Nunes é o alvo preferencial de Boulos, Marçal e Tabata no nono debate para a prefeitura de São Paulo

O evento teve regras rígidas que tiveram um efeito civilizatório nos candidatos, apesar de alguns momentos de maior acidez O nono debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, realizado ontem pela TV Record, teve o prefeito Ricardo Nunes (MDB) como alvo preferencial e no centro dos principais embates da noite, junto a Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL) — os três líderes da corrida eleitoral. O evento teve regras rígidas que tiveram um efeito civilizatório nos candidatos, apesar de alguns momentos de maior acidez. Também participaram Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo). Debate Record BH: com Fuad ausente, Tramonte vira alvo de adversários que questionam Kalil e Zema no palanque SP: Marçal dá entrevista a jornal argentino ao lado de assessor que agrediu marqueteiro e nega ser 'Milei brasileiro' A organização do evento adotou precauções como reforço na segurança, divisão das “torcidas” e até a adoção de copos de acrílico para evitar cenas de violência como a cadeirada e o soco registrados em eventos anteriores. O mediador, Eduardo Ribeiro, lembrou em sua fala inicial que as medidas seriam desnecessárias “em condições normais”. Marçal foi punido com a perda de 30 segundos de suas considerações finais por ter se referido, já no primeiro bloco, a Boulos como “Boules”, o que levou o ex-coach a evitar a repetição de ataques do gênero. A provocação de Marçal foi feita durante um ataque a Nunes, a quem chamou de “pequeno demais” para o cargo. A punição pelo uso de apelidos pejorativos já havia sido aplicada ao ex-coach no debate de segunda-feira. O candidato do PRTB cobrou explicações do prefeito sobre a investigação da Polícia Federal sobre a “máfia da merenda”, que chegou a Nunes ao identificar pagamentos que favoreceram empresas de sua família. — Pablo Henrique, quem fugiu da polícia foi você. Fugiu pela sua condenação de ter integrado uma das maiores quadrilhas deste país para roubar dinheiro das pessoas humildes. Você tem esse hábito, é um mentiroso contumaz — respondeu Nunes. Marçal se disse injustiçado pela menção a uma condenação que acabou extinta por prescrição e sugeriu que o prefeito pode vir a ter problemas com a Justiça: — Quero ver ele (Nunes), depois que encerrar esse mandato, comprovando os relatórios da Polícia Federal em relação às merendas. Sabe o que vai acontecer? Vai acontecer o que nós queremos: justiça. É fácil bater no peito usando a camaradagem para se defender. Boulos desvia de ataque A existência de uma “máfia” na prefeitura também foi citada por Tabata, numericamente em quarto na corrida eleitoral. A candidata endereçou suas principais mensagens ao eleitorado feminino e buscou se diferenciar de Boulos ao questioná-lo sobre supostas contradições ideológicas entre ele e seu próprio partido, lembrando que só na última semana o deputado afirmou haver uma “ditadura” na Venezuela. O psolista disse que as afirmações da deputada a respeito de suas posições sobre legalização das drogas e aborto “não procedem”, e escapou dos temas mais espinhosos exaltando a candidata a vice em sua chapa, Marta Suplicy (PT), e também lembrando o apoio do presidente Lula. Boulos mirou sua artilharia em Nunes e destacou declaração do vice Mello Araújo (PL) defendendo ação diferente da polícia na periferia e em bairros ricos. O emedebista usou críticas à gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) para fustigar Boulos, e disse que o voto do deputado contra a cassação de André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmara, acusado da prática de “rachadinha”, é sua “única grande ação como político”. Menos acionados pelos adversários, Datena e Marina apresentaram propostas semelhantes às que fizeram em debates anteriores. O tucano disse que em sua carreira na TV sempre defendeu “tolerância zero” com o crime, só que “dentro da legalidade”. Já Marina prometeu vagas em escolas particulares para alunos que hoje estão na rede pública. Nunes, Boulos, Marçal e Tabata voltam a ficar frente a frente amanhã, em debate organizado pelo jornal “Folha de S.Paulo”. Marqueteiro de óculos escuros e Datena longe da imprensa Datena (PSDB) foi o primeiro a chegar, antes das 19h, e não quis falar com a imprensa nem na entrada, nem na saída. Já Nunes chegou acompanhado de seu vice, Ricardo de Mello Araújo (PL), que também o acompanhou no estúdio. Seu marqueteiro, o publicitário Duda Lima, que foi agredido pelo cinegrafista de Marçal durante o debate realizado pelo Grupo Flow na última segunda, chegou ao estúdio dez minutos antes do início do debate, usando óculos escuros para disfarçar o roxo em seu olho que foi atingido. Segundo o laudo do exame de corpo de delito, ele teve descolamento da retina. O cinegrafista de Marçal, Nahuel Medina, não foi ao evento. A Justiça determinou que ele deve se manter a ao menos dez metros de distância de Duda Lima. Para entrar na emissora, todas as pessoas que acompanhavam os candidatos precisaram passar por detector de metais e uma revista minuci

Sep 29, 2024 - 02:38
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Nunes é o alvo preferencial de Boulos, Marçal e Tabata no nono debate para a prefeitura de São Paulo

