Morte de bebê em Salvador foi por uma 'distocia de ombro', diz Associação de Obstetrícia da Bahia

Criança morreu na Maternidade Albert Sabin, no dia 31; mãe acusa médica de violência obstétrica A Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba) se manifestou após a morte de um bebê, durante o parto, na maternidade estadual Albert Sabin, em Salvador. Segundo a entidade, a causa do óbito foi uma distocia de ombro, que é quando a cabeça do feto nasce, mas o ombro fica alojado contra o osso ou sacro da mãe, o que impossibilita a saída do resto do corpo da criança. A família do bebê, no entanto, alega outra versão. Em nota divulgada, a associação afirmou que " é uma das situações mais temidas e imprevisíveis na assistência ao parto vaginal, ocorrendo em 0,3% a 1% de todos os partos. Apesar do risco da ocorrência aumentar quanto maior o peso fetal, mais de 50% das vezes o peso feto é menor que 4kg, não tendo como prevenir por um parto cesariana". "A urgência se estabelece devido à compressão do cordão umbilical no trajeto do parto, diminuindo o aporte de oxigênio para o feto.", diz um trecho da nota. A Sogiba acrescentou ainda que "mesmo sendo oferecido assistência baseada nas melhores evidências científicas, isto não torna o parto blindado de insucessos. Os profissionais que se dedicam à assistência de saúde são instrumentos divinos, mas não são deuses". A associação disse ainda que o acompanhante "colocou em risco a integridade física da médica assistente" na sala cirúrgica, sem dar detalhes. "É crucial que todos os presentes no cenário de parto contribuam e atuem de forma sinérgica em equipe com o único objetivo de dar a melhor assistência à pessoa que está parindo e ao seu concepto", acrescenta. Morte de bebê em Salvador foi por uma 'dificuldade no parto', diz Sogiba Reprodução A família aponta que a criança teria falecido em decorrência de uma lesão no pescoço, supostamente provocada pela profissional que realizou o procedimento, conforme divulgou a Polícia Civil. MP-BA vai investigar denúncia de violência obstétrica O Ministério Público da Bahia (MP-BA) vai abrir uma investigação sobre o caso. Segundo o MP, a apuração será encaminhada por meio de Promotoria de Justiça de Saúde da capital "para verificar se houve erro de algum profissional de saúde, o que poderá se desdobrar em responsabilização criminal". Também será investigado se houve violência obstétrica. Entenda o caso A família denunciou a maternidade estadual Albert Sabin, em Salvador, por violência obstétrica, após um bebê morrer durante o parto. Liliane Ribeiro, mãe da criança, atribui a morte da criança a uma lesão no pescoço supostamente feita pela profissional que puxou o bebê para fora da vagina. O caso aconteceu na quinta-feira (31) e é investigado pela Polícia Civil. Em entrevista à TV Bahia, Liliane detalhou uma série de violências durante sua passagem pela maternidade. Ela afirma ter sido obrigada a passar por um parto normal, apesar de recomendação médica prévia para cesárea. Além disso, afirma que abandono pela equipe. "A médica que fez meu pré-natal disse que quando chegasse lá, eu deveria ter cuidado em como falar, não gritar, porque eles [funcionários da maternidade estadual] destratam as pessoas que reclamam", contou. A mulher relatou que, durante o parto, a equipe mandou fazer força, pois ela seria "rasgada até o talo". Em determinado momento, o funcionário também pediu que ela "parasse de presepada". Quando a cabeça da criança saiu, a médica realizou uma manobra para retirá-la, mas o marido de Liliane notou algo errado. Ela estaria com a luva rasgada e a mãe alega que a unha da médica perfurou o pescoço do bebê, causando sua morte. Logo depois, a menina passou por uma massagem cardíaca e o óbito foi constatado. Após morte de bebê, polícia investiga O caso também é investigado pela Polícia Civil. Em nota, a instituição disse que a 13ª Delegacia Territorial (DT/Cajazeiras) aguarda a conclusão dos laudos periciais. "Em continuidade aos atos investigativos, estão sendo colhidos depoimentos dos familiares e da equipe médica responsável, cujas informações, associadas ao relatório emitido pela unidade de saúde, subsidiarão o esclarecimento dos fatos e a devida elucidação do ocorrido."

