Quem é Cebola, integrante do PCC e um dos suspeitos da morte de Vinícius Gritzbach
Segundo integrante da força-tarefa destacada para investigar a morte do empresário, Silvio Luiz Ferreira é um dos principais suspeitos de ordenar o assassinato; outra hipótese é que morte tenha sido encomendada por policiais civis Uma das principais linhas de apuração do assassinato no Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira é que o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo essa hipótese, o principal suspeito, segundo um integrante da força-tarefa anunciada para conduzir a investigação, é Silvio Luiz Ferreira, conhecido como Cebola. Outra tese investigada é que a morte foi ordenada por policiais civis também delatados pelo empresário. Em abril, Gritzbach assinou uma proposta de acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo para entregar integrantes da facção por lavagem de dinheiro, além de policiais civis. No documento, ao qual o GLOBO teve acesso em sua íntegra, o empresário afirma ter informações que comprometem três membros do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta; Cláudio Marcos de Almeida, o Django; e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola. Dentre eles, o único integrante do PCC vivo é Cebola. — Dentro dessa tese [de que o PCC mandou matar o empresário], o principal suspeito, sem dúvida nenhuma, é o Cebola — afirmou o integrante da força-tarefa. — No termo da delação, o Vinicius se compromete a compartilhar informações de lavagem de capitais envolvendo organização criminosa. O único que ele está colocando vivo é o cara que é detrator dele, que declaradamente o quer morto. O Cebola é do Tatuapé e tem um vínculo muito forte com o Vinicius no passado. A partir de 2018, o grupo deles começa a se matar. Cebola foi um dos 20 denunciados pelo Ministério Público de São Paulo depois da deflagração da Operação Sharks. Na época, o MP os acusou de movimentar R$ 1 bilhão do PCC entre janeiro de 2018 e junho de 2010. Na denúncia, a Promotoria detalha a atuação de Cebola. Segundo o MP, Cebola era responsável pela aquisição de entorpecentes, pagamento de fretes e gastos com a “cozinha”, os laboratórios nos quais o PCC prepara a cocaína para a comercialização. Na época, “ele integrava o quadro da sintonia geral do progresso, no setor do laboratório, sendo responsável pela aquisição de produtos utilizados para a preparação da cocaína”, diz o documento. Uma investigação da Polícia Civil de 2022 apontou Cebola como cotado para assumir o posto de número 1 na rua do PCC. Segundo policiais, Cebola era controlador da empresa de ônibus UPBUS e parceiro de Django. Ele e outros integrantes da organização usavam a empresa para lavar o dinheiro vindo dos pontos de vendas de drogas. Foragido da Justiça, Ferreira é conhecido na organização criminosa pelos apelidos Cebola, Arrepiado, Cebolinha, Silvinho e Equador. Esse último, mais recente, é um reflexo de sua ascensão na facção, que adota nomes de países para os integrantes mais importantes no organograma, segundo a polícia. De acordo com as investigações, ele tinha pelo menos duas identidades falsas, Rodrigo Martins Santana e Marcio Barbosa Santos. A relação de Cebola e Gritzbach é conhecida dos investigadores. Até então parceiros de negócios ilegais, Cebola teria decretado Gritzbach pela morte de Cara Preta. Cebola permanece foragido. Segundo o integrante da força-tarefa, não há informações de que esteja fora do Brasil. — Não é do nosso conhecimento isso. Ao contrário. A gente tem recebido alguns sinais de fumaça de que ele pode ainda estar circulando aqui em São Paulo — afirmou o investigador da força-tarefa. A defesa de Cebola não foi localizada. O espaço permanece aberto para manifestação. Outros delatados Gritzbach era réu do assassinato do narcotraficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, no Tatuapé, na zona leste da capital paulista, em 2021. Também é acusado de mandar matar o motorista e capanga dele, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Segundo o MP, o empresário teria mandado matar Cara Preta porque recebeu da vítima R$ 40 milhões para investir em criptomoedas, desviou o dinheiro e o golpe foi descoberto. Já Cláudio Marcos de Almeida, o Django, à época um dos principais líderes do PCC em liberdade e apontado pela polícia como dono de ônibus da UPBUS Qualidade em Transportes S/A, foi enforcado pelo tribunal do crime do PCC em janeiro de 2022 em meio a uma guerra interna na organização. Investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, não chegaram aos autores e a Justiça mandou arquivar o caso. Mas, nos bastidores, a suspeita é que Django foi morto por não ter conseguido impedir o assassinato de Cara Preta.
