Na reta final, Nunes tem poucas armas para frear avanço de Marçal no bolsonarismo

Vice na chapa do prefeito participou de live com o ex-presidente na sexta-feira, mas campanha avalia que os eleitores da direita radical "já estariam convertidos" O último dia de campanha para Ricardo Nunes (MDB), neste sábado, será de imersão na Zona Leste, de maneira semelhante a como começou: com caminhadas na periferia. Aliados do prefeito consideram que qualquer cenário é possível neste domingo, em meio a um empate triplo com Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB). Também avaliam que o debate da TV Globo foi um “zero a zero” em termos de impacto nos votos e admitem que não há como reverter o baixo desempenho do emedebista entre os eleitores bolsonaristas. Pesquisa Datafolha desta quinta mostrou a desidratação de Nunes entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL). Na semana anterior, o prefeito tinha 39% de intenções de voto nesse grupo, contra 43% de Marçal. Agora, tem 32%, ante 51% do empresário. Segundo pesquisas internas, a campanha avalia que é entre os bolsonaristas e evangélicos onde Ricardo mais tem potencial de queda, enquanto ponderam que o eleitor periférico deve apostar nele nas urnas. Na noite desta sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convidou Ricardo de Mello Araújo (PL), vice na chapa de Nunes, para uma "live" nas redes sociais. Na transmissão, pediu que “pelo amor de Deus” os paulistanos “tenham razão” e “não votem pela emoção”. Ele criticou aqueles que falam que “vão unir a direita” e destacou que há o risco de Boulos ganhar em um segundo turno — as pesquisas dão vantagem ao psolista em um eventual confronto contra Marçal. Para o ex-presidente, o resultado deixaria o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) “ensanduichado” com dois governos de esquerda, na prefeitura e no governo federal. — Não é fácil decidir. Eu fui atacado bastante, e hoje estamos aqui abrindo o jogo com você eleitor que vai decidir o futuro de seu país. Estamos jogando tudo isso fora por briguinha, por novos amores — destacou Bolsonaro. Já Mello elogiou “as entregas de Ricardo Nunes”, destacou que é o único candidato que “nunca foi preso, condenado ou indiciado” e que ele ganhar de Boulos no segundo turno. — São Paulo, não está difícil, não. São Paulo vai ter dois turnos. Quem fala que vai ter só um turno, mente. E aí fica fácil o pessoal escolher, a regra começa assim: quem nunca foi preso, condenado, indiciado? Temos o Ricardo Nunes, que é o 15, e temos a extrema-esquerda que é do lado de lá. O único candidato é o Ricardo, é o 15, não tem outro que possa ganhar — disse Mello. A confiança para o dia do pleito está nos votos da camada mais pobre da população e no eleitor indeciso ou com o “voto frágil”, já que não acreditam em pregar para eleitores da direita mais radicais, que já estariam convertidos. Os bairros escolhidos para o ato final são Penha, São Mateus, São Miguel Paulista e Sapopemba, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) deve estar junto de Nunes. Nas últimas semanas, Nunes deixou um pouco de lado as ruas para se reunir com empresários e representantes evangélicos, na intenção de “catequizar” setores sobre a importância de adotar um “caminho seguro” e não a “aposta arriscada” que Marçal representaria. Para isso, colou em Tarcísio. Até acredita que conseguiu algum resultado, mas nos últimos dias viu uma debandada sobretudo de pastores e de nomes bolsonaristas que acumulam milhões de seguidores nas redes, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Marco Feliciano (PL-SP) e Ricardo Salles (Novo-SP), que apoiaram o ex-coach. Não foi uma surpresa, mas reforçou a queda entre os bolsonaristas. Em relação ao debate da Globo, na avaliação de correligionários, o prefeito não teve um mau desempenho, mas também não brilhou como o esperado para conquistar a fatia do eleitor. Por outro lado, integrantes da campanha consideram que ele se saiu bem ao responder diretamente sobre o boletim de ocorrência registrado pela esposa, Regina Nunes, ainda que tenha demorado para isso. Como consideram que todos os adversários foram bem, houve equilíbrio e um "zero a zero". Sem redes sociais Desde esta sexta, está vedado o impulsionamento pago de posts nas redes sociais, que representou um gasto expressivo para Boulos e Nunes. Na quinta, a propaganda eleitoral na TV e rádio também chegou ao fim. Assim, nas últimas 24 horas antes do pleito, consideradas decisivas pelas campanhas, Marçal deve contar com o maior engajamento orgânico (não pago) nas redes sociais. Nunes e Boulos investiram, cada um, cerca de R$ 4 milhões em impulsionamento no último mês de campanha. A estratégia foi pensada para fazer frente à força digital de Marçal, que gastou um oitavo do valor. O prefeito gastou R$ 4,6 milhões em conteúdos pagos no Instagram e Facebook. Ao longo de todo o mês, impulsionou 1.442 posts. Itaquera, na Zona Leste, foi o bairro com mais investimento em publicações segmentadas durante todo o mês: 5,6% do valor total gasto foi com 27 anúncios direcionados para moradores de lá. Os 15 bairros com mai

Oct 4, 2024 - 23:59
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Na reta final, Nunes tem poucas armas para frear avanço de Marçal no bolsonarismo

