Presidente de LaLiga, Tebas dispara contra Super Mundial da Fifa: 'Cancelem agora'

Dirigente afirmou que novo formato do torneio é desnecessário e desinteressante para os jogadores e clubes Presidente de LaLiga, Javier Tebas se tornou mais uma voz pública contra o "Super Mundial" de Clubes da Fifa, previsto para acontecer em meados de 2025. Falando em um painel no Segundo Fórum da União de Clubes Europeus, realizado hoje em Bruxelas, ele pediu para que o presidente da Fifa, Gianni Infantino, retirasse a competição do calendário. Para o dirigente, o novo formato do torneio é desnecessário e desinteressante para os jogadores e clubes. Além disso, denunciou que os valores prometidos para os participantes não estão sendo cumpridos pela entidade. — Senhor presidente (Infantino), vocês sabem que não venderam os direitos de transmissão pelo orçamento que disseram. Não tem os patrocínios que havia orçado. Você sabe que as ligas e o sindicato dos jogadores não querem esse Mundial. Cancelem esse Mundial agora — disparou. — Não é necessário para os jogadores, os clubes, a Fifa, que tudo o que faz é desorganizar. O torneio vem gerando polêmica há algum tempo, não apenas pelos rumores de que a Fifa não conseguirá pagar os valores estipulados inicialmente, que giravam em torno de 50 milhões de euros (R$ 272 milhões, à época), mas também pela sobrecarga de jogos em um calendário cada vez mais inchado de competições. — Cancele e vamos sentar para negociar. Dialogar e negociar são coisas diferentes. A negociação termina com um acordo e o diálogo termina em nada. Estamos dialogando com a Fifa há anos. Tenho certeza que chegaremos a um acordo. Os objetivos que vocês têm para o mundo do futebol também são os nossos objetivos. Não somos egoístas. Isso não se resolve com um Mundial de Clubes — declarou Tebas. O novo Mundial terá a participação de 32 clubes, e acontecerá nos Estados Unidos, entre os dias 15 de junho e 13 de julho do ano que vem. Ao todo, 30 equipes já estão definidas, entre elas, três brasileiras: Palmeiras, Flamengo e Fluminense. Vivos na Libertadores deste ano, Botafogo ou Atlético-MG também pode se classificar, se faturarem o título. Tebas não é o único a se manifestar publicamente contra o torneio. Em junho deste ano, o treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, afirmou que o clube recusaria o convite para participar dele — o clube espanhol negou a informação, após a repercussão. "O Real Madrid não vai para o Mundial de Clubes. Rejeitaremos o convite, assim como outros clubes. Só um jogo do Real Madrid vale 20 milhões de euros e eles querem nos dar esse dinheiro para toda a competição… de jeito nenhum" disse Ancelotti, em entrevista a um jornal italiano. Já o meia Kevin De Bruyne, do Manchester City (Inglaterra) e da seleção da Bélgica, questionou a quantidade crescente de torneios, que sobrecarregam os jogadores. "O problema vai chegar quando tiver terminado o Mundial. Sabemos que haverá somente três semanas entre a final e a primeira rodada da Premier League. São três semanas para tirar férias e se preparar para jogar mais 80 jogos. Talvez passe este ano, mas será um problema no ano seguinte. A PFA (Associação dos Jogadores Profissionais), na Inglaterra, e os sindicatos de jogadores dos outros países tentaram achar soluções. O problema é que a Uefa e a Fifa fazem mais partidas e podemos tentar dizer alguma coisa, mas nenhuma solução foi encontrada. Eles não se importam. Parece que o dinheiro fala mais alto que os jogadores", disse De Bruyne.

Oct 16, 2024 - 02:33
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Presidente de LaLiga, Tebas dispara contra Super Mundial da Fifa: 'Cancelem agora'

Dirigente afirmou que novo formato do torneio é desnecessário e desinteressante para os jogadores e clubes Presidente de LaLiga, Javier Tebas se tornou mais uma voz pública contra o "Super Mundial" de Clubes da Fifa, previsto para acontecer em meados de 2025. Falando em um painel no Segundo Fórum da União de Clubes Europeus, realizado hoje em Bruxelas, ele pediu para que o presidente da Fifa, Gianni Infantino, retirasse a competição do calendário. Para o dirigente, o novo formato do torneio é desnecessário e desinteressante para os jogadores e clubes. Além disso, denunciou que os valores prometidos para os participantes não estão sendo cumpridos pela entidade. — Senhor presidente (Infantino), vocês sabem que não venderam os direitos de transmissão pelo orçamento que disseram. Não tem os patrocínios que havia orçado. Você sabe que as ligas e o sindicato dos jogadores não querem esse Mundial. Cancelem esse Mundial agora — disparou. — Não é necessário para os jogadores, os clubes, a Fifa, que tudo o que faz é desorganizar. O torneio vem gerando polêmica há algum tempo, não apenas pelos rumores de que a Fifa não conseguirá pagar os valores estipulados inicialmente, que giravam em torno de 50 milhões de euros (R$ 272 milhões, à época), mas também pela sobrecarga de jogos em um calendário cada vez mais inchado de competições. — Cancele e vamos sentar para negociar. Dialogar e negociar são coisas diferentes. A negociação termina com um acordo e o diálogo termina em nada. Estamos dialogando com a Fifa há anos. Tenho certeza que chegaremos a um acordo. Os objetivos que vocês têm para o mundo do futebol também são os nossos objetivos. Não somos egoístas. Isso não se resolve com um Mundial de Clubes — declarou Tebas. O novo Mundial terá a participação de 32 clubes, e acontecerá nos Estados Unidos, entre os dias 15 de junho e 13 de julho do ano que vem. Ao todo, 30 equipes já estão definidas, entre elas, três brasileiras: Palmeiras, Flamengo e Fluminense. Vivos na Libertadores deste ano, Botafogo ou Atlético-MG também pode se classificar, se faturarem o título. Tebas não é o único a se manifestar publicamente contra o torneio. Em junho deste ano, o treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, afirmou que o clube recusaria o convite para participar dele — o clube espanhol negou a informação, após a repercussão. "O Real Madrid não vai para o Mundial de Clubes. Rejeitaremos o convite, assim como outros clubes. Só um jogo do Real Madrid vale 20 milhões de euros e eles querem nos dar esse dinheiro para toda a competição… de jeito nenhum" disse Ancelotti, em entrevista a um jornal italiano. Já o meia Kevin De Bruyne, do Manchester City (Inglaterra) e da seleção da Bélgica, questionou a quantidade crescente de torneios, que sobrecarregam os jogadores. "O problema vai chegar quando tiver terminado o Mundial. Sabemos que haverá somente três semanas entre a final e a primeira rodada da Premier League. São três semanas para tirar férias e se preparar para jogar mais 80 jogos. Talvez passe este ano, mas será um problema no ano seguinte. A PFA (Associação dos Jogadores Profissionais), na Inglaterra, e os sindicatos de jogadores dos outros países tentaram achar soluções. O problema é que a Uefa e a Fifa fazem mais partidas e podemos tentar dizer alguma coisa, mas nenhuma solução foi encontrada. Eles não se importam. Parece que o dinheiro fala mais alto que os jogadores", disse De Bruyne.

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