O que se sabe e o que falta ser esclarecido sobre assassinato de empresário pelo PCC em São Paulo

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi assassinado com dez tiros de fuzil na última sexta-feira, por suposto desvio de dinheiro da facção O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, executado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira (8), havia firmado acordo de delação premiada sobre lavagem de dinheiro em uma investigação que envolve o Primeiro Comando da Capital (PCC). Desde então, ele estava jurado de morte pela facção, considera a maior do país. Dez tiros atingiram o empresário, entre rosto, costas e pernas. Vídeos: Tiroteio no Aeroporto de Guarulhos: empresário ameaçado pelo PCC é morto, e três pessoas acabam baleadas Entenda: Morto em Guarulhos investia em criptos, enriqueceu na construtora do maior prédio de SP e tinha avião de R$ 2,5 milhões O que se sabe sobre o caso? Quem era o empresário? Gritzbach era corretor de imóveis no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Anos atrás ele passou a fazer negócios com Anselmo Bicheli Santa Fausta. Conhecido como Cara Preta, Santa Fausta movimentava milhões de reais comprando e vendendo droga e armas para o PCC. Cara Preta gostava de investir o dinheiro do crime em imóveis, mas tinha um problema: não podia comprar em seu nome, pra não chamar a atenção das autoridades. Foi Gritzbach que apareceu com a solução. Além de conseguir imóveis de alto padrão, o corretor ainda providenciava os “laranjas”, que emprestavam o nome para que Santa Fausta adquirisse os imóveis. Homem é morto a tiros dentro do Aeroporto de Guarulhos (SP) Há cinco anos, Gritzbach ofereceu outro negócio a Santa Fausta: criptomoedas. De olho na suposta rentabilidade da aplicação, Santa Fausta teria dado R$ 200 milhões para o empresário investir. Até que, em 2021, Santa Fausta queria parte do dinheiro para investir na construção de um prédio e Vinícius teria começado a dar desculpas para não entregar os valores. Os dois tiveram uma discussão feia, segundo testemunhas. Acusação de homicídio e desvio de R$ 10 milhões Dias depois, Cara Preta e o motorista dele, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, foram assassinados numa emboscada no Tatuapé. Segundo o MP, Gritzbach foi o mandante do crime. Ele teria mandado matar o criminoso para não ter de devolver o dinheiro. O empresário negava o envolvimento nos homicídios, mas havia admitido que ajudava a facção a lavar dinheiro com a compra de imóveis. Ele chegou a ser denunciado pelo MPSP pelos assassinatos e aguardava o julgamento em liberdade. Initial plugin text Em entrevista à Record, em fevereiro — sete meses após deixar a cadeia —, o empresário abriu as portas de seu imóvel em São Paulo. Vigiado por câmeras e com proteção 24 horas, o apartamento de luxo é avaliado entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, como informou o próprio Gritzbach durante a reportagem. Ainda segundo a vítima, seu patrimônio seria avaliado em R$ 18 milhões a R$ 19 milhões. Sequestro e lavagem de dinheiro no futebol Por conta da dívida, Gritzbach relatou ter ficado em poder da facção por 9 horas durante um "tribunal do crime", em depoimento prestado às autoridades. Ele foi liberado sob a promessa de que iria reaver o montante, mas acabou preso e decidiu contar o que sabia. Na delação, Gritzbach acusou também dirigentes ligados a empresas que agenciam jogadores de futebol de terem lavado dinheiro do PCC. Um dos envolvidos é Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, da Lion Soccer Sports. Tripa seria um dos presentes no sequestro de Gritzbach, no qual o delator relatou ter sido torturado. Segundo Gritzbach, ele era o mais violento entre os sequestradores. Tripa teria mandado o corretor ligar a familiares para se despedir e ameaçou esquartejar a vítima. A empresa da qual Danilo Oliveria é sócio agencia jogadores da Série A do Campeonato Brasileiro. Acordo de delação Em março deste ano, Gritzbach firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), em