Um dia depois da vitória de Trump, Banco Central americano decide sobre taxa de juros
Para maioria dos analistas, comitê dos EUA deve optar por um corte mais suave que o realizado em setembro Um dia depois da vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana, os olhos dos investidores estarão voltados ao Banco Central dos Estados Unidos. Tarifas, deportação e 'instinto sobre juros': o que esperar da economia dos EUA sob Trump? Após vencer eleições: Trump fica R$ 6 bi mais rico em ações de mídia social Um mês e meio depois de o Federal Reserve (o Fed) cortar o juro pela primeira vez em quatro anos — após mantê-lo no maior patamar desde 2001 por mais de um ano —, investidores agora esperam um corte menor . O foco, segundo analistas, estará voltado às declarações para tentar achar pistas dos passos seguintes da autoridade monetária. Segundo a pesquisa FedWatch, que monitora as expectativas através de contratos negociados, um corte de 0,25 ponto percentual é quase unânime na visão dos investidores, com quase 98% das apostas. Com alta da Selic, o que fazer com investimentos? Veja qual título se torna mais atraente Nos EUA, diferentemente do Brasil, os juros são fixados em uma banda, e hoje estão entre 4,75% e 5%. Para analistas, os dados mais recentes da economia indicam que, enfim, a atividade do país demonstra ligeiro desaquecimento, o chamado “pouso suave”. O movimento vai na direção contrária do Brasil. Por aqui, ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por acelerar a alta e aumentar em meio ponto percentual a taxa básica por aqui. Para o banco americano Citi, a inflação americana convergindo para 2% no acumulado de doze meses demonstra que os diretores do Fed estarão focados em evitar uma queda maior nas contratações e um aumento nas demissões. Ou seja, a principal preocupação da autoridade monetária se volta ao mercado de trabalho. O Citi diz ainda que o avanço de 2,8% no PIB dos EUA, anunciado na semana passada, não deve se manter diante da desaceleração, que já vem demonstrada nos mais recentes dados. Initial plugin text Para Fernando Bresciani, analista de investimentos do banco Andbank, as atenções estarão voltadas ao comunicado e à posterior declaração de Jerome Powell à imprensa. — O discurso vai ser diferente e talvez a queda (dos juros) nos próximos meses, ao longo de 2025, seja menor ou tenha uma pausa — afirma. Para Andressa Durão, economista da instituição financeira ASA, o chefe do BC americano deve afirmar que o ritmo deve seguir de forma gradual, mas não deve se comprometer com próximos passos. Governo Trump pode reverter possível efeito positivo do movimento Uma redução na taxa de juro americana tenderia a “liberar” recursos de investidores de todo o mundo que hoje estão rendendo no Tesouro americano para ações de diversos países, como o Brasil. Mas as propostas do republicano eleito podem mudar esses rumos. Para o gestor de bolsa da financeira ASA, Diego Chumah, a possibilidade da vitória dos republicanos também nas casas legislativas deve facilitar a aprovação de sua agenda, como imposição de tarifas comerciais, desregulação do setor financeiro e diminuição de impostos. Mais de R$ 6,10: Google deixa de apresentar buscas sobre cotação de dólar após informar valor errado “Esse contexto implica maior crescimento dos EUA contra o restante do mundo. E maior inflação global, o que deve alterar o ciclo de juros nos EUA”, afirma o gestor em relatório. Ele destaca ainda que o movimento, principalmente contra a China, pode enfraquecer as moedas ligadas à commodities, já que o país asiático é um forte consumidor dessas matérias-primas. Para ele, as moedas de exportadores dessas mercadorias, como o Brasil, podem sofrer depreciação diante do movimento protecionista. Por que a taxa americana importa para o mundo? A taxa de juros americana é a grande balizadora mundial dos investimentos em todo mundo, como explica Bresciani: — Quando a taxa está mais alta, ela retém capital. E muito investidor vai para lá (EUA), porque é um dinheiro que se vai investir em tesouro americano, sem risco, e vai ganhar um bom retorno. Ela é muito importante, porque ela é um driver de juro para o mundo — ele diz. Os títulos do Tesouro americano são considerados os investimentos mais seguros do mundo. Quando a taxa de juro básica está alta, fica muito mais atraente investir no país do que se arriscar em renda variável, como em ações, que podem até dar um retorno maior, mas com riscos maiores de se obter tal ganho. Initial plugin text
