Marçal condiciona apoio a Nunes a pedido de desculpas: 'Tem que se retratar'
Terceiro colocado na votação de domingo, ex-coach tem plano de voltar a se candidatar em 2026 O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) anunciou nesta terça-feira que só irá apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno em São Paulo contra Guilherme Boulos (PSOL) se receber um pedido de desculpas do atual prefeito e de aliados, dizendo-se vítima de "covardia" e que foi freado por "canalhas". Marçal foi o terceiro colocado na votação de domingo, com 28,1% dos votos válidos — só 56 mil a menos que o psolista. — Não entendo a covardia de muitos conservadores que são patrocinados por dinheiro público e se levantaram contra mim. (...) Aqui está a minha resposta em relação ao segundo turno: não vou apoiar Ricardo Nunes. Pela arrogância deles. E se um milagre acontecer, Bolsonaro vai ter que se retratar das loucuras que ele falou ao meu respeito. O governador, "goiabinha", hoje falou 25 minutos com o meu braço-direito (Filipe Sabará) que a gente tem que se unir. Tem que se unir o escambau. Tem que se retratar. Você exagerou. Vai ter que pedir desculpa — declarou. Marçal disse que só aceitará discutir a possibilidade de apoiar Nunes caso o prefeito use sua propaganda no rádio e na TV para “desmentir” as acusações que fez contra ele durante a campanha, em especial as que o associavam ao PCC. Também exigiu pedidos de desculpas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem chamou de “canalha”, do ex-presidente Jair Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e do pastor Silas Malafaia. Também impôs como condição o prefeito se comprometer a acatar sugestões de seu plano de governo relacionadas à educação. Ainda na segunda-feira, dia seguinte à votação, Nunes disse que Marçal não teria espaço em seu palanque: — Não vou procurar. Se eu for procurado, vou dizer que espero que ele (Marçal) tenha aprendido com os erros e que possa fazer uma boa reflexão de tudo aquilo que cometeu de erros, que ele siga o caminho dele e eu sigo o meu. No meu palanque, não — afirmou. Marçal disse que não é "dono do voto de ninguém" e que acredita que Boulos conseguirá conquistar parte de seu eleitorado com a ajuda do presidente Lula (PT) e vencerá a eleição. — Mais de 45% dos meus votos são de pessoas que não são de direita. Todos já sabem o meu posicionamento em relação a Boulos. Jamais apoiaria o Boulos. Quem atrapalhou a eleição: Malafaia e companhia. Quem colocou Boulos no segundo turno: Malafaia, Bolsonaro… Na minha visão, antes de eu entrar na disputa, o Boulos venceria essa eleição. Agora tenho certeza que ele vence. Porque ele sabe sinalizar para o povo e o Ricardo não sabe. O Boulos e o Lula eles têm a língua do povo — declarou. O ex-coach reafirmou que voltará a se candidatar “a um cargo no Executivo” em 2026, sugerindo que tentará a Presidência. Garantiu que não fará ataques a seus adversários em futuras campanhas: — Acredito que não tem necessidade. O plano esbarra em outros nomes que disputam o mesmo eleitorado que Marçal, como o governador Tarcísio de Freitas — para o empresário, um "erro" de Bolsonaro — e o próprio ex-presidente. O ex-coach disse ainda que pretende seguir no PRTB, mas não descartou conversar com outros partidos. Afirmou que algumas siglas já o convidaram, mas que não migrará para ser um “pau-mandado”. Para voltar às urnas, Marçal precisará se livrar de encrencas com a Justiça que podem torná-lo inelegível por oito anos — possibilidade que ele rechaça. O ex-coach responde a ações por suposto abuso de poder econômico relacionado ao financiamento de apoiadores nas redes sociais e também é alvo de processos por conta da divulgação de um laudo falso tentando atribuir Boulos ao uso de cocaína. — Eu não falsifiquei documento. Publiquei na maior boa-fé do mundo — disse. — Estou tranquilo em relação a isso. Quem tem que explicar é quem falsificou. Eu não faço ideia. Ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), os advogados do ex-coach disseram que Marçal “não fabricou nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se a divulgá-lo da forma como foi expedido”, exercendo o “direito à livre manifestação do pensamento”. A relação Marçal-Nunes O momento mais tenso da relação entre o empresário e o atual prefeito ocorreu em debate realizado pela RedeTV! em parceria com o UOL, em 17 de setembro. Aos berros, Marçal disse que colocaria o atual prefeito na cadeia. — Você vai ser preso por roubar dinheiro de creche. Você usou sua esposa para receber dinheiro de creche. Usou sua esposa e sua filha. Eu vou te colocar na cadeia. Nunes gritou de volta, mas não foi possível entender o que falava em meio à gritaria. A jornalista Amanda Klein, mediadora do debate, precisou subir o tom de voz e pediu respeito. Seis dias depois, em debate do Flow, o desentendimento se deu nos bastidores. Marçal disse antes do programa que Nunes seria preso, e voltou a repetir o ataque já em suas declarações finais, acabando expulso por isso. O marqueteiro do emedebista, Duda Lima, orientava-o a não reagir às provoc
Terceiro colocado na votação de domingo, ex-coach tem plano de voltar a se candidatar em 2026 O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) anunciou nesta terça-feira que só irá apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno em São Paulo contra Guilherme Boulos (PSOL) se receber um pedido de desculpas do atual prefeito e de aliados, dizendo-se vítima de "covardia" e que foi freado por "canalhas". Marçal foi o terceiro colocado na votação de domingo, com 28,1% dos votos válidos — só 56 mil a menos que o psolista. — Não entendo a covardia de muitos conservadores que são patrocinados por dinheiro público e se levantaram contra mim. (...) Aqui está a minha resposta em relação ao segundo turno: não vou apoiar Ricardo Nunes. Pela arrogância deles. E se um milagre acontecer, Bolsonaro vai ter que se retratar das loucuras que ele falou ao meu respeito. O governador, "goiabinha", hoje falou 25 minutos com o meu braço-direito (Filipe Sabará) que a gente tem que se unir. Tem que se unir o escambau. Tem que se retratar. Você exagerou. Vai ter que pedir desculpa — declarou. Marçal disse que só aceitará discutir a possibilidade de apoiar Nunes caso o prefeito use sua propaganda no rádio e na TV para “desmentir” as acusações que fez contra ele durante a campanha, em especial as que o associavam ao PCC. Também exigiu pedidos de desculpas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem chamou de “canalha”, do ex-presidente Jair Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e do pastor Silas Malafaia. Também impôs como condição o prefeito se comprometer a acatar sugestões de seu plano de governo relacionadas à educação. Ainda na segunda-feira, dia seguinte à votação, Nunes disse que Marçal não teria espaço em seu palanque: — Não vou procurar. Se eu for procurado, vou dizer que espero que ele (Marçal) tenha aprendido com os erros e que possa fazer uma boa reflexão de tudo aquilo que cometeu de erros, que ele siga o caminho dele e eu sigo o meu. No meu palanque, não — afirmou. Marçal disse que não é "dono do voto de ninguém" e que acredita que Boulos conseguirá conquistar parte de seu eleitorado com a ajuda do presidente Lula (PT) e vencerá a eleição. — Mais de 45% dos meus votos são de pessoas que não são de direita. Todos já sabem o meu posicionamento em relação a Boulos. Jamais apoiaria o Boulos. Quem atrapalhou a eleição: Malafaia e companhia. Quem colocou Boulos no segundo turno: Malafaia, Bolsonaro… Na minha visão, antes de eu entrar na disputa, o Boulos venceria essa eleição. Agora tenho certeza que ele vence. Porque ele sabe sinalizar para o povo e o Ricardo não sabe. O Boulos e o Lula eles têm a língua do povo — declarou. O ex-coach reafirmou que voltará a se candidatar “a um cargo no Executivo” em 2026, sugerindo que tentará a Presidência. Garantiu que não fará ataques a seus adversários em futuras campanhas: — Acredito que não tem necessidade. O plano esbarra