Da periferia ao centro: votação em SP foi apertada na maioria dos bairros, veja o mapa
Nunes ganhou em parte do centro e zona sul, Boulos levou nas periferias mais extremas e Marçal teve maioria na zona leste média, da Mooca a Itaquera A eleição municipal de São Paulo mais disputada da história da cidade foi também apertada nos bairros mais populosos — e, portanto, mais decisivos — da capital. Em distritos como Perus, Grajaú (o mais populoso), Itaquera, Tucuruvi, Lauzane Paulista e Butantã a diferença entre os dois candidatos mais votados não superou os três pontos percentuais. Em outros distritos densos como Itaim Paulista, Lapa e Itaquera, a diferença entre os três primeiros colocados foi menor do que três pontos. No mapa por regiões, cada candidato predominou em uma área diferente. Guilherme Boulos (PSOL) ganhou em bairros tradicionais da Zona Oeste, como Pinheiros e Perdizes. Também foi melhor na periferia da região, e em parte das zonas Norte e Sul, em redutos tipicamente petistas como Piraporinha, Rio Pequeno, Jardim São Luiz e Perus. Também conseguiu maioria em bairros centralizados, como Bela Vista, Vila Mariana e Santa Efigênia. — Foram as periferias da cidade que nos trouxeram aqui. Nossa missão é um projeto de justiça social, de uma cidade mais humana. Para você que pega o busão cheio todo dia, você não está sozinho. Para você que tem que escolher entre pagar aluguel e comer, você não está sozinho. Para você que não mora na periferia, combater as desigualdades é bom para todo mundo — disse Boulos em discurso após a declaração do resultado . Em boa parte da Zona Sul, Boulos competiu de forma acirrada com Ricardo Nunes (MDB). Os bairros da região — Parelheiros, Grajaú e Capela do Socorro — são reduto político do prefeito e também do aliado Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara dos Vereadores e forte cabo eleitoral da cidade. Além da força da máquina pública, o prefeito conseguiu crescer ao longo da campanha com a participação ativa do governador Tarcísio Freitas e de lideranças evangélicas. O prefeito também herdou parte do capital político do ex-prefeito Bruno Covas, de quem foi vice. O centro expandido da cidade, chamado cinturão-azul, sempre se caracterizou por escolher candidatos da direita. Em 2024, dividiu-se entre Marçal e Nunes. Os resultados refletem o racha da direita que sucedeu o surgimento do ex-coach. — Nossa estratégia é continuar falando a verdade, sem ataques, muita sola de sapato, conversar com todo mundo (...) e levar nossa mensagem do caminho seguro, mostrar para as pessoas a continuidade do nosso trabalho e que as pessoas vão ter uma qualidade de vida melhor — disse Nunes. Pablo Marçal (PRTB) venceu na maioria dos bairros da Zona Leste, região marcada sobretudo pela presença de uma classe C emergente, além de parte da Zona Norte. Em “bairros-pêndulos” — aqueles que costumam mudar de preferência e são populosos o suficiente para fazer a diferença — como Penha, Vila Formosa, Vila Matilde e Mooca, o candidato alcançou mais de 30% dos votos, com margens que chegaram a mais de quatro pontos percentuais para o candidato seguinte. A exceção foi o extremo da região, em bairros como São Mateus, Cidade Tiradentes e Guaianases, onde Boulos foi melhor. Nunes venceu na Zona Sul, reduto político original do prefeito. A eleição ainda reforçou a derrocada do PSDB, que perdeu em todas as zonas eleitorais da cidade com o desempenho ruim de José Luiz Datena, que teve 1,84% dos votos. Em 2020, a legenda conseguiu um respiro nas eleições municipais, com a vitória de Bruno Covas. Mas voltou a se enfraquecer em 2024. O resultado geral refletiu as últimas pesquisas Datafolha e Quaest, que apontavam empate triplo entre Nunes, Boulos e Marçal, na margem de erro. No limite Em bairros tradicionais da capital paulista, Nunes venceu Marçal por uma margem bastante apertada de votos. Em Lauzane, na Zona Norte, o prefeito ganhou por uma diferença de 1,68 ponto percentual; na Nossa Senhora do Ó, a margem foi de 0,31; na Lapa foi de 1,39; no Ipiranga, de 1,71; e no Cursino, de 0,09. A vitória apertada nesses bairros foi determinante para a conquista/êxito de Nunes, uma vez que o influenciador venceu em bairros também populosos como Vila Maria, Jaçanã e Tucuruvi.
