Com Macron no Rio, agricultores franceses protestam contra acordo UE-Mercosul; veja fotos
No domingo, o presidente da França afirmou que seu país 'não assinará o tratado da maneira como está' Enquanto o presidente da França, Emmanuel Macron, está no Rio para a Cúpula de Líderes do G20, os agricultores franceses estão mobilizados nesta segunda-feira em todo o país para protestar contra o acordo entre União Europeia e Mercosul. A manifestação ocorre menos de um ano depois de protestos sem precedentes e com a perspectiva de um acordo com o Mercosul que poderia agravar a situação. Vaca Muerta: Brasil e Argentina assinam hoje acordo sobre gás. Entenda UE: Auditoria do bloco revela problemas de rastreabilidade nas exportações de carne bovina brasileira No total, "85 pontos de manifestações estão sendo preparados", declarou Pierrick Horel, presidente da organização Jovens Agricultores (JA) à rádio RMC. — Não buscamos um bloqueio concreto como foi observado no ano passado — acrescentou, antes de citar possíveis ações, como barricadas ou manifestações diante das prefeituras. A principal aliança de sindicatos agrícolas (FNSEA-JA) foi quem convocou os protestos. No domingo, o ministro do Interior, Bruno Retailleau, alertou que haveria "tolerância zero" a qualquer "bloqueio longo" nas estradas. Milei: Governo brasileiro teme que presidente argentino possa prejudicar acordo entre Mercosul e União Europeia Yohann Barbe, porta-voz da FNSEA, disse à rádio Europe 1 que o alcance do movimento será "novamente sem precedentes, porque sentimos que os agricultores continuam irritados com um governo que demora a reagir". Menos de um ano após um grande movimento de indignação entre os trabalhadores rurais, que provocou bloqueios em trechos de várias rodovias do país em janeiro, os sindicatos agrícolas convocaram novas manifestações de seus integrantes. Agricultores carregam uma forca cenográfica com uma mensagem em francês dizendo "A agricultura da França em perigo" enquanto bloqueiam uma estrada durante um protesto nacional contra o acordo UE-Mercosul em Le Cannet-des-Maures, no sul da França Christophe Simon/AFP Os agricultores, impactados pelas colheitas ruins e por novas doenças nos animais, consideram que a mobilização do ano passado não deu resultados. Para a categoria, as normas continuam sendo complexas e suas receitas insuficientes. No ano passado, as taxas sobre o combustível agrícola foram apresentadas como um estopim dos protestos, mas desta vez as críticas são direcionadas ao projeto de acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Concorrência desleal Apesar da oposição da classe política francesa e dos setores agrícolas, a UE parece determinada a assinar o acordo até o fim deste ano, o que permitiria aos países sul-americanos envolvidos aumentar suas cotas de entrada no bloco de carne bovina, de frango e suína. Clima e ciência: Países pobres pedem trilhões de dólares contra crise do clima; ricos oferecem bilhões Vários países europeus, como Espanha e Alemanha, são favoráveis ao acordo, que abriria as portas para maiores exportações de carros, máquinas e produtos farmacêuticos da UE. Os agricultores franceses denunciam uma concorrência desleal, porque que a produção dos alimentos no bloco sul-americano não está submetida às mesmas exigências ambientais e sociais, nem aos mesmos padrões sanitários em caso de controles insuficientes. Os agricultores reclamam da burocracia excessiva e dos baixos rendimentos, mas também protestam contra o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e os países da América Latina Christophe Simon/AFP Eles temem que um acordo com o Mercosul traga mais carne bovina, frango, açúcar e milho do Brasil e da Argentina, países que, segundo eles, usam pesticidas e antibióticos em criações que são proibidos na Europa. Setor elétrico: Governo prevê investimentos de até R$ 500 bi com renovação de contratos Os principais sindicatos agrícolas decidiram retomar a mobilização no dia em que a reunião de cúpula do G20 começa no Brasil. No domingo, durante uma visita a Buenos Aires, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que seu país "não assinará o tratado com o Mercosul da maneira como está". Um acordo com o Mercosul seria a "cereja amarga do bolo", afirmou Arnaud Rousseau, chefe do principal sindicato de agricultores da França, o FNSEA, à BFM TV no domingo, acrescentando que dezenas de milhares de fazendas na França, o maior produtor agrícola da União Europeia, estão enfrentando dificuldades financeiras. As manifestações acontecerão nesta segunda e terça-feira, principalmente em frente a prédios governamentais, como parte dos protestos planejados até meados de dezembro, informou Rousseau.