Segundo integrante da força-tarefa destacada para investigar a morte do empresário, Silvio Luiz Ferreira é um dos principais suspeitos de ordenar o assassinato; outra hipótese é que morte tenha sido encomendada por policiais civis Uma das principais linhas de apuração do assassinato no Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira é que o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo essa hipótese, o principal suspeito, segundo um integrante da força-tarefa anunciada para conduzir a investigação, é Silvio Luiz Ferreira, conhecido como Cebola. Outra tese investigada é que a morte foi ordenada por policiais civis também delatados pelo empresário. Em abril, Gritzbach assinou uma proposta de acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo para entregar integrantes da facção por lavagem de dinheiro, além de policiais civis. No documento, ao qual o GLOBO teve acesso em sua íntegra, o empresário afirma ter informações que comprometem três membros do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta; Cláudio Marcos de Almeida, o Django; e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola. Dentre eles, o único integrante do PCC vivo é Cebola. — Dentro dessa tese [de que o PCC mandou matar o empresário], o principal suspeito, sem dúvida nenhuma, é o Cebola — afirmou o integrante da força-tarefa. — No termo da delação, o Vinicius se compromete a compartilhar informações de lavagem de capitais envolvendo organização criminosa. O único que ele está colocando vivo é o cara que é detrator dele, que declaradamente o quer morto. O Cebola é do Tatuapé e tem um vínculo muito forte com o Vinicius no passado. A partir de 2018, o grupo deles começa a se matar. Cebola foi um dos 20 denunciados pelo Ministério Público de São Paulo depois da deflagração da Operação Sharks. Na época, o MP os acusou de movimentar R$ 1 bilhão do PCC entre janeiro de 2018 e junho de 2010. Na denúncia, a Promotoria detalha a atuação de Cebola. Segundo o MP, Cebola era responsável pela aquisição de entorpecentes, pagamento de fretes e gastos com a “cozinha”, os laboratórios nos quais o PCC prepara a cocaína para a comercialização. Na época, “ele integrava o quadro da sintonia geral do progresso, no setor do laboratório, sendo responsável pela aquisição de produtos utilizados para a preparação da cocaína”, diz o documento. Uma investigação da Polícia Civil de 2022 apontou Cebola como cotado para assumir o posto de número 1 na rua do PCC. Segundo policiais, Cebola era controlador da empresa de ônibus UPBUS e parceiro de Django. Ele e outros integrantes da organização usavam a empresa para lavar o dinheiro vindo dos pontos de vendas de drogas. Foragido da Justiça, Ferreira é conhecido na organização criminosa pelos apelidos Cebola, Arrepiado, Cebolinha, Silvinho e Equador. Esse último, mais recente, é um reflexo de sua ascensão na facção, que adota nomes de países para os integrantes mais importantes no organograma, segundo a polícia. De acordo com as investigações, ele tinha pelo menos duas identidades falsas, Rodrigo Martins Santana e Marcio Barbosa Santos. A relação de Cebola e Gritzbach é conhecida dos investigadores. Até então parceiros de negócios ilegais, Cebola teria decretado Gritzbach pela morte de Cara Preta. Cebola permanece foragido. Segundo o integrante da força-tarefa, não há informações de que esteja fora do Brasil. — Não é do nosso conhecimento isso. Ao contrário. A gente tem recebido alguns sinais de fumaça de que ele pode ainda estar circulando aqui em São Paulo — afirmou o investigador da força-tarefa. A defesa de Cebola não foi localizada. O espaço permanece aberto para manifestação. Outros delatados Gritzbach era réu do assassinato do narcotraficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, no Tatuapé, na zona leste da capital paulista, em 2021. Também é acusado de mandar matar o motorista e capanga dele, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Segundo o MP, o empresário teria mandado matar Cara Preta porque recebeu da vítima R$ 40 milhões para investir em criptomoedas, desviou o dinheiro e o golpe foi descoberto. Já Cláudio Marcos de Almeida, o Django, à época um dos principais líderes do PCC em liberdade e apontado pela polícia como dono de ônibus da UPBUS Qualidade em Transportes S/A, foi enforcado pelo tribunal do crime do PCC em janeiro de 2022 em meio a uma guerra interna na organização. Investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, não chegaram aos autores e a Justiça mandou arquivar o caso. Mas, nos bastidores, a suspeita é que Django foi morto por não ter conseguido impedir o assassinato de Cara Preta.
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