Uruguai vota neste domingo para presidente com Orsi e Delgado empatados nas pesquisas
Candidato da Frente Ampla, do ex-presidente Mujica, lidera as sondagens, mas é seguido de perto pelo líder da aliança governista Os uruguaios elegem, neste domingo, seu próximo presidente em um segundo turno com resultado ainda em aberto, que pode marcar a volta ao poder da esquerda ou a continuidade da coalizão de centro direita após cinco anos de governo. Yamandú Orsi, um professor de história de 57 anos, da opositora Frente Ampla (do ex-presidente José Mujica), enfrenta Álvaro Delgado, um veterinário de 55 anos, do Partido Nacional, que lidera a aliança governista. O vencedor sucederá, em 1º de março, o presidente Luis Lacalle Pou, com um nível de aprovação perto de 50%, mas impedido constitucionalmente de disputar a reeleição. Mentor de Orsi: 'Capaz que seja meu último voto', diz Mujica sobre as eleições no Uruguai 'Nunca celebraram': Livro conta como um grupo de guerrilheiras fugiu da prisão durante a ditadura no Uruguai A votação começou às 8h (mesmo horário em Brasília) e se estenderá até 19h30. Os resultados devem sair cerca de 2 horas depois. Em 27 de outubro, Orsi obteve 43,9% dos votos, muito à frente de Delgado (26,7%), embora este agora conte com o apoio de todos os partidos da coalizão governista, que juntos obtiveram 47,7% dos votos. Orsi lidera todas as pesquisas, mas seguido de perto por Delgado, por uma diferença que diminuiu nos últimos dias e se situa dentro das margens de erro. O candidato da Frente Ampla, Yamandú Orsi, vota nas eleições presidenciais do Uruguai EITAN ABRAMOVICH / AFP Orsi disse à imprensa após votar no departamento de Canelones — onde foi intendente durante uma década — que, tendo em conta o que mostraram as últimas sondagens, espera que o resultado seja equilibrado. Também assegurou ter a "governabilidade" para impulsionar "as transformações de que o país precisa". Em março: Pré-candidato à Presidência no Uruguai é denunciado por mulher trans por agressão O candidato da coalizão governista, Alvaro Delgado, vota em Montevidéu, Uruguai DANTE FERNANDEZ / AFP Delgado, por sua vez, declarou que quer ser "o presidente de todos os uruguaios" e adicionou que chamaria seu adversário para ingressar em seu governo caso seja eleito. — Queremos ir ao encontro e buscar linhas de acordo — disse Delgado, ex-secretário da Presidência de Lacalle Pou, confiando em que "uma maioria silenciosa" lhe dará a vitória porque o Uruguai está "melhor" do que em 2019. 'Me interessa o destino dos jovens' A Frente Ampla espera voltar ao governo, perdido em 2020 após três mandatos consecutivos, um deles com Mujica (2010-2015). O ex-guerrilheiro de 89 anos, que se recupera de um câncer no esôfago, votou cedo em Montevidéu. — Meu futuro mais próximo é o cemitério, mas me interessa o destino dos jovens, que quando tiverem a minha idade vão viver em um mundo muito diferente — disse Mujica, cercado por jornalistas, pedindo às pessoas que se preparem para "o advento da sociedade da inteligência". Apesar da saúde frágil, Mujica teve uma participação ativa no final da campanha. Em reuniões com moradores e várias entrevistas, ele criticou a avareza de alguns políticos, as corporações e o presidente em fim de mandato Lacalle Pou. Também questionou o "consumismo abominável", e falou sobre seu legado em uma espécie de despedida que emocionou muitas pessoas. 'Vou continuar com a minha vida normalmente': Mujica descarta tratar tumor fora do Uruguai e agradece apoio Pepe Mujica vota em eleição presidencial no Uruguai Santiago Mazzarovich / AFP 'Governabilidade' e 'maioria silenciosa' O Uruguai vai às urnas como a democracia mais sólida da América Latina, com alta renda per capita e menores níveis de pobreza e desigualdade frente ao resto da região. A situação econômica e a criminalidade dominam as preocupações dos eleitores deste país agropecuário, com 3,4 milhões de habitantes e 12 milhões de cabeças de gado. — Para os trabalhadores, estes cinco anos não foram nada bons — disse à AFP Gustavo Maya, um distribuidor de botijões de gás de 34 anos, eleitor de Orsi. — Ando todo dia na rua e o que me preocupa é a insegurança. Vejo muitos assaltos, cada vez mais homicídios, pouca polícia. William Leal, um pedreiro de 38 anos, disse que votará em Delgado. — Quero que este governo continue porque no setor da construção houve muito mais trabalho — disse. — O dinheiro rende mais. Embora continue caro, melhorou. Vença quem vencer, não se antecipa uma reviravolta. Orsi prometeu "uma mudança segura, que não será radical" e Delgado, avançar na via atual. No entanto, o tema dos impostos gerou atritos no único debate da campanha. Ambos se comprometeram a não aumentar a carga tributária, mas Delgado questionou a promessa do adversário, afirmando que o programa da Frente Ampla o prevê. Os dois têm dito que vão impulsionar o crescimento, em recuperação após a desaceleração provocada pela pandemia e por uma seca histórica. Também apostam em reduzir o déficit fiscal e combater o aumento da criminalidade vinculada ao narcotráfic
