Quase 70% dos mortos na guerra em Gaza são mulheres e crianças, diz ONU

Novo relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também detalha uma longa lista de violações do direito internacional As mulheres e crianças representaram quase 70% das mortes na Faixa de Gaza entre novembro de 2023 e abril de 2024, período correspondente aos primeiros seis meses de guerra no enclave, afirmou a ONU nesta sexta-feira, após a verificação minuciosa de uma contagem parcial das vítimas do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O novo relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também detalha uma longa lista de violações do direito internacional, muitas das quais poderiam constituir crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Guerra em Gaza: Sob pressão, Exército de Israel pede alistamento de 7 mil judeus ultraortodoxos Alerta: População inteira no norte de Gaza corre risco iminente de morte, diz Unicef O Escritório de Direitos Humanos da ONU condenou o alto número de civis mortos na guerra e disse que a quantidade elevada de vítimas se deve em grande parte ao uso de armas em áreas densamente povoadas por parte do Estado judeu, embora algumas mortes também possam ter sido causadas por projéteis desviados de grupos armados palestinos. A agência das Nações Unidas disse ter verificado 8.119 casos das mais de 34.500 mortes registradas durante o período relatado. Dessas, 44% eram crianças e adolescentes, e 26% eram mulheres. As faixas etárias mais representadas entre os mortos eram de 5 a 9 anos. — Acreditamos que isso é representativo da distribuição do número total de mortos. Uma proporção semelhante à que fornecem as autoridades de Gaza — disse à AFP Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado. A análise também indicou que 80% das vítimas foram mortas em edifícios residenciais ou habitações similares, e o relatório afirmou que os dados mostram “uma aparente indiferença à morte de civis e ao impacto dos meios e métodos de guerra”. O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas e cujas estatísticas são vistas como confiáveis pela ONU, relatou um número de mortos superior a 43.500 nos últimos 13 meses de guerra, e que as crianças representam uma em cada três vítimas. Acredita-se que muitos corpos ainda estejam sob os escombros dos edifícios bombardeados. “Este nível sem precedentes de mortos e feridos entre os civis é uma consequência direta do descumprimento dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário”, denunciou o Alto Comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, em comunicado. Ele citou as leis de distinção, que exigem que as partes em conflito distingam entre combatentes e civis; a proporcionalidade, que proíbe ataques onde o dano aos civis supera a vantagem militar, e precauções nos ataques. O alto comissário ainda pediu a “devida prestação de contas em relação às alegações de graves violações do direito internacional”. “Tragicamente, essas violações documentadas continuam sem cessar, mais de um ano após o início da guerra”, lamentou. Segundo as Nações Unidas, os grupos armados palestinos travaram a guerra a partir de áreas densamente povoadas e usaram projéteis de forma indiscriminada, o que provavelmente contribuiu para o número de mortos, enquanto o Exército israelense destruiu a infraestrutura civil e deixou “muitos sobreviventes feridos, deslocados e morrendo de fome, sem acesso a água, comida ou cuidados médicos adequados”. A situação é mais grave no norte de Gaza, onde toda a população palestina está em “risco iminente” de morrer por doenças, fome ou pelos “bombardeios contínuos”, de acordo com a chefe do Fundo da ONU para a Infância (Unicef), Catherine Russell.

Nov 8, 2024 - 12:45
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Quase 70% dos mortos na guerra em Gaza são mulheres e crianças, diz ONU

Novo relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também detalha uma longa lista de violações do direito internacional As mulheres e crianças representaram quase 70% das mortes na Faixa de Gaza entre novembro de 2023 e abril de 2024, período correspondente aos primeiros seis meses de guerra no enclave, afirmou a ONU nesta sexta-feira, após a verificação minuciosa de uma contagem parcial das vítimas do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O novo relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos também detalha uma longa lista de violações do direito internacional, muitas das quais poderiam constituir crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Guerra em Gaza: Sob pressão, Exército de Israel pede alistamento de 7 mil judeus ultraortodoxos Alerta: População inteira no norte de Gaza corre risco iminente de morte, diz Unicef O Escritório de Direitos Humanos da ONU condenou o alto número de civis mortos na guerra e disse que a quantidade elevada de vítimas se deve em grande parte ao uso de armas em áreas densamente povoadas por parte do Estado judeu, embora algumas mortes também possam ter sido causadas por projéteis desviados de grupos armados palestinos. A agência das Nações Unidas disse ter verificado 8.119 casos das mais de 34.500 mortes registradas durante o período relatado. Dessas, 44% eram crianças e adolescentes, e 26% eram mulheres. As faixas etárias mais representadas entre os mortos eram de 5 a 9 anos. — Acreditamos que isso é representativo da distribuição do número total de mortos. Uma proporção semelhante à que fornecem as autoridades de Gaza — disse à AFP Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado. A análise também indicou que 80% das vítimas foram mortas em edifícios residenciais ou habitações similares, e o relatório afirmou que os dados mostram “uma aparente indiferença à morte de civis e ao impacto dos meios e métodos de guerra”. O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas e cujas estatísticas são vistas como confiáveis pela ONU, relatou um número de mortos superior a 43.500 nos últimos 13 meses de guerra, e que as crianças representam uma em cada três vítimas. Acredita-se que muitos corpos ainda estejam sob os escombros dos edifícios bombardeados. “Este nível sem precedentes de mortos e feridos entre os civis é uma consequência direta do descumprimento dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário”, denunciou o Alto Comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, em comunicado. Ele citou as leis de distinção, que exigem que as partes em conflito distingam entre combatentes e civis; a proporcionalidade, que proíbe ataques onde o dano aos civis supera a vantagem militar, e precauções nos ataques. O alto comissário ainda pediu a “devida prestação de contas em relação às alegações de graves violações do direito internacional”. “Tragicamente, essas violações documentadas continuam sem cessar, mais de um ano após o início da guerra”, lamentou. Segundo as Nações Unidas, os grupos armados palestinos travaram a guerra a partir de áreas densamente povoadas e usaram projéteis de forma indiscriminada, o que provavelmente contribuiu para o número de mortos, enquanto o Exército israelense destruiu a infraestrutura civil e deixou “muitos sobreviventes feridos, deslocados e morrendo de fome, sem acesso a água, comida ou cuidados médicos adequados”. A situação é mais grave no norte de Gaza, onde toda a população palestina está em “risco iminente” de morrer por doenças, fome ou pelos “bombardeios contínuos”, de acordo com a chefe do Fundo da ONU para a Infância (Unicef), Catherine Russell.

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