Senador bolsonarista ataca projeto contra jornada 6x1: 'Não quer trabalhar? Fica em casa e se inscreve no Bolsa Família'

Discussão que originou PEC começou a partir de uma articulação nas redes sociais pelo balconista e vereador eleito Rick Azevedo O senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) atacou a mobilização pelo fim da jornada de trabalho 6 por 1 em postagem publicada nas redes sociais. O parlamentar afirmou que aqueles que "não querem trabalhar" podem "ficar em casa e se inscrever no Bolsa Família". Lula diz não permitir celulares em seu gabinete: 'Não é seguro mesmo quando está desligado' Zema, Caiado e Ratinho Júnior: Governadores em segundo mandato pavimentam sucessão Initial plugin text "Jornada 6x1: Sou da opinião que é do suor do rosto que se come o pão. Não quer trabalhar? Fica em casa e se inscreve no Bolsa Família. O que esperar dos 'jênius' esquerdistas? Incentivar trabalho, prosperidade, esforço e recompensa? Claro que não. Só pregam o que não presta", escreveu Seif no X. A discussão sobre o fim da jornada de trabalho 6 por 1 começou a partir de uma articulação nas redes sociais pelo balconista Rick Azevedo. No ano passado, ele publicou um vídeo no TikTok onde falava do esgotamento com o trabalho numa farmácia. A publicação viralizou e mobilizou trabalhadores, com 1,4 milhão de assinaturas no o Movimento VAT (Vila Além do Trabalho). Nas eleições deste ano, Azevedo acabou se tornando o vereador do Rio mais votado pelo PSOL, sendo o 12º na colocação geral no pleito. A ideia ganhou o apoio da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que no dia 1º de maio, o Dia do Trabalhador, apresentou no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere a redução das horas de trabalho. Veja abaixo perguntas e respostas sobre a iniciativa. O que diz o texto? O texto inicial propõe o fim da escala 6x1, que dá apenas uma folga na semana ao trabalhador, e sugere que o limite de 44 horas de carga horária semanal seja reduzido para 36 horas, sem alteração na carga máxima diária de oito horas. Isso permitiria que o país adotasse o modelo de quatro dias de trabalho. O que precisa para que a PEC seja aprovada? Para ser discutido na Câmara e no Senado, a proposta precisa do apoio de ao menos 171 assinaturas de parlamentares, já que se trata de uma mudança na Constituição. Até sexta-feira, 71 nomes tinham endossado a proposta. Neste domingo, de acordo com a equipe de Erika, o apoio ao texto subiu para próximo de 100, em meio à popularização do tema nas redes sociais e à pressão sobre deputados. Quais são as regras hoje? A definição da carga horária atual está estabelecida no artigo 7º da Constituição Federal. Lá, fica assegurado ao trabalhador o direito de ter um expediente “não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais”. Já as horas extras não podem passar do limite de duas horas por dia, com exceção de situações excepcionais. Advogada trabalhista e especialista em Direito Sindical, Maria Lucia Benhame explica que a escala 6x1 atinge principalmente trabalhadores do comércio e de alguns setores de serviços, como de hotéis, bares e restaurantes, com jornada de 7h20 de trabalho em seis dias e um dia de folga. Em outros setores, como a indústria e áreas como saúde, telemarketing, logística e segurança patrimonial, a jornada é por escala específica, que varia caso a caso. — Nos escritórios, o mais corriqueiro é trabalhar só de segunda a sexta-feira. Algumas empresas baixaram voluntariamente a escala para 8 horas diárias, 40 horas por semana, e outras funcionam com 44 horas semanais, mas com uma compensação semanal, seja de 48 horas a mais por dia ou uma hora a mais de segunda a quinta-feira — explica.

Nov 11, 2024 - 23:22
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Senador bolsonarista ataca projeto contra jornada 6x1: 'Não quer trabalhar? Fica em casa e se inscreve no Bolsa Família'

Discussão que originou PEC começou a partir de uma articulação nas redes sociais pelo balconista e vereador eleito Rick Azevedo O senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) atacou a mobilização pelo fim da jornada de trabalho 6 por 1 em postagem publicada nas redes sociais. O parlamentar afirmou que aqueles que "não querem trabalhar" podem "ficar em casa e se inscrever no Bolsa Família". Lula diz não permitir celulares em seu gabinete: 'Não é seguro mesmo quando está desligado' Zema, Caiado e Ratinho Júnior: Governadores em segundo mandato pavimentam sucessão Initial plugin text "Jornada 6x1: Sou da opinião que é do suor do rosto que se come o pão. Não quer trabalhar? Fica em casa e se inscreve no Bolsa Família. O que esperar dos 'jênius' esquerdistas? Incentivar trabalho, prosperidade, esforço e recompensa? Claro que não. Só pregam o que não presta", escreveu Seif no X. A discussão sobre o fim da jornada de trabalho 6 por 1 começou a partir de uma articulação nas redes sociais pelo balconista Rick Azevedo. No ano passado, ele publicou um vídeo no TikTok onde falava do esgotamento com o trabalho numa farmácia. A publicação viralizou e mobilizou trabalhadores, com 1,4 milhão de assinaturas no o Movimento VAT (Vila Além do Trabalho). Nas eleições deste ano, Azevedo acabou se tornando o vereador do Rio mais votado pelo PSOL, sendo o 12º na colocação geral no pleito. A ideia ganhou o apoio da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que no dia 1º de maio, o Dia do Trabalhador, apresentou no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que sugere a redução das horas de trabalho. Veja abaixo perguntas e respostas sobre a iniciativa. O que diz o texto? O texto inicial propõe o fim da escala 6x1, que dá apenas uma folga na semana ao trabalhador, e sugere que o limite de 44 horas de carga horária semanal seja reduzido para 36 horas, sem alteração na carga máxima diária de oito horas. Isso permitiria que o país adotasse o modelo de quatro dias de trabalho. O que precisa para que a PEC seja aprovada? Para ser discutido na Câmara e no Senado, a proposta precisa do apoio de ao menos 171 assinaturas de parlamentares, já que se trata de uma mudança na Constituição. Até sexta-feira, 71 nomes tinham endossado a proposta. Neste domingo, de acordo com a equipe de Erika, o apoio ao texto subiu para próximo de 100, em meio à popularização do tema nas redes sociais e à pressão sobre deputados. Quais são as regras hoje? A definição da carga horária atual está estabelecida no artigo 7º da Constituição Federal. Lá, fica assegurado ao trabalhador o direito de ter um expediente “não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais”. Já as horas extras não podem passar do limite de duas horas por dia, com exceção de situações excepcionais. Advogada trabalhista e especialista em Direito Sindical, Maria Lucia Benhame explica que a escala 6x1 atinge principalmente trabalhadores do comércio e de alguns setores de serviços, como de hotéis, bares e restaurantes, com jornada de 7h20 de trabalho em seis dias e um dia de folga. Em outros setores, como a indústria e áreas como saúde, telemarketing, logística e segurança patrimonial, a jornada é por escala específica, que varia caso a caso. — Nos escritórios, o mais corriqueiro é trabalhar só de segunda a sexta-feira. Algumas empresas baixaram voluntariamente a escala para 8 horas diárias, 40 horas por semana, e outras funcionam com 44 horas semanais, mas com uma compensação semanal, seja de 48 horas a mais por dia ou uma hora a mais de segunda a quinta-feira — explica.

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