'Se minha família estivesse no carro teria sido pior. Nasci de novo', diz motorista de aplicativo baleado por engano em Inhaúma
Bruno Bastos, de 46 anos, contou que foi surpreendido por duas viaturas da Polícia Militar Com uma bala alojada no tórax, Bruno Patrocínio Bastos, de 46 anos, teve alta do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, às 10h45 desta segunda-feira. Ainda fraco devido à perda de sangue, o motorista de aplicativo saiu numa cadeira de rodas, amparado por parentes. Bruno foi baleado por engano por policiais militares, em Inhaúma no último domingo, quando ia abastecer o carro. Motorista de aplicativo é baleado na Zona Norte do Rio: 'São todos policiais militares, me pediram mil desculpas, que tinham se confundido', diz esposa Hospedado em hotel de luxo: Um dos principais chefes do tráfico de Belo Horizonte é preso na Barra Ele foi surpreendido por duas viaturas do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais, na Rua Engenho da Rainha, próximo à 44ª DP (Inhaúma). Para a esposa da vítima, os PMs disseram ter confundido o carro de Bruno com o de criminosos. O motorista foi ferido por um disparo que perfurou a lateral do tórax e estilhaços no abdômen. Por segurança, os médicos optaram por não retirar o projétil. Ao sair do hospital, ao lado da família, Bruno desabafou: — Nasci de novo. Na hora, passou na minha cabeça que eu ia morrer. Era muito tiro. Muito, muito estilhaço de vidro. Foi um pavor. Se minha família estivesse no carro, seria pior. Os policiais teriam dito que ele desrespeitou a ordem de parada, mas Bruno contesta a versão dos PMs e criticou o treinamento da Polícia Militar: — Eles falaram que eu não parei, mas eu não passei por eles em momento algum. Estava descendo a Rua Engenho da Rainha devagar e, do nada, eles apareceram e começaram a atirar. Eles têm que rever o treinamento da Polícia. O motorista de aplicativo tinha começado a trabalhar cedo para conseguir o restante do dinheiro que faltava para pagar o aluguel. Ele ia abastecer o carro para continuar rodando quando foi baleado. Depois do episódio violento, a família de Bruno considera deixar a cidade do Rio. PM abriu procedimento para investigar Em nota, a Secretaria de Polícia Militar informa que "a corporação instaurou um procedimento apuratório através de sua Corregedoria Geral para averiguar as circunstâncias de uma ação onde um homem foi atingido por disparos de arma de fogo, na Av. Pastor Martin Luther King, altura de Inhaúma, durante uma ocorrência do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE)". Segundo a Polícia Civil, o caso foi comunicado na 44ª DP (Inhaúma) pelos próprios policiais militares que participaram da ocorrência. A investigação está em andamento. Marca de tiro em carro de motorista de aplicativo baleado no peito por engano pela PM Reprodução PMs contaram que atiraram Elisângela Jales, esposa da vítima, contou que Bruno estava dirigindo um Tracker preto e foi confundido com um bandido. Ainda no domingo, ela esteve na delegacia para buscar os documentos e o celular do marido. Ela conta que um policial militar disse a ela que só ele atirou mais de 50 vezes na direção de Bruno. "Eles me pediram mil desculpas, que tinham se confundido", relatou, nesta segunda-feira, enquanto esperava o marido ter alta médica. — Mas ele não disse que foram todos na direção do meu esposo. Então assim, eu não posso dizer 50 tiros. Eu não tenho como dizer, eu sei que o carro está todo destruído. Segundo Elisângela, um policial chegou a lhe pedir desculpas por ter baleado Bruno. Ela contou que o PM não tinha mais do que 25 anos e gaguejava, muito nervoso: — Ele mesmo falou: "Eu atirei no seu marido". Ele falou assim: "Me desculpa, me desculpa". Ele estava gaguejando muito. E ele falou mesmo: "Eu atirei. Eu atirei no seu marido. Eu atirei contra o carro do seu esposo".