que revelou supostos esquemas do PCC com o futebol e o mercado imobiliário, e denunciou esquemas de extorsão envolvendo policiais civis do estado. Oferta de R$ 3 milhões pela morte do empresário O empresário também teria entregue ao MP um áudio com uma conversa entre dois interlocutores negociando a sua morte por R$ 3 milhões. As informações são do UOL. A gravação foi feita pelo próprio empresário em seu escritório e entregue aos promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) após a homologação, em abril deste ano, do acordo de delação premiada entre Gritzbach e o MPSP. Empresário recebeu R$ 1 milhão em joias antes de morrer Informações da polícia apontam que antes de ser assassinado Gritzbach recebeu joias avaliadas em R$ 1 milhão em viagem que fez a Maceió, capital de Alagoas. A investigação busca quem fez a transação. As joias em questão foram apresentadas pela namorada do empresário às autoridades. Conforme apurou o portal g1, eram onze anéis, seis pulseiras, dois colares e nove pares de brinco. Além dos objetos de alto valor, também foram a

Nov 11, 2024 - 17:15
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O que se sabe e o que falta ser esclarecido sobre assassinato de empresário pelo PCC em São Paulo

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi assassinado com dez tiros de fuzil na última sexta-feira, por suposto desvio de dinheiro da facção O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, executado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira (8), havia firmado acordo de delação premiada sobre lavagem de dinheiro em uma investigação que envolve o Primeiro Comando da Capital (PCC). Desde então, ele estava jurado de morte pela facção, considera a maior do país. Dez tiros atingiram o empresário, entre rosto, costas e pernas. Vídeos: Tiroteio no Aeroporto de Guarulhos: empresário ameaçado pelo PCC é morto, e três pessoas acabam baleadas Entenda: Morto em Guarulhos investia em criptos, enriqueceu na construtora do maior prédio de SP e tinha avião de R$ 2,5 milhões O que se sabe sobre o caso? Quem era o empresário? Gritzbach era corretor de imóveis no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Anos atrás ele passou a fazer negócios com Anselmo Bicheli Santa Fausta. Conhecido como Cara Preta, Santa Fausta movimentava milhões de reais comprando e vendendo droga e armas para o PCC. Cara Preta gostava de investir o dinheiro do crime em imóveis, mas tinha um problema: não podia comprar em seu nome, pra não chamar a atenção das autoridades. Foi Gritzbach que apareceu com a solução. Além de conseguir imóveis de alto padrão, o corretor ainda providenciava os “laranjas”, que emprestavam o nome para que Santa Fausta adquirisse os imóveis. Homem é morto a tiros dentro do Aeroporto de Guarulhos (SP) Há cinco anos, Gritzbach ofereceu outro negócio a Santa Fausta: criptomoedas. De olho na suposta rentabilidade da aplicação, Santa Fausta teria dado R$ 200 milhões para o empresário investir. Até que, em 2021, Santa Fausta queria parte do dinheiro para investir na construção de um prédio e Vinícius teria começado a dar desculpas para não entregar os valores. Os dois tiveram uma discussão feia, segundo testemunhas. Acusação de homicídio e desvio de R$ 10 milhões Dias depois, Cara Preta e o motorista dele, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, foram assassinados numa emboscada no Tatuapé. Segundo o MP, Gritzbach foi o mandante do crime. Ele teria mandado matar o criminoso para não ter de devolver o dinheiro. O empresário negava o envolvimento nos homicídios, mas havia admitido que ajudava a facção a lavar dinheiro com a compra de imóveis. Ele chegou a ser denunciado pelo MPSP pelos assassinatos e aguardava o julgamento em liberdade. Initial plugin text Em entrevista à Record, em fevereiro — sete meses após deixar a cadeia —, o empresário abriu as portas de seu imóvel em São Paulo. Vigiado por câmeras e com proteção 24 horas, o apartamento de luxo é avaliado entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, como informou o próprio Gritzbach durante a reportagem. Ainda segundo a vítima, seu patrimônio seria avaliado em R$ 18 milhões a R$ 19 milhões. Sequestro e lavagem de dinheiro no futebol Por conta da dívida, Gritzbach relatou ter ficado em poder da facção por 9 horas durante um "tribunal do crime", em depoimento prestado às autoridades. Ele foi liberado sob a promessa de que iria reaver o montante, mas acabou preso e decidiu contar o que sabia. Na delação, Gritzbach acusou também dirigentes ligados a empresas que agenciam jogadores de futebol de terem lavado dinheiro do PCC. Um dos envolvidos é Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, da Lion Soccer Sports. Tripa seria um dos presentes no sequestro de Gritzbach, no qual o delator relatou ter sido torturado. Segundo Gritzbach, ele era o mais violento entre os sequestradores. Tripa teria mandado o corretor ligar a familiares para se despedir e ameaçou esquartejar a vítima. A empresa da qual Danilo Oliveria é sócio agencia jogadores da Série A do Campeonato Brasileiro. Acordo de delação Em março deste ano, Gritzbach firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), em que revelou supostos esquemas do PCC com o futebol e o mercado imobiliário, e denunciou esquemas de extorsão envolvendo policiais civis do estado. Oferta de R$ 3 milhões pela morte do empresário O empresário também teria entregue ao MP um áudio com uma conversa entre dois interlocutores negociando a sua morte por R$ 3 milhões. As informações são do UOL. A gravação foi feita pelo próprio empresário em seu escritório e entregue aos promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) após a homologação, em abril deste ano, do acordo de delação premiada entre Gritzbach e o MPSP. Empresário recebeu R$ 1 milhão em joias antes de morrer Informações da polícia apontam que antes de ser assassinado Gritzbach recebeu joias avaliadas em R$ 1 milhão em viagem que fez a Maceió, capital de Alagoas. A investigação busca quem fez a transação. As joias em questão foram apresentadas pela namorada do empresário às autoridades. Conforme apurou o portal g1, eram onze anéis, seis pulseiras, dois colares e nove pares de brinco. Além dos objetos de alto valor, também foram apreendidas três mochilas com armas de fogo localizadas nas imediações do aeroporto. Elas tinham em seu interior dois fuzis, uma pistola, uma placa automotiva e munições. O que falta saber sobre o caso? Criminosos foragidos O empresário era jurado de morte pelo PCC, mas a polícia ainda não esclareceu se de fato a facção está envolvida no crime. De acordo com o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, "tudo indica que a ação criminosa está associada ao crime organizado". Também ainda não há pistas sobre quem mandou e quem executou o crime. Os investigadores também acreditam que Gritzbach já vinha sendo monitorado desde a saída de Goiás, pois os assassinos sabiam o horário em que ele desembarcaria. A suspeita é que os matadores foram avisados do momento do desembarque para que o ataque fosse executado no momento em que ele pisasse para fora do saguão do aeroporto. Os atiradores fugiram do local em um Gol preto. O carro foi abandonado nas imediações do aeroporto e acabou recuperado pouco depois por equipes do 3º Batalhão de Polícia de Choque, na Avenida Otávio Braga de Mesquita, ainda em Guarulhos. Policiais investigados Quatro policiais militares que deveriam estar escoltando o empresário já são investigados pela Polícia Civil por não terem acompanhado a vítima após seu desembarque. Os homens alegam que atrasaram para a tarefa porque o carro que usavam, um Amarok, teria quebrado. Quando Gritzbach foi morto por disparos de fuzil, os únicos dois policiais presentes eram aqueles que estavam dentro de um outro carro, um Trail Blazer, com um familiar do empresário. Eles aguardavam a chegada da vítima estacionados numa das pistas da zona de desembarque.

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