Temida, durona e trabalho 'nas sombras': Quem é Susie Wiles, indicada por Trump para ser a 1ª mulher chefe de Gabinete

Estrategista é creditada pela vitória esmagadora de Trump nas primárias do partido, sendo a única gerente de campanha a sobreviver uma corrida eleitoral inteira ao estilo caótico do magnata Poucas horas após ter sido proclamado presidente eleito dos EUA, Donald Trump já começou a ponderar sobre os nomes que irão compor seu governo. Diferentemente do primeiro mandato, o que pesará na balança agora é a lealdade. A primeira nomeação veio na quinta-feira, quando anunciou Susie Wiles como chefe de gabinete. Figura próxima ao magnata, foi ela quem liderou a campanha que o reconduziu à presidência. A maior parte "nas sombras", como descreveu o republicano durante seu discurso de vitória. Quando Trump tomar posse em janeiro, Wiles deixará os bastidores para ocupar o posto de chefe de gabinete da Casa Branca. A primeira mulher a fazer isso. Em entrevista após vitória: Trump diz que ‘não há preço alto demais’ para seu plano de deportação em massa nos EUA Sistemas de defesa, blindagem e autonomia estendida: Conheça Air Force One, aeronave que será usada por Trump Susan Summerall Wiles, de 67 anos, é "uma força mais sentida do que vista", disse o jornal Politico em um perfil publicado seis meses antes da eleição. O veículo descreveu a estrategista como uma pessoa temida e deu créditos a ela pela nomeação de Trump nas primárias republicanas, um desempenho esmagador sobre o governador da Flórida, Ron DeSantis. O Politico conversou com mais de cem pessoas sobre Wiles, inclusive desafetos. "Há um consenso surpreendentemente bipartidário: ela é boa no que faz", escreveu o jornal. Filha da lenda do futebol americano Pat Summerall, Wiles não surgiu na política a partir da base política de extrema direita de Trump. Ela trabalhou em Washington na década de 1970. Menos de um ano após entrar na política, atuou na campanha de Ronald Reagan, antes de sua eleição em 1980, e na Casa Branca como sua assessora. De acordo com a BBC, passou então a desempenhar um papel fundamental na transformação na Flórida, onde mora. Wiles ajudou a transformar Rick Scott em governador do estado em apenas sete meses, em 2010. O empresário, que na época tinha pouca experiência política, é atualmente senador pelo Partido Republicano representando a Flórida. Mas não conseguiu repetir o feito com a campanha presidencial fracassada de Jon Huntsman. Eleições americanas 2024: Trump começa a definir novo Gabinete; acompanhe ao vivo Segundo a BBC, a estrategista conheceu Trump em 2015, durante as primárias republicanas. O Político contou que Wiles teve um encontro com o magnata em agosto daquele ano na Trump Tower. Ela teria dito a autoridades e empresários com quem trabalhava que tinha "visto algo" em Trump, que achava que ele seria o próximo presidente. Wiles tornou-se copresidente da campanha do republicano no estado da Flórida, naquele ano, um estado decisivo. Trump não apenas venceu no estado, como também no Colégio Eleitoral e se tornou presidente. Wiles também trabalhou na campanha de Trump em 2020, que perdeu. Dois anos depois, a estrategista assumiu uma então campanha fracassada de DeSantis e o ajudou a vencer a corrida para governador da Flórida. Ele a descreveu como "a melhor no ramo", informou a BBC. Mais tarde Wiles foi demitida pelo governo de DeSantis, que a denunciou de maneiras que até mesmo seus aliados acharam indecorosas. A estrategista se vingou no início deste ano quando ajudou Trump a levar a nomeação do partido nas primárias. Ela trabalhou ao lado de Chris LaCivita, também veterano da política republicana há décadas, informou a BBC. A estrategista disse que vem de uma formação política "tradicional". — No início da minha carreira, coisas como boas maneiras eram importantes e havia um nível esperado de decoro — afirmou à BBC, descrevendo o Partido Republicano como diferente do que era há dez anos. — Há mudanças com as quais precisamos conviver para conseguirmos fazer as coisas que estamos tentando fazer. Wiles é avó de um menino de 7 anos, que a chama carinhosamente de "Susu", e tem duas filhas. Foi descrita pela