O fim da aula de brigadeiro: como as diretrizes aprovadas pelo MEC tentam resolver falhas do Novo Ensino Médio
Mudança cria regras para disciplinar os itinerários formativos, a parte do currículo em que os estudantes podem escolher as disciplinas que querem cursar O ministro da Educação, Camilo Santana, homologou na quarta-feira diretrizes para o Novo Ensino Médio que criaram regras para disciplinar os itinerários formativos, a parte do currículo em que os estudantes podem escolher as disciplinas que querem cursar. Na reforma desta etapa de ensino, esses itinerários tiveram a sua eficácia dispersa por disciplinas sem consistência pedagógica. Com isso, alunos deixaram de estudar conhecimentos que são cobrados no Enem para receber aulas de matérias como “Brigadeiro caseiro”, “O que rola por aí” e “RPG”. Regras para eletivas, prazos e Enem: Veja as novas diretrizes aprovadas pelo MEC para o Novo Ensino Médio Entrevista: Representante da Unesco no Brasil vê 'tendência global' pela proibição do uso do celular nas escolas Agora, essa parte do currículo caiu de 1,2 mil horas para 600 horas. Além disso, elas precisarão estar ligadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de acordo com Israel Batista, relator das diretrizes aprovadas no Conselho Nacional de Educação (CNE). As mudanças passam a valer para os novos alunos a partir de 2026. — Anteriormente, esses itinerários estavam desorientados. Cada rede interpretava do jeito que quisesse. E surgiu a famosa aula de brigadeiro. Essa diretriz amarra isso — defendeu Batista. Na lista das regras criadas, estão: As escolas de tempo integral (4,2 mil horas de aula nos três anos) precisam manter o equilíbrio de tempo entre a formação geral básica e os itinerários da mesma forma das que atuam em tempo parcial (3 mil horas). Depois de chamarem atenção por aulas como “RPG” e “Bolo de Pote”, as disciplinas eletivas agora vão precisar ter “critérios pedagógicos” e respeitar a formação dos professores. Escolas de tempo parcial não poderão contar “experiências extraescolares” como horas de aula. As de tempo integral, sim. Isso inclui, por exemplo, trabalho remunerado, desde que haja “alinhamento curricular”. A participação em trabalhos voluntários também pode contar como horas curriculares, a não ser que a atividade esteja ligada a entidades partidárias ou religiosas. Os estudantes que ingressarem no ano letivo de 2026 deverão ser matriculados no Ensino Médio com organização curricular plenamente atualizada Para os estudantes ingressantes no Ensino Médio no ano letivo de 2025, os sistemas de ensino ficam autorizados a definir matriz curricular de transição Oferta flexível Segundo o relator das diretrizes homologadas, os conteúdos oferecidos pelos itinerários precisarão estar relacionados a uma das áreas de conhecimento (Matemática, Linguagens, Ciências Humanas e Ciências da Natureza). Mas as redes de ensino dos estados terão liberdade para oferecer esses conteúdos. Elas não precisarão dar peso igual a todos os componentes do currículo. — Um itinerário com ênfase em Humanidades, por exemplo, vai poder dar mais peso em geografia física — afirmou o relator do CNE. — Esse é o lugar das escolas e redes serem criativas, mas dentro da BNCC e das quatro áreas de conhecimento. O CNE e o MEC terão até março para elaborar os Parâmetros Nacionais para a Oferta dos Itinerários Formativos. O documento deverá contar com orientações para o trabalho interdisciplinar, com elementos para a organização dos itinerários e o conjunto comum de competências e habilidades que deverão ser desenvolvidos em cada área do conhecimento. O texto homologado pelo ministro define ainda que cada escola deverá ofertar pelo menos dois itinerários, com ênfase em duas ou três áreas de conhecimento do currículo regular ou o caminho do ensino técnico. Os alunos poderão, por exemplo, escolher entre cursar essas 600 horas entre Humanas e Linguagens ou Matemática e Ciências da Natureza. As diretrizes também liberam a possibilidade de a escola oferecer um itinerário para cada área de conhecimento. As normas homologadas na quarta-feira pelo ministro definiram ainda a necessidade do equilíbrio de tempo entre a formação geral básica e os itinerários nas escolas de tempo integral. Outro ponto abordado é a utilização da atividades extracurriculares (como trabalho remunerado) em horas de aula. Entre as diretrizes estão: Regras de credenciamento das instituições aptas a receber estudantes para o trabalho remunerado ou voluntário que usem esse tempo como hora de aulas. Esse documento também vai criar as normas para comprovação do alinhamento da atividade com o currículo Parâmetros Nacionais para a Oferta dos Itinerários Formativos de Aprofundamento até o dia 31 de março de 2025. Essa é a base para os estados criarem as disciplinas que ofertarão aos alunos na parte do currículo que eles podem escolher o que estudar O Inep será responsável por alinhar o Novo Ensino Médio ao Saeb e ao Enem
