Roupas de brechós podem estar repletas de germes; veja o que consumidores de peças vintage precisam saber

Se não forem devidamente higienizados, looks podem ser reservatório significativo para muitas doenças infecciosas A demanda por roupas de segunda mão e vintage disparou nos últimos anos. Para muitos consumidores, a moda usada é vista como uma forma mais barata e sustentável de ampliar o guarda-roupa. No entanto, por mais empolgado que você esteja para usar sua próxima compra de segunda mão, é importante desinfetá-la adequadamente antes. Isso porque as roupas podem ser um reservatório significativo para muitas doenças infecciosas. A pele humana é naturalmente coberta por milhões de bactérias, fungos e vírus, conhecidos coletivamente como o microbioma da pele. Isso significa que todas as peças de roupa que usamos entram em contato direto com esses microrganismos. Entre os microrganismos que habitam o microbioma da pele estão bactérias como Staphylococcus (que causa infecções por estafilococos) e Streptococcus (responsável pela faringite estreptocócica), fungos como Candida (a levedura que mais comumente causa candidíase) e vírus como o Papilomavírus Humano (HPV). O microbioma da pele é único para cada pessoa. O que é normal e inofensivo para uma pessoa pode ser causador de doenças para outra. Risco de infecção em roupas usadas As roupas são um conhecido vetor de microrganismos causadores de doenças. Isso significa que germes do microbioma da pele do dono anterior podem permanecer em roupas de segunda mão, caso não tenham sido limpas antes da venda. Além disso, infecções ou patógenos que a pessoa tinha ao usar as roupas pela última vez também podem estar presentes. Pesquisas mostram que roupas podem abrigar diversos patógenos infecciosos, incluindo bactérias como Staphylococcus aureus (que causa infecções na pele e no sangue), Salmonella e E. coli, vírus como norovírus e rotavírus (que causam febre, vômitos e diarreia) e fungos responsáveis por pé de atleta e micose. Um estudo específico sobre roupas de segunda mão vendidas em um mercado no Paquistão detectou a presença de Bacillus subtilis e Staphylococcus aureus em muitas amostras analisadas. Essas bactérias podem causar infecções de pele e sangue. Parasitas que causam infecções cutâneas, como dermatite e sarna, também foram encontrados em roupas de segunda mão. Os microrganismos da pele sobrevivem alimentando-se de aminoácidos presentes no suor, do óleo sebáceo liberado pelos folículos pilosos e das proteínas das células da pele, todos transferidos para as roupas ao usá-las. Além disso, estudos mostram que muitos germes patogênicos, como E. coli, Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes, podem sobreviver por meses em roupas mantidas em temperatura ambiente. Em tecidos de algodão ou fibras mistas, os germes permaneceram vivos por até 90 dias. Já em tecidos de poliéster, eles sobreviveram por até 200 dias. A alta umidade do ar favorece ainda mais a sobrevivência desses microrganismos, sugerindo que roupas devem ser armazenadas em ambientes secos para minimizar o crescimento de germes. Embora seja difícil determinar o risco exato de contrair uma doença a partir de roupas usadas (já que nenhum estudo específico foi realizado até hoje), pessoas imunossuprimidas estão provavelmente em maior risco. Quem tem o sistema imunológico comprometido deve tomar cuidados extras antes de usar roupas de segunda mão. Como lavar roupas de segunda mão corretamente A maioria dos microrganismos precisa de água para crescer. Áreas da pele que ficam mais úmidas – como axilas, pés e região genital – abrigam o maior número e a maior diversidade de microrganismos. Tecidos que entram em contato com essas regiões tendem a ser os mais contaminados. Além disso, fluidos corporais e resíduos de alimentos também podem contaminar as roupas, servindo como fonte de crescimento para bactérias ou fungos. Por isso, lavar roupas de segunda mão é fundamental para prevenir o crescimento de germes e reduzir o risco de infecção. Um estudo sobre roupas contaminadas com o parasita da sarna mostrou que a lavagem eliminou todos os parasitas presentes. Recomenda-se lavar roupas de segunda mão recém-compradas com detergente a uma temperatura de cerca de 60°C. Isso não apenas remove a sujeira, mas também elimina germes e inativa patógenos. Água fria não é tão eficaz para eliminar patógenos. Se não for possível lavar em alta temperatura, use um desinfetante para roupas. Inicialmente, lave as roupas de segunda mão separadamente das demais para evitar a contaminação cruzada. Deixe as roupas de molho em água morna (não fervente) com detergente antibacteriano por duas a três horas antes de lavá-las na máquina. Para garantir que germes remanescentes sejam eliminados, use uma secadora em alta temperatura ou passe as roupas com ferro a vapor a cerca de 60°C, caso o tecido permita. Embora muitos vendedores de roupas de segunda mão afirmem lavar as peças antes de vendê-las, não é possível ter certeza. Por isso, é sempre uma boa ideia lavar qualquer roupa de segunda mão que você comprar. O mesmo vale para roup

Nov 24, 2024 - 05:57
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Roupas de brechós podem estar repletas de germes; veja o que consumidores de peças vintage precisam saber

