Ucrânia se prepara para ataque russo 'iminente' com milhares de soldados norte-coreanos
Segundo o Pentágono, militares da Coreia do Norte chegaram à região de Kursk, no oeste da Rússia, onde se espera que apoiem os esforços de Moscou para recuperar a área Os Estados Unidos alertaram nesta segunda-feira que soldados norte-coreanos estavam se deslocando para a região de Kursk, no oeste da Rússia, que a Ucrânia invadiu em agosto, enquanto as forças ucranianas se preparavam para o que, segundo eles, poderiam ser ataques iminentes envolvendo as novas tropas. Eixo do mal 2.0: Como Coreia do Norte, China, Irã e Rússia formaram um 'quarteto do caos' para os EUA Entenda: O que a Coreia do Norte ganha enviando tropas para lutar na Rússia contra a Ucrânia? De acordo com o Pentágono, a Coreia do Norte já enviou cerca de 10 mil soldados para treinar no leste da Rússia, com muitos deles se deslocando para o campo de batalha na região de Kursk. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, confirmou na segunda-feira que as tropas norte-coreanas haviam sido enviadas para Kursk, dizendo que isso representava “uma expansão perigosa” da guerra. Autoridades ucranianas e norte-americanas afirmaram na semana passada que vários milhares de soldados norte-coreanos haviam chegado à área de Kursk. Eles fazem parte de um contingente maior, de até 10 mil soldados, que a Coreia do Norte estaria preparando para enviar para o lado russo da frente de batalha, de acordo com autoridades em Kiev e Seul, na Coreia do Sul. Galerias Relacionadas Especialistas militares afirmam que esse é um número muito pequeno para afetar a situação geral no campo de batalha, para onde ambos os lados enviaram centenas de milhares de soldados, mas potencialmente suficiente para ajudar Moscou a recuperar seu território na região de Kursk. — À medida que seu número aumenta, acredito que seu impacto seja visto pelo progresso de um contra-ataque russo constante — disse John Foreman, ex-adido de defesa britânico em Moscou e Kiev. Não está claro, entretanto, como exatamente os soldados norte-coreanos apoiarão o contra-ataque russo na região de Kursk. Analistas dizem que os militares poderiam ser usados em ataques diretos ou para proteger áreas atrás da zona de combate, liberando assim as forças russas para ataques, mas sua eficácia em batalha não foi testada e poderia ser prejudicada por problemas de coordenação com os russos. Initial plugin text Na sexta-feira, o presidente Volodymyr Zelenskyy da Ucrânia comentou que as tropas norte-coreanas deveriam entrar em operações de combate no início desta semana. Um soldado ucraniano que está lutando na área de Kursk disse ter sido avisado por seus comandantes que um ataque poderia ser iminente. “Eles nos alertaram sobre um ataque em um futuro próximo”, afirmou o tenente-coronel Artem Kholodkevych, vice-comandante da 61ª Brigada Mecanizada da Ucrânia, no sábado, por mensagem de texto. “Provavelmente nos próximos dias”. As forças russas têm lutado para recuperar centenas de quilômetros quadrados de terras tomadas pelas tropas ucranianas na região de Kursk durante uma ofensiva transfronteiriça surpresa em agosto. Nas últimas semanas, a Rússia reconquistou vários vilarejos, e especialistas militares dizem que o envio de soldados norte-coreanos poderia reforçar os contra-ataques russos. A recaptura total da área ocupada pelos ucranianos pela Rússia prejudicaria um dos principais objetivos da ofensiva transfronteiriça de Kiev: a apreensão de terras que poderiam ser usadas como alavanca para pressionar Moscou a negociar o fim da guerra. Mas, segundo os especialistas, ainda não se sabe como os norte-coreanos se sairão no campo de batalha. As tropas norte-coreanas não lutam em uma guerra desde a década de 1950 e, se forem enviadas para a linha de frente, enfrentarão soldados ucranianos experientes em batalhas. Sabrina Singh, vice-secretária de imprensa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira que não tinha detalhes sobre o tipo de tropas que a Coreia do Norte estaria enviando ou que tipo de armas eles possuiriam. Viktor Kevliuk, um