Apoio de Trump à taxação de super-ricos dependerá de escolha entre 'política de Estado ou ideologizada', avalia ministro

Márcio Macêdo observa que nomeações do republicano para gabinete já sinalizam posicionamento; pauta é uma das principais propostas do Brasileiro na presidência do G20 A escolha entre adoção de "uma política de Estado ou de uma política ideologizada" decidirá o apoio do governo do presidente eleito americano Donald Trump à taxação dos super-ricos. A avaliação foi feita neste domingo pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo. A taxação dos super-ricos é uma das principais propostas do governo brasileiro na presidência do G20. Entraves: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes do G20 no Rio Contexto: Negociadores do G20 viram madrugada para tentar alcançar consenso sobre declaração presidencial — Se for mantida a cultura americana de ter uma política de Estado, [a proposta] poderá ter apoio — disse o ministro na chegada ao hotel em que participará de reuniões bilaterais para tratar do G20 Social. Macêdo reconheceu, no entanto, que alguns dos nomes indicados por Trump até aqui para compor o próprio gabinete estão mais ligados a uma ala ideológica de sua base de apoio. — As escolhas dão alguns sinais — disse. A proposta elaborada pelo economista francês Gabriel Zucman e apresentada pelo governo brasileiro é taxar em pelo menos 2%, anualmente e em todo planeta, os patrimônios superiores a US$ 1 bilhão de pessoas físicas. Zucman calcula que a alíquota poderia gerar US$ 250 bilhões por ano em arrecadação. U20: 'Não haverá paz nas cidades se não houver paz no mundo', diz Lula ao mencionar destruição de Faixa de Gaza por Israel O ministro garantiu, porém, que a relação entre Brasil e Estados Unidos continuará produtiva independentemente do apoio à proposta, já que os "dois países que têm relações comerciais muito fortes". Macêdo foi o principal responsável pela organização do G20 Social, evento realizado pela primeira vez neste ano, sob a presidência brasileira, como maneira de ampliar o debate de pautas sociais durante o G20. O ministro revelou que 49.498 pessoas se inscreveram para os três dias de evento, realizado no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. Desse grupo, 19.140 pessoas participaram das 520 horas de debates. Divulgado no fim do evento e entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o documento do G20 defende, além da taxação dos super-ricos, a adesão de mais países à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a e a criação do Fundo Floresta Tropical para Sempre. — Ficou um documento muito redondo, equilibrado, com contundência — disse Macêdo. *Do Valor Econômico

Nov 17, 2024 - 15:16
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Apoio de Trump à taxação de super-ricos dependerá de escolha entre 'política de Estado ou ideologizada', avalia ministro

Márcio Macêdo observa que nomeações do republicano para gabinete já sinalizam posicionamento; pauta é uma das principais propostas do Brasileiro na presidência do G20 A escolha entre adoção de "uma política de Estado ou de uma política ideologizada" decidirá o apoio do governo do presidente eleito americano Donald Trump à taxação dos super-ricos. A avaliação foi feita neste domingo pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo. A taxação dos super-ricos é uma das principais propostas do governo brasileiro na presidência do G20. Entraves: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes do G20 no Rio Contexto: Negociadores do G20 viram madrugada para tentar alcançar consenso sobre declaração presidencial — Se for mantida a cultura americana de ter uma política de Estado, [a proposta] poderá ter apoio — disse o ministro na chegada ao hotel em que participará de reuniões bilaterais para tratar do G20 Social. Macêdo reconheceu, no entanto, que alguns dos nomes indicados por Trump até aqui para compor o próprio gabinete estão mais ligados a uma ala ideológica de sua base de apoio. — As escolhas dão alguns sinais — disse. A proposta elaborada pelo economista francês Gabriel Zucman e apresentada pelo governo brasileiro é taxar em pelo menos 2%, anualmente e em todo planeta, os patrimônios superiores a US$ 1 bilhão de pessoas físicas. Zucman calcula que a alíquota poderia gerar US$ 250 bilhões por ano em arrecadação. U20: 'Não haverá paz nas cidades se não houver paz no mundo', diz Lula ao mencionar destruição de Faixa de Gaza por Israel O ministro garantiu, porém, que a relação entre Brasil e Estados Unidos continuará produtiva independentemente do apoio à proposta, já que os "dois países que têm relações comerciais muito fortes". Macêdo foi o principal responsável pela organização do G20 Social, evento realizado pela primeira vez neste ano, sob a presidência brasileira, como maneira de ampliar o debate de pautas sociais durante o G20. O ministro revelou que 49.498 pessoas se inscreveram para os três dias de evento, realizado no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. Desse grupo, 19.140 pessoas participaram das 520 horas de debates. Divulgado no fim do evento e entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o documento do G20 defende, além da taxação dos super-ricos, a adesão de mais países à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a e a criação do Fundo Floresta Tropical para Sempre. — Ficou um documento muito redondo, equilibrado, com contundência — disse Macêdo. *Do Valor Econômico

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