Quem é William Rogatto, o "Rei do rebaixamento", que diz ter faturado R$ 300 milhões com manipulação de jogos
Empresário e apostador residente em Portugal afirma ter contribuído com a queda de 42 equipes, em depoimento à CPI do Senado A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, retomada nesta semana no Senado Federal, segue tentando averiguar esquemas ilegais no futebol brasileiro, e ontem foi palco de um rebuliço causado pelo depoimento de William Pereira Rogatto. O empresário conhecido no mundo das apostas esportivas, e apelidado de "Rei dos rebaixamentos", confessou o envolvimento em uma vasta operação de manipulação, fez uma série de acusações sem apresentar provas, e abriu o jogo sobre os números de uma organização que lucraria com a queda de times há 40 anos. Blog do Diogo Dantas: 'Rei do rebaixamento' teme por segurança e quer mostrar provas de manipulação a senadores em Portugal CPI das Apostas: votação para convocar Luiz Henrique, do Botafogo, é retirada de pauta Rogatto afirmou ter faturado algo em torno de R$ 300 milhões com manipulações de resultados que culminaram em 42 rebaixamentos, nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, e em nove países, como a Colômbia. O mais recente deles foi o do Santa Maria (DF), que fez apenas três pontos no Estadual deste ano e caiu na última colocação. A presidente do clube, Dayana Nunes, também depôs nesta terça-feira. A suspeita de manipulação no Santa Maria ligou o alerta no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que aponta Rogatto como chefe do esquema e responsável por influenciar em pelo menos dois jogos do campeonato. Ele assumiu o cargo de gestor do clube candango, oferecendo garantias de que montaria uma equipe competitiva para o Estadual, mas acabou enfraquecendo o elenco e convencendo jogadores a adulterarem resultados. Segundo o Ministério Público, dois atletas do Santa Maria estão sendo investigados por agirem “de forma deliberada” para manipular placares de jogos do Candangão 2024. – (Sou) Réu confesso, totalmente. Comecei a trazer jogadores de nome, mostrando para ela (Dayana) que eu iria fazer um excelente campeonato. Daqui a pouco, eu falei que meus jogadores de nome não tinham condições de ir, mas que ia dar tudo certo. E, infelizmente, eu vim a rebaixar o Santa Maria. Desculpa, mais uma vez, peço perdão para as pessoas... — relatou Rogatto. Leia mais: CPI da Manipulação dos Jogos e Apostas aprova convocação de Deolane Bezerra e tio de Paquetá Atualmente, ele é investigado na Operação Fim de Jogo, do MPDFT, e na Operação Jogada Ensaiada, conduzida pela Polícia Federal. Inseguro O empresário tem 34 anos, reside em Portugal, e depôs à CPI por meio de videoconferência. Sua carreira no mundo das apostas se iniciou em 2009, quanto tinha 19 anos e voltou de uma viagem a Las Vegas — cidade dos EUA conhecida pelos jogos de azar — convencido a investir no ramo. — Eu rebaixei 42 clubes no Brasil. Eu só posso ganhar dinheiro com eles caindo — frisou Rogatto. — Quando eu comecei, eu comecei sozinho, mas a ganância me dominou. Para isso, eu tinha que colocar mais algumas pessoas no sistema. As pessoas viam que era lucrativo, e centenas e centenas de empresários investiram em meu negócio. Eu tinha meus jogadores, meus atletas e entrava nos clubes, enganava alguns presidentes e alguns compactuavam comigo. Romário, relator da CPI das Apostas Jane de Araújo/Agência Senado Após ele se recusar a atender um convite anterior para participar da CPI, os parlamentares aprovaram um requerimento de convocação que o obrigou a prestar esclarecimentos. Agora, Rogatto aceitou encontrar-se pessoalmente com os parlamentares e prometeu mais revelações, contidas em fotos, vídeos, negociações, gravações e conversas. Os senadores articulam uma viagem ao país europeu na semana que vem. O senador Romário (PL-RJ), relator do processo, ofereceu uma delação premiada, mas as ameaças que Rogatto disse estar recebendo, vindas de pessoas envolvidas no esquema, o fazem temer pela sua segurança neste momento. Ficha longa Inclusive, sua convocação foi sugerida pelo próprio ex-jogador. Ele lembra no requerimento que, segundo o MP, o empresário “tem operado na clandestinidade como manipulador profissional mediante a cooptação de jogadores, a venda de resultados arranjados e a realização de apostas”. Banido para sempre? Entenda as chances de punição máxima para Lucas Paquetá em caso de apostas na Inglaterra A ficha pregressa de Rogatto é vasta, tendo ordens de busca, apreensão e prisão preventiva por parte da Justiça. Porém, como ele mora fora do Brasil, nunca puderam ser cumpridas. No ano de 2020, foi investigado por tentar convencer atletas a manipularem jogos da Série A3 do Paulista, oferecendo suborno através de mensagens. Ele também disse à CPI que pagava árbitros com valores muitos maiores na comparação com o que estes faturavam ao apitar jogos.