coronel ucraniano aposentado que agora trabalha para o Centro de Estratégias de Defesa, com sede em Kiev, disse que coordená-los com as tropas russas também seria complexo porque eles não falam a mesma língua, foram treinados de forma diferente e não estão familiarizados com o terreno onde lutarão. — Pode ser uma grande dor de cabeça para o Exército russo, que não está acostumado a ter grandes unidades estrangeiras sob seu comando — avaliou Wolfgang Ischinger, ex-embaixador alemão em Washington e presidente da Conferência de Segurança de Munique. Os serviços de inteligência militar ucranianos disseram que a Rússia planejava designar um intérprete para cada 30 soldados norte-coreanos, a fim de melhorar a coordenação com as tropas russas no campo de batalha. Essa afirmação não pôde ser verificada de forma independente. A ofensiva surpresa da Ucrânia na região de Kursk, no oeste da Rússia, em agosto, permitiu a rápida tomada de cerca de 640 quilômetros quadrados de
Segundo o Pentágono, militares da Coreia do Norte chegaram à região de Kursk, no oeste da Rússia, onde se espera que apoiem os esforços de Moscou para recuperar a área Os Estados Unidos alertaram nesta segunda-feira que soldados norte-coreanos estavam se deslocando para a região de Kursk, no oeste da Rússia, que a Ucrânia invadiu em agosto, enquanto as forças ucranianas se preparavam para o que, segundo eles, poderiam ser ataques iminentes envolvendo as novas tropas. Eixo do mal 2.0: Como Coreia do Norte, China, Irã e Rússia formaram um 'quarteto do caos' para os EUA Entenda: O que a Coreia do Norte ganha enviando tropas para lutar na Rússia contra a Ucrânia? De acordo com o Pentágono, a Coreia do Norte já enviou cerca de 10 mil soldados para treinar no leste da Rússia, com muitos deles se deslocando para o campo de batalha na região de Kursk. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, confirmou na segunda-feira que as tropas norte-coreanas haviam sido enviadas para Kursk, dizendo que isso representava “uma expansão perigosa” da guerra. Autoridades ucranianas e norte-americanas afirmaram na semana passada que vários milhares de soldados norte-coreanos haviam chegado à área de Kursk. Eles fazem parte de um contingente maior, de até 10 mil soldados, que a Coreia do Norte estaria preparando para enviar para o lado russo da frente de batalha, de acordo com autoridades em Kiev e Seul, na Coreia do Sul. Galerias Relacionadas Especialistas militares afirmam que esse é um número muito pequeno para afetar a situação geral no campo de batalha, para onde ambos os lados enviaram centenas de milhares de soldados, mas potencialmente suficiente para ajudar Moscou a recuperar seu território na região de Kursk. — À medida que seu número aumenta, acredito que seu impacto seja visto pelo progresso de um contra-ataque russo constante — disse John Foreman, ex-adido de defesa britânico em Moscou e Kiev. Não está claro, entretanto, como exatamente os soldados norte-coreanos apoiarão o contra-ataque russo na região de Kursk. Analistas dizem que os militares poderiam ser usados em ataques diretos ou para proteger áreas atrás da zona de combate, liberando assim as forças russas para ataques, mas sua eficácia em batalha não foi testada e poderia ser prejudicada por problemas de coordenação com os russos. Initial plugin text Na sexta-feira, o presidente Volodymyr Zelenskyy da Ucrânia comentou que as tropas norte-coreanas deveriam entrar em operações de combate no início desta semana. Um soldado ucraniano que está lutando na área de Kursk disse ter sido avisado por seus comandantes que um ataque poderia ser iminente. “Eles nos alertaram sobre um ataque em um futuro próximo”, afirmou o tenente-coronel Artem Kholodkevych, vice-comandante da 61ª Brigada Mecanizada da Ucrânia, no sábado, por mensagem de texto. “Provavelmente nos próximos dias”. As forças russas têm lutado para recuperar centenas de quilômetros quadrados de terras tomadas pelas tropas ucranianas na região de Kursk durante uma ofensiva transfronteiriça surpresa em agosto. Nas últimas semanas, a Rússia reconquistou vários vilarejos, e