Argentina confirma que assinará declaração final do G20, mas 'vai se desvincular' de pautas caras a Lula
Comunicado da Presidência argentina critica 'limitação da liberdade de expressão nas redes sociais' e defesa de ações do Estado em questões como a fome Horas depois de anunciar sua adesão à Aliança Global contra a Fome, uma das principais bandeiras da presidência brasileira do G20, o governo da Argentina confirmou que assinará a declaração final do encontro de líderes, mas que deixará clara sua oposição a questões como a regulamentação de redes sociais e o papel do Estado em ações sociais, caras ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No final de semana, diplomatas afirmaram que, nos bastidores, os argentinos apresentaram ressalvas ao texto, o que poderia impedir um já complicado consenso. Imagem 'incompleta': Sem Biden, Meloni e Trudeau, G7 dá recado em 'foto de família' na Cúpula do G20 Bastidores: Países do G7 pressionam, mas Brasil resiste em reabrir texto da declaração do G20 sobre guerra na Ucrânia Em comunicado, a Casa Rosada destacou que “desvinculando-se parcialmente de todos os conteúdos ligados à Agenda 2030”, se referindo a um plano global lançado pela ONU em 2015, e que abrange pautas ambientais, sociais e econômicas — algumas delas, como as relacionadas às mudanças climáticas, já foram criticadas publicamente pelo presidente Javier Milei, que na semana passada ordenou a retirada da delegação do país da COP29, no Azerbaijão. “Organizações e fóruns internacionais como o G20 foram criados com o espírito de que todas as nações envolvidas pudessem unir-se para cooperar voluntariamente, como iguais e de forma autônoma, para, entre outras coisas, salvaguardar os direitos básicos das pessoas”, diz o comunicado. “No entanto, hoje, quase 70 anos depois da inauguração deste sistema de cooperação internacional, chegou o momento de reconhecer que este modelo está em crise, porque há muito que carece do seu propósito original.” No texto, a Presidência aponta explicitamente que não apoia pontos que estarão no comunicado final do G20, como propostas para regulamentar as redes sociais e que defendam um maior papel do Estado em medidas como o combate à fome. “Cada vez que se tentou combater a fome e a pobreza com medidas que aumentassem a presença do Estado na economia, o resultado foi o êxodo da população e do capital, além de milhões de mortes de vidas humanas”, diz o comunicado. Lula cumprimenta o presidente argentino, Javier Milei Reprodução Para Milei, a saída para atacar a fome no mundo passa por “desregulamentar a atividade econômica para liberar o mercado e facilitar o comércio, e que a troca voluntária de bens e serviços”. Hoje, dados oficiais apontam que a Argentina registra seus maiores índices de pobreza em duas décadas. “É por isso que o Presidente Javier Milei exorta todos os líderes mundiais a seguirem este caminho, que na Argentina já está dando frutos depois de décadas sofrendo em primeira mão a fome e a miséria causadas pela intervenção estatal”, diz o texto. “Este governo mantém a fé e a esperança que a comunidade internacional reencontre os princípios que lhe deram vida.” Culpou '20 anos de populismo': Governo de Milei nega responsabilidade pelo aumento da pobreza, que atinge 52% da população Até o começo da manhã, a Argentina era o único país do G20 que não havia aderido à Aliança Global contra a Fome, mas acabou incluindo seu nome no plano, apesar de objeções iniciais. Também havia, nos bastidores, sinais de que Buenos Aires tentaria retirar ou modificar parte da declaração final do encontro do Rio de Janeiro, citando sua objeção às pautas relacionadas à Agenda 2030. Não se sabe se o texto a ser divulgado trará algum tipo de ressalva no final, a pedido de Milei.
Comunicado da Presidência argentina critica 'limitação da liberdade de expressão nas redes sociais' e defesa de ações do Estado em questões como a fome Horas depois de anunciar sua adesão à Aliança Global contra a Fome, uma das principais bandeiras da presidência brasileira do G20, o governo da Argentina confirmou que assinará a declaração final do encontro de líderes, mas que deixará clara sua oposição a questões como a regulamentação de redes sociais e o papel do Estado em ações sociais, caras ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No final de semana, diplomatas afirmaram que, nos bastidores, os argentinos apresentaram ressalvas ao texto, o que poderia impedir um já complicado consenso. Imagem 'incompleta': Sem Biden, Meloni e Trudeau, G7 dá recado em 'foto de família' na Cúpula do G20 Bastidores: Países do G7 pressionam, mas Brasil resiste em reabrir texto da declaração do G20 sobre guerra na Ucrânia Em comunicado, a Casa Rosada destacou que “desvinculando-se parcialmente de todos os conteúdos ligados à Agenda 2030”, se referindo a um plano global lançado pela ONU em 2015, e que abrange pautas ambientais, sociais e econômicas — algumas delas, como as relacionadas às mudanças climáticas, já foram criticadas publicamente pelo presidente Javier Milei, que na semana passada ordenou a retirada da delegação do país da COP29, no Azerbaijão. “Organizações e fóruns internacionais como o G20 foram criados com o espírito de que todas as nações envolvidas pudessem unir-se para cooperar voluntariamente, como iguais e de forma autônoma, para, entre outras coisas, salvaguardar os direitos básicos das pessoas”, diz o comunicado. “No entanto, hoje, quase 70 anos depois da inauguração deste sistema de cooperação internacional, chegou o momento de reconhecer que este modelo está em crise, porque há muito que carece do seu propósito original.” No texto, a Presidência aponta explicitamente que não apoia pontos que estarão no comunicado final do G20, como propostas para regulamentar as redes sociais e que defendam um maior papel do Estado em medidas como o combate à fome. “Cada vez que se tentou combater a fome e a pobreza com medidas que aumentassem a presença do Estado na economia, o resultado foi o êxodo da população e do capital, além de milhões de mortes de vidas humanas”, diz o comunicado. Lula cumprimenta o presidente argentino, Javier Milei Reprodução Para Milei, a saída para atacar a fome no mundo passa por “desregulamentar a atividade econômica para liberar o mercado e facilitar o comércio, e que a troca voluntária de bens e serviços”. Hoje, dados oficiais apontam que a Argentina registra seus maiores índices de pobreza em duas décadas. “É por isso que o Presidente Javier Milei exorta todos os líderes mundiais a seguirem este caminho, que na Argentina já está dando frutos depois de décadas sofrendo em primeira mão a fome e a miséria causadas pela intervenção estatal”, diz o texto. “Este governo mantém a fé e a esperança que a comunidade internacional reencontre os princípios que lhe deram vida.” Culpou '20 anos de populismo': Governo de Milei nega responsabilidade pelo aumento da pobreza, que atinge 52% da população Até o começo da manhã, a Argentina era o único país do G20 que não havia aderido à Aliança Global contra a Fome, mas acabou incluindo seu nome no plano, apesar de objeções iniciais. Também havia, nos bastidores, sinais de que Buenos Aires tentaria retirar ou modificar parte da declaração final do encontro do Rio de Janeiro, citando sua objeção às pautas relacionadas à Agenda 2030. Não se sabe se o texto a ser divulgado trará algum tipo de ressalva no final, a pedido de Milei.
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