Polícia investiga se morte de meninos por envenenamento foi motivada por fim de caso entre suspeito e mãe de vítima
Segundo delegado da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Rafael da Rocha Furtado, de 26 anos, não confessou a motivação do crime; ele era casado há oito anos com outra pessoa Rafael da Rocha Furtado, de 26 anos, se entregou à polícia às 23h da última terça-feira — ele é apontado como o principal suspeito da morte dos dois meninos envenenados, no mês passado, em Cavalcanti, na Zona Norte do Rio. A investigação apura se o crime tem a ver com o fim de um relacionamento entre o suspeito e a mãe de Benjamin Rodrigues, de 7 anos. Ao GLOBO, o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) disse que, em um primeiro momento, ele se apresentou como padrasto da criança, mas, ontem à noite, descobriram que ele era casado há oito anos com outra mulher. Meninos envenenados: ex-padrasto suspeito do crime se entrega à polícia Falta de luz na UFRJ pode afetar pesquisas e artefatos: 'A situação é dramática', diz reitor — Nós só ficamos sabendo ontem que ele era praticamente casado com outra mulher há oito anos. A mãe do Benjamin foi uma namorada recente. Só que, no início da investigação, ele mesmo se identificou como padrasto do garoto, isso está nos autos. Depois fomos ouvindo outras testemunhas e vimos que não. Ela mesmo disse que namorava ele e o relacionamento rompeu em meados do ano. Porque ele fez isso, ainda não sabemos, ele não quis depor, é um direito dele, e ainda estamos sem a resposta do que exatamente motivou o crime — explicou o delegado Marcus Drucker. Benjamim Rodrigues Ribeiro, de 7 anos, morreu após comer um açaí envenenado Reprodução Inicialmente, acreditava-se que Benjamin e Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 6 anos, teriam comido um bombom intoxicado oferecido por uma mulher de moto. A investigação da DHC, no entanto, analisou mais de 40 horas de imagens de câmera de segurança e não identificou essa suposta mulher — apontada por uma testemunha — que teria oferecido o tal bombom, "sendo o homem o responsável por envenenar os meninos", de acordo com a polícia. — Quando a história do bombom chegou na 44ª DP, a criança mais velha, de 12 anos, que estava com os outros dois meninos, até contou essa versão inicial. Só que pegamos imagens, ouvimos as pessoas e vimos que não tinha isso. A história não batia, até porque na região a maioria das pessoas conhecidas. Após análise das câmeras, chegamos à conclusão de que não havia a tal mulher que entregou os bombons e o menino pode ter se sentido pressionado com tudo o que estava acontecendo. É difícil mesmo tudo isso para uma criança, ele acabou admitindo que não tinha mulher nenhuma. O caso segue sendo investigado e, segundo o delegado, a DHC ainda aguarda o resultado de dois laudos. Um sobre os resíduos dos materiais recolhidos e o outro de uma consulta ao médico-legal. Ambos ainda são necessários para comprovar, exatamente, qual é o tipo de veneno foi usado e como funciona no organismo. — O perito explicou que são diferentes agrotóxicos que vendem clandestinamente e, hoje em dia, acabam chamando tudo de chumbinho, só que, tecnicamente, são coisas e causam efeitos diferentes. Esses laudos vão informar certinho como funciona — conclui o delegado da DHC. Prisão temporária de Rafael De acordo com a Polícia Civil, o homem buscou Benjamin na escola e ofereceu um açaí envenenado. No caminho para casa, Benjamin ainda encontrou Ythallo, seu amigo, com quem dividiu a comida. Ythallo Raphael Tobias Rosa em sua festa de aniversário de 6 anos Arquivo pessoal O pedido de prisão é da juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal da Capital, enquadrando o suspeito por homicídio qualificado. Ythallo morreu no mesmo dia em que foi intoxicado, em 30 de setembro, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Já Benjamin morreu em 9 de outubro, após passar dias internado no Hospital Miguel Couto.
