'Tour da propina': investigação começou com denúncia sobre extorsão a ferro-velho: 'Essa sacanagem está rolando há muito tempo'
Polícia Militar prendeu o único policial foragido da 'Operação Segreto'; agente era o último alvo que faltava para cumprir os 22 mandados de prisão A Polícia Militar prendeu o único policial foragido da “Operação Segreto”. O agente era o último alvo que faltava para cumprir os 22 mandados de prisão contra os PMs acusados de realizar rondas para extorquir dinheiro de comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele estava viajando quando a operação foi deflagrada e entregou na corregedoria ontem pela manhã. Rio tem oito das dez favelas com mais apartamentos do Brasil; Rocinha é comunidade mais vertical Azeite de oliva fraudado: veja dicas para identificar se você está consumindo gato por lebre Antes de se tornar uma operação que escancarou a corrupção na corporação, a primeira informação sobre o “tour da propina” chegou por uma denúncia anônima de um comerciante à Corregedoria. O homem que instalou câmeras em seu estabelecimento e relatou tudo à polícia. Em e-mail enviado à polícia no dia 30 junho de 2023, por volta das 18h, o comerciante detalhou como os militares atuavam e ainda enviou um vídeo mostrando os agentes recebendo propina. “Boa tarde, quero fazer uma denúncia de ferro-velho que fica em Nova Iguaçu. Todas as sexta-feiras os policiais do batalhão do 20 BPM vão pegar dinheiro. São várias viaturas pegando dinheiro. Hoje de manhã, às 11h30, foi uma viatura e foi filmado. Está no vídeo. Essa sacanagem está rolando há muito tempo. A corregedoria precisa acabar com isso”, escreveu. Após o e-mail do comerciante, a Polícia Militar pegou o número da viatura e descobriu que ela estava alocada no setor "K" do 20º BPM. No mês seguinte da denúncia, enquanto verificaram o motitoramento em tempo real das Câmeras Operacional Portáteis (COPs) um analista flagrou uma movimentação suspeita extamente no ferro-velho que a denúncia citava. O analista observou a viatura parar no local e um subtenente, antes de desembarcar, virar a câmera para baixo. O outro agente que estava na viatura sequer estava portando a COP no peito, como é a regra. O aparelho tinha ficado fixo em algum ponto no banco do motorista. Foi a partir dessas primeiras constatações que o inquérito contra os agentes foi instaurado. s militares foram denunciados por corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), eles estavam envolvidos no recolhimento de valores em 54 estabelecimentos. De acordo com as investigações, eles usavam as sirenes da viatura como um sinal de que haviam chegado para receber o dinheiro da propina. Em pelo menos cinco ocasiões do ano passado — 30 de junho, 25 de agosto, 1º de setembro, 22 de setembro e 20 de outubro — os agentes se aproximaram de seus alvos com esse modus operandi. Em um desses episódios, a câmera corporal do policial flagrou um comerciante com dinheiro na mão se aproximando da viatura. Nas imagens, um homem de blusa amarela chega à janela do veículo e diz: “Fala comigo, meu patrão”. O relatório de análise de imagens, elaborado pela própria Secretaria da Polícia Militar, aponta que, após cumprimentar o policial, o homem “retorna ao estabelecimento de mãos vazias”. Todos os policiais presos estavam lotados no 20º BPM (Mesquita) no segundo semestre de 2023, período em que os crimes foram apurados. A operação para prender os PMs, feita na última quinta-feira, contou com 225 agentes e 58 viaturas do Sistema Correcional da Polícia Militar.
Polícia Militar prendeu o único policial foragido da 'Operação Segreto'; agente era o último alvo que faltava para cumprir os 22 mandados de prisão A Polícia Militar prendeu o único policial foragido da “Operação Segreto”. O agente era o último alvo que faltava para cumprir os 22 mandados de prisão contra os PMs acusados de realizar rondas para extorquir dinheiro de comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele estava viajando quando a operação foi deflagrada e entregou na corregedoria ontem pela manhã. Rio tem oito das dez favelas com mais apartamentos do Brasil; Rocinha é comunidade mais vertical Azeite de oliva fraudado: veja dicas para identificar se você está consumindo gato por lebre Antes de se tornar uma operação que escancarou a corrupção na corporação, a primeira informação sobre o “tour da propina” chegou por uma denúncia anônima de um comerciante à Corregedoria. O homem que instalou câmeras em seu estabelecimento e relatou tudo à polícia. Em e-mail enviado à polícia no dia 30 junho de 2023, por volta das 18h, o comerciante detalhou como os militares atuavam e ainda enviou um vídeo mostrando os agentes recebendo propina. “Boa tarde, quero fazer uma denúncia de ferro-velho que fica em Nova Iguaçu. Todas as sexta-feiras os policiais do batalhão do 20 BPM vão pegar dinheiro. São várias viaturas pegando dinheiro. Hoje de manhã, às 11h30, foi uma viatura e foi filmado. Está no vídeo. Essa sacanagem está rolando há muito tempo. A corregedoria precisa acabar com isso”, escreveu. Após o e-mail do comerciante, a Polícia Militar pegou o número da viatura e descobriu que ela estava alocada no setor "K" do 20º BPM. No mês seguinte da denúncia, enquanto verificaram o motitoramento em tempo real das Câmeras Operacional Portáteis (COPs) um analista flagrou uma movimentação suspeita extamente no ferro-velho que a denúncia citava. O analista observou a viatura parar no local e um subtenente, antes de desembarcar, virar a câmera para baixo. O outro agente que estava na viatura sequer estava portando a COP no peito, como é a regra. O aparelho tinha ficado fixo em algum ponto no banco do motorista. Foi a partir dessas primeiras constatações que o inquérito contra os agentes foi instaurado. s militares foram denunciados por corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), eles estavam envolvidos no recolhimento de valores em 54 estabelecimentos. De acordo com as investigações, eles usavam as sirenes da viatura como um sinal de que haviam chegado para receber o dinheiro da propina. Em pelo menos cinco ocasiões do ano passado — 30 de junho, 25 de agosto, 1º de setembro, 22 de setembro e 20 de outubro — os agentes se aproximaram de seus alvos com esse modus operandi. Em um desses episódios, a câmera corporal do policial flagrou um comerciante com dinheiro na mão se aproximando da viatura. Nas imagens, um homem de blusa amarela chega à janela do veículo e diz: “Fala comigo, meu patrão”. O relatório de análise de imagens, elaborado pela própria Secretaria da Polícia Militar, aponta que, após cumprimentar o policial, o homem “retorna ao estabelecimento de mãos vazias”. Todos os policiais presos estavam lotados no 20º BPM (Mesquita) no segundo semestre de 2023, período em que os crimes foram apurados. A operação para prender os PMs, feita na última quinta-feira, contou com 225 agentes e 58 viaturas do Sistema Correcional da Polícia Militar.
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