Mudança cria regras para disciplinar os itinerários formativos, a parte do currículo em que os estudantes podem escolher as disciplinas que querem cursar O ministro da Educação, Camilo Santana, homologou na quarta-feira diretrizes para o Novo Ensino Médio que criaram regras para disciplinar os itinerários formativos, a parte do currículo em que os estudantes podem escolher as disciplinas que querem cursar. Na reforma desta etapa de ensino, esses itinerários tiveram a sua eficácia dispersa por disciplinas sem consistência pedagógica. Com isso, alunos deixaram de estudar conhecimentos que são cobrados no Enem para receber aulas de matérias como “Brigadeiro caseiro”, “O que rola por aí” e “RPG”. Regras para eletivas, prazos e Enem: Veja as novas diretrizes aprovadas pelo MEC para o Novo Ensino Médio Entrevista: Representante da Unesco no Brasil vê 'tendência global' pela proibição do uso do celular nas escolas Agora, essa parte do currículo caiu de 1,2 mil horas para 600 horas. Além disso, elas precisarão estar ligadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de acordo com Israel Batista, relator das diretrizes aprovadas no Conselho Nacional de Educação (CNE). As mudanças passam a valer para os novos alunos a partir de 2026. — Anteriormente, esses itinerários estavam desorientados. Cada rede interpretava do jeito que quisesse. E surgiu a famosa aula de brigadeiro. Essa diretriz amarra isso — defendeu Batista. Na lista das regras criadas, estão: As escolas de tempo integral (4,2 mil horas de aula nos três anos) precisam manter o equilíbrio de tempo entre a formação geral básica e os itinerários da mesma forma das que atuam em tempo parcial (3 mil horas). Depois de chamarem atenção por aulas como “RPG” e “Bolo de Pote”, as disciplinas eletivas agora vão precisar ter “critérios pedagógicos” e respeitar a formação dos professores. Escolas de tempo parcial não poderão contar “experiências extraescolares” como horas de aula. As de tempo integral, sim. Isso inclui, por exemplo, trabalho remunerado, desde que haja “alinhamento curricular”. A participação em trabalhos voluntários também pode contar como horas curriculares, a não ser que a atividade esteja ligada a entidades partidárias ou religiosas. Os estudantes que ingressarem no ano letivo de 2026 deverão ser matriculados no Ensino Médio com organização curricular plenamente atualizada Para os estudantes ingressantes no Ensino Médio no ano letivo de 2025, os sistemas de ensino ficam autorizados a definir matriz curricular de transição Oferta flexível Segundo o relator das diretrizes homologadas, os conteúdos oferecidos pelos itinerários precisarão estar relacionados a uma das áreas de conhecimento (Matemática, Linguagens, Ciências Humanas e Ciências da Natureza). Mas as redes de ensino dos estados terão liberdade para oferecer esses conteúdos. Elas não precisarão dar peso igual a todos os componentes do currículo. — Um itinerário com ênfase em Humanidades, por exemplo, vai poder dar mais peso em geografia física — afirmou o relator do CNE. — Esse é o lugar das escolas e redes serem criativas, mas dentro da BNCC e das quatro áreas de conhecimento. O CNE e o MEC terão até março para elaborar os Parâmetros Nacionais para a Oferta dos Itinerários Formativos. O documento deverá contar com orientações para o trabalho interdisciplinar, com elementos para a organização dos itinerários e o conjunto comum de competências e habilidades que deverão ser desenvolvidos em cada área do conhecimento. O texto homologado pelo ministro define ainda que cada escola deverá ofertar pelo menos dois itinerários, com ênfase em duas ou três áreas de conhecimento do currículo regular ou o caminho do ensino técnico. Os alunos poderão, por exemplo, escolher entre cursar essas 600 horas entre Humanas e Linguagens ou Matemática e Ciências da Natureza. As diretrizes também liberam a possibilidade de a escola oferecer um itinerário para cada área de conhecimento. As normas homologadas na quarta-feira pelo ministro definiram ainda a necessidade do equilíbrio de tempo entre a formação geral básica e os itinerários nas escolas de tempo integral. Outro ponto abordado é a utilização da atividades extracurriculares (como trabalho remunerado) em horas de aula. Entre as diretrizes estão: Regras de credenciamento das instituições aptas a receber estudantes para o trabalho remunerado ou voluntário que usem esse tempo como hora de aulas. Esse documento também vai criar as normas para comprovação do alinhamento da atividade com o currículo Parâmetros Nacionais para a Oferta dos Itinerários Formativos de Aprofundamento até o dia 31 de março de 2025. Essa é a base para os estados criarem as disciplinas que ofertarão aos alunos na parte do currículo que eles podem escolher o que estudar O Inep será responsável por alinhar o Novo Ensino Médio ao Saeb e ao Enem
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