Rússia vai aumentar gastos com defesa em quase 30% em 2025; Putin diz que 'atingirá todos seus objetivos' na Ucrânia
Valores permanecerão elevados pelo menos até 2027, sugerindo que o fim do conflito não está nos planos imediatos do Kremlin O governo da Rússia prevê, para 2025, aumentar em quase 30% os gastos com defesa, sinalizando que a guerra na Ucrânia, que já está em seu terceiro ano, não parece perto de um fim. Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, “todos os objetivos serão atingidos” no país vizinho. Valor de até R$ 35 bilhões: Rússia lucrou bilhões com grãos de áreas ocupadas na Ucrânia em quase três anos de guerra Liderados por China e Brasil: 12 países divulgam comunicado propondo 'grupo de amigos pela paz' para buscar acordo entre Rússia e Ucrânia De acordo com o projeto de orçamento para o ano que vem, entregue nesta segunda-feira ao Parlamento, estão previstos gastos com Defesa no valor de 13,5 trilhões de rublos (R$ 790 bilhões) — em 2024, o orçamento previa 10,4 trilhões (R$ 610 bilhões) de rublos em despesas, um valor que, na época, já era considerado recorde. Por valores atuais, o novo orçamento para a Defesa corresponde a 6,31% do PIB russo, e somado a outros gastos não especificados, como projetos de “segurança nacional”, corresponde a quase 40% do orçamento total do Kremlin para 2025 O plano prevê uma pequena queda nos gastos com defesa em 2026 — 12,8 trilhões de rublos (R$ 750 bilhões) —, além de uma retomada em 2027 — 13,1 trilhões de rublos, ou R$ 770 bilhões. Há cerca de um ano, quando o orçamento para 2024 foi apresentado, havia uma previsão de corte nos investimentos em defesa na Rússia, mas o que ocorreu, na prática, foi exatamente o contrário. Mesmo assim, as autoridades garantem que a prioridade das despesas é com ações sociais, como o pagamento de pensões e benefícios. — A segunda maior prioridade é permitir os gastos com defesa e segurança, fornecendo os recursos para a operação militar especial [como a Rússia chama a guerra] e o apoio às famílias daqueles participando da operação militar especial — afirmou, na semana passada, o ministro das Finanças, Anton Siluanov, ao falar do orçamento para o ano que vem. Contudo, os números mostram que os gastos com “segurança nacional”, por exemplo, superam os valores previstos para ações sociais, um cenário que se repete em outras pastas. Discurso agressivo: Rússia afirma que mudança de doutrina nuclear é 'advertência' ao Ocidente, e Ucrânia diz que ameaça 'não vai funcionar' Com o conflito perto dos mil dias, a Rússia tenta garantir avanços estratégicos na Ucrânia antes da chegada do inverno. Cidades como Pokrovsk, no leste, estão perto de cair, afirmam analistas militares, dando a Moscou a capacidade para ampliar sua presença na região e, eventualmente, conquistar por completo pelo menos uma das quatro regiões anexadas em setembro de 2022, Donetsk. Em meio aos combates, que também incluem uma incursão da Ucrânia na região russa de Kursk, não há por parte das lideranças em Kiev e Moscou sinais de que uma solução negociada seja possível a curto ou médio prazo. Nesta segunda-feira, quando o decreto da anexação das quatro regiões ucranianas — Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson — completou dois anos, Putin afirmou que a Rússia “atingirá todos os seus objetivos” na guerra. — Hoje, juntos, defendemos um futuro seguro e próspero para nossos filhos e netos, nosso destino compartilhado, a memória das conquistas e vitórias de nossos grandes ancestrais e nossa lealdade às suas tradições e preceitos — disse Putin, em pronunciamento. — Quero agradecer a todos os cidadãos do nosso país por sua unidade e espírito patriótico. A verdade está do nosso lado. Todos os objetivos que estabelecemos para nós mesmos serão alcançados. Em reunião na ONU: Zelensky diz que Irã e Coreia do Norte são 'cúmplices' da Rússia na guerra contra Ucrânia Putin voltou a chamar o governo de Kiev de “neonazista”, e declarou que a intenção da Rússia era resolver as diferenças de maneira diplomática, e não através das armas. — Não abandonamos nossos irmãos e irmãs e buscamos alcançar uma resolução pacífica para este grave conflito. Vocês sabem como essas conversas terminaram: com mentiras, enganos e traições das elites ocidentais, que naquela época transformaram a Ucrânia em sua colônia, em um posto militar avançado mirando a Rússia — disse o presidente. — Os desenvolvimentos subsequentes confirmaram totalmente a necessidade e validade da operação militar especial e sua natureza genuinamente libertadora. A metamorfose de Putin: Como o presidente que queria a Rússia na Otan se tornou o maior rival da aliança As anexações das quatro regiões — assim como a da Crimeia, em 2014 — não são reconhecidas pela comunidade internacional, apesar do Estado russo se fazer presente nas áreas de fato ocupadas, impondo seus sistemas legal, jurídico e político, além de modificar conteúdos escolares e o funcionamento de instituições locais.
