Pesquisa Quaest: disputa em SP segue indefinida, com Nunes (24%), Boulos (23%) e Marçal (21%) embolados

Campanha entra em sua última semana antes do primeiro turno sem favoritismos claros. Tabata tem nova variação positiva A primeira pesquisa da semana decisiva para a corrida eleitoral em São Paulo mostra indefinição na disputa entre os líderes Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), e Pablo Marçal (PRTB). Novos dados da Quaest mostram o prefeito com 24% das intenções de voto, contra 23% do deputado federal e 21% do ex-coach. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Em relação ao levantamento anterior, divulgado seis dias atrás, Nunes oscilou um ponto para baixo, enquanto Boulos e Marçal variaram um ponto para cima cada um. Os dados da nova sondagem foram captados entre sexta-feira e domingo, o que permitiu a parte dos entrevistados responder já tendo assistido ao debate realizado na noite de sábado pela TV Record. As reações ao debate de hoje, assim, só serão conhecidas na pesquisa a ser divulgada pelo Datafolha, na quinta-feira. Ainda buscando se aproximar dos líderes, Tabata Amaral (PSB) teve nova variação positiva e passou de 8% para 11%. A deputada federal agora se destacou de José Luiz Datena, que se manteve com 6% e está tecnicamente empatado com Marina Helena (Novo), que tem 2%. Brancos e nulos somam 8% das respostas, e outros 6% se dizem indecisos. O levantamento indica que, a menos de uma semana para a votação, ainda há cerca de um terço do eleitorado em São Paulo (33%) que admite a possibilidade de mudar de ideia até a hora de efetivar o voto. Na pesquisa espontânea, em que os entrevistados falam em quem pretendem votar sem serem apresentados à lista completa de candidatos, ainda são 45% os que não sabem responder de bate-pronto. Esta é a terceira pesquisa seguida a mostrar Nunes, Boulos e Marçal, nesta ordem, sem nenhum dos três apresentar variações relevantes. A estabilidade, em teoria, favorece Nunes, que conseguiu frear o avanço inicial de Marçal sobre o eleitorado de direita, enquanto para Boulos sinaliza que o psolista não foi capaz de avançar junto aos apoiadores de seu principal apoiador, o presidente Lula (PT) — que estará ao lado do deputado apenas no sábado, véspera da votação. As três campanhas podem extrair indicações positivas e negativas do levantamento. Marçal está numericamente atrás, mas tem eleitores com alto grau de certeza em suas escolhas — a prova disso é a resiliência do ex-coach apesar de episódios de violência que o envolveram, como a cadeirada de Datena e o soco desferido por um de seus assessores no marqueteiro de Nunes. Por outro lado, sua rejeição já ultrapassa a barreira dos 50% (são precisamente 52% os que dizem conhecer e não votar no ex-coach). Só Datena (68% de rejeição) e Boulos (49%) têm índices tão elevados de rejeição, enquanto a taxa dos que se negam a apoiar Nunes está em 38%. A vantagem do prefeito frente aos outros dois líderes nesse quesito se traduz em vitória nas simulações de segundo turno de Nunes contra Boulos e Marçal. No cenário de disputa entre o psolista e o empresário, o equilíbrio é maior, com vitória apertada de Boulos. O prefeito, embora numericamente à frente na pesquisa, não conseguiu assegurar uma condição mais confortável apesar de seu latifúndio no horário eleitoral, com 65% do tempo destinado aos candidatos, e de ter resultados de uma gestão com caixa recorde para apresentar. Nesta reta final, Nunes pretende mesclar caminhadas nas ruas, com foco nos bairros periféricos, com eventos segmentados, que têm sido reforçados nas últimas semanas. A ideia é que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) esteja ao seu lado no máximo de agendas possível até domingo — no dia do voto, os dois também devem estar juntos. Pesquisas internas feitas pela campanha mostram que Tarcísio é o político que mais passa credibilidade para o paulistano atualmente, por isso explorar a parceria dos dois é tão importante para a reeleição. Já Boulos, ainda que estacionado desde o início da campanha, corre na raia mais à esquerda sem uma concorrência à altura daquela que Nunes e Marçal encontram um no outro no campo da direita. Uma possível ameaça para Boulos é Tabata, que resiste a servir como um estoque de eleitores para o deputado, como previam algumas análises. A campanha da candidata do PSB, nome mais apontado como "segunda opção" pelos eleitores, faz apelos para os indecisos e tenta desidratar as candidaturas do psolista e, especialmente, de Nunes para ir ao segundo turno. Sua campanha entende que há uma parcela importante de eleitores que optam pelo voto no prefeito apenas por rejeitar Boulos e Marçal, e que esse núcleo pode apoiar Tabata ao conhecê-la nesta reta final. O foco principal é o debate da TV Globo, marcado para quinta-feira. A Quaest entrevistou presencialmente 1.800 eleitores de 16 anos ou mais entre 27 e 29 de setembro. A pesquisa foi contratada pela TV Globo e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-01233/2024. Initial plugin text