Nunes ganhou em parte do centro e zona sul, Boulos levou nas periferias mais extremas e Marçal teve maioria na zona leste média, da Mooca a Itaquera A eleição municipal de São Paulo mais disputada da história da cidade foi também apertada nos bairros mais populosos — e, portanto, mais decisivos — da capital. Em distritos como Perus, Grajaú (o mais populoso), Itaquera, Tucuruvi, Lauzane Paulista e Butantã a diferença entre os dois candidatos mais votados não superou os três pontos percentuais. Em outros distritos densos como Itaim Paulista, Lapa e Itaquera, a diferença entre os três primeiros colocados foi menor do que três pontos. No mapa por regiões, cada candidato predominou em uma área diferente. Guilherme Boulos (PSOL) ganhou em bairros tradicionais da Zona Oeste, como Pinheiros e Perdizes. Também foi melhor na periferia da região, e em parte das zonas Norte e Sul, em redutos tipicamente petistas como Piraporinha, Rio Pequeno, Jardim São Luiz e Perus. Também conseguiu maioria em bairros centralizados, como Bela Vista, Vila Mariana e Santa Efigênia. — Foram as periferias da cidade que nos trouxeram aqui. Nossa missão é um projeto de justiça social, de uma cidade mais humana. Para você que pega o busão cheio todo dia, você não está sozinho. Para você que tem que escolher entre pagar aluguel e comer, você não está sozinho. Para você que não mora na periferia, combater as desigualdades é bom para todo mundo — disse Boulos em discurso após a declaração do resultado . Em boa parte da Zona Sul, Boulos competiu de forma acirrada com Ricardo Nunes (MDB). Os bairros da região — Parelheiros, Grajaú e Capela do Socorro — são reduto político do prefeito e também do aliado Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara dos Vereadores e forte cabo eleitoral da cidade. Além da força da máquina pública, o prefeito conseguiu crescer ao longo da campanha com a participação ativa do governador Tarcísio Freitas e de lideranças evangélicas. O prefeito também herdou parte do capital político do ex-prefeito Bruno Covas, de quem foi vice. O centro expandido da cidade, chamado cinturão-azul, sempre se caracterizou por escolher candidatos da direita. Em 2024, dividiu-se entre Marçal e Nunes. Os resultados refletem o racha da direita que sucedeu o surgimento do ex-coach. — Nossa estratégia é continuar falando a verdade, sem ataques, muita sola de sapato, conversar com todo mundo (...) e levar nossa mensagem do caminho seguro, mostrar para as pessoas a continuidade do nosso trabalho e que as pessoas vão ter uma qualidade de vida melhor — disse Nunes. Pablo Marçal (PRTB) venceu na maioria dos bairros da Zona Leste, região marcada sobretudo pela presença de uma classe C emergente, além de parte da Zona Norte. Em “bairros-pêndulos” — aqueles que costumam mudar de preferência e são populosos o suficiente para fazer a diferença — como Penha, Vila Formosa, Vila Matilde e Mooca, o candidato alcançou mais de 30% dos votos, com margens que chegaram a mais de quatro pontos percentuais para o candidato seguinte. A exceção foi o extremo da região, em bairros como São Mateus, Cidade Tiradentes e Guaianases, onde Boulos foi melhor. Nunes venceu na Zona Sul, reduto político original do prefeito. A eleição ainda reforçou a derrocada do PSDB, que perdeu em todas as zonas eleitorais da cidade com o desempenho ruim de José Luiz Datena, que teve 1,84% dos votos. Em 2020, a legenda conseguiu um respiro nas eleições municipais, com a vitória de Bruno Covas. Mas voltou a se enfraquecer em 2024. O resultado geral refletiu as últimas pesquisas Datafolha e Quaest, que apontavam empate triplo entre Nunes, Boulos e Marçal, na margem de erro. No limite Em bairros tradicionais da capital paulista, Nunes venceu Marçal por uma margem bastante apertada de votos. Em Lauzane, na Zona Norte, o prefeito ganhou por uma diferença de 1,68 ponto percentual; na Nossa Senhora do Ó, a margem foi de 0,31; na Lapa foi de 1,39; no Ipiranga, de 1,71; e no Cursino, de 0,09. A vitória apertada nesses bairros foi determinante para a conquista/êxito de Nunes, uma vez que o influenciador venceu em bairros também populosos como Vila Maria, Jaçanã e Tucuruvi.
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