Mensagens, reuniões no Alvorada, 'minuta do golpe' e até Uber: as provas listadas pela PF contra Bolsonaro e aliados
Registros de entrada e dados de celulares ajudaram a comprovar articulações de suposta trama golpista A investigação da Polícia Federal (PF) que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de diversos aliados por uma suposta tentativa de golpe de Estado reuniu diversos elementos, incluindo mensagens de texto, registros de entradas no Palácio da Alvorada, dados de celulares e até pedidos de Uber. Minuta golpista Um dos principais pontos do inquérito é uma minuta golpista apresentada por Bolsonaro para os comandantes das Forças Armadas, após a derrota nas eleições presidenciais de 2022. O episódio foi relatado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid em seu acordo de delação premiada. O relato de Cid foi confirmado posteriormente pelos depoimentos dos ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) Carlos Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica). Almir Garnier, que chefiava a Marinha, teria concordado. Antes dos ex-comandantes falarem, no entanto, a PF já havia reunido diversos elementos que reforçavam o relato. Em áudio enviado para Freire Gomes, no dia 9 de dezembro, dois dias após a reunião, Cid afirmou que Bolsonaro "enxugou o decreto" e tornou ele mais "resumido". — O que que ele fez hoje de manhã? Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerandos que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais resumido. — disse o então ajudante de ordens. Em dezembro, o ex-ministro e general da reserva Walter Braga Netto enviou mensagem para o major reformado Ailton Barros afirmando que ele deveria elogiar Garnier e criticar o Baptista Júnior. Em outro momento, também criticou Freire Gomes. Para a PF, isso o relato de que o ex-comandante da Marinha concordou com o plano, enquanto os outros dois foram contra. Registros de entrada Também há registros de entrada do Palácio da Alvorada nos dias em que a minuta golpista teria sido tratada. No dia 19 de novembro de 2022, estiveram no local o então assessor especial da Presidência Filipe Martins, o advogado Amauri Feres Saad e o padre José Eduardo de Oliveira, Segundo Cid, eles teriam discutido a minuta com Bolsonaro. Depois, em 7 de dezembro, o documento teria sido apresentado a Garnier, Freire Gomes e ao então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Novamente, os registros apontam que os comandantes e o ministros estiveram no palácio, assim como Martins e Saad. Dados telefônicos A presença de Amauri Feres Saad na reunião de dezembro em que a minuta foi discutida também foi comprovada pelos registros do seu celular. A PF conseguiu os dados da comunicação do seu celular com torres de telecomunicações, as chamadas Estação Rádio Base (ERB). De acordo com a delação de Cid, Saad teria auxiliado Martins na elaboração do texto apresentado a Bolsonaro. Registros de Uber A PF também obteve registros do aplicativo Uber usados pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que mostra que ele fez pelo menos cinco viagens até a casa alugada pelo PL que serviu como comitê de campanha para Bolsonaro e que, depois da eleição, teria sido utilizada como um "QG do Golpe". A PF ainda afirmou que há um "vínculo comprovado" de Silva com Martins.
Registros de entrada e dados de celulares ajudaram a comprovar articulações de suposta trama golpista A investigação da Polícia Federal (PF) que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de diversos aliados por uma suposta tentativa de golpe de Estado reuniu diversos elementos, incluindo mensagens de texto, registros de entradas no Palácio da Alvorada, dados de celulares e até pedidos de Uber. Minuta golpista Um dos principais pontos do inquérito é uma minuta golpista apresentada por Bolsonaro para os comandantes das Forças Armadas, após a derrota nas eleições presidenciais de 2022. O episódio foi relatado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid em seu acordo de delação premiada. O relato de Cid foi confirmado posteriormente pelos depoimentos dos ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) Carlos Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica). Almir Garnier, que chefiava a Marinha, teria concordado. Antes dos ex-comandantes falarem, no entanto, a PF já havia reunido diversos elementos que reforçavam o relato. Em áudio enviado para Freire Gomes, no dia 9 de dezembro, dois dias após a reunião, Cid afirmou que Bolsonaro "enxugou o decreto" e tornou ele mais "resumido". — O que que ele fez hoje de manhã? Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerandos que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais resumido. — disse o então ajudante de ordens. Em dezembro, o ex-ministro e general da reserva Walter Braga Netto enviou mensagem para o major reformado Ailton Barros afirmando que ele deveria elogiar Garnier e criticar o Baptista Júnior. Em outro momento, também criticou Freire Gomes. Para a PF, isso o relato de que o ex-comandante da Marinha concordou com o plano, enquanto os outros dois foram contra. Registros de entrada Também há registros de entrada do Palácio da Alvorada nos dias em que a minuta golpista teria sido tratada. No dia 19 de novembro de 2022, estiveram no local o então assessor especial da Presidência Filipe Martins, o advogado Amauri Feres Saad e o padre José Eduardo de Oliveira, Segundo Cid, eles teriam discutido a minuta com Bolsonaro. Depois, em 7 de dezembro, o documento teria sido apresentado a Garnier, Freire Gomes e ao então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Novamente, os registros apontam que os comandantes e o ministros estiveram no palácio, assim como Martins e Saad. Dados telefônicos A presença de Amauri Feres Saad na reunião de dezembro em que a minuta foi discutida também foi comprovada pelos registros do seu celular. A PF conseguiu os dados da comunicação do seu celular com torres de telecomunicações, as chamadas Estação Rádio Base (ERB). De acordo com a delação de Cid, Saad teria auxiliado Martins na elaboração do texto apresentado a Bolsonaro. Registros de Uber A PF também obteve registros do aplicativo Uber usados pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que mostra que ele fez pelo menos cinco viagens até a casa alugada pelo PL que serviu como comitê de campanha para Bolsonaro e que, depois da eleição, teria sido utilizada como um "QG do Golpe". A PF ainda afirmou que há um "vínculo comprovado" de Silva com Martins.
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