No domingo, o presidente da França afirmou que seu país 'não assinará o tratado da maneira como está' Enquanto o presidente da França, Emmanuel Macron, está no Rio para a Cúpula de Líderes do G20, os agricultores franceses estão mobilizados nesta segunda-feira em todo o país para protestar contra o acordo entre União Europeia e Mercosul. A manifestação ocorre menos de um ano depois de protestos sem precedentes e com a perspectiva de um acordo com o Mercosul que poderia agravar a situação. Vaca Muerta: Brasil e Argentina assinam hoje acordo sobre gás. Entenda UE: Auditoria do bloco revela problemas de rastreabilidade nas exportações de carne bovina brasileira No total, "85 pontos de manifestações estão sendo preparados", declarou Pierrick Horel, presidente da organização Jovens Agricultores (JA) à rádio RMC. — Não buscamos um bloqueio concreto como foi observado no ano passado — acrescentou, antes de citar possíveis ações, como barricadas ou manifestações diante das prefeituras. A principal aliança de sindicatos agrícolas (FNSEA-JA) foi quem convocou os protestos. No domingo, o ministro do Interior, Bruno Retailleau, alertou que haveria "tolerância zero" a qualquer "bloqueio longo" nas estradas. Milei: Governo brasileiro teme que presidente argentino possa prejudicar acordo entre Mercosul e União Europeia Yohann Barbe, porta-voz da FNSEA, disse à rádio Europe 1 que o alcance do movimento será "novamente sem precedentes, porque sentimos que os agricultores continuam irritados com um governo que demora a reagir". Menos de um ano após um grande movimento de indignação entre os trabalhadores rurais, que provocou bloqueios em trechos de várias rodovias do país em janeiro, os sindicatos agrícolas convocaram novas manifestações de seus integrantes. Agricultores carregam uma forca cenográfica com uma mensagem em francês dizendo "A agricultura da França em perigo" enquanto bloqueiam uma estrada durante um protesto nacional contra o acordo UE-Mercosul em Le Cannet-des-Maures, no sul da França Christophe Simon/AFP Os agricultores, impactados pelas colheitas ruins e por novas doenças nos animais, consideram que a mobilização do ano passado não deu resultados. Para a categoria, as normas continuam sendo complexas e suas receitas insuficientes. No ano passado, as taxas sobre o combustível agrícola foram apresentadas como um estopim dos protestos, mas desta vez as críticas são direcionadas ao projeto de acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Concorrência desleal Apesar da oposição da classe política francesa e dos setores agrícolas, a UE parece determinada a assinar o acordo até o fim deste ano, o que permitiria aos países sul-americanos envolvidos aumentar suas cotas de entrada no bloco de carne bovina, de frango e suína. Clima e ciência: Países pobres pedem trilhões de dólares contra crise do clima; ricos oferecem bilhões Vários países europeus, como Espanha e Alemanha, são favoráveis ao acordo, que abriria as portas para maiores exportações de carros, máquinas e produtos farmacêuticos da UE. Os agricultores franceses denunciam uma concorrência desleal, porque que a produção dos alimentos no bloco sul-americano não está submetida às mesmas exigências ambientais e sociais, nem aos mesmos padrões sanitários em caso de controles insuficientes. Os agricultores reclamam da burocracia excessiva e dos baixos rendimentos, mas também protestam contra o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e os países da América Latina Christophe Simon/AFP Eles temem que um acordo com o Mercosul traga mais carne bovina, frango, açúcar e milho do Brasil e da Argentina, países que, segundo eles, usam pesticidas e antibióticos em criações que são proibidos na Europa. Setor elétrico: Governo prevê investimentos de até R$ 500 bi com renovação de contratos Os principais sindicatos agrícolas decidiram retomar a mobilização no dia em que a reunião de cúpula do G20 começa no Brasil. No domingo, durante uma visita a Buenos Aires, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que seu país "não assinará o tratado com o Mercosul da maneira como está". Um acordo com o Mercosul seria a "cereja amarga do bolo", afirmou Arnaud Rousseau, chefe do principal sindicato de agricultores da França, o FNSEA, à BFM TV no domingo, acrescentando que dezenas de milhares de fazendas na França, o maior produtor agrícola da União Europeia, estão enfrentando dificuldades financeiras. As manifestações acontecerão nesta segunda e terça-feira, principalmente em frente a prédios governamentais, como parte dos protestos planejados até meados de dezembro, informou Rousseau.
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