Rússia nega conversa entre Putin e Trump após eleição americana: 'Ficção pura'

Declaração ocorre em um momento de instensificação de ataques entre os dois países em guerra, com a Ucrânia sob alerta de bombardeios em quase todo o território nesta segunda-feira O governo russo negou nesta segunda-feira que o presidente Vladimir Putin tenha conversado com Donald Trump após a vitória do republicano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, desmentindo uma informação publicada pelo jornal Washington Post no domingo. A publicação também havia dito que o presidente eleito pediu ao líder russo que evite uma escalada na Ucrânia, onde as tropas russas iniciaram uma ofensiva em fevereiro de 2022. A declaração ocorre em um momento de instensificação de ataques de drones entre os dois países, com a Ucrânia sob alerta de bombardeios em quase todo o território nesta segunda-feira. Sob alerta: Eleição de Trump lança incertezas sobre rumo da guerra na Ucrânia, e Zelensky diz que concessões à Rússia seriam 'suicídio' Cúpula do Brics: Putin afirma que mundo passa por formação 'irreversível' de ordem multipolar — Não corresponde em absoluto à realidade, é ficção pura, simplesmente uma informação falsa — declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. — No momento, não há planos concretos sobre uma conversa entre Trump e Putin. Galerias Relacionadas Veja também: Lula fala com Putin e reafirma participação na cúpula do Brics, diz Planalto Com base em declarações de várias fontes próximas à equipe do presidente americano eleito, mas que falaram sob anonimato, o jornal destacou ainda que Trump lembrou Putin da grande presença militar dos Estados Unidos na Europa. O republicano teria expressado, segundo o jornal, o interesse em futuras conversas para discutir "a solução" do conflito na Ucrânia "em breve". Questionado sobre a possível conversa, Steven Cheung, diretor de comunicação de Trump, disse à AFP que não comentavam "sobre ligações particulares entre o presidente Trump e outros líderes mundiais". O retorno de Trump à Casa Branca é visto como uma oportunidade de mudança no conflito na Ucrânia, depois que ele afirmou durante a campanha eleitoral que conseguiria acabar rapidamente com o conflito de quase três anos. — Os sinais são positivos. Trump, durante a campanha eleitoral, disse que vê tudo isso por meio de acordos. E que ele pode obter um acordo que leve à paz — disse Peskov, em entrevista à imprensa estatal divulgada no fim de semana. Por sua vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky falou com Trump na quarta-feira, uma conversa que também contou com a participação do bilionário Elon Musk. Sem saberem os próximos passos do governo americano a partir de 20 de janeiro — data da posse — os ucranianos temem que Trump imponha uma trégua largamente favorável à Rússia. De acordo com a imprensa ocidental, Trump buscaria desmilitarizar e deixar sob controle russo a área atualmente ocupada por Moscou, ou seja, 20% do território ucraniano. Também seria favorável que Kiev renunciasse à adesão à Otan, como exige o Kremlin. Se confirmadas, as medidas iriam de encontro ao "plano de vitória" promovido por Zelensky, para quem os pontos mais importantes são um convite oficial para integrar a Otan e o reforço da assistência militar para proteger o território ucraniano. Ataques de drones Enquanto isso, a guerra entre os dois países passa por um momento de intensificação de ataques de ambos os lados. Nesta segunda, a Ucrânia emitiu alerta de bombardeios para grande parte de seu território devido à decolagem de aviões russos, após ataques que mataram seis pessoas durante a noite nas cidades de Mykolaiv e Zaporíjia, na região sul. "Atenção! Perigo de mísseis em toda a Ucrânia! Decolagem dos (bombardeiros) MiG-31K russos", publicou a Força Aérea ucraniana no Telegram. A nota também afirma que oito bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-95 seguiam em direção à Ucrânia. Os Tu-95 são bombardeiros de longo alcance que podem transportar mísseis de cruzeiro. O MiG-31 é um avião interceptor e de ataque que geralmente acompanha os bombardeiros estratégicos. Na madrugada de domingo, Moscou e Kiev lançaram os maiores ataques de drones em mais de dois anos e meio. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, 34 drones ucranianos que seguiam para a região de Moscou foram derrubados, o maior ataque contra a capital russa desde o início do conflito em fevereiro de 2022. Outros 36 drones foram derrubados em duas regiões vizinhas a Moscou e em outras três próximas da fronteira com a Ucrânia, disse a pasta. O ataque, que forçou o fechamento temporário de três aeroportos em Moscou, feriu uma mulher de 52 anos e provocou o incêndio de duas residências na localidade de Ramenskoye, na região da capital russa, segundo as autoridades. Do lado da Ucrânia, o presidente Zelensky reportou um ataque "recorde" de 145 drones russos ao seu território, 62 dos quais foram abatidos pela Força Aérea ucraniana em 13 regiões do país. As autoridades ucranianas não relataram vítimas ou danos. A Ucrânia afirma que seus ataques, que geralmente têm como

Nov 11, 2024 - 12:43
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Rússia nega conversa entre Putin e Trump após eleição americana: 'Ficção pura'

