Caças-furtivos, drones gigantes: China revela armas de última geração para rivalizar com EUA na Ásia-Pacífico
Lançamento ocorreu durante a maior feira de exibição aérea chinesa, da qual a Rússia também participou; especialistas falam em mensagem clara sobre cooperação militar estreita entre Pequim e Moscou Foi um sobrevoo rápido, mas suficiente para impressionar a multidão que assistia atenta ao lançamento do mais novo caça-furtivo da China em Zhuhai, província de Guangdong, no sul do país. Quando o J-35A cortou os ares da cidade, os observadores não deixaram de notar sua semelhança com o cobiçado F-35 dos Estados Unidos, mas então a aeronave fez uma subida íngreme auxiliada por duas turbinas — o modelo americano tem apenas uma — antes de se afastar e sumir de vista, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal, para deleite do público. Painéis solares, carros elétricos e agricultura circular: como a China está tentando se transformar em uma 'sociedade ecológica' Nova era do poder naval: Expansão chinesa eleva tensão na região do Indo-Pacífico A apresentação, realizada na semana passada durante a abertura do Airshow China, a maior feira de exibição aérea chinesa, atestou o rápido avanço tecnológico militar do país, com o lançamento de uma série de equipamentos de última geração, incluindo o drone gigante de reconhecimento e ataque “Jiu Tian” e o sistema de mísseis antibalísticos HQ-19, além dos jatos de combate. Pela primeira vez, o evento contou com uma área dedicada aos drones, em sinal de seu papel cada vez mais importante nos campos de batalha — uma dinâmica enfatizada pelos desdobramentos da guerra na Ucrânia. Initial plugin text Sob o governo de Xi Jinping, o Exército Popular de Libertação (EPL) tem investido pesadamente na modernização de suas capacidades, principalmente marítimas e aéreas. O objetivo, dizem analistas, é rivalizar com a presença militar de Washington na região da Ásia-Pacifico, onde a tensão entre ambos os países é crescente, especialmente no entorno da ilha autônoma de Taiwan, que Pequim reivindica como sua. A exposição de seis dias, iniciada em 15 de novembro, atraiu cerca de 600 mil visitantes e mais de 280 bilhões de yuans (R$ 223 bilhões) em pedidos globais, além de uma visita do ex-chefe de Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, de acordo com a mídia estatal. Cooperação: Como Coreia do Norte, China, Irã e Rússia formaram um 'quarteto do caos' para os EUA Essas exibições “certamente acelerarão as opiniões nos EUA e na região de que a China está ultrapassando as forças armadas rivais em termos de capacidade de poder aéreo”, disse Lyle Morris, membro sênior do Instituto de Políticas da Sociedade Asiática, ao Wall Street Journal. — Para o novo governo Trump, esse é mais um lembrete das capacidades formidáveis da Força Aérea do EPL que os EUA terão de enfrentar nos próximos anos — acrescentou. 'Ameaça hoje' Nos 75 anos desde a sua criação, a Força Aérea do Exército Popular de Libertação evoluiu de uma força limitada focada em questões internas para uma “força aérea estratégica” com aeronaves avançadas de longo alcance, bombardeiros e sistemas de drones, disse Kartik Bommakanti, pesquisador sênior do Programa de Estudos Estratégicos do Observer Research Foundation, um think tank global independente com sede em Nova Delhi, Índia, em artigo publicado em setembro. "Atualmente, a Força Aérea do EPL, juntamente com a aviação da Marinha do EPL, é “a maior força de aviação da região do Indo-Pacífico e a terceira maior do mundo”, depois de EUA e Rússia, com mais de 3.150 aeronaves no total, das quais aproximadamente 2.919 têm capacidade de combate", acrescentou. As autoridades americanas têm manifestado cada vez mais preocupações sobre como o crescente poderio militar de Pequim pode afetar a capacidade de Washington de manter uma presença de segurança eficaz na Ásia-Pacífico. — A China não é uma ameaça futura. A China é uma ameaça hoje — disse o secretário da Força Aérea dos EUA, Frank Kendall, em setembro. — O Partido Comunista Chinês continua a investir pesadamente em capacidades, organizações e conceitos operacionais projetados especificamente para derrotar a capacidade dos Estados