Para maioria dos analistas, comitê dos EUA deve optar por um corte mais suave que o realizado em setembro Um dia depois da vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana, os olhos dos investidores estarão voltados ao Banco Central dos Estados Unidos. Tarifas, deportação e 'instinto sobre juros': o que esperar da economia dos EUA sob Trump? Após vencer eleições: Trump fica R$ 6 bi mais rico em ações de mídia social Um mês e meio depois de o Federal Reserve (o Fed) cortar o juro pela primeira vez em quatro anos — após mantê-lo no maior patamar desde 2001 por mais de um ano —, investidores agora esperam um corte menor . O foco, segundo analistas, estará voltado às declarações para tentar achar pistas dos passos seguintes da autoridade monetária. Segundo a pesquisa FedWatch, que monitora as expectativas através de contratos negociados, um corte de 0,25 ponto percentual é quase unânime na visão dos investidores, com quase 98% das apostas. Com alta da Selic, o que fazer com investimentos? Veja qual título se torna mais atraente Nos EUA, diferentemente do Brasil, os juros são fixados em uma banda, e hoje estão entre 4,75% e 5%. Para analistas, os dados mais recentes da economia indicam que, enfim, a atividade do país demonstra ligeiro desaquecimento, o chamado “pouso suave”. O movimento vai na direção contrária do Brasil. Por aqui, ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por acelerar a alta e aumentar em meio ponto percentual a taxa básica por aqui. Para o banco americano Citi, a inflação americana convergindo para 2% no acumulado de doze meses demonstra que os diretores do Fed estarão focados em evitar uma queda maior nas contratações e um aumento nas demissões. Ou seja, a principal preocupação da autoridade monetária se volta ao mercado de trabalho. O Citi diz ainda que o avanço de 2,8% no PIB dos EUA, anunciado na semana passada, não deve se manter diante da desaceleração, que já vem demonstrada nos mais recentes dados. Initial plugin text Para Fernando Bresciani, analista de investimentos do banco Andbank, as atenções estarão voltadas ao comunicado e à posterior declaração de Jerome Powell à imprensa. — O discurso vai ser diferente e talvez a queda (dos juros) nos próximos meses, ao longo de 2025, seja menor ou tenha uma pausa — afirma. Para Andressa Durão, economista da instituição financeira ASA, o chefe do BC americano deve afirmar que o ritmo deve seguir de forma gradual, mas não deve se comprometer com próximos passos. Governo Trump pode reverter possível efeito positivo do movimento Uma redução na taxa de juro americana tenderia a “liberar” recursos de investidores de todo o mundo que hoje estão rendendo no Tesouro americano para ações de diversos países, como o Brasil. Mas as propostas do republicano eleito podem mudar esses rumos. Para o gestor de bolsa da financeira ASA, Diego Chumah, a possibilidade da vitória dos republicanos também nas casas legislativas deve facilitar a aprovação de sua agenda, como imposição de tarifas comerciais, desregulação do setor financeiro e diminuição de impostos. Mais de R$ 6,10: Google deixa de apresentar buscas sobre cotação de dólar após informar valor errado “Esse contexto implica maior crescimento dos EUA contra o restante do mundo. E maior inflação global, o que deve alterar o ciclo de juros nos EUA”, afirma o gestor em relatório. Ele destaca ainda que o movimento, principalmente contra a China, pode enfraquecer as moedas ligadas à commodities, já que o país asiático é um forte consumidor dessas matérias-primas. Para ele, as moedas de exportadores dessas mercadorias, como o Brasil, podem sofrer depreciação diante do movimento protecionista. Por que a taxa americana importa para o mundo? A taxa de juros americana é a grande balizadora mundial dos investimentos em todo mundo, como explica Bresciani: — Quando a taxa está mais alta, ela retém capital. E muito investidor vai para lá (EUA), porque é um dinheiro que se vai investir em tesouro americano, sem risco, e vai ganhar um bom retorno. Ela é muito importante, porque ela é um driver de juro para o mundo — ele diz. Os títulos do Tesouro americano são considerados os investimentos mais seguros do mundo. Quando a taxa de juro básica está alta, fica muito mais atraente investir no país do que se arriscar em renda variável, como em ações, que podem até dar um retorno maior, mas com riscos maiores de se obter tal ganho. Initial plugin text
Qual é a sua reação?