Vice na chapa do prefeito participou de live com o ex-presidente na sexta-feira, mas campanha avalia que os eleitores da direita radical "já estariam convertidos" O último dia de campanha para Ricardo Nunes (MDB), neste sábado, será de imersão na Zona Leste, de maneira semelhante a como começou: com caminhadas na periferia. Aliados do prefeito consideram que qualquer cenário é possível neste domingo, em meio a um empate triplo com Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB). Também avaliam que o debate da TV Globo foi um “zero a zero” em termos de impacto nos votos e admitem que não há como reverter o baixo desempenho do emedebista entre os eleitores bolsonaristas. Pesquisa Datafolha desta quinta mostrou a desidratação de Nunes entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL). Na semana anterior, o prefeito tinha 39% de intenções de voto nesse grupo, contra 43% de Marçal. Agora, tem 32%, ante 51% do empresário. Segundo pesquisas internas, a campanha avalia que é entre os bolsonaristas e evangélicos onde Ricardo mais tem potencial de queda, enquanto ponderam que o eleitor periférico deve apostar nele nas urnas. Na noite desta sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convidou Ricardo de Mello Araújo (PL), vice na chapa de Nunes, para uma "live" nas redes sociais. Na transmissão, pediu que “pelo amor de Deus” os paulistanos “tenham razão” e “não votem pela emoção”. Ele criticou aqueles que falam que “vão unir a direita” e destacou que há o risco de Boulos ganhar em um segundo turno — as pesquisas dão vantagem ao psolista em um eventual confronto contra Marçal. Para o ex-presidente, o resultado deixaria o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) “ensanduichado” com dois governos de esquerda, na prefeitura e no governo federal. — Não é fácil decidir. Eu fui atacado bastante, e hoje estamos aqui abrindo o jogo com você eleitor que vai decidir o futuro de seu país. Estamos jogando tudo isso fora por briguinha, por novos amores — destacou Bolsonaro. Já Mello elogiou “as entregas de Ricardo Nunes”, destacou que é o único candidato que “nunca foi preso, condenado ou indiciado” e que ele ganhar de Boulos no segundo turno. — São Paulo, não está difícil, não. São Paulo vai ter dois turnos. Quem fala que vai ter só um turno, mente. E aí fica fácil o pessoal escolher, a regra começa assim: quem nunca foi preso, condenado, indiciado? Temos o Ricardo Nunes, que é o 15, e temos a extrema-esquerda que é do lado de lá. O único candidato é o Ricardo, é o 15, não tem outro que possa ganhar — disse Mello. A confiança para o dia do pleito está nos votos da camada mais pobre da população e no eleitor indeciso ou com o “voto frágil”, já que não acreditam em pregar para eleitores da direita mais radicais, que já estariam convertidos. Os bairros escolhidos para o ato final são Penha, São Mateus, São Miguel Paulista e Sapopemba, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) deve estar junto de Nunes. Nas últimas semanas, Nunes deixou um pouco de lado as ruas para se reunir com empresários e representantes evangélicos, na intenção de “catequizar” setores sobre a importância de adotar um “caminho seguro” e não a “aposta arriscada” que Marçal representaria. Para isso, colou em Tarcísio. Até acredita que conseguiu algum resultado, mas nos últimos dias viu uma debandada sobretudo de pastores e de nomes bolsonaristas que acumulam milhões de seguidores nas redes, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Marco Feliciano (PL-SP) e Ricardo Salles (Novo-SP), que apoiaram o ex-coach. Não foi uma surpresa, mas reforçou a queda entre os bolsonaristas. Em relação ao debate da Globo, na avaliação de correligionários, o prefeito não teve um mau desempenho, mas também não brilhou como o esperado para conquistar a fatia do eleitor. Por outro lado, integrantes da campanha consideram que ele se saiu bem ao responder diretamente sobre o boletim de ocorrência registrado pela esposa, Regina Nunes, ainda que tenha demorado para isso. Como consideram que todos os adversários foram bem, houve equilíbrio e um "zero a zero". Sem redes sociais Desde esta sexta, está vedado o impulsionamento pago de posts nas redes sociais, que representou um gasto expressivo para Boulos e Nunes. Na quinta, a propaganda eleitoral na TV e rádio também chegou ao fim. Assim, nas últimas 24 horas antes do pleito, consideradas decisivas pelas campanhas, Marçal deve contar com o maior engajamento orgânico (não pago) nas redes sociais. Nunes e Boulos investiram, cada um, cerca de R$ 4 milhões em impulsionamento no último mês de campanha. A estratégia foi pensada para fazer frente à força digital de Marçal, que gastou um oitavo do valor. O prefeito gastou R$ 4,6 milhões em conteúdos pagos no Instagram e Facebook. Ao longo de todo o mês, impulsionou 1.442 posts. Itaquera, na Zona Leste, foi o bairro com mais investimento em publicações segmentadas durante todo o mês: 5,6% do valor total gasto foi com 27 anúncios direcionados para moradores de lá. Os 15 bairros com mais conteúdos pagos de Nunes são todos da periferia da capital. Já Boulos desembolsou R$ 4 milhões para alavancar 2.406 posts, e 12% do valor foi gasto com publicações direcionadas só para mulheres: 203 anúncios. O bairro com o maior investimento digital de Boulos é São Mateus, também na Zona Leste, com 24% do recurso e 411 post. Os 6 bairros com mais investimento são da periferia. Marçal foi o terceiro com mais gastos nas redes, mas com cifras bem mais baixas, investindo R$ 570 mil com 466 post patrocinados. Cerca de 8% do valor foi para publicações focadas só em mulheres (33 anúncios). José Luiz Datena (PSDB), investiu cerca de R$ 460 mil reais em conteúdos no Instagram e Facebook e Tabata Amaral (PSB) desembolsou pouco mais de R$ 420 mil. Ao mesmo tempo, o ex-coach fez reuniões com apoiadores nesta semana para criar "líderes" que multiplicariam seu conteúdo em grupos fechados de Whatsapp, que registraram intenso volume de postagem nos últimos dias. * da CBN

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