Trump confirma senador Marco Rubio como secretário de Estado em seu novo mandato
Nome do político e outrora rival vinha sendo ventilado nos últimos dias; Matt Gaetz, deputado da base trumpista, foi confirmado no Departamento de Justiça O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, confirmou o nome do senador Marco Rubio como o novo secretário de Estado dos EUA, que assumirá o cargo em janeiro após a posse do republicano. Rubio, que no passado chegou a ser ridicularizado em debates do partido, é conhecido por suas posturas agressivas e por vezes pouco diplomáticas sobre política externa. Trump também anunciou o nome do deputado Matt Gaetz para o Departamento de Estado, uma indicação que causou certa supresa até mesmo em sua base. "É uma grande honra anunciar que o senador Marco Rubio, da Flórida, é nomeado para ser o Secretário de Estado dos Estados Unidos. Marco é um líder altamente respeitado e uma voz muito poderosa pela liberdade. Ele será um forte defensor da nossa nação, um verdadeiro amigo dos nossos aliados e um guerreiro destemido que nunca recuará diante dos nossos adversários. Estou ansioso para trabalhar com Marco para tornar a América e o mundo seguros e grandes novamente!", disse Trump em comunicado. Indicações: Trump confirma Waltz, 'falcão' anti-China, Rússia, Irã e imigração, como conselheiro de Segurança Nacional Nomeado por Trump: Musk promete 'abalar sistema' à frente do inédito Departamento de 'Eficiência Governamental' Em publicação no X, logo após a indicação, Rubio afirmou que "liderar o Departamento de Estado dos EUA é uma tremenda responsabilidade", disse estar "honrado pela confiança" de Trumo, e que trabalhará "todos os dias para executar sua agenda de política externa". "Sob a liderança do Presidente Trump, entregaremos a paz por meio da força e sempre colocaremos os interesses dos americanos e da América acima de tudo. Estou ansioso para ganhar o apoio dos meus colegas no Senado dos EUA para que o Presidente tenha sua equipe de segurança nacional e política externa pronta quando assumir o cargo em 20 de janeiro", escreveu. Caminho aberto no Legislativo: Republicanos mantêm maioria na Câmara de Deputados e dão a Trump controle do Congresso nos EUA Senador eleito pela Flórida em 2010, e que foi chamado de "Pequeno Marco" na corrida pela indicação republicana à Presidência em 2016, Marco Rubio passou de um "trumpcético" para um trumpista de primeira linha ainda na campanha daquele ano. Próximo da comunidade latina — ele é filho de cubanos — defendeu a adoção de medidas duras contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela durante o primeiro mandato do republicano. Em 2019, em entrevista ao New York Times, chegou a sugerir que a queda do ditador estava perto de acontecer. — Ele escolheu uma batalha que não pode vencer — afirmou. — É só uma questão de tempo. A única coisa que não sabemos é quanto tempo levará, e se será pacífico ou sangrento. Quebrando uma linha recente na diplomacia americana, Rubio deve elevar o status da América Latina na lista de prioridades do Departamento de Estado, com foco naquela que é uma bandeira central para Trump: a imigração. “Nossa região está atualmente passando por pelo menos seis grandes crises. Elas vão desde a migração em massa sem precedentes na fronteira sul dos EUA até o colapso completo da ordem social no Haiti e a opressão estatal intensificada em Cuba, Nicarágua e Venezuela", escreveu, em abril, na revista The National Interest, fazendo um aceno a lideranças consideradas alinhadas a Trump, como Javier Milei na Argentina e Nayib Bukele em El Salvador. “Mesmo que reconheçamos os horrores que ocorrem não muito longe de nossas costas, e façamos o nosso melhor para combatê-los, devemos nos inspirar na nova geração de líderes potencialmente pró-América no Hemisfério Ocidental.” Como pontuou o colunista do GLOBO Guga Chacra, a escolha de Rubio pode causar dores de cabeça no Itamaraty e no Palácio do Planalto. Entusiasta do ex-presidente Jair Bolsonaro, o futuro secretário de Estado disse que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, era um "líder de extrema esquerda", e que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de