Ucrânia diz que autorização dos EUA para uso de mísseis de longo alcance 'pode ser divisor de águas'

Chanceler ucraniano argumenta que quanto 'mais cedo puder atacar, mais curta será guerra' A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de permitir que a Ucrânia ataque o território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA, ou ATACMS, "pode ser um divisor de águas" para Kiev, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Andriy Sybiga, na segunda-feira. A demanda era um clamor antigo dos ucranianos e foi atendido após um ataque "maciço" russo contra a infraestrutura energética do país. Entenda: Como o uso de mísseis de longo alcance contra a Rússia pode afetar a guerra na Ucrânia ATACMS: O que são os mísseis dos EUA que podem ser usados ​​contra a Rússia — Quanto mais cedo a Ucrânia puder atacar, mais curta será a guerra — disse Sybiga a repórteres antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para marcar os mil dias desde a invasão russa na Ucrânia, argumentando que Kiev tem o "pleno direito de atacar alvos militares no território da Rússia". De acordo com fontes do governo americano ouvidas pela imprensa internacional, o destacamento de tropas da Coreia do Norte para lutarem pela Rússia na guerra teria mudado a posição americana sobre o uso dos mísseis. A princípio, as autoridades estavam divididas quanto a permissão, temendo desde uma escalada da guerra até a diminuição no estoque dos EUA do armamento. Mais cedo, durante a Cúpula de líderes do G20, no Rio de Janeiro, Biden instou os chefes de governo e dos EUA a apoiar a soberania da Ucrânia. A declaração ocorreu na presença do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. Vladimir Putin foi convidado para a cúpula de líderes, mas declinou o convite. Reflexos no G20: Ataque massivo da Rússia à Ucrânia às vésperas da cúpula trava trecho crucial da declaração final O Kremlin acusou Biden de alimentar a guerra ao permitir que Kiev utilize os mísseis e prometeu uma "resposta apropriada" se Kiev usar o armamento americano. Dmitri Peskov disse que, com a decisão, Washington joga "mais lenha na fogueira". — Se for oficialmente confirmada, a autorização levaria a uma situação fundamentalmente nova quanto ao envolvimento dos Estados Unidos neste conflito — acrescentou o porta-voz. Em nota, a Chancelaria russa afirmou que "o uso de mísseis de longo alcance por parte de Kiev (...) significaria a implicação direta dos Estados Unidos e seus satélites nas hostilidades com a Rússia, e uma mudança radical na essência e na natureza do conflito": "A resposta da Rússia neste caso será apropriada e se fará sentir", diz o comunicado. Há meses o uso dos chamados Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS, em inglês) era ventilado. Por mais de um ano após o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Casa Branca rejeitou as exigências do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, relativas às armas. Quando os primeiros ATACMS foram enfim enviados à Ucrânia, no último ano, com um alcance menor, de 160km, uma condição era a de que eles não fossem usados para ataque no território russo. Entenda: Coreia do Norte diz que Ocidente usa Ucrânia como 'tropa de choque' contra Rússia Segundo a imprensa americana, os mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA deveriam inicialmente ser usados na região fronteiriça russa de Kursk, onde cerca de 11 mil soldados norte-coreanos foram destacados em apoio às tropas russas. Esse pensamento mudou, porém, depois que mísseis semelhantes foram fornecidos pelo Reino Unido e pela França aos ucranianos no ano passado, e sua utilização em batalhas não provocou uma grande reação russa. Os mísseis Storm Shadows britânicos e os SCALP franceses tinham, inclusive, um alcance maior do que os ATACMS enviados pelos Estados Unidos à Ucrânia no ano passado. A versão enviada era uma munição cluster que disparava 950 pequenas bombas. Armas do tipo são proibidas por um acordo internacional que os EUA não assinaram.

Nov 18, 2024 - 19:21
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Ucrânia diz que autorização dos EUA para uso de mísseis de longo alcance 'pode ser divisor de águas'

Chanceler ucraniano argumenta que quanto 'mais cedo puder atacar, mais curta será guerra' A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de permitir que a Ucrânia ataque o território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA, ou ATACMS, "pode ser um divisor de águas" para Kiev, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Andriy Sybiga, na segunda-feira. A demanda era um clamor antigo dos ucranianos e foi atendido após um ataque "maciço" russo contra a infraestrutura energética do país. Entenda: Como o uso de mísseis de longo alcance contra a Rússia pode afetar a guerra na Ucrânia ATACMS: O que são os mísseis dos EUA que podem ser usados ​​contra a Rússia — Quanto mais cedo a Ucrânia puder atacar, mais curta será a guerra — disse Sybiga a repórteres antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para marcar os mil dias desde a invasão russa na Ucrânia, argumentando que Kiev tem o "pleno direito de atacar alvos militares no território da Rússia". De acordo com fontes do governo americano ouvidas pela imprensa internacional, o destacamento de tropas da Coreia do Norte para lutarem pela Rússia na guerra teria mudado a posição americana sobre o uso dos mísseis. A princípio, as autoridades estavam divididas quanto a permissão, temendo desde uma escalada da guerra até a diminuição no estoque dos EUA do armamento. Mais cedo, durante a Cúpula de líderes do G20, no Rio de Janeiro, Biden instou os chefes de governo e dos EUA a apoiar a soberania da Ucrânia. A declaração ocorreu na presença do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. Vladimir Putin foi convidado para a cúpula de líderes, mas declinou o convite. Reflexos no G20: Ataque massivo da Rússia à Ucrânia às vésperas da cúpula trava trecho crucial da declaração final O Kremlin acusou Biden de alimentar a guerra ao permitir que Kiev utilize os mísseis e prometeu uma "resposta apropriada" se Kiev usar o armamento americano. Dmitri Peskov disse que, com a decisão, Washington joga "mais lenha na fogueira". — Se for oficialmente confirmada, a autorização levaria a uma situação fundamentalmente nova quanto ao envolvimento dos Estados Unidos neste conflito — acrescentou o porta-voz. Em nota, a Chancelaria russa afirmou que "o uso de mísseis de longo alcance por parte de Kiev (...) significaria a implicação direta dos Estados Unidos e seus satélites nas hostilidades com a Rússia, e uma mudança radical na essência e na natureza do conflito": "A resposta da Rússia neste caso será apropriada e se fará sentir", diz o comunicado. Há meses o uso dos chamados Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS, em inglês) era ventilado. Por mais de um ano após o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Casa Branca rejeitou as exigências do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, relativas às armas. Quando os primeiros ATACMS foram enfim enviados à Ucrânia, no último ano, com um alcance menor, de 160km, uma condição era a de que eles não fossem usados para ataque no território russo. Entenda: Coreia do Norte diz que Ocidente usa Ucrânia como 'tropa de choque' contra Rússia Segundo a imprensa americana, os mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA deveriam inicialmente ser usados na região fronteiriça russa de Kursk, onde cerca de 11 mil soldados norte-coreanos foram destacados em apoio às tropas russas. Esse pensamento mudou, porém, depois que mísseis semelhantes foram fornecidos pelo Reino Unido e pela França aos ucranianos no ano passado, e sua utilização em batalhas não provocou uma grande reação russa. Os mísseis Storm Shadows britânicos e os SCALP franceses tinham, inclusive, um alcance maior do que os ATACMS enviados pelos Estados Unidos à Ucrânia no ano passado. A versão enviada era uma munição cluster que disparava 950 pequenas bombas. Armas do tipo são proibidas por um acordo internacional que os EUA não assinaram.

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