filha mais velha, Kati, como uma mãe e uma avó "incrível". Atrás apenas do presidente O papel de chefe de gabinete é crucial em qualquer Casa Branca, tradicionalmente servindo como um guardião e conduzindo a agenda do presidente. É frequentemente descrito como o segundo trabalho mais poderoso em Washington, atrás da presidência. Wiles demonstrou capacidade de sobreviver ao estilo de gestão caótico de Trump, que o levou a passar por quatro chefes de gabinete durante seu primeiro mandato. O magnata a trouxe de volta para comandar sua operação política no início de 2021, logo após deixar o cargo em desgraça após tentar reverter o resultado da eleição em 2020, que perdeu para Joe Biden. Wiles foi a única gerente de campanha a sobreviver a uma campanha inteira trabalhando para ele. Política externa: Relação entre Brasil e EUA será de 'ganha-ganha' com Trump, afirma Alckmin — Susie é durona, inteligente, inovadora e é universa

Nov 8, 2024 - 12:45
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Temida, durona e trabalho 'nas sombras': Quem é Susie Wiles, indicada por Trump para ser a 1ª mulher chefe de Gabinete

Estrategista é creditada pela vitória esmagadora de Trump nas primárias do partido, sendo a única gerente de campanha a sobreviver uma corrida eleitoral inteira ao estilo caótico do magnata Poucas horas após ter sido proclamado presidente eleito dos EUA, Donald Trump já começou a ponderar sobre os nomes que irão compor seu governo. Diferentemente do primeiro mandato, o que pesará na balança agora é a lealdade. A primeira nomeação veio na quinta-feira, quando anunciou Susie Wiles como chefe de gabinete. Figura próxima ao magnata, foi ela quem liderou a campanha que o reconduziu à presidência. A maior parte "nas sombras", como descreveu o republicano durante seu discurso de vitória. Quando Trump tomar posse em janeiro, Wiles deixará os bastidores para ocupar o posto de chefe de gabinete da Casa Branca. A primeira mulher a fazer isso. Em entrevista após vitória: Trump diz que ‘não há preço alto demais’ para seu plano de deportação em massa nos EUA Sistemas de defesa, blindagem e autonomia estendida: Conheça Air Force One, aeronave que será usada por Trump Susan Summerall Wiles, de 67 anos, é "uma força mais sentida do que vista", disse o jornal Politico em um perfil publicado seis meses antes da eleição. O veículo descreveu a estrategista como uma pessoa temida e deu créditos a ela pela nomeação de Trump nas primárias republicanas, um desempenho esmagador sobre o governador da Flórida, Ron DeSantis. O Politico conversou com mais de cem pessoas sobre Wiles, inclusive desafetos. "Há um consenso surpreendentemente bipartidário: ela é boa no que faz", escreveu o jornal. Filha da lenda do futebol americano Pat Summerall, Wiles não surgiu na política a partir da base política de extrema direita de Trump. Ela trabalhou em Washington na década de 1970. Menos de um ano após entrar na política, atuou na campanha de Ronald Reagan, antes de sua eleição em 1980, e na Casa Branca como sua assessora. De acordo com a BBC, passou então a desempenhar um papel fundamental na transformação na Flórida, onde mora. Wiles ajudou a transformar Rick Scott em governador do estado em apenas sete meses, em 2010. O empresário, que na época tinha pouca experiência política, é atualmente senador pelo Partido Republicano representando a Flórida. Mas não conseguiu repetir o feito com a campanha presidencial fracassada de Jon Huntsman. Eleições americanas 2024: Trump começa a definir novo Gabinete; acompanhe ao vivo Segundo a BBC, a estrategista conheceu Trump em 2015, durante as primárias republicanas. O Político contou que Wiles teve um encontro com o magnata em agosto daquele ano na Trump Tower. Ela teria dito a autoridades e empresários com quem trabalhava que tinha "visto algo" em Trump, que achava que ele seria o próximo presidente. Wiles tornou-se copresidente da campanha do republicano no estado da Flórida, naquele ano, um estado decisivo. Trump não apenas venceu no estado, como também no Colégio Eleitoral e se tornou presidente. Wiles também trabalhou na campanha de Trump em 2020, que perdeu. Dois anos depois, a