suspender a rede social X no Brasil era "autoritária". “O banimento do X no Brasil, sob a administração Lula, levanta sérias preocupações sobre a liberdade de expressão e o alcance do Judiciário”, escreveu recentemente na rede social de Elon Musk. Rubio também é um crítico da China, e deve se unir a Trump na defesa de uma política que pode passar da competição, defendida pelo próprio republicano e por Joe Biden, para algo parecido a uma relação de enfrentamento. No Senado, foi favorável a medidas voltadas ao fortalecimento do parque industrial dos EUA, como forma de concorrer com a economia apoiada pelo Estado chinês, e em 2020 apresentou um projeto para impedir a importação de bens produzidos "com o trabalho escravo" da minoria uigur, no auge das denúncias contra a repressão de Pequim em Xinjiang. Sobre a Rússia, Marco Rubio disse que "não está do mesmo lado" do president
Nome do político e outrora rival vinha sendo ventilado nos últimos dias; Matt Gaetz, deputado da base trumpista, foi confirmado no Departamento de Justiça O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, confirmou o nome do senador Marco Rubio como o novo secretário de Estado dos EUA, que assumirá o cargo em janeiro após a posse do republicano. Rubio, que no passado chegou a ser ridicularizado em debates do partido, é conhecido por suas posturas agressivas e por vezes pouco diplomáticas sobre política externa. Trump também anunciou o nome do deputado Matt Gaetz para o Departamento de Estado, uma indicação que causou certa supresa até mesmo em sua base. "É uma grande honra anunciar que o senador Marco Rubio, da Flórida, é nomeado para ser o Secretário de Estado dos Estados Unidos. Marco é um líder altamente respeitado e uma voz muito poderosa pela liberdade. Ele será um forte defensor da nossa nação, um verdadeiro amigo dos nossos aliados e um guerreiro destemido que nunca recuará diante dos nossos adversários. Estou ansioso para trabalhar com Marco para tornar a América e o mundo seguros e grandes novamente!", disse Trump em comunicado. Indicações: Trump confirma Waltz, 'falcão' anti-China, Rússia, Irã e imigração, como conselheiro de Segurança Nacional Nomeado por Trump: Musk promete 'abalar sistema' à frente do inédito Departamento de 'Eficiência Governamental' Em publicação no X, logo após a indicação, Rubio afirmou que "liderar o Departamento de Estado dos EUA é uma tremenda responsabilidade", disse estar "honrado pela confiança" de Trumo, e que trabalhará "todos os dias para executar sua agenda de política externa". "Sob a liderança do Presidente Trump, entregaremos a paz por meio da força e sempre colocaremos os interesses dos americanos e da América acima de tudo. Estou ansioso para ganhar o apoio dos meus colegas no Senado dos EUA para que o Presidente tenha sua equipe de segurança nacional e política externa pronta quando assumir o cargo em 20 de janeiro", escreveu. Caminho aberto no Legislativo: Republicanos mantêm maioria na Câmara de Deputados e dão a Trump controle do Congresso nos EUA Senador eleito pela Flórida em 2010, e que foi chamado de "Pequeno Marco" na corrida pela indicação republicana à Presidência em 2016, Marco Rubio passou de um "trumpcético" para um trumpista de primeira linha ainda na campanha daquele ano. Próximo da comunidade latina — ele é filho de cubanos — defendeu a adoção de medidas duras contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela durante o primeiro mandato do republicano. Em 2019, em entrevista ao New York Times, chegou a sugerir que a queda do ditador estava perto de acontecer. — Ele escolheu uma batalha que não pode vencer — afirmou. — É só uma questão de tempo. A única coisa que não sabemos é quanto tempo levará, e se será pacífico ou sangrento. Quebrando uma linha recente na diplomacia americana, Rubio deve elevar o status da América Latina na lista de prioridades do Departamento de Estado, com foco naquela que é uma bandeira central para Trump: a imigração. “Nossa região está atualmente passando por pelo menos seis grandes crises. Elas vão desde a migração em massa sem precedentes na fronteira sul dos EUA até o colapso completo da ordem social no Haiti e a opressão estatal intensificada