexão com o outro pode ser tão intensa que quase sentimos suas emoções como se fossem nossas — afirma Claudia Petry, terapeuta e educadora sexual; membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana); e especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC). Em homenagem ao Dia Mundial do Mau Humor, em 13 de novembro, as especialistas explicam como lidar com o fenômeno do contágio emocional. Assuma o controle das suas emoções: o mau humor de um pode contagiar o outro, mesmo quando o casal não está interagindo diretamente. Mas, segundo a sexóloga, você precisa ter consciência de que seus estados emocionais não devem depender de outra pessoa. Caso contrário, deixarão de estar sob seu domínio. — É muito fácil permitir que a raiva do outro influencie nosso emocional, mas é necessário dar espaço para reflexão e racionalização. Claudia afirma que, ao identificar esse padrão, é preciso tentar interrompê-lo e substituí-lo. — Em vez de pensar 'esse mau humor me contaminou', reflita: 'é compreensível que eu me sinta vulnerável, mas não é sobre mim e vou manter o equilíbrio emocional'. Preste atenção em seus pensamentos automáticos, em seu diálogo interno. Pois essa é a interpretação que determinará sua forma de sentir." Apoie o outro, mas com bom senso: de acordo com a psicóloga , quando nossa parceria está com algum problema (que vai além de um simples mau humor), é comum o ímpeto de buscar ideias para solucionar uma situação que se tornou inquietante, inclusive, para você. — Contudo, querer tomar as rédeas de um problema que você não pode resolver só vai lhe gerar mais desgaste, sendo que você deveria ser o ponto de equilíbrio emocional neste momento. Portanto, apenas dê espaço onde o outro possa se expressar livremente, sem medo de ser julgado ou interrompido. Respeite seus limites: em momentos de mau humor, tendemos a ficar com o "pavio curto". Por isso, segundo a sexóloga, pense três vezes antes de emitir opiniões ao outro, principalmente se for em resposta a algo que você não gostou ou discorda. — Se o mau humor estiver tão forte a ponto de sequer conseguir manter seu equilíbrio emocional, saia de cena, dê um tempo e retome a conversa quando sentir sua tranquilidade de volta. A terapeuta reconhece que é uma tarefa difícil, sobretudo, quando se trata de sua companhia e parceria de anos. "Entretanto, esse é justamente um dos segredos de um relacionamento saudável: jamais extrapolar seus limites para não desrespeitar a si e a sua relação — finaliza Claudia.

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