No aguardo de Paes, PT do Rio afunila indicações para chapas ao governo e ao Senado em 2026; veja cotados

Antecipação do debate eleitoral no PT se deu a reboque de resultados aquém do esperado nas eleições municipais deste ano e aponta para Benedita da Silva e Fabiano Horta como possibilidades Em compasso de espera pelas movimentações do prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PSD), o PT fluminense já começa a perfilar quadros para chapas ao governo estadual e ao Senado em 2026. Decidida a não tentar a reeleição na Câmara dos Deputados, onde cumpre atualmente seu sexto mandato, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) se apresentou no partido para se candidatar a senadora. A parlamentar iniciou conversas internamente com a ala do também deputado petista Washington Quaquá, que coloca seu aliado Fabiano Horta (PT), atual prefeito de Maricá, como candidato a governador. Acidente: Lula relata detalhes da queda que sofreu no banheiro do Alvorada: 'Achei que tinha rachado o cérebro' Galeria reaberta: Janja diz que 'vários' ex-presidentes não merecem estar em galeria do Planalto A antecipação do debate eleitoral no PT se deu a reboque de resultados aquém do esperado nas eleições municipais deste ano. A avaliação de caciques do partido é de que a estratégia de 2026 terá de ser traçada com especial atenção, para barrar novas vitórias de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — que mira principalmente o Senado, onde a base do governo Lula tem mantido maioria. A preferência petista é por uma aliança em torno da candidatura de Paes ao governo estadual, mas o prefeito carioca tem negado publicamente, por ora, que vá concorrer em 2026. A negativa de Paes, porém, é encarada como jogo de cena entre partidos aliados do prefeito, inclusive o PT, que busca nesse meio-tempo marcar posição e ganhar corpo para futuras composições. Além do respaldo de diferentes alas do partido, Horta e Benedita não são vistos como candidatos a deputado federal em 2026, o que libera seus nomes para a articulação de chapa majoritária. Principal via de acesso ao fundo eleitoral, a eleição de deputados virou prioridade para o PT, após dois anos de governo Lula em que ficou clara a dificuldade para formar uma base na Casa. Quadros petistas como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e a vereadora Tainá de Paula, que já foram cotados para cargos majoritários, tendem a ser escalados para concorrer à Câmara dos Deputados. — Além do Eduardo (Paes) e do bolsonarismo, entendemos que o PT consegue ficar bem posicionado para 2026 ao apresentar Fabiano (Horta) e Benedita para a disputa. Paes é um nome com peso para reforçar o palanque do Lula, mas também é estratégico para o PT ter presença nas chapas majoritárias — afirmou o presidente do PT carioca, Tiago Santana, aliado próximo de Benedita. Vagas limitadas Na hipótese de Paes se apresentar como candidato ao governo em 2026, o PT planeja reivindicar o posto de vice e uma das duas vagas de candidato ao Senado. O partido adotou estratégia similar no meio deste ano, quando exonerou o ex-deputado estadual e então secretário de Assuntos Federativos do governo Lula, André Ceciliano (PT), para deixá-lo à disposição de ser candidato a vice na chapa de Paes. Paes acabou ignorando a pressão petista e bancou um aliado de sua estrita confiança, Eduardo Cavaliere (PSD), como vice na chapa vencedora. Por outro lado, o prefeito fez afagos ao PT ao apoiar candidatos a vereador do partido, e já acenou com espaços em seu secretariado no próximo ano. Para 2026, Eduardo Paes tenta chegar a um consenso com partidos que hoje formam a base do governo Cláudio Castro (PL), especialmente PP, MDB e Republicanos, e que tendem a também pleitear espaços na chapa para uma eventual aliança. Dentro do PT, a primeira conversa entre os grupos de Benedita e de Quaquá para o desenho de 2026 ocorreu após o primeiro turno das eleições municipais, em que Paes foi reeleito com folga. Embora o cenário atual não seja de intenções conflitantes, a tendência é que diferentes grupos do PT busquem a preferência por indicar um candidato a senador. Horta, que é hoje tratado como postulante ao governo, também já foi ventilado ao Senado. Ele encerra neste ano um período de oito anos na prefeitura de Maricá, e passará a faixa para Quaquá, que também foi seu antecessor como prefeito, e que é um de seus principais fiadores no partido. A cidade, com orçamento robustecido por receitas com royalties do petróleo, virou uma vitrine de gestão petista devido a iniciativas como tarifa zero de ônibus e moeda social, que foram “exportadas” para campanhas de outros candidatos a prefeito do PT neste ano. Benedita, por sua vez, foi eleita senadora há 30 anos, mas cumpriu só metade do mandato e se elegeu vice-governadora do Rio em 1998. Para uma eventual campanha majoritária, pesa a favor dela a leitura de que é capaz de “furar a bolha” da esquerda, com melhor interlocução com segmentos do eleitorado como o das mulheres negras e o dos evangélicos. Apesar da bagagem política e dentro do próprio partido, há questio

Nov 7, 2024 - 05:13
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No aguardo de Paes, PT do Rio afunila indicações para chapas ao governo e ao Senado em 2026; veja cotados

