Série 'Ninguém quer', lançamento da Netflix, ressuscita comédia romântica e honra DNA do gênero
Produção estrelada por Kristen Bell e Adam Brody explora elementos familiares, de maneira bem-sucedida, ao acompanhar vaivém de um casal de opostos; leia a crítica Recentes tentativas de plataformas de streaming para ressuscitar o gênero de comédia romântica — em longas-metragens com atores de renome, como Anne Hathaway, Nicole Kidman e Brooke Shields — tiveram o mesmo problema: todas foram horríveis. O toque de mediocridade constrangedora era sentido imediatamente, e dava logo para ouvir aquele alarme anunciando a morte ao fundo. Leia mais: Beyoncé, Justin Bieber, Mariah Carey, Rihanna, Jay-Z... Afinal, qual a relação de Diddy com famosos? Veja também: Zé Neto participa de 40 dias de oração, se encontra com padre e canta ‘as moda pra Deus’ enquanto trata depressão Preparado para a decepção, nota-se uma diferença brutal e instantânea diante de “Ninguém quer” (“Nobody wants this”, no original). A nova série de comédia romântica da Netflix não é ruim. As piadas funcionam. A história flui. Os personagens parecem reais — eles até podem fazer coisas caricatas, mas não são caricaturas. Kristen Bell e Adam Brody, que interpretam o casal central, são encantadores e funcionam bem juntos. Houve cuidado na representação de uma Los Angeles crepuscular e romântica, o que remete a uma era indeterminada entre os anos 1970 e 1990, por aí. Criada por Erin Foster, atriz, roteirista e filha do titã da indústria musical David Foster, “Ninguém quer” (que chegou ao streaming na última quinta-feira, 26) é bem-sucedida ao manter a fé nesse gênero específico. Não se trata de uma curiosidade nostálgica — os personagens e os ritmos das cenas parecem atualizados, pelo menos conforme os padrões de Hollywood —, mas há ali uma continuidade reconfortante de coisas que você já viu e gostou antes. Movimentos familiares são executados com confiança e um certo estilo. É como se a produção despertasse uma sensação de que estávamos sentindo falta. Na história inspirada nas próprias experiências de Erin Foster, Bell dá vida a Joanne, que adota uma persona sarcástica de “bad girl” enquanto ganha a vida, junto à irmã Morgan (Justine Lupe), fazendo um podcast sobre sexo e relacionamentos. Num jantar festivo, Joanne, que não é nada religiosa, tem um encontro fofo com seu oposto temperamental, Noah, interpretado por Brody, um cara sério, sensível e extremamente atencioso, e que, por acaso, é um rabino (aliás, ele é chamado às vezes de “rabino sexy”, lembrando o “padre sexy” de Andrew Scott em “Fleabag”). Ambos são completamente errados um para o outro, como todos ao redor deles afirmam de forma alta e insistente (daí o título). Ao longo de dez episódios de meia hora, a história se arrasta um pouco, sem a constante propulsão típica dos filmes de comédia romântica. Mas as partes principais são quase sempre divertidas. À medida que Joanne e Noah se aproximam e se separam alternadamente, somos brindados com ótimas cenas, como a visita constrangedora a uma loja de brinquedos sexuais e o embaraçoso ato de levar carne de porco ao brunch da mãe judia — nada novo, mas de alguma forma reconfortante em sua familiaridade. Justine Lupe e Timothy Simons (como o irmão casado de Noah) são bons como os coadjuvantes característicos de comédias românticas. E Bell e Brody, que já fizeram esse tipo de coisa antes, formam uma dupla maravilhosa. Torce-se por Joanne e Noah enquanto a pressão sobre o relacionamento aumenta até alcançar um clímax ao fim. A crítica a “Ninguém quer”, e esta é uma crítica legítima, é que ela é uma série superficial — você ri, vive alguns momentos de “ownn”, e segue em frente. Mas isso faz parte do DNA da comédia romântica. Basta aceitá-la.