Se não forem devidamente higienizados, looks podem ser reservatório significativo para muitas doenças infecciosas A demanda por roupas de segunda mão e vintage disparou nos últimos anos. Para muitos consumidores, a moda usada é vista como uma forma mais barata e sustentável de ampliar o guarda-roupa. No entanto, por mais empolgado que você esteja para usar sua próxima compra de segunda mão, é importante desinfetá-la adequadamente antes. Isso porque as roupas podem ser um reservatório significativo para muitas doenças infecciosas. A pele humana é naturalmente coberta por milhões de bactérias, fungos e vírus, conhecidos coletivamente como o microbioma da pele. Isso significa que todas as peças de roupa que usamos entram em contato direto com esses microrganismos. Entre os microrganismos que habitam o microbioma da pele estão bactérias como Staphylococcus (que causa infecções por estafilococos) e Streptococcus (responsável pela faringite estreptocócica), fungos como Candida (a levedura que mais comumente causa candidíase) e vírus como o Papilomavírus Humano (HPV). O microbioma da pele é único para cada pessoa. O que é normal e inofensivo para uma pessoa pode ser causador de doenças para outra. Risco de infecção em roupas usadas As roupas são um conhecido vetor de microrganismos causadores de doenças. Isso significa que germes do microbioma da pele do dono anterior podem permanecer em roupas de segunda mão, caso não tenham sido limpas antes da venda. Além disso, infecções ou patógenos que a pessoa tinha ao usar as roupas pela última vez também podem estar presentes. Pesquisas mostram que roupas podem abrigar diversos patógenos infecciosos, incluindo bactérias como Staphylococcus aureus (que causa infecções na pele e no sangue), Salmonella e E. coli, vírus como norovírus e rotavírus (que causam febre, vômitos e diarreia) e fungos responsáveis por pé de atleta e micose. Um estudo específico sobre roupas de segunda mão vendidas em um mercado no Paquistão detectou a presença de Bacillus subtilis e Staphylococcus aureus em muitas amostras analisadas. Essas bactérias podem causar infecções de pele e sangue. Parasitas que causam infecções cutâneas, como dermatite e sarna, também foram encontrados em roupas de segunda mão. Os microrganismos da pele sobrevivem alimentando-se de aminoácidos presentes no suor, do óleo sebáceo liberado pelos folículos pilosos e das proteínas das células da pele, todos transferidos para as roupas ao usá-las. Além disso, estudos mostram que muitos germes patogênicos, como E. coli, Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes, podem sobreviver por meses em roupas mantidas em temperatura ambiente. Em tecidos de algodão ou fibras mistas, os germes permaneceram vivos por até 90 dias. Já em tecidos de poliéster, eles sobreviveram por até 200 dias. A alta umidade do ar favorece ainda mais a sobrevivência desses microrganismos, sugerindo que roupas devem ser armazenadas em ambientes secos para minimizar o crescimento de germes. Embora seja difícil determinar o risco exato de contrair uma doença a partir de roupas usadas (já que nenhum estudo específico foi realizado até hoje), pessoas imunossuprimidas estão provavelmente em maior risco. Quem tem o sistema imunológico comprometido deve tomar cuidados extras antes de usar roupas de segunda mão. Como lavar roupas de segunda mão corretamente A maioria dos microrganismos precisa de água para crescer. Áreas da pele que ficam mais úmidas – como axilas, pés e região genital – abrigam o maior número e a maior diversidade de microrganismos. Tecidos que entram em contato com essas regiões tendem a ser os mais contaminados. Além disso, fluidos corporais e resíduos de alimentos também podem contaminar as roupas, servindo como fonte de crescimento para bactérias ou fungos. Por isso, lavar roupas de segunda mão é fundamental para prevenir o crescimento de germes e reduzir o risco de infecção. Um estudo sobre roupas contaminadas com o parasita da sarna mostrou que a lavagem eliminou todos os parasitas presentes. Recomenda-se lavar roupas de segunda mão recém-compradas com detergente a uma temperatura de cerca de 60°C. Isso não apenas remove a sujeira, mas também elimina germes e inativa patógenos. Água fria não é tão eficaz para eliminar patógenos. Se não for possível lavar em alta temperatura, use um desinfetante para roupas. Inicialmente, lave as roupas de segunda mão separadamente das demais para evitar a contaminação cruzada. Deixe as roupas de molho em água morna (não fervente) com detergente antibacteriano por duas a três horas antes de lavá-las na máquina. Para garantir que germes remanescentes sejam eliminados, use uma secadora em alta temperatura ou passe as roupas com ferro a vapor a cerca de 60°C, caso o tecido permita. Embora muitos vendedores de roupas de segunda mão afirmem lavar as peças antes de vendê-las, não é possível ter certeza. Por isso, é sempre uma boa ideia lavar qualquer roupa de segunda mão que você comprar. O mesmo vale para roupas novas. * Primrose Freestone é professora sênior de Microbiologia Clínica na Universidade de Leicester, na Inglaterra. * Este artigo foi republicado de The Conversation sob licença Creative Commons . Leia o artigo original.

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