Candidato da Frente Ampla, do ex-presidente Mujica, lidera as sondagens, mas é seguido de perto pelo líder da aliança governista Os uruguaios elegem, neste domingo, seu próximo presidente em um segundo turno com resultado ainda em aberto, que pode marcar a volta ao poder da esquerda ou a continuidade da coalizão de centro direita após cinco anos de governo. Yamandú Orsi, um professor de história de 57 anos, da opositora Frente Ampla (do ex-presidente José Mujica), enfrenta Álvaro Delgado, um veterinário de 55 anos, do Partido Nacional, que lidera a aliança governista. O vencedor sucederá, em 1º de março, o presidente Luis Lacalle Pou, com um nível de aprovação perto de 50%, mas impedido constitucionalmente de disputar a reeleição. Mentor de Orsi: 'Capaz que seja meu último voto', diz Mujica sobre as eleições no Uruguai 'Nunca celebraram': Livro conta como um grupo de guerrilheiras fugiu da prisão durante a ditadura no Uruguai A votação começou às 8h (mesmo horário em Brasília) e se estenderá até 19h30. Os resultados devem sair cerca de 2 horas depois. Em 27 de outubro, Orsi obteve 43,9% dos votos, muito à frente de Delgado (26,7%), embora este agora conte com o apoio de todos os partidos da coalizão governista, que juntos obtiveram 47,7% dos votos. Orsi lidera todas as pesquisas, mas seguido de perto por Delgado, por uma diferença que diminuiu nos últimos dias e se situa dentro das margens de erro. O candidato da Frente Ampla, Yamandú Orsi, vota nas eleições presidenciais do Uruguai EITAN ABRAMOVICH / AFP Orsi disse à imprensa após votar no departamento de Canelones — onde foi intendente durante uma década — que, tendo em conta o que mostraram as últimas sondagens, espera que o resultado seja equilibrado. Também assegurou ter a "governabilidade" para impulsionar "as transformações de que o país precisa". Em março: Pré-candidato à Presidência no Uruguai é denunciado por mulher trans por agressão O candidato da coalizão governista, Alvaro Delgado, vota em Montevidéu, Uruguai DANTE FERNANDEZ / AFP Delgado, por sua vez, declarou que quer ser "o presidente de todos os uruguaios" e adicionou que chamaria seu adversário para ingressar em seu governo caso seja eleito. — Queremos ir ao encontro e buscar linhas de acordo — disse Delgado, ex-secretário da Presidência de Lacalle Pou, confiando em que "uma maioria silenciosa" lhe dará a vitória porque o Uruguai está "melhor" do que em 2019. 'Me interessa o destino dos jovens' A Frente Ampla espera voltar ao governo, perdido em 2020 após três mandatos consecutivos, um deles com Mujica (2010-2015). O ex-guerrilheiro de 89 anos, que se recupera de um câncer no esôfago, votou cedo em Montevidéu. — Meu futuro mais próximo é o cemitério, mas me interessa o destino dos jovens, que quando tiverem a minha idade vão viver em um mundo muito diferente — disse Mujica, cercado por jornalistas, pedindo às pessoas que se preparem para "o advento da sociedade da inteligência". Apesar da saúde frágil, Mujica teve uma participação ativa no final da campanha. Em reuniões com moradores e várias entrevistas, ele criticou a avareza de alguns políticos, as corporações e o presidente em fim de mandato Lacalle Pou. Também questionou o "consumismo abominável", e falou sobre seu legado em uma espécie de despedida que emocionou muitas pessoas. 'Vou continuar com a minha vida normalmente': Mujica descarta tratar tumor fora do Uruguai e agradece apoio Pepe Mujica vota em eleição presidencial no Uruguai Santiago Mazzarovich / AFP 'Governabilidade' e 'maioria silenciosa' O Uruguai vai às urnas como a democracia mais sólida da América Latina, com alta renda per capita e menores níveis de pobreza e desigualdade frente ao resto da região. A situação econômica e a criminalidade dominam as preocupações dos eleitores deste país agropecuário, com 3,4 milhões de habitantes e 12 milhões de cabeças de gado. — Para os trabalhadores, estes cinco anos não foram nada bons — disse à AFP Gustavo Maya, um distribuidor de botijões de gás de 34 anos, eleitor de Orsi. — Ando todo dia na rua e o que me preocupa é a insegurança. Vejo muitos assaltos, cada vez mais homicídios, pouca polícia. William Leal, um pedreiro de 38 anos, disse que votará em Delgado. — Quero que este governo continue porque no setor da construção houve muito mais trabalho — disse. — O dinheiro rende mais. Embora continue caro, melhorou. Vença quem vencer, não se antecipa uma reviravolta. Orsi prometeu "uma mudança segura, que não será radical" e Delgado, avançar na via atual. No entanto, o tema dos impostos gerou atritos no único debate da campanha. Ambos se comprometeram a não aumentar a carga tributária, mas Delgado questionou a promessa do adversário, afirmando que o programa da Frente Ampla o prevê. Os dois têm dito que vão impulsionar o crescimento, em recuperação após a desaceleração provocada pela pandemia e por uma seca histórica. Também apostam em reduzir o déficit fiscal e combater o aumento da criminalidade vinculada ao narcotráfico. Mais de 2,7 milhões de uruguaios estão habilitados a votar no segundo turno, no qual o vencedor será definido por uma maioria simples. No Uruguai, o voto é obrigatório e não existe o voto consular, razão pela qual é aguardada a vinda de milhares de uruguaios residentes na vizinha Argentina. Com AFP.
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