Produção estrelada por Kristen Bell e Adam Brody explora elementos familiares, de maneira bem-sucedida, ao acompanhar vaivém de um casal de opostos; leia a crítica Recentes tentativas de plataformas de streaming para ressuscitar o gênero de comédia romântica — em longas-metragens com atores de renome, como Anne Hathaway, Nicole Kidman e Brooke Shields — tiveram o mesmo problema: todas foram horríveis. O toque de mediocridade constrangedora era sentido imediatamente, e dava logo para ouvir aquele alarme anunciando a morte ao fundo. Leia mais: Beyoncé, Justin Bieber, Mariah Carey, Rihanna, Jay-Z... Afinal, qual a relação de Diddy com famosos? Veja também: Zé Neto participa de 40 dias de oração, se encontra com padre e canta ‘as moda pra Deus’ enquanto trata depressão Preparado para a decepção, nota-se uma diferença brutal e instantânea diante de “Ninguém quer” (“Nobody wants this”, no original). A nova série de comédia romântica da Netflix não é ruim. As piadas funcionam. A história flui. Os personagens parecem reais — eles até podem fazer coisas caricatas, mas não são caricaturas. Kristen Bell e Adam Brody, que interpretam o casal central, são encantadores e funcionam bem juntos. Houve cuidado na representação de uma Los Angeles crepuscular e romântica, o que remete a uma era indeterminada entre os anos 1970 e 1990, por aí. Criada por Erin Foster, atriz, roteirista e filha do titã da indústria musical David Foster, “Ninguém quer” (que chegou ao streaming na última quinta-feira, 26) é bem-sucedida ao manter a fé nesse gênero específico. Não se trata de uma curiosidade nostálgica — os personagens e os ritmos das cenas parecem atualizados, pelo menos conforme os padrões de Hollywood —, mas há ali uma continuidade reconfortante de coisas que você já viu e gostou antes. Movimentos familiares são executados com confiança e um certo estilo. É como se a produção despertasse uma sensação de que estávamos sentindo falta. Na história inspirada nas próprias experiências de Erin Foster, Bell dá vida a Joanne, que adota uma persona sarcástica de “bad girl” enquanto ganha a vida, junto à irmã Morgan (Justine Lupe), fazendo um podcast sobre sexo e relacionamentos. Num jantar festivo, Joanne, que não é nada religiosa, tem um encontro fofo com seu oposto temperamental, Noah, interpretado por Brody, um cara sério, sensível e extremamente atencioso, e que, por acaso, é um rabino (aliás, ele é chamado às vezes de “rabino sexy”, lembrando o “padre sexy” de Andrew Scott em “Fleabag”). Ambos são completamente errados um para o outro, como todos ao redor deles afirmam de forma alta e insistente (daí o título). Ao longo de dez episódios de meia hora, a história se arrasta um pouco, sem a constante propulsão típica dos filmes de comédia romântica. Mas as partes principais são quase sempre divertidas. À medida que Joanne e Noah se aproximam e se separam alternadamente, somos brindados com ótimas cenas, como a visita constrangedora a uma loja de brinquedos sexuais e o embaraçoso ato de levar carne de porco ao brunch da mãe judia — nada novo, mas de alguma forma reconfortante em sua familiaridade. Justine Lupe e Timothy Simons (como o irmão casado de Noah) são bons como os coadjuvantes característicos de comédias românticas. E Bell e Brody, que já fizeram esse tipo de coisa antes, formam uma dupla maravilhosa. Torce-se por Joanne e Noah enquanto a pressão sobre o relacionamento aumenta até alcançar um clímax ao fim. A crítica a “Ninguém quer”, e esta é uma crítica legítima, é que ela é uma série superficial — você ri, vive alguns momentos de “ownn”, e segue em frente. Mas isso faz parte do DNA da comédia romântica. Basta aceitá-la.
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