Unidos e de seus aliados de projetar poder no Pacífico Ocidental. Em julho, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou um plano para atualizar mais de 80 caças da Força Aérea americana estacionados em bases japonesas nos próximos anos, como parte de um programa de US$ 10 bilhões para modernizar suas forças no país. De acordo com as autoridades, o objetivo é melhorar a aliança entre os EUA e o Japão e reforçar a dissuasão no Indo-Pacífico. Corsários modernos: Como a China emprega milícias marítimas para estabelecer controle em águas disputadas; veja vídeo Com o lançamento do J-35A, a China tornou-se o segundo país, depois dos EUA, a operar dois modelos de caças furtivos. O EPL já usava desde 2017 o J-20, apelidado de "Poderoso Dragão", um avião de guerra maior, que alguns analistas consideram o equivalente aproximado da China ao F-22 americano. Pequim não informou quando o J-35A entrará em operação, nem divulgou mu
Lançamento ocorreu durante a maior feira de exibição aérea chinesa, da qual a Rússia também participou; especialistas falam em mensagem clara sobre cooperação militar estreita entre Pequim e Moscou Foi um sobrevoo rápido, mas suficiente para impressionar a multidão que assistia atenta ao lançamento do mais novo caça-furtivo da China em Zhuhai, província de Guangdong, no sul do país. Quando o J-35A cortou os ares da cidade, os observadores não deixaram de notar sua semelhança com o cobiçado F-35 dos Estados Unidos, mas então a aeronave fez uma subida íngreme auxiliada por duas turbinas — o modelo americano tem apenas uma — antes de se afastar e sumir de vista, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal, para deleite do público. Painéis solares, carros elétricos e agricultura circular: como a China está tentando se transformar em uma 'sociedade ecológica' Nova era do poder naval: Expansão chinesa eleva tensão na região do Indo-Pacífico A apresentação, realizada na semana passada durante a abertura do Airshow China, a maior feira de exibição aérea chinesa, atestou o rápido avanço tecnológico militar do país, com o lançamento de uma série de equipamentos de última geração, incluindo o drone gigante de reconhecimento e ataque “Jiu Tian” e o sistema de mísseis antibalísticos HQ-19, além dos jatos de combate. Pela primeira vez, o evento contou com uma área dedicada aos drones, em sinal de seu papel cada vez mais importante nos campos de batalha — uma dinâmica enfatizada pelos desdobramentos da guerra na Ucrânia. Initial plugin text Sob o governo de Xi Jinping, o Exército Popular de Libertação (EPL) tem investido pesadamente na modernização de suas capacidades, principalmente marítimas e aéreas. O objetivo, dizem analistas, é rivalizar com a presença militar de Washington na região da Ásia-Pacifico, onde a tensão entre ambos os países é crescente, especialmente no entorno da ilha autônoma de Taiwan, que Pequim reivindica como sua. A exposição de seis dias, iniciada em 15 de novembro, atraiu cerca de 600 mil visitantes e mais de 280 bilhões de yuans (R$ 223 bilhões) em pedidos globais, além de uma visita do ex-chefe de Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, de acordo com a mídia estatal. Cooperação: Como Coreia do Norte, China, Irã e Rússia formaram um 'quarteto do caos' para os EUA Essas exibições “certamente acelerarão as opiniões nos EUA e na região de que a China está ultrapassando as forças armadas rivais em termos de capacidade de poder aéreo”, disse Lyle Morris, membro sênior do Instituto de Políticas da Sociedade Asiática, ao Wall Street Journal. — Para o novo governo Trump, esse é mais um lembrete das capacidades formidáveis da Força Aérea do EPL que os EUA terão de enfrentar nos próximos anos — acrescentou. 