Deputado pede que MP investigue Derrite e policiais pela morte de estudante de medicina
Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi baleado durante abordagem na Zona Sul de São Paulo na semana passada O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) pediu que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investigue o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e os dois policiais militares envolvidos na morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, na semana passada. Crise na segurança: Série de mortes polêmicas envolvendo a polícia pressiona Derrite em SP Alta na letalidade: São Paulo já tem 46% mais mortes pela PM que em 2023 O jovem de 22 anos morreu baleado durante uma abordagem policial na Zona Sul, no bairro da Vila Mariana, no dia 20 de novembro. No texto da representação enviada ao MP, o deputado pede que a conduta de Derrite e dos policiais Guilherme Augusto (que baleou o jovem) e Bruno Prado seja apurada para possíveis responsabilidades "penais, cíveis e administrativas". No texto, Valente cita o "despreparo" dos policiais na abordagem ao estudante e "abuso de autoridade". Segundo especialistas ouvidos pelo GLOBO, o agente que atirou contra o estudante de medicina quebrou os protocolos do uso gradativo da força da PM ao usar primeiro a arma letal em vez de outros equipamentos, como arma de choque, spray de pimenta ou cassetete. O parlamentar também cita que "o assassinato do jovem estudante Marco Aurélio Acosta é fruto de uma política de “licença para matar”, validada e praticada pelo Governo do Estado de São Paulo na segurança pública". Em março, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reagiu a denúncias de entidades civis feitas no Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre uma escalada de mortes na Baixa Santista com uma das declarações mais polêmicas da atual gestão: “O pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça ou no raio que o parta, que eu não tô nem aí”. Procurado sobre a representação, o governo afirmou que as circunstâncias do caso são apuradas pela Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar. "Os policiais envolvidos já prestaram depoimento, e o agente responsável pelo disparo foi indiciado por homicídio doloso no Inquérito Policial Militar (IPM). Ambos permanecerão afastados de atividades operacionais até a conclusão das investigações, que incluem a análise das imagens captadas pelas câmeras corporais", diz o governo, por meio da Secretaria de Segurança Pública, em nota. Relembre o caso Marco Aurélio cursava Medicina na faculdade Anhembi Morumbi. Segundo o boletim de ocorrência, o jovem teria golpeado a viatura onde os dois policiais realizavam uma ronda de rotina na madrugada de quarta, pouco antes das 3h. O homem então correu para dentro de um hotel situado na Rua Cubatão, onde foi alcançado pelos policiais. Vídeo de uma câmera de segurança do estabelecimento obtido pelo g1 mostra que o primeiro policial chega ao local com uma arma em punho e tenta agarrar o jovem pelo braço, que luta para se desvencilhar. O segundo policial, ao chegar, desfere um chute no estudante, que consegue segurar o pé do agente de segurança e o faz cair. É nesse momento que o primeiro policial dispara um tiro, que atinge a região da barriga do jovem. Marco Aurélio chegou a ser socorrido ao hospital Ipiranga e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento e morreu. Ele foi sepultado na última sexta-feira, 22 de novembro, em um cemitério privado na Zona Oeste de São Paulo, no bairro do Morumbi. Entre janeiro e setembro, o estado registrou 496 mortes decorrentes de intervenções policiais, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O número representa aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente na Baixada Santista, onde a polícia realizou seguidas operações ao longo do ano, foram 109 mortes, média de uma vítima a cada três dias. Na capital paulista, houve 130 vítimas.
Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi baleado durante abordagem na Zona Sul de São Paulo na semana passada O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) pediu que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investigue o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e os dois policiais militares envolvidos na morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, na semana passada. Crise na segurança: Série de mortes polêmicas envolvendo a polícia pressiona Derrite em SP Alta na letalidade: São Paulo já tem 46% mais mortes pela PM que em 2023 O jovem de 22 anos morreu baleado durante uma abordagem policial na Zona Sul, no bairro da Vila Mariana, no dia 20 de novembro. No texto da representação enviada ao MP, o deputado pede que a conduta de Derrite e dos policiais Guilherme Augusto (que baleou o jovem) e Bruno Prado seja apurada para possíveis responsabilidades "penais, cíveis e administrativas". No texto, Valente cita o "despreparo" dos policiais na abordagem ao estudante e "abuso de autoridade". Segundo especialistas ouvidos pelo GLOBO, o agente que atirou contra o estudante de medicina quebrou os protocolos do uso gradativo da força da PM ao usar primeiro a arma letal em vez de outros equipamentos, como arma de choque, spray de pimenta ou cassetete. O parlamentar também cita que "o assassinato do jovem estudante Marco Aurélio Acosta é fruto de uma política de “licença para matar”, validada e praticada pelo Governo do Estado de São Paulo na segurança pública". Em março, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reagiu a denúncias de entidades civis feitas no Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre uma escalada de mortes na Baixa Santista com uma das declarações mais polêmicas da atual gestão: “O pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça ou no raio que o parta, que eu não tô nem aí”. Procurado sobre a representação, o governo afirmou que as circunstâncias do caso são apuradas pela Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar. "Os policiais envolvidos já prestaram depoimento, e o agente responsável pelo disparo foi indiciado por homicídio doloso no Inquérito Policial Militar (IPM). Ambos permanecerão afastados de atividades operacionais até a conclusão das investigações, que incluem a análise das imagens captadas pelas câmeras corporais", diz o governo, por meio da Secretaria de Segurança Pública, em nota. Relembre o caso Marco Aurélio cursava Medicina na faculdade Anhembi Morumbi. Segundo o boletim de ocorrência, o jovem teria golpeado a viatura onde os dois policiais realizavam uma ronda de rotina na madrugada de quarta, pouco antes das 3h. O homem então correu para dentro de um hotel situado na Rua Cubatão, onde foi alcançado pelos policiais. Vídeo de uma câmera de segurança do estabelecimento obtido pelo g1 mostra que o primeiro policial chega ao local com uma arma em punho e tenta agarrar o jovem pelo braço, que luta para se desvencilhar. O segundo policial, ao chegar, desfere um chute no estudante, que consegue segurar o pé do agente de segurança e o faz cair. É nesse momento que o primeiro policial dispara um tiro, que atinge a região da barriga do jovem. Marco Aurélio chegou a ser socorrido ao hospital Ipiranga e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento e morreu. Ele foi sepultado na última sexta-feira, 22 de novembro, em um cemitério privado na Zona Oeste de São Paulo, no bairro do Morumbi. Entre janeiro e setembro, o estado registrou 496 mortes decorrentes de intervenções policiais, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O número representa aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente na Baixada Santista, onde a polícia realizou seguidas operações ao longo do ano, foram 109 mortes, média de uma vítima a cada três dias. Na capital paulista, houve 130 vítimas.
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