em outros nomes que disputam o mesmo eleitorado que Marçal, como o governador Tarcísio de Freitas — para o empresário, um "erro" de Bolsonaro — e o próprio ex-presidente. O ex-coach disse ainda que pretende seguir no PRTB, mas não descartou conversar com outros partidos. Afirmou que algumas siglas já o convidaram, mas que não migrará para ser um “pau-mandado”. Para voltar às urnas, Marçal precisará se livrar de encrencas com a Justiça que podem torná-lo inelegível por oito anos — possibilidade que ele rechaça. O ex-coach responde a ações por suposto abuso de poder econômico relacionado ao financiamento de apoiadores nas redes sociais e também é alvo de processos por conta da divulgação de um laudo falso tentando atribuir Boulos ao uso de cocaína. — Eu não falsifiquei documento. Publiquei na maior boa-fé do mundo — disse. — Estou tranquilo em relação a isso. Quem tem que explicar é quem falsificou. Eu não faço ideia. Ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), os advogados do ex-coach disseram que Marçal “não fabricou nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se a divulgá-lo da forma como foi expedido”, exercendo o “direito à livre manifestação do pensamento”. A relação Marçal-Nunes O momento mais tenso da relação entre o empresário e o atual prefeito ocorreu em debate realizado pela RedeTV! em parceria com o UOL, em 17 de setembro. Aos berros, Marçal disse que colocaria o atual prefeito na cadeia. — Você vai ser preso por roubar dinheiro de creche. Você usou sua esposa para receber dinheiro de creche. Usou sua esposa e sua filha. Eu vou te colocar na cadeia. Nunes gritou de volta, mas não foi possível entender o que falava em meio à gritaria. A jornalista Amanda Klein, mediadora do debate, precisou subir o tom de voz e pediu respeito. Seis dias depois, em debate do Flow, o desentendimento se deu nos bastidores. Marçal disse antes do programa que Nunes seria preso, e voltou a repetir o ataque já em suas declarações finais, acabando expulso por isso. O marqueteiro do emedebista, Duda Lima, orientava-o a não reagir às provocações do adversário quando foi abordado pelo cinegrafista de Marçal, Nahuel Medina, que tentava gravar a cena com o celular. momentos depois, quando já estava de costas, Duda Lima foi agredido com um soco pelo assessor. Em outro debate, organizado pelo jornal “Folha de S.Paulo”, Marçal se aproveitou do fato de o oponente ter poucos segundos restantes de fala para questioná-lo nove vezes seguidas sobre um boletim de ocorrência por violência doméstica, em 2011. Na época, a mulher de Nunes, Regina, com quem o prefeito permanece casado, disse aos policiais que estava separada há sete meses de Nunes, ainda vereador, “devido ao ciúme excessivo” e que o marido a ameaçava por ligações e mensagens. Ela depois negou o teor da denúncia. Nunes, em contrapartida, também foi para o ataque usando termos como “delinquente”, “bandido”, “moleque lacrador” e “tchutchuca do PCC” para se referir a Marçal. Depois de o ex-coach divulgar um laudo falso acusando Boulos de ter sido atendido em uma clínica sob efeito de drogas, classificou Marçal como um “criminoso contumaz”. O prefeito também usou o amplo tempo de rádio e TV e as dezenas de inserções diárias a que tinha direito para estimular a rejeição ao adversário. Em uma das peças, pediu ao eleitor que digitasse os termos “Marçal” e “PCC” no Google. Era uma forma de associá-lo a suspeitas que recaem sobre membros do seu partido, o PRTB. A condenação de Marçal a quatro anos e cinco meses de prisão, na Justiça Federal de Goiás, por furto qualificado, em 2010, também deu a tônica do enfrentamento nos debates. A pena, em regime semiaberto, acabou prescrita e o caso, arquivado. Nunes levou ao horário eleitoral uma delegada da Polícia Civil, Vanessa Guimarães, para comentar o caso, o que levou à Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) a instaurar um procedimento disciplinar contra a servidora. Initial plugin text
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