Segundo delegado da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Rafael da Rocha Furtado, de 26 anos, não confessou a motivação do crime; ele era casado há oito anos com outra pessoa Rafael da Rocha Furtado, de 26 anos, se entregou à polícia às 23h da última terça-feira — ele é apontado como o principal suspeito da morte dos dois meninos envenenados, no mês passado, em Cavalcanti, na Zona Norte do Rio. A investigação apura se o crime tem a ver com o fim de um relacionamento entre o suspeito e a mãe de Benjamin Rodrigues, de 7 anos. Ao GLOBO, o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) disse que, em um primeiro momento, ele se apresentou como padrasto da criança, mas, ontem à noite, descobriram que ele era casado há oito anos com outra mulher. Meninos envenenados: ex-padrasto suspeito do crime se entrega à polícia Falta de luz na UFRJ pode afetar pesquisas e artefatos: 'A situação é dramática', diz reitor — Nós só ficamos sabendo ontem que ele era praticamente casado com outra mulher há oito anos. A mãe do Benjamin foi uma namorada recente. Só que, no início da investigação, ele mesmo se identificou como padrasto do garoto, isso está nos autos. Depois fomos ouvindo outras testemunhas e vimos que não. Ela mesmo disse que namorava ele e o relacionamento rompeu em meados do ano. Porque ele fez isso, ainda não sabemos, ele não quis depor, é um direito dele, e ainda estamos sem a resposta do que exatamente motivou o crime — explicou o delegado Marcus Drucker. Benjamim Rodrigues Ribeiro, de 7 anos, morreu após comer um açaí envenenado Reprodução Inicialmente, acreditava-se que Benjamin e Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 6 anos, teriam comido um bombom intoxicado oferecido por uma mulher de moto. A investigação da DHC, no entanto, analisou mais de 40 horas de imagens de câmera de segurança e não identificou essa suposta mulher — apontada por uma testemunha — que teria oferecido o tal bombom, "sendo o homem o responsável por envenenar os meninos", de acordo com a polícia. — Quando a história do bombom chegou na 44ª DP, a criança mais velha, de 12 anos, que estava com os outros dois meninos, até contou essa versão inicial. Só que pegamos imagens, ouvimos as pessoas e vimos que não tinha isso. A história não batia, até porque na região a maioria das pessoas conhecidas. Após análise das câmeras, chegamos à conclusão de que não havia a tal mulher que entregou os bombons e o menino pode ter se sentido pressionado com tudo o que estava acontecendo. É difícil mesmo tudo isso para uma criança, ele acabou admitindo que não tinha mulher nenhuma. O caso segue sendo investigado e, segundo o delegado, a DHC ainda aguarda o resultado de dois laudos. Um sobre os resíduos dos materiais recolhidos e o outro de uma consulta ao médico-legal. Ambos ainda são necessários para comprovar, exatamente, qual é o tipo de veneno foi usado e como funciona no organismo. — O perito explicou que são diferentes agrotóxicos que vendem clandestinamente e, hoje em dia, acabam chamando tudo de chumbinho, só que, tecnicamente, são coisas e causam efeitos diferentes. Esses laudos vão informar certinho como funciona — conclui o delegado da DHC. Prisão temporária de Rafael De acordo com a Polícia Civil, o homem buscou Benjamin na escola e ofereceu um açaí envenenado. No caminho para casa, Benjamin ainda encontrou Ythallo, seu amigo, com quem dividiu a comida. Ythallo Raphael Tobias Rosa em sua festa de aniversário de 6 anos Arquivo pessoal O pedido de prisão é da juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal da Capital, enquadrando o suspeito por homicídio qualificado. Ythallo morreu no mesmo dia em que foi intoxicado, em 30 de setembro, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Já Benjamin morreu em 9 de outubro, após passar dias internado no Hospital Miguel Couto.
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