'Ameaça hoje' Nos 75 anos desde a sua criação, a Força Aérea do Exército Popular de Libertação evoluiu de uma força limitada focada em questões internas para uma “força aérea estratégica” com aeronaves avançadas de longo alcance, bombardeiros e sistemas de drones, disse Kartik Bommakanti, pesquisador sênior do Programa de Estudos Estratégicos do Observer Research Foundation, um think tank global independente com sede em Nova Delhi, Índia, em artigo publicado em setembro. "Atualmente, a Força Aérea do EPL, juntamente com a aviação da Marinha do EPL, é “a maior força de aviação da região do Indo-Pacífico e a terceira maior do mundo”, depois de EUA e Rússia, com mais de 3.150 aeronaves no total, das quais aproximadamente 2.919 têm capacidade de combate", acrescentou. As autoridades americanas têm manifestado cada vez mais preocupações sobre como o crescente poderio militar de Pequim pode afetar a capacidade de Washington de manter uma presença de segurança eficaz na Ásia-Pacífico. — A China não é uma ameaça futura. A China é uma ameaça hoje — disse o secretário da Força Aérea dos EUA, Frank Kendall, em setembro. — O Partido Comunista Chinês continua a investir pesadamente em capacidades, organizações e conceitos operacionais projetados especificamente para derrotar a capacidade dos Estados Unidos e de seus aliados de projetar poder no Pacífico Ocidental. Em julho, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou um plano para atualizar mais de 80 caças da Força Aérea americana estacionados em bases japonesas nos próximos anos, como parte de um programa de US$ 10 bilhões para modernizar suas forças no país. De acordo com as autoridades, o objetivo é melhorar a aliança entre os EUA e o Japão e reforçar a dissuasão no Indo-Pacífico. Corsários modernos: Como a China emprega milícias marítimas para estabelecer controle em águas disputadas; veja vídeo Com o lançamento do J-35A, a China tornou-se o segundo país, depois dos EUA, a operar dois modelos de caças furtivos. O EPL já usava desde 2017 o J-20, apelidado de "Poderoso Dragão", um avião de guerra maior, que alguns analistas consideram o equivalente aproximado da China ao F-22 americano. Pequim não informou quando o J-35A entrará em operação, nem divulgou muitos de seus recursos técnicos. Em desenvolvimento há mais de uma década, ele foi descrito como um caça furtivo multiuso capaz de realizar missões de ataque ar-ar e de superfície. A designação “A” se refere a modelos terrestres, com uma variante naval a ser lançada em seguida, segundo especialistas chineses. — Ele pode não apenas realizar missões de combate aéreo, mas também (...) executar ataques precisos em alvos terrestres e marítimos — disse Wei Dongxu, um comentarista militar, à estatal chinesa CCTV, observando que o jato pode transportar uma ampla gama de munições guiadas com precisão em seu compartimento interno de armas, incluindo pequenos mísseis de cruzeiro lançados do ar. Cooperação militar estreita Também não faltaram comparações entre o HQ-19, o sistema de mísseis terra-ar de nova geração da China, ao sistema Terminal High Altitude Air Defense (THAAD) dos EUA, embora Pequim não tenha revelado especificações técnicas do sistema. Montado em um veículo de alta mobilidade 8x8, o HQ-19 carrega seis mísseis interceptores e usa um mecanismo de "lançamento a frio" que reduz o estresse no lançador e permite que ele rapidamente reposicione os interceptores, de acordo com relatos da mídia estatal. Outra novidade do PLA é o "Jetank", um drone com 25 metros de envergadura e peso máximo de decolagem de 16 toneladas, de acordo com a mídia estatal, tornando-o uma das maiores armas desse tipo no arsenal da China. O veículo aéreo não tripulado de ataque e reconhecimento a jato possui oito pontos de fixação externos para transportar mísseis e bombas, bem como um módulo de missão rapidamente substituível que pode transportar diferentes tipos de drones menores. — Ele leva o conceito de um porta-aviões do mar para o ar, permitindo a implantação de vários drones no campo de batalha ao lançá-los no ar — afirmou o especialista militar chinês Du Wenlong, citado pela CNN, saudando-o como uma "inovação significativa". A lista ainda inclui um navio furtivo de 500 toneladas conhecido como "Orca", voltado para missões prolongadas de reabastecimento, e um novo modelo de mísseis ar-ar de longo alcance (PL-15E). A Rússia também participou do show aéreo na China, onde exibiu seu caça mais avançado, o Su-57, pela primeira vez fora de casa. Para especialistas, a iniciativa passa uma mensagem clara sobre a estreita cooperação militar entre Pequim e Moscou.
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