Oct 1, 2024 - 01:18
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Pesquisa Quaest: disputa em SP segue indefinida, com Nunes (24%), Boulos (23%) e Marçal (21%) embolados

Campanha entra em sua última semana antes do primeiro turno sem favoritismos claros. Tabata tem nova variação positiva A primeira pesquisa da semana decisiva para a corrida eleitoral em São Paulo mostra indefinição na disputa entre os líderes Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), e Pablo Marçal (PRTB). Novos dados da Quaest mostram o prefeito com 24% das intenções de voto, contra 23% do deputado federal e 21% do ex-coach. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Em relação ao levantamento anterior, divulgado seis dias atrás, Nunes oscilou um ponto para baixo, enquanto Boulos e Marçal variaram um ponto para cima cada um. Os dados da nova sondagem foram captados entre sexta-feira e domingo, o que permitiu a parte dos entrevistados responder já tendo assistido ao debate realizado na noite de sábado pela TV Record. As reações ao debate de hoje, assim, só serão conhecidas na pesquisa a ser divulgada pelo Datafolha, na quinta-feira. Ainda buscando se aproximar dos líderes, Tabata Amaral (PSB) teve nova variação positiva e passou de 8% para 11%. A deputada federal agora se destacou de José Luiz Datena, que se manteve com 6% e está tecnicamente empatado com Marina Helena (Novo), que tem 2%. Brancos e nulos somam 8% das respostas, e outros 6% se dizem indecisos. O levantamento indica que, a menos de uma semana para a votação, ainda há cerca de um terço do eleitorado em São Paulo (33%) que admite a possibilidade de mudar de ideia até a hora de efetivar o voto. Na pesquisa espontânea, em que os entrevistados falam em quem pretendem votar sem serem apresentados à lista completa de candidatos, ainda são 45% os que não sabem responder de bate-pronto. Esta é a terceira pesquisa seguida a mostrar Nunes, Boulos e Marçal, nesta ordem, sem nenhum dos três apresentar variações relevantes. A estabilidade, em teoria, favorece Nunes, que conseguiu frear o avanço inicial de Marçal sobre o eleitorado de direita, enquanto para Boulos sinaliza que o psolista não foi capaz de avançar junto aos apoiadores de seu principal apoiador, o presidente Lula (PT) — que estará ao lado do deputado apenas no sábado, véspera da votação. As três campanhas podem extrair indicações positivas e negativas do levantamento. Marçal está numericamente atrás, mas tem eleitores com alto grau de certeza em suas escolhas — a prova disso é a resiliência do ex-coach apesar de episódios de violência que o envolveram, como a cadeirada de Datena e o soco desferido por um de seus assessores no marqueteiro de Nunes. Por outro lado, sua rejeição já ultrapassa a barreira dos 50% (são precisamente 52% os que dizem conhecer e não votar no ex-coach). Só Datena (68% de rejeição) e Boulos (49%) têm índices tão elevados de rejeição, enquanto a taxa dos que se negam a apoiar Nunes está em 38%. A vantagem do prefeito frente aos outros dois líderes nesse quesito se traduz em vitória nas simulações de segundo turno de Nunes contra Boulos e Marçal. No cenário de disputa entre o psolista e o empresário, o equilíbrio é maior, com vitória apertada de Boulos. O prefeito, embora numericamente à frente na pesquisa, não conseguiu assegurar uma condição mais confortável apesar de seu latifúndio no horário eleitoral, com 65% do tempo destinado aos candidatos, e de ter resultados de uma gestão com caixa recorde para apresentar. Nesta reta final, Nunes pretende mesclar caminhadas nas ruas, com foco nos bairros periféricos, com eventos segmentados, que têm sido reforçados nas últimas semanas. A ideia é que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) esteja ao seu lado no máximo de agendas possível até domingo — no dia do voto, os dois também devem estar juntos. Pesquisas internas feitas pela campanha mostram que Tarcísio é o político que mais passa credibilidade para o paulistano atualmente, por isso explorar a parceria dos dois é tão importante para a reeleição. Já Boulos, ainda que estacionado desde o início da campanha, corre na raia mais à esquerda sem uma concorrência à altura daquela que Nunes e Marçal encontram um no outro no campo da direita. Uma possível ameaça para Boulos é Tabata, que resiste a servir como um estoque de eleitores para o deputado, como previam algumas análises. A campanha da candidata do PSB, nome mais apontado como "segunda opção" pelos eleitores, faz apelos para os indecisos e tenta desidratar as candidaturas do psolista e, especialmente, de Nunes para ir ao segundo turno. Sua campanha entende que há uma parcela importante de eleitores que optam pelo voto no prefeito apenas por rejeitar Boulos e Marçal, e que esse núcleo pode apoiar Tabata ao conhecê-la nesta reta final. O foco principal é o debate da TV Globo, marcado para quinta-feira. A Quaest entrevistou presencialmente 1.800 eleitores de 16 anos ou mais entre 27 e 29 de setembro. A pesquisa foi contratada pela TV Globo e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-01233/2024. Initial plugin text

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