Nov 8, 2024 - 12:04
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Morte de bebê em Salvador foi por uma 'distocia de ombro', diz  Associação de Obstetrícia da Bahia

Criança morreu na Maternidade Albert Sabin, no dia 31; mãe acusa médica de violência obstétrica A Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba) se manifestou após a morte de um bebê, durante o parto, na maternidade estadual Albert Sabin, em Salvador. Segundo a entidade, a causa do óbito foi uma distocia de ombro, que é quando a cabeça do feto nasce, mas o ombro fica alojado contra o osso ou sacro da mãe, o que impossibilita a saída do resto do corpo da criança. A família do bebê, no entanto, alega outra versão. Em nota divulgada, a associação afirmou que " é uma das situações mais temidas e imprevisíveis na assistência ao parto vaginal, ocorrendo em 0,3% a 1% de todos os partos. Apesar do risco da ocorrência aumentar quanto maior o peso fetal, mais de 50% das vezes o peso feto é menor que 4kg, não tendo como prevenir por um parto cesariana". "A urgência se estabelece devido à compressão do cordão umbilical no trajeto do parto, diminuindo o aporte de oxigênio para o feto.", diz um trecho da nota. A Sogiba acrescentou ainda que "mesmo sendo oferecido assistência baseada nas melhores evidências científicas, isto não torna o parto blindado de insucessos. Os profissionais que se dedicam à assistência de saúde são instrumentos divinos, mas não são deuses". A associação disse ainda que o acompanhante "colocou em risco a integridade física da médica assistente" na sala cirúrgica, sem dar detalhes. "É crucial que todos os presentes no cenário de parto contribuam e atuem de forma sinérgica em equipe com o único objetivo de dar a melhor assistência à pessoa que está parindo e ao seu concepto", acrescenta. Morte de bebê em Salvador foi por uma 'dificuldade no parto', diz Sogiba Reprodução A família aponta que a criança teria falecido em decorrência de uma lesão no pescoço, supostamente provocada pela profissional que realizou o procedimento, conforme divulgou a Polícia Civil. MP-BA vai investigar denúncia de violência obstétrica O Ministério Público da Bahia (MP-BA) vai abrir uma investigação sobre o caso. Segundo o MP, a apuração será encaminhada por meio de Promotoria de Justiça de Saúde da capital "para verificar se houve erro de algum profissional de saúde, o que poderá se desdobrar em responsabilização criminal". Também será investigado se houve violência obstétrica. Entenda o caso A família denunciou a maternidade estadual Albert Sabin, em Salvador, por violência obstétrica, após um bebê morrer durante o parto. Liliane Ribeiro, mãe da criança, atribui a morte da criança a uma lesão no pescoço supostamente feita pela profissional que puxou o bebê para fora da vagina. O caso aconteceu na quinta-feira (31) e é investigado pela Polícia Civil. Em entrevista à TV Bahia, Liliane detalhou uma série de violências durante sua passagem pela maternidade. Ela afirma ter sido obrigada a passar por um parto normal, apesar de recomendação médica prévia para cesárea. Além disso, afirma que abandono pela equipe. "A médica que fez meu pré-natal disse que quando chegasse lá, eu deveria ter cuidado em como falar, não gritar, porque eles [funcionários da maternidade estadual] destratam as pessoas que reclamam", contou. A mulher relatou que, durante o parto, a equipe mandou fazer força, pois ela seria "rasgada até o talo". Em determinado momento, o funcionário também pediu que ela "parasse de presepada". Quando a cabeça da criança saiu, a médica realizou uma manobra para retirá-la, mas o marido de Liliane notou algo errado. Ela estaria com a luva rasgada e a mãe alega que a unha da médica perfurou o pescoço do bebê, causando sua morte. Logo depois, a menina passou por uma massagem cardíaca e o óbito foi constatado. Após morte de bebê, polícia investiga O caso também é investigado pela Polícia Civil. Em nota, a instituição disse que a 13ª Delegacia Territorial (DT/Cajazeiras) aguarda a conclusão dos laudos periciais. "Em continuidade aos atos investigativos, estão sendo colhidos depoimentos dos familiares e da equipe médica responsável, cujas informações, associadas ao relatório emitido pela unidade de saúde, subsidiarão o esclarecimento dos fatos e a devida elucidação do ocorrido."

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