especialistas militares dizem que o envio de soldados norte-coreanos poderia reforçar os contra-ataques russos. A recaptura total da área ocupada pelos ucranianos pela Rússia prejudicaria um dos principais objetivos da ofensiva transfronteiriça de Kiev: a apreensão de terras que poderiam ser usadas como alavanca para pressionar Moscou a negociar o fim da guerra. Mas, segundo os especialistas, ainda não se sabe como os norte-coreanos se sairão no campo de batalha. As tropas norte-coreanas não lutam em uma guerra desde a década de 1950 e, se forem enviadas para a linha de frente, enfrentarão soldados ucranianos experientes em batalhas. Sabrina Singh, vice-secretária de imprensa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira que não tinha detalhes sobre o tipo de tropas que a Coreia do Norte estaria enviando ou que tipo de armas eles possuiriam. Viktor Kevliuk, um coronel ucraniano aposentado que agora trabalha para o Centro de Estratégias de Defesa, com sede em Kiev, disse que coordená-los com as tropas russas também seria complexo porque eles não falam a mesma língua, foram treinados de forma diferente e não estão familiarizados com o terreno onde lutarão. — Pode ser uma grande dor de cabeça para o Exército russo, que não está acostumado a ter grandes unidades estrangeiras sob seu comando — avaliou Wolfgang Ischinger, ex-embaixador alemão em Washington e presidente da Conferência de Segurança de Munique. Os serviços de inteligência militar ucranianos disseram que a Rússia planejava designar um intérprete para cada 30 soldados norte-coreanos, a fim de melhorar a coordenação com as tropas russas no campo de batalha. Essa afirmação não pôde ser verificada de forma independente. A ofensiva surpresa da Ucrânia na região de Kursk, no oeste da Rússia, em agosto, permitiu a rápida tomada de cerca de 640 quilômetros quadrados de território. Desde então, o exército russo recapturou quase metade dessa área, mas sua resposta tem sido prejudicada pela lentidão no envio de tropas para lá. Especialistas militares afirmam que isso se deve, em grande parte, à decisão do Kremlin de priorizar sua ofensiva no Leste da Ucrânia em detrimento de sua resposta ao ataque ucraniano em seu próprio território. Ainda assim, a presença de tropas ucranianas na região de Kursk tem sido uma pedra no sapato do presidente russo, Vladimir Putin, quebrando sua promessa de que a Rússia estava a salvo de ataques e expondo sua incapacidade de proteger os civis que vivem nas fronteiras. Nos últimos dias, Putin elogiou o sucesso de suas tropas na retomada de vilarejos capturados pelos ucranianos. — Ele está determinado a expulsá-los da Rússia e isso tem levado muito tempo para o seu gosto — acrescentou Foreman. Kevliuk disse esperar que as tropas norte-coreanas sejam usadas em ataques contra as posições ucranianas, seguindo a estratégia russa de longa data de esmagar o outro lado com ondas de ataques terrestres. — As unidades norte-coreanas atacarão as posições mais fortificadas [dos ucranianos] e as tropas regulares russas consolidarão os alvos e linhas capturados — explicou Kevliuk. — A tática russa permanece inalterada: realizar uma superioridade numérica em pessoal com apoio de artilharia. Kiev diz que a Rússia enviou cerca de 50 mil soldados para a região de Kursk, mas não informou o número de ucranianos enviados para lá. Uma análise militar independente sugere que a Ucrânia enviou cerca de 30 mil soldados. Segundo os especialistas, mais 10 mil soldados norte-coreanos poderiam permitir que a Rússia dominasse as forças ucranianas. — Devido ao seu número, é possível que eles tenham um impacto sobre a condução das hostilidades em determinadas áreas — acrescentou Kholodkevych sobre as tropas norte-coreanas. Foreman disse esperar que os norte-coreanos, em vez disso, “permaneçam na defensiva e reforcem a linha de frente”, deixando alguns soldados russos livres para operações ofensivas. Se eles forem usados para ataques diretos, acrescentou, “os russos duvidarão da confiabilidade das tropas norte-coreanas e usá-las pode expor as tropas russas”.
Qual é a sua reação?