Bruno Bastos, de 46 anos, contou que foi surpreendido por duas viaturas da Polícia Militar Com uma bala alojada no tórax, Bruno Patrocínio Bastos, de 46 anos, teve alta do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, às 10h45 desta segunda-feira. Ainda fraco devido à perda de sangue, o motorista de aplicativo saiu numa cadeira de rodas, amparado por parentes. Bruno foi baleado por engano por policiais militares, em Inhaúma no último domingo, quando ia abastecer o carro. Motorista de aplicativo é baleado na Zona Norte do Rio: 'São todos policiais militares, me pediram mil desculpas, que tinham se confundido', diz esposa Hospedado em hotel de luxo: Um dos principais chefes do tráfico de Belo Horizonte é preso na Barra Ele foi surpreendido por duas viaturas do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais, na Rua Engenho da Rainha, próximo à 44ª DP (Inhaúma). Para a esposa da vítima, os PMs disseram ter confundido o carro de Bruno com o de criminosos. O motorista foi ferido por um disparo que perfurou a lateral do tórax e estilhaços no abdômen. Por segurança, os médicos optaram por não retirar o projétil. Ao sair do hospital, ao lado da família, Bruno desabafou: — Nasci de novo. Na hora, passou na minha cabeça que eu ia morrer. Era muito tiro. Muito, muito estilhaço de vidro. Foi um pavor. Se minha família estivesse no carro, seria pior. Os policiais teriam dito que ele desrespeitou a ordem de parada, mas Bruno contesta a versão dos PMs e criticou o treinamento da Polícia Militar: — Eles falaram que eu não parei, mas eu não passei por eles em momento algum. Estava descendo a Rua Engenho da Rainha devagar e, do nada, eles apareceram e começaram a atirar. Eles têm que rever o treinamento da Polícia. O motorista de aplicativo tinha começado a trabalhar cedo para conseguir o restante do dinheiro que faltava para pagar o aluguel. Ele ia abastecer o carro para continuar rodando quando foi baleado. Depois do episódio violento, a família de Bruno considera deixar a cidade do Rio. PM abriu procedimento para investigar Em nota, a Secretaria de Polícia Militar informa que "a corporação instaurou um procedimento apuratório através de sua Corregedoria Geral para averiguar as circunstâncias de uma ação onde um homem foi atingido por disparos de arma de fogo, na Av. Pastor Martin Luther King, altura de Inhaúma, durante uma ocorrência do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE)". Segundo a Polícia Civil, o caso foi comunicado na 44ª DP (Inhaúma) pelos próprios policiais militares que participaram da ocorrência. A investigação está em andamento. Marca de tiro em carro de motorista de aplicativo baleado no peito por engano pela PM Reprodução PMs contaram que atiraram Elisângela Jales, esposa da vítima, contou que Bruno estava dirigindo um Tracker preto e foi confundido com um bandido. Ainda no domingo, ela esteve na delegacia para buscar os documentos e o celular do marido. Ela conta que um policial militar disse a ela que só ele atirou mais de 50 vezes na direção de Bruno. "Eles me pediram mil desculpas, que tinham se confundido", relatou, nesta segunda-feira, enquanto esperava o marido ter alta médica. — Mas ele não disse que foram todos na direção do meu esposo. Então assim, eu não posso dizer 50 tiros. Eu não tenho como dizer, eu sei que o carro está todo destruído. Segundo Elisângela, um policial chegou a lhe pedir desculpas por ter baleado Bruno. Ela contou que o PM não tinha mais do que 25 anos e gaguejava, muito nervoso: — Ele mesmo falou: "Eu atirei no seu marido". Ele falou assim: "Me desculpa, me desculpa". Ele estava gaguejando muito. E ele falou mesmo: "Eu atirei. Eu atirei no seu marido. Eu atirei contra o carro do seu esposo".
Qual é a sua reação?