Valores permanecerão elevados pelo menos até 2027, sugerindo que o fim do conflito não está nos planos imediatos do Kremlin O governo da Rússia prevê, para 2025, aumentar em quase 30% os gastos com defesa, sinalizando que a guerra na Ucrânia, que já está em seu terceiro ano, não parece perto de um fim. Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, “todos os objetivos serão atingidos” no país vizinho. Valor de até R$ 35 bilhões: Rússia lucrou bilhões com grãos de áreas ocupadas na Ucrânia em quase três anos de guerra Liderados por China e Brasil: 12 países divulgam comunicado propondo 'grupo de amigos pela paz' para buscar acordo entre Rússia e Ucrânia De acordo com o projeto de orçamento para o ano que vem, entregue nesta segunda-feira ao Parlamento, estão previstos gastos com Defesa no valor de 13,5 trilhões de rublos (R$ 790 bilhões) — em 2024, o orçamento previa 10,4 trilhões (R$ 610 bilhões) de rublos em despesas, um valor que, na época, já era considerado recorde. Por valores atuais, o novo orçamento para a Defesa corresponde a 6,31% do PIB russo, e somado a outros gastos não especificados, como projetos de “segurança nacional”, corresponde a quase 40% do orçamento total do Kremlin para 2025 O plano prevê uma pequena queda nos gastos com defesa em 2026 — 12,8 trilhões de rublos (R$ 750 bilhões) —, além de uma retomada em 2027 — 13,1 trilhões de rublos, ou R$ 770 bilhões. Há cerca de um ano, quando o orçamento para 2024 foi apresentado, havia uma previsão de corte nos investimentos em defesa na Rússia, mas o que ocorreu, na prática, foi exatamente o contrário. Mesmo assim, as autoridades garantem que a prioridade das despesas é com ações sociais, como o pagamento de pensões e benefícios. — A segunda maior prioridade é permitir os gastos com defesa e segurança, fornecendo os recursos para a operação militar especial [como a Rússia chama a guerra] e o apoio às famílias daqueles participando da operação militar especial — afirmou, na semana passada, o ministro das Finanças, Anton Siluanov, ao falar do orçamento para o ano que vem. Contudo, os números mostram que os gastos com “segurança nacional”, por exemplo, superam os valores previstos para ações sociais, um cenário que se repete em outras pastas. Discurso agressivo: Rússia afirma que mudança de doutrina nuclear é 'advertência' ao Ocidente, e Ucrânia diz que ameaça 'não vai funcionar' Com o conflito perto dos mil dias, a Rússia tenta garantir avanços estratégicos na Ucrânia antes da chegada do inverno. Cidades como Pokrovsk, no leste, estão perto de cair, afirmam analistas militares, dando a Moscou a capacidade para ampliar sua presença na região e, eventualmente, conquistar por completo pelo menos uma das quatro regiões anexadas em setembro de 2022, Donetsk. Em meio aos combates, que também incluem uma incursão da Ucrânia na região russa de Kursk, não há por parte das lideranças em Kiev e Moscou sinais de que uma solução negociada seja possível a curto ou médio prazo. Nesta segunda-feira, quando o decreto da anexação das quatro regiões ucranianas — Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson — completou dois anos, Putin afirmou que a Rússia “atingirá todos os seus objetivos” na guerra. — Hoje, juntos, defendemos um futuro seguro e próspero para nossos filhos e netos, nosso destino compartilhado, a memória das conquistas e vitórias de nossos grandes ancestrais e nossa lealdade às suas tradições e preceitos — disse Putin, em pronunciamento. — Quero agradecer a todos os cidadãos do nosso país por sua unidade e espírito patriótico. A verdade está do nosso lado. Todos os objetivos que estabelecemos para nós mesmos serão alcançados. Em reunião na ONU: Zelensky diz que Irã e Coreia do Norte são 'cúmplices' da Rússia na guerra contra Ucrânia Putin voltou a chamar o governo de Kiev de “neonazista”, e declarou que a intenção da Rússia era resolver as diferenças de maneira diplomática, e não através das armas. — Não abandonamos nossos irmãos e irmãs e buscamos alcançar uma resolução pacífica para este grave conflito. Vocês sabem como essas conversas terminaram: com mentiras, enganos e traições das elites ocidentais, que naquela época transformaram a Ucrânia em sua colônia, em um posto militar avançado mirando a Rússia — disse o presidente. — Os desenvolvimentos subsequentes confirmaram totalmente a necessidade e validade da operação militar especial e sua natureza genuinamente libertadora. A metamorfose de Putin: Como o presidente que queria a Rússia na Otan se tornou o maior rival da aliança As anexações das quatro regiões — assim como a da Crimeia, em 2014 — não são reconhecidas pela comunidade internacional, apesar do Estado russo se fazer presente nas áreas de fato ocupadas, impondo seus sistemas legal, jurídico e político, além de modificar conteúdos escolares e o funcionamento de instituições locais.
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