Empresário e apostador residente em Portugal afirma ter contribuído com a queda de 42 equipes, em depoimento à CPI do Senado A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, retomada nesta semana no Senado Federal, segue tentando averiguar esquemas ilegais no futebol brasileiro, e ontem foi palco de um rebuliço causado pelo depoimento de William Pereira Rogatto. O empresário conhecido no mundo das apostas esportivas, e apelidado de "Rei dos rebaixamentos", confessou o envolvimento em uma vasta operação de manipulação, fez uma série de acusações sem apresentar provas, e abriu o jogo sobre os números de uma organização que lucraria com a queda de times há 40 anos. Blog do Diogo Dantas: 'Rei do rebaixamento' teme por segurança e quer mostrar provas de manipulação a senadores em Portugal CPI das Apostas: votação para convocar Luiz Henrique, do Botafogo, é retirada de pauta Rogatto afirmou ter faturado algo em torno de R$ 300 milhões com manipulações de resultados que culminaram em 42 rebaixamentos, nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, e em nove países, como a Colômbia. O mais recente deles foi o do Santa Maria (DF), que fez apenas três pontos no Estadual deste ano e caiu na última colocação. A presidente do clube, Dayana Nunes, também depôs nesta terça-feira. A suspeita de manipulação no Santa Maria ligou o alerta no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que aponta Rogatto como chefe do esquema e responsável por influenciar em pelo menos dois jogos do campeonato. Ele assumiu o cargo de gestor do clube candango, oferecendo garantias de que montaria uma equipe competitiva para o Estadual, mas acabou enfraquecendo o elenco e convencendo jogadores a adulterarem resultados. Segundo o Ministério Público, dois atletas do Santa Maria estão sendo investigados por agirem “de forma deliberada” para manipular placares de jogos do Candangão 2024. – (Sou) Réu confesso, totalmente. Comecei a trazer jogadores de nome, mostrando para ela (Dayana) que eu iria fazer um excelente campeonato. Daqui a pouco, eu falei que meus jogadores de nome não tinham condições de ir, mas que ia dar tudo certo. E, infelizmente, eu vim a rebaixar o Santa Maria. Desculpa, mais uma vez, peço perdão para as pessoas... — relatou Rogatto. Leia mais: CPI da Manipulação dos Jogos e Apostas aprova convocação de Deolane Bezerra e tio de Paquetá Atualmente, ele é investigado na Operação Fim de Jogo, do MPDFT, e na Operação Jogada Ensaiada, conduzida pela Polícia Federal. Inseguro O empresário tem 34 anos, reside em Portugal, e depôs à CPI por meio de videoconferência. Sua carreira no mundo das apostas se iniciou em 2009, quanto tinha 19 anos e voltou de uma viagem a Las Vegas — cidade dos EUA conhecida pelos jogos de azar — convencido a investir no ramo. — Eu rebaixei 42 clubes no Brasil. Eu só posso ganhar dinheiro com eles caindo — frisou Rogatto. — Quando eu comecei, eu comecei sozinho, mas a ganância me dominou. Para isso, eu tinha que colocar mais algumas pessoas no sistema. As pessoas viam que era lucrativo, e centenas e centenas de empresários investiram em meu negócio. Eu tinha meus jogadores, meus atletas e entrava nos clubes, enganava alguns presidentes e alguns compactuavam comigo. Romário, relator da CPI das Apostas Jane de Araújo/Agência Senado Após ele se recusar a atender um convite anterior para participar da CPI, os parlamentares aprovaram um requerimento de convocação que o obrigou a prestar esclarecimentos. Agora, Rogatto aceitou encontrar-se pessoalmente com os parlamentares e prometeu mais revelações, contidas em fotos, vídeos, negociações, gravações e conversas. Os senadores articulam uma viagem ao país europeu na semana que vem. O senador Romário (PL-RJ), relator do processo, ofereceu uma delação premiada, mas as ameaças que Rogatto disse estar recebendo, vindas de pessoas envolvidas no esquema, o fazem temer pela sua segurança neste momento. Ficha longa Inclusive, sua convocação foi sugerida pelo próprio ex-jogador. Ele lembra no requerimento que, segundo o MP, o empresário “tem operado na clandestinidade como manipulador profissional mediante a cooptação de jogadores, a venda de resultados arranjados e a realização de apostas”. Banido para sempre? Entenda as chances de punição máxima para Lucas Paquetá em caso de apostas na Inglaterra A ficha pregressa de Rogatto é vasta, tendo ordens de busca, apreensão e prisão preventiva por parte da Justiça. Porém, como ele mora fora do Brasil, nunca puderam ser cumpridas. No ano de 2020, foi investigado por tentar convencer atletas a manipularem jogos da Série A3 do Paulista, oferecendo suborno através de mensagens. Ele também disse à CPI que pagava árbitros com valores muitos maiores na comparação com o que estes faturavam ao apitar jogos.
Qual é a sua reação?