O evento teve regras rígidas que tiveram um efeito civilizatório nos candidatos, apesar de alguns momentos de maior acidez O nono debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, realizado ontem pela TV Record, teve o prefeito Ricardo Nunes (MDB) como alvo preferencial e no centro dos principais embates da noite, junto a Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL) — os três líderes da corrida eleitoral. O evento teve regras rígidas que tiveram um efeito civilizatório nos candidatos, apesar de alguns momentos de maior acidez. Também participaram Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo). Debate Record BH: com Fuad ausente, Tramonte vira alvo de adversários que questionam Kalil e Zema no palanque SP: Marçal dá entrevista a jornal argentino ao lado de assessor que agrediu marqueteiro e nega ser 'Milei brasileiro' A organização do evento adotou precauções como reforço na segurança, divisão das “torcidas” e até a adoção de copos de acrílico para evitar cenas de violência como a cadeirada e o soco registrados em eventos anteriores. O mediador, Eduardo Ribeiro, lembrou em sua fala inicial que as medidas seriam desnecessárias “em condições normais”. Marçal foi punido com a perda de 30 segundos de suas considerações finais por ter se referido, já no primeiro bloco, a Boulos como “Boules”, o que levou o ex-coach a evitar a repetição de ataques do gênero. A provocação de Marçal foi feita durante um ataque a Nunes, a quem chamou de “pequeno demais” para o cargo. A punição pelo uso de apelidos pejorativos já havia sido aplicada ao ex-coach no debate de segunda-feira. O candidato do PRTB cobrou explicações do prefeito sobre a investigação da Polícia Federal sobre a “máfia da merenda”, que chegou a Nunes ao identificar pagamentos que favoreceram empresas de sua família. — Pablo Henrique, quem fugiu da polícia foi você. Fugiu pela sua condenação de ter integrado uma das maiores quadrilhas deste país para roubar dinheiro das pessoas humildes. Você tem esse hábito, é um mentiroso contumaz — respondeu Nunes. Marçal se disse injustiçado pela menção a uma condenação que acabou extinta por prescrição e sugeriu que o prefeito pode vir a ter problemas com a Justiça: — Quero ver ele (Nunes), depois que encerrar esse mandato, comprovando os relatórios da Polícia Federal em relação às merendas. Sabe o que vai acontecer? Vai acontecer o que nós queremos: justiça. É fácil bater no peito usando a camaradagem para se defender. Boulos desvia de ataque A existência de uma “máfia” na prefeitura também foi citada por Tabata, numericamente em quarto na corrida eleitoral. A candidata endereçou suas principais mensagens ao eleitorado feminino e buscou se diferenciar de Boulos ao questioná-lo sobre supostas contradições ideológicas entre ele e seu próprio partido, lembrando que só na última semana o deputado afirmou haver uma “ditadura” na Venezuela. O psolista disse que as afirmações da deputada a respeito de suas posições sobre legalização das drogas e aborto “não procedem”, e escapou dos temas mais espinhosos exaltando a candidata a vice em sua chapa, Marta Suplicy (PT), e também lembrando o apoio do presidente Lula. Boulos mirou sua artilharia em Nunes e destacou declaração do vice Mello Araújo (PL) defendendo ação diferente da polícia na periferia e em bairros ricos. O emedebista usou críticas à gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) para fustigar Boulos, e disse que o voto do deputado contra a cassação de André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmara, acusado da prática de “rachadinha”, é sua “única grande ação como político”. Menos acionados pelos adversários, Datena e Marina apresentaram propostas semelhantes às que fizeram em debates anteriores. O tucano disse que em sua carreira na TV sempre defendeu “tolerância zero” com o crime, só que “dentro da legalidade”. Já Marina prometeu vagas em escolas particulares para alunos que hoje estão na rede pública. Nunes, Boulos, Marçal e Tabata voltam a ficar frente a frente amanhã, em debate organizado pelo jornal “Folha de S.Paulo”. Marqueteiro de óculos escuros e Datena longe da imprensa Datena (PSDB) foi o primeiro a chegar, antes das 19h, e não quis falar com a imprensa nem na entrada, nem na saída. Já Nunes chegou acompanhado de seu vice, Ricardo de Mello Araújo (PL), que também o acompanhou no estúdio. Seu marqueteiro, o publicitário Duda Lima, que foi agredido pelo cinegrafista de Marçal durante o debate realizado pelo Grupo Flow na última segunda, chegou ao estúdio dez minutos antes do início do debate, usando óculos escuros para disfarçar o roxo em seu olho que foi atingido. Segundo o laudo do exame de corpo de delito, ele teve descolamento da retina. O cinegrafista de Marçal, Nahuel Medina, não foi ao evento. A Justiça determinou que ele deve se manter a ao menos dez metros de distância de Duda Lima. Para entrar na emissora, todas as pessoas que acompanhavam os candidatos precisaram passar por detector de metais e uma revista minuciosa, a qual também foram submetidos os profissionais da imprensa. Os candidatos, entretanto, não precisaram passar pelo esquema de segurança. Ao comentar sobre a medida, Boulos disse que isso é “lamentável”, enquanto Marina disse que os debates viraram lugares “inseguros”. No estúdio, cada candidato pôde ser acompanhado por três assessores e um segurança. Tabata, por exemplo, teve como um dos integrantes de sua comitiva o ministro do Empreendedorismo Márcio França (PSB). Quando no primeiro bloco Nunes escolheu perguntar para Marina Helena “em homenagem às mulheres”, em suas palavras, um dos assessores de Marçal que acompanhavam o debate da mesma sala que a imprensa riu para um colega e comentou: “arregão”.

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