em Cuba, Nicarágua e Venezuela", escreveu, em abril, na revista The National Interest, fazendo um aceno a lideranças consideradas alinhadas a Trump, como Javier Milei na Argentina e Nayib Bukele em El Salvador. “Mesmo que reconheçamos os horrores que ocorrem não muito longe de nossas costas, e façamos o nosso melhor para combatê-los, devemos nos inspirar na nova geração de líderes potencialmente pró-América no Hemisfério Ocidental.” Como pontuou o colunista do GLOBO Guga Chacra, a escolha de Rubio pode causar dores de cabeça no Itamaraty e no Palácio do Planalto. Entusiasta do ex-presidente Jair Bolsonaro, o futuro secretário de Estado disse que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, era um "líder de extrema esquerda", e que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de suspender a rede social X no Brasil era "autoritária". “O banimento do X no Brasil, sob a administração Lula, levanta sérias preocupações sobre a liberdade de expressão e o alcance do Judiciário”, escreveu recentemente na rede social de Elon Musk. Rubio também é um crítico da China, e deve se unir a Trump na defesa de uma política que pode passar da competição, defendida pelo próprio republicano e por Joe Biden, para algo parecido a uma relação de enfrentamento. No Senado, foi favorável a medidas voltadas ao fortalecimento do parque industrial dos EUA, como forma de concorrer com a economia apoiada pelo Estado chinês, e em 2020 apresentou um projeto para impedir a importação de bens produzidos "com o trabalho escravo" da minoria uigur, no auge das denúncias contra a repressão de Pequim em Xinjiang. Sobre a Rússia, Marco Rubio disse que "não está do mesmo lado" do presidente Vladimir Putin, mas também critica os pacotes bilionários de envio de armas a Kiev e disse à rede NBC em setembro que "a realidade é que a guerra na Ucrânia vai terminar com um acordo negociado". No Oriente Médio, é um apoiador ferrenho de Israel, e um crítico do Irã — em 2015, foi um dos senadores que se opôs ao acordo internacional que impôs limites ao programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções, e 2018 apoiou a saída americana do plano e a imposição da política conhecida como "pressão máxima". Em abril, logo após a primeira série de ataques iranianos contra Israel, acusou o governo de Joe Biden de agir para evitar uma resposta armada contra Teerã porque estaria "servindo a sua base anti-Israel e antissemita”. Na época, a Casa Branca alegou, assim como o fez na segunda onda de ataques, que tentava convencer os israelenses a calibrarem a resposta para evitar uma guerra regional. Surpresa na Justiça Também na quarta-feira, Trump anunciou o nome do deputado Matt Gaetz como futuro secretário de Justiça, uma posição crucial para um presidente que chega ao cargo repleto de problemas nos tribunais. E a escola de Gaetz, um aliado de primeira linha, que o defendeu em seus dois processos de impeachment no Congresso, parece ter sido feita a dedo. “Poucas questões na América são mais importantes do que acabar com o aparelhamento partidário do nosso sistema de justiça”, escreveu Trump, em comunicado “Matt acabará com o governo partidarizado, protegerá nossas fronteiras, desmantelará organizações criminosas e restaurará a fé e a confiança gravemente abaladas dos americanos no Departamento de Justiça." Em publicação no X, disse que "será uma honra" trabalhar no governo Trump. Eleito pela Flórida, Gaetz foi alvo de uma investigação por tráfico humano, concluída em 2023 e que não resultou na abertura de um processo por parte do Departamento de Justiça. E além de agir para arquivar os processos federais — e também os estaduais — contra Trump, ele deve estar à frente de inquéritos conduzidos pela pasta contra algozes do presidente eleito, como prometeu fazer ao longo da campanha. Dentro do sistema americano, o departamento tem o poder de abrir e conduzir investigações, e o secretário tem poderes que por vezes se confundem com os de um procurador-geral. No Congresso, a escolha surpreendeu até parlamentares da base governista. — Não tenho nenhum comentário realmente bom — disse à CNN o deputado Don Bacon.
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