A cidade vermelha: conheça as cores, os sabores e os luxos de Marrakech
A cidade mais visitada do Marrocos ganhou o apelido pelo tom terracota garantido e mantido por lei As cores fortes, os sabores marcantes, a arquitetura imponente, os palácios e jardins com atmosfera mágica fazem de Marrakech um cenário único, daqueles imaginados nos melhores sonhos e vistos em filmes. A “cidade vermelha”, uma das quatro imperiais e de longe a mais visitada do Marrocos, construída no século XI, ganhou o apelido pelo tom terracota garantido e mantido por lei em cada parede erguida. A única exceção é o Jardin Majorelle, famoso pelo azul-cobalto em contraste com o amarelo. O oásis, criado pelo pintor francês Jacques Majorelle (1886-1962) há exatos cem anos, reúne mais de 300 espécies exóticas do mundo inteiro, com destaque para as coloridas buganvílias. Após a morte de Jacques, o estilista Yves Saint Laurent (1936-2008) e o empresário Pierre Bergé (1930-2017) assumiram o lugar. Além de preservarem o jardim, o casal deixou o Museu de Artes Berberes, com 400 peças de joalheria e vestuário do povo nômade de sua coleção pessoal. As filas para entrar são longas, assim como as para fotos em points instagramáveis, mas a visita vale cada minuto. Tecidos, tapetes, almofadas e sapatilhas no mercado Getty Images A poucos passos dali, encontra-se o Museu Yves Saint Laurent. “Yves Saint Laurent e eu descobrimos Marrakech em 1966, e aquela terra virou nossa segunda pátria”, explicou Bergé ao anunciar a abertura do museu, em 2016. Lá dentro, são mais de 15 mil acessórios e cinco mil itens de vestuário, além de centenas de croquis. “Só existem dois museus YSL no mundo, um em Paris e outro aqui em Marrakech”, orgulha-se o guia Maelainaine Belmoudden, um dos muitos que fala português perfeito por lá. Outra parada obrigatória para os fãs de arquitetura é o Museu das Confluências. A construção, típica do século XVIII, guarda mosaicos impressionantes e um jardim repleto de laranjeiras. Cansou de tanto bater perna? Vale um respiro e uma xícara de café no Bacha Coffee antes de partir para o mercado na Medina (a cidade antiga, cercada por uma muralha de 13 quilômetros). “Não me senti segura em Marrakech”. O relato é comum entre as mulheres. “Há um olhar curioso sobre nós, sim, que pode ser confundido entre olhar de assédio e de interesse comercial. Por isso, sugiro que as mulheres viajem em grupo e, de preferência, com um guia local”, sugere Gilsimara Caresia, da GirlsGo Viagens. “Os marroquinos estão mais abertos na questão das roupas das turistas. As europeias de regata e shortinho ajudaram a quebrar o tabu. Mas não acho que custa usar vestido longo, com mangas e ter sempre uma echarpe em mãos.” Sapatos confortáveis são recomendados na hora de se perder pelas ruelas sinuosas do mercado. Apaixonados por décor podem ficar em transe diante de tantas opções de cerâmicas coloridas para levar para casa como souvenir. O aroma dos temperos, o paredão de sapatilhas de couro típicas e a vasta oferta de vestidos bordados fazem a turista aprender a negociar com os comerciantes locais — uma prática tão folclórica quanto divertida. E jamais se esqueça: sempre dá para barganhar, nem que seja um pouco. Tudo isso em meio ao vaivém frenético dos moradores, a bordo de motos barulhentas ou de charretes puxadas por burricos. O guia Maelainaine Belmoudden sugere alguns endereços, entre eles a ZL Gallery, uma loja de três andares com pilhas e pilhas de tapetes e objetos de arte. “Podemos enviar para o Brasil”, o dono da loja oferece. Mesmo para quem não quer comprar nada, vale ir até o último andar, onde fica o terraço com vista para os telhados da medina e, no horizonte, é possível avistar as montanhas Atlas, a cordilheira que atravessa o Marrocos, a Argélia e a Tunísia. Simpático, o comerciante costuma oferecer chá de hortelã, servido em jarra de prata. Ao fim do passeio, procure uma saída pelo acesso à praça Jemaa El-Fnaa, Patrimônio Imaterial da Humanidade. Para quem busca lojas, digamos, mais tradicionais, há um comércio nos arredores do Jardin Majorelle, com a Chabi Chic, famosa pelas cerâmicas, e a Moro Marrakech, um pequeno complexo com restaurante, multimarcas, produtos de beleza e hotel-boutique. Cerâmicas da Chabi Chic, que tem loja nos arredores do Majorelle. Joana Dale A cerca de 10 minutos da Medina, o Mandarin Oriental é uma das mais luxuosas opções de hospedagem (diárias a partir de R$ 7.500). As vilas de 200 metros quadrados, cada, são equipadas com piscina, jacuzzi, sauna e ambientes de estar. Nas áreas comuns, o spa é considerado um dos melhores da cidade. Outro destaque do hotel ligado ao bem-estar é o almoço na horta: os chefs preparam os pratos com ingredientes colhidos na hora. Mais fresco, impossível. Mesmo para quem não está lá hospedado, vale a visita pelos restaurantes: o cantonês Ling Ling, o Shirvan, com cardápio inspirado na Rota da Seda, e o mediterrâneo à beira da cinematográfica piscina — o brunch servido aos domingos é superfamoso. Conheça o hotel luxuoso Mandarim Oriental Como chegar lá? A Royal Ai