Antecipação do debate eleitoral no PT se deu a reboque de resultados aquém do esperado nas eleições municipais deste ano e aponta para Benedita da Silva e Fabiano Horta como possibilidades Em compasso de espera pelas movimentações do prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PSD), o PT fluminense já começa a perfilar quadros para chapas ao governo estadual e ao Senado em 2026. Decidida a não tentar a reeleição na Câmara dos Deputados, onde cumpre atualmente seu sexto mandato, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) se apresentou no partido para se candidatar a senadora. A parlamentar iniciou conversas internamente com a ala do também deputado petista Washington Quaquá, que coloca seu aliado Fabiano Horta (PT), atual prefeito de Maricá, como candidato a governador. Acidente: Lula relata detalhes da queda que sofreu no banheiro do Alvorada: 'Achei que tinha rachado o cérebro' Galeria reaberta: Janja diz que 'vários' ex-presidentes não merecem estar em galeria do Planalto A antecipação do debate eleitoral no PT se deu a reboque de resultados aquém do esperado nas eleições municipais deste ano. A avaliação de caciques do partido é de que a estratégia de 2026 terá de ser traçada com especial atenção, para barrar novas vitórias de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — que mira principalmente o Senado, onde a base do governo Lula tem mantido maioria. A preferência petista é por uma aliança em torno da candidatura de Paes ao governo estadual, mas o prefeito carioca tem negado publicamente, por ora, que vá concorrer em 2026. A negativa de Paes, porém, é encarada como jogo de cena entre partidos aliados do prefeito, inclusive o PT, que busca nesse meio-tempo marcar posição e ganhar corpo para futuras composições. Além do respaldo de diferentes alas do partido, Horta e Benedita não são vistos como candidatos a deputado federal em 2026, o que libera seus nomes para a articulação de chapa majoritária. Principal via de acesso ao fundo eleitoral, a eleição de deputados virou prioridade para o PT, após dois anos de governo Lula em que ficou clara a dificuldade para formar uma base na Casa. Quadros petistas como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e a vereadora Tainá de Paula, que já foram cotados para cargos majoritários, tendem a ser escalados para concorrer à Câmara dos Deputados. — Além do Eduardo (Paes) e do bolsonarismo, entendemos que o PT consegue ficar bem posicionado para 2026 ao apresentar Fabiano (Horta) e Benedita para a disputa. Paes é um nome com peso para reforçar o palanque do Lula, mas também é estratégico para o PT ter presença nas chapas majoritárias — afirmou o presidente do PT carioca, Tiago Santana, aliado próximo de Benedita. Vagas limitadas Na hipótese de Paes se apresentar como candidato ao governo em 2026, o PT planeja reivindicar o posto de vice e uma das duas vagas de candidato ao Senado. O partido adotou estratégia similar no meio deste ano, quando exonerou o ex-deputado estadual e então secretário de Assuntos Federativos do governo Lula, André Ceciliano (PT), para deixá-lo à disposição de ser candidato a vice na chapa de Paes. Paes acabou ignorando a pressão petista e bancou um aliado de sua estrita confiança, Eduardo Cavaliere (PSD), como vice na chapa vencedora. Por outro lado, o prefeito fez afagos ao PT ao apoiar candidatos a vereador do partido, e já acenou com espaços em seu secretariado no próximo ano. Para 2026, Eduardo Paes tenta chegar a um consenso com partidos que hoje formam a base do governo Cláudio Castro (PL), especialmente PP, MDB e Republicanos, e que tendem a também pleitear espaços na chapa para uma eventual aliança. Dentro do PT, a primeira conversa entre os grupos de Benedita e de Quaquá para o desenho de 2026 ocorreu após o primeiro turno das eleições municipais, em que Paes foi reeleito com folga. Embora o cenário atual não seja de intenções conflitantes, a tendência é que diferentes grupos do PT busquem a preferência por indicar um candidato a senador. Horta, que é hoje tratado como postulante ao governo, também já foi ventilado ao Senado. Ele encerra neste ano um período de oito anos na prefeitura de Maricá, e passará a faixa para Quaquá, que também foi seu antecessor como prefeito, e que é um de seus principais fiadores no partido. A cidade, com orçamento robustecido por receitas com royalties do petróleo, virou uma vitrine de gestão petista devido a iniciativas como tarifa zero de ônibus e moeda social, que foram “exportadas” para campanhas de outros candidatos a prefeito do PT neste ano. Benedita, por sua vez, foi eleita senadora há 30 anos, mas cumpriu só metade do mandato e se elegeu vice-governadora do Rio em 1998. Para uma eventual campanha majoritária, pesa a favor dela a leitura de que é capaz de “furar a bolha” da esquerda, com melhor interlocução com segmentos do eleitorado como o das mulheres negras e o dos evangélicos. Apesar da bagagem política e dentro do próprio partido, há questionamentos internos devido à idade da atual deputada, que chegaria com 84 anos às eleições de 2026. Horta, por sua vez, terá 51 anos na próxima eleição. O presidente do PT do Rio, porém, minimiza a discussão etária e diz que a renovação de quadros, embora necessária à esquerda, não necessariamente precisa começar pelo Senado. — O próprio resultado da eleição nos Estados Unidos gera certo alvoroço no bolsonarismo, que deve se refletir em 2026. A eleição ao Senado será difícil, mas é uma Casa menos virulenta do que a Câmara, e onde pesa a experiência — avaliou Santana. Apoio a aliada No entorno de Paes, há também uma tentativa de demarcar espaços para 2026. Na segunda-feira, o prefeito usou a rede social X para apresentar o nome da deputada federal Laura Carneiro (PSD-RJ), integrante de seu grupo político, como possível candidata ao Senado. Em um aceno ao eleitor mais progressista, o prefeito escreveu que Laura poderia “seguir o trabalho de seu pai”, o ex-senador Nelson Carneiro, falecido em 1996. No Senado, ele se notabilizou como autor de uma Emenda Constitucional, na década de 1970, que permitiu legalmente a dissolução do casamento no Brasil — o que abriu caminho para a formatação do divórcio, pauta com forte oposição do conservadorismo à época.

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