Promotores pedem pena de 20 anos prisão contra Dominique Pelicot por drogar e estuprar sua mulher
Após 11 semanas de julgamento, o pedido de penas, que pode se prolongar por três dias devido ao grande número de acusados (51), coincide com o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres O Ministério Público da França pediu nesta segunda-feira (25) a pena máxima, 20 anos de prisão, para Dominique Pelicot por drogar, durante uma década, sua agora ex-mulher Gisèle para estuprá-la com dezenas de homens, atos classificados como "abjetos". "Vinte anos (...) é muito e muito pouco. Muito pouco levando em consideração a gravidade dos atos cometidos e repetidos", afirmou a promotora Laure Chabaud durante o julgamento em Avignon, sul da França. Leia mais: Mulheres indianas sofrem assédio por homens que utilizam câmeras e drones destinados a monitorar animais Veja também: Pelo menos um morto em acidente com avião de carga que caiu e explodiu na Lituânia; vídeo O que está em jogo "não é uma condenação ou uma absolvição, mas uma mudança fundamental nas relações entre homens e mulheres", afirmou o promotor Jean-François Mayet no Palácio de Justiça de Avignon, no sul da França. "Este julgamento está abalando nossa sociedade no que diz respeito às nossas relações com os outros e às relações mais íntimas entre os seres humanos", acrescentou o representante do Ministério Público ao iniciar suas alegações finais. Após 11 semanas de julgamento, o pedido de penas, que pode se prolongar por três dias devido ao grande número de acusados (51), coincide com o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. "É mais um símbolo", afirmou Antoine Camus, um dos advogados da principal vítima, que desde o início do julgamento rejeitou que ele fosse realizado a portas fechadas "para que a vergonha mude de lado". "A senhora estava certa. As últimas semanas demonstraram a importância dessas exibições [das imagens das violações diante do público e da imprensa presentes] para que a vergonha mude de lado", destacou o promotor. Aos 71 anos, Gisèle se tornou um símbolo feminista. "Estou muito emocionada", disse nesta segunda-feira a mulher ao chegar ao julgamento, para o qual foram credenciados 138 veículos de imprensa, sendo 57 internacionais. "Uma lição para o mundo" O principal acusado é quem foi seu parceiro durante quase meio século e pai de seus três filhos. Este homem de 71 anos é acusado de drogá-la às escondidas, administrando medicamentos para fazê-la dormir, e violá-la junto com dezenas de desconhecidos entre 2011 e 2020. Dominique Pelicot, que reconhece os fatos e se esforçou durante o julgamento para desmantelar as defesas dos outros acusados, enfrenta uma pena máxima de 20 anos de prisão. A promotoria iniciou suas alegações finais com o caso dele. A maioria dos outros acusados, com idades entre 26 e 74 anos, também enfrenta penas de até 20 anos de prisão por estupro agravado, embora muitos tenham argumentado que pensavam estar participando de um jogo sexual de um casal "libertino". Antes do veredicto, previsto para 20 de dezembro, as defesas também deverão apresentar suas alegações finais até 13 de dezembro. A primeira será a advogada de Dominique Pelicot, Béatrice Zavarro. Este julgamento de grande repercussão esteve muito presente nas manifestações realizadas no último fim de semana na França, onde milhares de pessoas denunciaram a violência contra as mulheres e exigiram o fortalecimento das leis para preveni-la. "Infelizmente, muitos homens veem isso como um simples caso sórdido, mas nada além disso", lamentou Bernadette Teyssonnière, de 69 anos, que chegou cedo na manhã de segunda-feira ao Palácio de Justiça de Avignon para assistir ao julgamento. Sua repercussão também é mundial. Diante do presidente francês Emmanuel Macron, a presidente da Câmara dos Deputados, Karol Cariola, elogiou na quinta-feira a "coragem e dignidade" de Gisèle, uma "cidadã comum" que deu "uma lição para o mundo".
Após 11 semanas de julgamento, o pedido de penas, que pode se prolongar por três dias devido ao grande número de acusados (51), coincide com o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres O Ministério Público da França pediu nesta segunda-feira (25) a pena máxima, 20 anos de prisão, para Dominique Pelicot por drogar, durante uma década, sua agora ex-mulher Gisèle para estuprá-la com dezenas de homens, atos classificados como "abjetos". "Vinte anos (...) é muito e muito pouco. Muito pouco levando em consideração a gravidade dos atos cometidos e repetidos", afirmou a promotora Laure Chabaud durante o julgamento em Avignon, sul da França. Leia mais: Mulheres indianas sofrem assédio por homens que utilizam câmeras e drones destinados a monitorar animais Veja também: Pelo menos um morto em acidente com avião de carga que caiu e explodiu na Lituânia; vídeo O que está em jogo "não é uma condenação ou uma absolvição, mas uma mudança fundamental nas relações entre homens e mulheres", afirmou o promotor Jean-François Mayet no Palácio de Justiça de Avignon, no sul da França. "Este julgamento está abalando nossa sociedade no que diz respeito às nossas relações com os outros e às relações mais íntimas entre os seres humanos", acrescentou o representante do Ministério Público ao iniciar suas alegações finais. Após 11 semanas de julgamento, o pedido de penas, que pode se prolongar por três dias devido ao grande número de acusados (51), coincide com o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. "É mais um símbolo", afirmou Antoine Camus, um dos advogados da principal vítima, que desde o início do julgamento rejeitou que ele fosse realizado a portas fechadas "para que a vergonha mude de lado". "A senhora estava certa. As últimas semanas demonstraram a importância dessas exibições [das imagens das violações diante do público e da imprensa presentes] para que a vergonha mude de lado", destacou o promotor. Aos 71 anos, Gisèle se tornou um símbolo feminista. "Estou muito emocionada", disse nesta segunda-feira a mulher ao chegar ao julgamento, para o qual foram credenciados 138 veículos de imprensa, sendo 57 internacionais. "Uma lição para o mundo" O principal acusado é quem foi seu parceiro durante quase meio século e pai de seus três filhos. Este homem de 71 anos é acusado de drogá-la às escondidas, administrando medicamentos para fazê-la dormir, e violá-la junto com dezenas de desconhecidos entre 2011 e 2020. Dominique Pelicot, que reconhece os fatos e se esforçou durante o julgamento para desmantelar as defesas dos outros acusados, enfrenta uma pena máxima de 20 anos de prisão. A promotoria iniciou suas alegações finais com o caso dele. A maioria dos outros acusados, com idades entre 26 e 74 anos, também enfrenta penas de até 20 anos de prisão por estupro agravado, embora muitos tenham argumentado que pensavam estar participando de um jogo sexual de um casal "libertino". Antes do veredicto, previsto para 20 de dezembro, as defesas também deverão apresentar suas alegações finais até 13 de dezembro. A primeira será a advogada de Dominique Pelicot, Béatrice Zavarro. Este julgamento de grande repercussão esteve muito presente nas manifestações realizadas no último fim de semana na França, onde milhares de pessoas denunciaram a violência contra as mulheres e exigiram o fortalecimento das leis para preveni-la. "Infelizmente, muitos homens veem isso como um simples caso sórdido, mas nada além disso", lamentou Bernadette Teyssonnière, de 69 anos, que chegou cedo na manhã de segunda-feira ao Palácio de Justiça de Avignon para assistir ao julgamento. Sua repercussão também é mundial. Diante do presidente francês Emmanuel Macron, a presidente da Câmara dos Deputados, Karol Cariola, elogiou na quinta-feira a "coragem e dignidade" de Gisèle, uma "cidadã comum" que deu "uma lição para o mundo".
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