Novo ataque russo à Ucrânia faz países tentarem reabrir discussão sobre documento final do G20
Governo brasileiro vê texto como 'fechado' e dependendo de poucos acertos bilaterais; ofensiva russa ameaça tensionar conversas na reta final Um ataque russo de grandes proporções à Ucrânia na noite deste sábado já se refletiu nas negociações finais para a declaração do G20, no Rio de Janeiro. Após as tratativas deste fim de semana, o governo brasileiro considerou o texto “fechado” e pronto, portanto, para ser encaminhado aos presidentes dos países do bloco. Reta final: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes do G20 no Rio Janja X Musk: entenda confusão que dominou as redes e fez Lula se pronunciar Mas a dimensão da ofensiva da Rússia, que lançou centenas de mísseis contra a Ucrânia nas últimas horas, fez aliados de Volodymyr Zelensky tentarem reabrir as discussões sobre a parte geopolítica do documento. Trata-se da maior agressão russa aos ucranianos em meses. Esse é um dos pontos que entraram no radar da diplomacia brasileira e que pode tensionar as conversas nas horas que antecedem o encontro de chefes de Estado, previsto para começar na segunda-feira às 10h. Alcançar o consenso para a declaração final do G20 dependerá do sucesso de acertos bilaterais que irão ocorrer ao longo deste domingo. A diplomacia brasileira avalia que o texto alcançou o ponto de maturação necessário. Agora, restariam apenas ajustes finos para resolver sensibilidades pontuais de alguns países, segundo fontes a par das tratativas. A Argentina vem desde o primeiro dia externando objeções a pontos do documento, em áreas como clima, gênero e taxação de super-ricos. As conversas com os representantes de Javier Milei seguirão, mas a postura final dos argentinos ainda é uma incógnita, já que eles se isolaram, diz um integrante da delegação do Brasil. A aposta de parte da diplomacia brasileira, contudo, é que são boas as chances de, ao fim, a Argentina embarcar no texto. O risco para Milei de bancar sozinho o isolamento seria alto. Apesar de seu aliado Donald Trump ter sido eleito, é o time de Joe Biden que negocia o texto da cúpula do Rio e não há intenção da delação americana em bloquear o entendimento. Os Estados Unidos, porém, também abriram divergência ao longo da negociação em alguns pontos, como a redação sobre a reforma no Fundo Monetário Internacional (FMI). Como esperado, a parte que trata dos conflitos como Guerra da Ucrânia e Gaza foi o mais sensível da rodada de conversas. A estratégia da presidência brasileira foi justamente deixá-lo para o fim das tratativas, antecipando que países como Rússia, Estados Unidos, Alemanha e França teriam ressalvas. Um diplomata brasileiro diz que há otimismo entre os negociadores diante da forma como as delegações vêm se comportando. Ele lembra que, em Nova Delhi, por exemplo, havia muito mais animosidade não só no debate dos temas geopolíticos, mas uma certa indisposição dos chineses diante da presidência indiana. No Rio, até o momento, tudo vinha sendo tratado dentro do esperado. A exceção é a Argentina, que confirmou sua dificuldade com menções relacionadas à agenda 2030 da ONU e gênero, mas ameaçou ampliar a divergência.
Governo brasileiro vê texto como 'fechado' e dependendo de poucos acertos bilaterais; ofensiva russa ameaça tensionar conversas na reta final Um ataque russo de grandes proporções à Ucrânia na noite deste sábado já se refletiu nas negociações finais para a declaração do G20, no Rio de Janeiro. Após as tratativas deste fim de semana, o governo brasileiro considerou o texto “fechado” e pronto, portanto, para ser encaminhado aos presidentes dos países do bloco. Reta final: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes do G20 no Rio Janja X Musk: entenda confusão que dominou as redes e fez Lula se pronunciar Mas a dimensão da ofensiva da Rússia, que lançou centenas de mísseis contra a Ucrânia nas últimas horas, fez aliados de Volodymyr Zelensky tentarem reabrir as discussões sobre a parte geopolítica do documento. Trata-se da maior agressão russa aos ucranianos em meses. Esse é um dos pontos que entraram no radar da diplomacia brasileira e que pode tensionar as conversas nas horas que antecedem o encontro de chefes de Estado, previsto para começar na segunda-feira às 10h. Alcançar o consenso para a declaração final do G20 dependerá do sucesso de acertos bilaterais que irão ocorrer ao longo deste domingo. A diplomacia brasileira avalia que o texto alcançou o ponto de maturação necessário. Agora, restariam apenas ajustes finos para resolver sensibilidades pontuais de alguns países, segundo fontes a par das tratativas. A Argentina vem desde o primeiro dia externando objeções a pontos do documento, em áreas como clima, gênero e taxação de super-ricos. As conversas com os representantes de Javier Milei seguirão, mas a postura final dos argentinos ainda é uma incógnita, já que eles se isolaram, diz um integrante da delegação do Brasil. A aposta de parte da diplomacia brasileira, contudo, é que são boas as chances de, ao fim, a Argentina embarcar no texto. O risco para Milei de bancar sozinho o isolamento seria alto. Apesar de seu aliado Donald Trump ter sido eleito, é o time de Joe Biden que negocia o texto da cúpula do Rio e não há intenção da delação americana em bloquear o entendimento. Os Estados Unidos, porém, também abriram divergência ao longo da negociação em alguns pontos, como a redação sobre a reforma no Fundo Monetário Internacional (FMI). Como esperado, a parte que trata dos conflitos como Guerra da Ucrânia e Gaza foi o mais sensível da rodada de conversas. A estratégia da presidência brasileira foi justamente deixá-lo para o fim das tratativas, antecipando que países como Rússia, Estados Unidos, Alemanha e França teriam ressalvas. Um diplomata brasileiro diz que há otimismo entre os negociadores diante da forma como as delegações vêm se comportando. Ele lembra que, em Nova Delhi, por exemplo, havia muito mais animosidade não só no debate dos temas geopolíticos, mas uma certa indisposição dos chineses diante da presidência indiana. No Rio, até o momento, tudo vinha sendo tratado dentro do esperado. A exceção é a Argentina, que confirmou sua dificuldade com menções relacionadas à agenda 2030 da ONU e gênero, mas ameaçou ampliar a divergência.
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