estrategista assumiu uma então campanha fracassada de DeSantis e o ajudou a vencer a corrida para governador da Flórida. Ele a descreveu como "a melhor no ramo", informou a BBC. Mais tarde Wiles foi demitida pelo governo de DeSantis, que a denunciou de maneiras que até mesmo seus aliados acharam indecorosas. A estrategista se vingou no início deste ano quando ajudou Trump a levar a nomeação do partido nas primárias. Ela trabalhou ao lado de Chris LaCivita, também veterano da política republicana há décadas, informou a BBC. A estrategista disse que vem de uma formação política "tradicional". — No início da minha carreira, coisas como boas maneiras eram importantes e havia um nível esperado de decoro — afirmou à BBC, descrevendo o Partido Republicano como diferente do que era há dez anos. — Há mudanças com as quais precisamos conviver para conseguirmos fazer as coisas que estamos tentando fazer. Wiles é avó de um menino de 7 anos, que a chama carinhosamente de "Susu", e tem duas filhas. Foi descrita pela filha mais velha, Kati, como uma mãe e uma avó "incrível". Atrás apenas do presidente O papel de chefe de gabinete é crucial em qualquer Casa Branca, tradicionalmente servindo como um guardião e conduzindo a agenda do presidente. É frequentemente descrito como o segundo trabalho mais poderoso em Washington, atrás da presidência. Wiles demonstrou capacidade de sobreviver ao estilo de gestão caótico de Trump, que o levou a passar por quatro chefes de gabinete durante seu primeiro mandato. O magnata a trouxe de volta para comandar sua operação política no início de 2021, logo após deixar o cargo em desgraça após tentar reverter o resultado da eleição em 2020, que perdeu para Joe Biden. Wiles foi a única gerente de campanha a sobreviver a uma campanha inteira trabalhando para ele. Política externa: Relação entre Brasil e EUA será de 'ganha-ganha' com Trump, afirma Alckmin — Susie é durona, inteligente, inovadora e é universalmente admirada e respeitada — disse Trump durante ao anunciar sua nomeação, descrevendo-a como rainha "gelada". — Não tenho dúvidas de que ela deixará nosso país orgulhoso. Além de comandar sua operação política, ela ajudou a lidar com os advogados em seus vários casos criminais e civis. Foi ela quem manteve seu mundo nos trilhos enquanto ele foi acusado criminalmente quatro vezes em quatro tribunais, a lidar com o rescaldo de uma condenação criminal em maio, duas tentativas de assassinato e uma mudança em seu oponente logo após a Convenção Nacional Republicana. A desistência de Biden em concorrer a reeleição levou o pleito à estaca zero e a nomeação de Kamala Harris inicialmente desestabilizou Trump. Wiles defendeu o esforço do ex-presidente para expandir sua coalizão na eleição geral para além da base branca mais velha do partido, a fim de atrair eleitores negros e latinos que normalmente não apoiavam os republicanos. E parece ter dado certo: bocas de urnas apontam que Trump teve melhor desempenho entre homens latinos do que Kamala, com 54% dos votos. Perdeu entre as mulheres latinas, com 37% frente aos 61% de Kamala. Ainda assim, um salto se comparado a 2020, quando obteve 36% dos votos dos homens latinos e 30% das mulheres latinas. Elon Musk, Robert Kennedy Jr., Kevin McCarthy e Mike Pompeo: Quem pode fazer parte do novo governo Trump? Ela é uma agente rara que se tornou próxima dos líderes do movimento MAGA, acrônimo em inglês para "Make America Great Again" (Faça a América Grande Novamente, em tradução literal). Tem relações próximas com o vice-presidente eleito JD Vance e com a família de Trump, incluindo seus dois filhos mais velhos, Donald Trump Jr. e Eric. Mas ainda mantém relacionamentos com alguns membros do establishment da velha guarda que Trump derrotou. Depois do anúncio de sua nomeação, foi elogiada nas redes sociais por republicanos que vão de Jeb Bush, o ex-governador da Flórida que Trump derrotou nas primárias de 2016, a Charlie Kirk, um influenciador do MAGA, popular agitador da extrema-direita americana e líder do grupo Turning Point USA. Sua nomeação ajudará a avançar no processo de transição. (Com New York Times)

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