Torcida de Direito da PUC que ofendeu cotistas da USP ficará fora dos próximos jogos universitários

A medida foi tomada após estudantes da instituição serem gravados proferindo insultos como "pobre" e "ainda por cima é cotista" A diretoria dos Jogos Jurídicos Estaduais de São Paulo informou que a torcida do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) ficará fora das próximas rodadas do evento que ainda serão realizadas em 2024. A medida foi tomada após estudantes da instituição serem gravados ofendendo cotistas negros da Universidade de São Paulo (USP), com insultos como "pobre" e "ainda por cima é cotista". O caso foi denunciado como racismo ao Ministério Público. Veja também: Polícia analisa imagens para identificar estudantes de Direito da PUC denunciados por racismo contra cotistas da USP Identificada em vídeo: Estudante de Direito da PUC é demitida de escritório de advocacia após ofensas a cotistas da USP Em nota divulgada no perfil oficial do evento, a organização afirmou que "tais atitudes são inaceitáveis" e que "o racismo, em qualquer forma, é um crime e uma violação dos direitos humanos, além de ser uma afronta à convivência harmônica em sociedade". "Informamos que os jogos da PUC-SP a serem realizados nas rodadas restantes da edição de 2024 ocorrerão sem a participação da respectiva torcida. Ainda, chegou ao nosso entendimento que as devidas ações já foram feitas contra os agressores visando assegurar que os atos racistas registrados sejam investigados e responsabilizados conforme a lei", pontuou o comunicado. Ainda segundo a direção, foram implementadas medidas internas para a próxima edição, que incluem a criação de uma comissão social dedicada ao desenvolvimento de projetos que visem a conscientização sobre o combate ao racismo e promoção da diversidade. Além disso, está sendo elaborado "um estatuto social com punições severas visando coibir atos discriminatórios". Aluna da PUC é demitida A estudante de Direito da PUC-SP Tatiane Joseph Khoury, de 20 anos, foi demitida do escritório de advocacia onde trabalhava como estagiária após ser identificada em um vídeo ofendendo alunos cotistas da USP. A informação foi confirmada ao GLOBO pelo escritório Pinheiro Neto Advogados. Apóstolo Rina: entenda como foi acidente que matou o fundador da igreja Bola de Neve, em Campinas (SP) "O escritório Pinheiro Neto Advogados lamenta o episódio ocorrido durante os Jogos Jurídicos Estaduais, no último sábado (16). O escritório reitera que não tolera e repudia racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida nesse episódio não integra mais o escritório", disse, em nota. O GLOBO tenta contato com a estudante. O espaço segue aberto para manifestação. Por meio de nota, outros dois escritórios de advocacia se pronunciaram sobre o ocorrido. Nesta segunda-feira, o Castro Barros Advogados informou que o estagiário envolvido no "lamentável ato discriminatório" não integra mais o quadro de funcionários da empresa. A identidade do estudante não foi divulgada. "O Castro Barros Advogados não admite qualquer ato discriminatório praticado por qualquer um de seus integrantes, dentro ou fora do Escritório. Qualquer pessoa que ignore ou despreze esse fato não tem condições de fazer parte do Castro Barros Advogados", afirmou o escritório. Já o escritório Machado Meyer disse que "fará as apurações necessárias e avaliará as medidas a serem tomadas". "O escritório reforça que repudia, veementemente, qualquer ato de preconceito ou discriminação", concluiu. O que diz a polícia? A Polícia Civil informou que analisa imagens que mostram alunos da PUC proferindo falas preconceituosas contra cotistas da USP. As vítimas formalizaram um registro de ocorrência na tarde desta segunda-feira (18). Herança e resistência: tranças africanas são ressignificadas como símbolo de autoestima e fonte de renda no Brasil Agência de jogadores, peixaria e banco digital: assassinato de delator revela a diversidade de negócios do PCC "A autoridade policial, ciente dos fatos, analisa as imagens para identificar os envolvidos e está à disposição para o registro da ocorrência, bem como para apurar qualquer informação que possa ajudar nas investigações", disse a polícia, em nota. O que aconteceu? Vídeos que circulam nas redes sociais mostram integrantes da torcida da PUC proferindo insultos como "pobre" e "ainda por cima é cotista" a alunos negros da USP. Países do G7 pressionam, mas Brasil resiste em reabrir texto da declaração do G20 sobre guerra na Ucrânia O evento foi realizado em Americana, no interior de São Paulo, e ganhou repercussão após vídeos viralizarem nas redes sociais. As ofensas ocorreram por parte de estudantes da Torcida da Atlética 22 de Agosto, durante uma partida de handebol masculino entre equipes da universidade particular e da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP. Initial plugin text Em seu perfil no X, antigo Twitter, a co-deputada estadual Letícia Chagas divulgou que, em conjunto com a deputada federal Sâmia Bomfim e a vereadora Luana Alves (PSOL), denunciou o c

Nov 18, 2024 - 19:21
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Torcida de Direito da PUC que ofendeu cotistas da USP ficará fora dos próximos jogos universitários