A cidade mais visitada do Marrocos ganhou o apelido pelo tom terracota garantido e mantido por lei As cores fortes, os sabores marcantes, a arquitetura imponente, os palácios e jardins com atmosfera mágica fazem de Marrakech um cenário único, daqueles imaginados nos melhores sonhos e vistos em filmes. A “cidade vermelha”, uma das quatro imperiais e de longe a mais visitada do Marrocos, construída no século XI, ganhou o apelido pelo tom terracota garantido e mantido por lei em cada parede erguida. A única exceção é o Jardin Majorelle, famoso pelo azul-cobalto em contraste com o amarelo. O oásis, criado pelo pintor francês Jacques Majorelle (1886-1962) há exatos cem anos, reúne mais de 300 espécies exóticas do mundo inteiro, com destaque para as coloridas buganvílias. Após a morte de Jacques, o estilista Yves Saint Laurent (1936-2008) e o empresário Pierre Bergé (1930-2017) assumiram o lugar. Além de preservarem o jardim, o casal deixou o Museu de Artes Berberes, com 400 peças de joalheria e vestuário do povo nômade de sua coleção pessoal. As filas para entrar são longas, assim como as para fotos em points instagramáveis, mas a visita vale cada minuto. Tecidos, tapetes, almofadas e sapatilhas no mercado Getty Images A poucos passos dali, encontra-se o Museu Yves Saint Laurent. “Yves Saint Laurent e eu descobrimos Marrakech em 1966, e aquela terra virou nossa segunda pátria”, explicou Bergé ao anunciar a abertura do museu, em 2016. Lá dentro, são mais de 15 mil acessórios e cinco mil itens de vestuário, além de centenas de croquis. “Só existem dois museus YSL no mundo, um em Paris e outro aqui em Marrakech”, orgulha-se o guia Maelainaine Belmoudden, um dos muitos que fala português perfeito por lá. Outra parada obrigatória para os fãs de arquitetura é o Museu das Confluências. A construção, típica do século XVIII, guarda mosaicos impressionantes e um jardim repleto de laranjeiras. Cansou de tanto bater perna? Vale um respiro e uma xícara de café no Bacha Coffee antes de partir para o mercado na Medina (a cidade antiga, cercada por uma muralha de 13 quilômetros). “Não me senti segura em Marrakech”. O relato é comum entre as mulheres. “Há um olhar curioso sobre nós, sim, que pode ser confundido entre olhar de assédio e de interesse comercial. Por isso, sugiro que as mulheres viajem em grupo e, de preferência, com um guia local”, sugere Gilsimara Caresia, da GirlsGo Viagens. “Os marroquinos estão mais abertos na questão das roupas das turistas. As europeias de regata e shortinho ajudaram a quebrar o tabu. Mas não acho que custa usar vestido longo, com mangas e ter sempre uma echarpe em mãos.” Sapatos confortáveis são recomendados na hora de se perder pelas ruelas sinuosas do mercado. Apaixonados por décor podem ficar em transe diante de tantas opções de cerâmicas coloridas para levar para casa como souvenir. O aroma dos temperos, o paredão de sapatilhas de couro típicas e a vasta oferta de vestidos bordados fazem a turista aprender a negociar com os comerciantes locais — uma prática tão folclórica quanto divertida. E jamais se esqueça: sempre dá para barganhar, nem que seja um pouco. Tudo isso em meio ao vaivém frenético dos moradores, a bordo de motos barulhentas ou de charretes puxadas por burricos. O guia Maelainaine Belmoudden sugere alguns endereços, entre eles a ZL Gallery, uma loja de três andares com pilhas e pilhas de tapetes e objetos de arte. “Podemos enviar para o Brasil”, o dono da loja oferece. Mesmo para quem não quer comprar nada, vale ir até o último andar, onde fica o terraço com vista para os telhados da medina e, no horizonte, é possível avistar as montanhas Atlas, a cordilheira que atravessa o Marrocos, a Argélia e a Tunísia. Simpático, o comerciante costuma oferecer chá de hortelã, servido em jarra de prata. Ao fim do passeio, procure uma saída pelo acesso à praça Jemaa El-Fnaa, Patrimônio Imaterial da Humanidade. Para quem busca lojas, digamos, mais tradicionais, há um comércio nos arredores do Jardin Majorelle, com a Chabi Chic, famosa pelas cerâmicas, e a Moro Marrakech, um pequeno complexo com restaurante, multimarcas, produtos de beleza e hotel-boutique. Cerâmicas da Chabi Chic, que tem loja nos arredores do Majorelle. Joana Dale A cerca de 10 minutos da Medina, o Mandarin Oriental é uma das mais luxuosas opções de hospedagem (diárias a partir de R$ 7.500). As vilas de 200 metros quadrados, cada, são equipadas com piscina, jacuzzi, sauna e ambientes de estar. Nas áreas comuns, o spa é considerado um dos melhores da cidade. Outro destaque do hotel ligado ao bem-estar é o almoço na horta: os chefs preparam os pratos com ingredientes colhidos na hora. Mais fresco, impossível. Mesmo para quem não está lá hospedado, vale a visita pelos restaurantes: o cantonês Ling Ling, o Shirvan, com cardápio inspirado na Rota da Seda, e o mediterrâneo à beira da cinematográfica piscina — o brunch servido aos domingos é superfamoso. Conheça o hotel luxuoso Mandarim Oriental Como chegar lá? A Royal Air Maroc está retomando os voos diretos entre Brasil e Marrocos. Serão três vezes por semana, a partir de 7 de dezembro, na rota São Paulo-Casablanca. Para quem sai do Rio, e gosta da ideia de fazer uma paradinha na Europa, os voos Rio-Madri-Marrakech ou Rio-Lisboa-Marrakech são opções a serem consideradas via TAP e Iberia. A jornalista viajou a convite do Mandarin Oriental Marrakech e Turespaña.
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