Declaração ocorre em um momento de instensificação de ataques entre os dois países em guerra, com a Ucrânia sob alerta de bombardeios em quase todo o território nesta segunda-feira O governo russo negou nesta segunda-feira que o presidente Vladimir Putin tenha conversado com Donald Trump após a vitória do republicano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, desmentindo uma informação publicada pelo jornal Washington Post no domingo. A publicação também havia dito que o presidente eleito pediu ao líder russo que evite uma escalada na Ucrânia, onde as tropas russas iniciaram uma ofensiva em fevereiro de 2022. A declaração ocorre em um momento de instensificação de ataques de drones entre os dois países, com a Ucrânia sob alerta de bombardeios em quase todo o território nesta segunda-feira. Sob alerta: Eleição de Trump lança incertezas sobre rumo da guerra na Ucrânia, e Zelensky diz que concessões à Rússia seriam 'suicídio' Cúpula do Brics: Putin afirma que mundo passa por formação 'irreversível' de ordem multipolar — Não corresponde em absoluto à realidade, é ficção pura, simplesmente uma informação falsa — declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. — No momento, não há planos concretos sobre uma conversa entre Trump e Putin. Galerias Relacionadas Veja também: Lula fala com Putin e reafirma participação na cúpula do Brics, diz Planalto Com base em declarações de várias fontes próximas à equipe do presidente americano eleito, mas que falaram sob anonimato, o jornal destacou ainda que Trump lembrou Putin da grande presença militar dos Estados Unidos na Europa. O republicano teria expressado, segundo o jornal, o interesse em futuras conversas para discutir "a solução" do conflito na Ucrânia "em breve". Questionado sobre a possível conversa, Steven Cheung, diretor de comunicação de Trump, disse à AFP que não comentavam "sobre ligações particulares entre o presidente Trump e outros líderes mundiais". O retorno de Trump à Casa Branca é visto como uma oportunidade de mudança no conflito na Ucrânia, depois que ele afirmou durante a campanha eleitoral que conseguiria acabar rapidamente com o conflito de quase três anos. — Os sinais são positivos. Trump, durante a campanha eleitoral, disse que vê tudo isso por meio de acordos. E que ele pode obter um acordo que leve à paz — disse Peskov, em entrevista à imprensa estatal divulgada no fim de semana. Por sua vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky falou com Trump na quarta-feira, uma conversa que também contou com a participação do bilionário Elon Musk. Sem saberem os próximos passos do governo americano a partir de 20 de janeiro — data da posse — os ucranianos temem que Trump imponha uma trégua largamente favorável à Rússia. De acordo com a imprensa ocidental, Trump buscaria desmilitarizar e deixar sob controle russo a área atualmente ocupada por Moscou, ou seja, 20% do território ucraniano. Também seria favorável que Kiev renunciasse à adesão à Otan, como exige o Kremlin. Se confirmadas, as medidas iriam de encontro ao "plano de vitória" promovido por Zelensky, para quem os pontos mais importantes são um convite oficial para integrar a Otan e o reforço da assistência militar para proteger o território ucraniano. Ataques de drones Enquanto isso, a guerra entre os dois países passa por um momento de intensificação de ataques de ambos os lados. Nesta segunda, a Ucrânia emitiu alerta de bombardeios para grande parte de seu território devido à decolagem de aviões russos, após ataques que mataram seis pessoas durante a noite nas cidades de Mykolaiv e Zaporíjia, na região sul. "Atenção! Perigo de mísseis em toda a Ucrânia! Decolagem dos (bombardeiros) MiG-31K russos", publicou a Força Aérea ucraniana no Telegram. A nota também afirma que oito bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-95 seguiam em direção à Ucrânia. Os Tu-95 são bombardeiros de longo alcance que podem transportar mísseis de cruzeiro. O MiG-31 é um avião interceptor e de ataque que geralmente acompanha os bombardeiros estratégicos. Na madrugada de domingo, Moscou e Kiev lançaram os maiores ataques de drones em mais de dois anos e meio. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, 34 drones ucranianos que seguiam para a região de Moscou foram derrubados, o maior ataque contra a capital russa desde o início do conflito em fevereiro de 2022. Outros 36 drones foram derrubados em duas regiões vizinhas a Moscou e em outras três próximas da fronteira com a Ucrânia, disse a pasta. O ataque, que forçou o fechamento temporário de três aeroportos em Moscou, feriu uma mulher de 52 anos e provocou o incêndio de duas residências na localidade de Ramenskoye, na região da capital russa, segundo as autoridades. Do lado da Ucrânia, o presidente Zelensky reportou um ataque "recorde" de 145 drones russos ao seu território, 62 dos quais foram abatidos pela Força Aérea ucraniana em 13 regiões do país. As autoridades ucranianas não relataram vítimas ou danos. A Ucrânia afirma que seus ataques, que geralmente têm como alvos instalações do setor de energia, são uma resposta aos intensos bombardeios russos contra seu território desde o início da ofensiva.

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