A medida foi tomada após estudantes da instituição serem gravados proferindo insultos como "pobre" e "ainda por cima é cotista" A diretoria dos Jogos Jurídicos Estaduais de São Paulo informou que a torcida do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) ficará fora das próximas rodadas do evento que ainda serão realizadas em 2024. A medida foi tomada após estudantes da instituição serem gravados ofendendo cotistas negros da Universidade de São Paulo (USP), com insultos como "pobre" e "ainda por cima é cotista". O caso foi denunciado como racismo ao Ministério Público. Veja também: Polícia analisa imagens para identificar estudantes de Direito da PUC denunciados por racismo contra cotistas da USP Identificada em vídeo: Estudante de Direito da PUC é demitida de escritório de advocacia após ofensas a cotistas da USP Em nota divulgada no perfil oficial do evento, a organização afirmou que "tais atitudes são inaceitáveis" e que "o racismo, em qualquer forma, é um crime e uma violação dos direitos humanos, além de ser uma afronta à convivência harmônica em sociedade". "Informamos que os jogos da PUC-SP a serem realizados nas rodadas restantes da edição de 2024 ocorrerão sem a participação da respectiva torcida. Ainda, chegou ao nosso entendimento que as devidas ações já foram feitas contra os agressores visando assegurar que os atos racistas registrados sejam investigados e responsabilizados conforme a lei", pontuou o comunicado. Ainda segundo a direção, foram implementadas medidas internas para a próxima edição, que incluem a criação de uma comissão social dedicada ao desenvolvimento de projetos que visem a conscientização sobre o combate ao racismo e promoção da diversidade. Além disso, está sendo elaborado "um estatuto social com punições severas visando coibir atos discriminatórios". Aluna da PUC é demitida A estudante de Direito da PUC-SP Tatiane Joseph Khoury, de 20 anos, foi demitida do escritório de advocacia onde trabalhava como estagiária após ser identificada em um vídeo ofendendo alunos cotistas da USP. A informação foi confirmada ao GLOBO pelo escritório Pinheiro Neto Advogados. Apóstolo Rina: entenda como foi acidente que matou o fundador da igreja Bola de Neve, em Campinas (SP) "O escritório Pinheiro Neto Advogados lamenta o episódio ocorrido durante os Jogos Jurídicos Estaduais, no último sábado (16). O escritório reitera que não tolera e repudia racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida nesse episódio não integra mais o escritório", disse, em nota. O GLOBO tenta contato com a estudante. O espaço segue aberto para manifestação. Por meio de nota, outros dois escritórios de advocacia se pronunciaram sobre o ocorrido. Nesta segunda-feira, o Castro Barros Advogados informou que o estagiário envolvido no "lamentável ato discriminatório" não integra mais o quadro de funcionários da empresa. A identidade do estudante não foi divulgada. "O Castro Barros Advogados não admite qualquer ato discriminatório praticado por qualquer um de seus integrantes, dentro ou fora do Escritório. Qualquer pessoa que ignore ou despreze esse fato não tem condições de fazer parte do Castro Barros Advogados", afirmou o escritório. Já o escritório Machado Meyer disse que "fará as apurações necessárias e avaliará as medidas a serem tomadas". "O escritório reforça que repudia, veementemente, qualquer ato de preconceito ou discriminação", concluiu. O que diz a polícia? A Polícia Civil informou que analisa imagens que mostram alunos da PUC proferindo falas preconceituosas contra cotistas da USP. As vítimas formalizaram um registro de ocorrência na tarde desta segunda-feira (18). Herança e resistência: tranças africanas são ressignificadas como símbolo de autoestima e fonte de renda no Brasil Agência de jogadores, peixaria e banco digital: assassinato de delator revela a diversidade de negócios do PCC "A autoridade policial, ciente dos fatos, analisa as imagens para identificar os envolvidos e está à disposição para o registro da ocorrência, bem como para apurar qualquer informação que possa ajudar nas investigações", disse a polícia, em nota. O que aconteceu? Vídeos que circulam nas redes sociais mostram integrantes da torcida da PUC proferindo insultos como "pobre" e "ainda por cima é cotista" a alunos negros da USP. Países do G7 pressionam, mas Brasil resiste em reabrir texto da declaração do G20 sobre guerra na Ucrânia O evento foi realizado em Americana, no interior de São Paulo, e ganhou repercussão após vídeos viralizarem nas redes sociais. As ofensas ocorreram por parte de estudantes da Torcida da Atlética 22 de Agosto, durante uma partida de handebol masculino entre equipes da universidade particular e da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP. Initial plugin text Em seu perfil no X, antigo Twitter, a co-deputada estadual Letícia Chagas divulgou que, em conjunto com a deputada federal Sâmia Bomfim e a vereadora Luana Alves (PSOL), denunciou o caso ao Ministério Público, solicitando a abertura de inquérito para investigar o ocorrido. Segundo a denúncia, "as ofensas transcendem o ambiente de rivalidade esportiva e configuram um comportamento discriminatório que associa a condição socioeconômica e racial de estudantes cotistas a uma suposta inferioridade". O documento também ressalta que "tais atitudes configuram violação aos direitos fundamentais e ferem diretamente os valores da dignidade humana e da igualdade".  Apóstolo Rina: fundador da Bola de Neve foi denunciado por agressão à mulher meses antes de morrer em acidente Em uma nota de repúdio conjunta, as diretorias das Faculdades de Direito da USP e da PUC-SP afirmaram que as "manifestações são absolutamente inadmissíveis". As instituições se comprometeram "a apurar rigorosamente o caso, garantindo a ampla defesa e o devido processo legal, e a responsabilizar os envolvidos de maneira justa e exemplar". "Além da responsabilização dos envolvidos, é indispensável avançarmos na direção de políticas preventivas e de acolhimento. Planejamos implementar protocolos que fortaleçam ouvidorias, promovam a prevenção e a educação antirracista e assegurem um ambiente inclusivo e respeitoso para todos os alunos e alunas. Essa é uma demanda frequente da comunidade acadêmica, que exige ações concretas e eficazes", disse o comunicado. Família de jovem que teve reação ao cheirar pimenta mostra melhora: ‘Tijolinho por tijolinho’ Neste domingo, a PUC-SP soltou uma nova nota lamentando o ocorrido. A universidade ressaltou que "promove a inclusão social e racial, por meio de programas de bolsas na graduação e na pós-graduação" e que incluiu "letramento racial na formação dos docentes".

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