EUA vão fornecer minas antipessoais à Ucrânia após 'mudança nas táticas russas' no front, diz secretário da Defesa

Decisão ocorre após o presidente Joe Biden ter dado, no domingo, a autorização para que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fornecidos por Washington contra o território russo Os Estados Unidos fornecerão à Ucrânia minas antipessoais "não persistentes", equipadas com um dispositivo de autodestruição ou autodesativação, para reforçar suas defesas contra as forças russas, confirmou o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin. A decisão ocorre após o presidente Joe Biden ter dado, no domingo, a autorização para que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos contra o território russo. Número de vítimas por minas antipessoais aumentou globalmente, apontou relatório divulgado nesta quarta-feira. Escalada: Rússia revisa doutrina nuclear e passa a considerar ataque conjunto uma agressão com apoio de países com armas atômicas Diplomático dos EUA: Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia pode forçar Rússia a negociar paz Segundo Austin, a decisão foi motivada pela mudança nas táticas russas nas linhas de frente, com as tropas da Rússia adotando forças desmontadas para abrir caminho para as forças mecanizadas. Uma das condições de Washington, segundo a CNN, é que a Ucrânia se comprometa a usar as minas apenas em seu próprio território e apenas em áreas não povoadas para reduzir o risco para a população civil. As minas "não persistentes" americanas se tornam inertes após um determinado período de tempo, quando a energia de suas baterias se esgota. — Podemos controlar quando elas se autoativam ou se autodetonam, e isso torna tudo muito mais seguro eventualmente do que as coisas que eles estão criando por conta própria — afirmou Austin a repórteres no Laos, acrescentando que a Ucrânia deve ser responsável ao registrar o uso das minas. Austin também disse que o presidente russo, Vladimir Putin, não conseguiu atingir "nenhum objetivo estratégico" em mais de 1.000 dias de guerra na Ucrânia. — O maior exército da Europa invadiu seu vizinho, que tinha um inventário muito menor, muito menos capacidade e, 1.000 dias depois, eles ainda não tiveram sucesso — disse. — Esta guerra já dura 1.000 dias, e Putin falhou em todos os casos em atingir qualquer tipo de objetivo estratégico. Relembre: Putin diz que Rússia consideraria resposta nuclear a ataque aéreo 'massivo' A decisão da administração americana foi criticada pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan ao retornar ao seu país após a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. — Desde o começo, acreditamos que a guerra entre Ucrânia e Rússia não poderia ser resolvida com mais armas, mais sangue, mais lágrimas, mas sim com mais esforços de paz, mais boa vontade e diplomacia — disse a jornalistas, acrescentando que a decisão é um "grande erro" e "alimentará a guerra". Pequim também pediu um esfriamento das tensões, com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores afirmando que "todas as partes devem permanecer calmas e exercer moderação", segundo a AFP. Histórico de alertas: Putin diz que uso de armas ocidentais pela Ucrânia significaria entrada da Otan na guerra Biden tem trabalhado para impulsionar o esforço bélico da Ucrânia nos últimos dois meses de seu governo, antes de Donald Trump, crítico da ajuda à Ucrânia, assumir o poder em janeiro. Trump, por sua vez, tem prometido repetidamente terminar a guerra rapidamente, mas não deu detalhes de como faria isso. E com a Rússia ganhando terreno e falando cada vez mais sobre negociações, a Ucrânia teme estar em desvantagem ao tentar alcançar um acordo de paz. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou na terça-feira à rede de televisão americana Fox News que a Ucrânia perderá a guerra se os Estados Unidos retirarem seu financiamento a Kiev. Por sua vez, a Rússia advertiu que responderia ao uso, por parte da Ucrânia, de mísseis de longo alcance, que foram usados pela primeira vez na terça-feira, e o presidente Vladimir Putin lançou uma possível ameaça nuclear quando o conflito ultrapassou os 1.000 dias. Vítimas aumentaram Segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira, o número de vítimas de minas antipessoais aumentou no ano passado em todo o mundo. As minas e os restos explosivos de guerra (REG) mataram ou feriram pelo menos 5.757 pessoas no ano passado (em comparação com as 4.710 vítimas de 2022), sendo 84% delas civis, em cerca de 50 países, de acordo com o relatório anual do Observatório de Minas Antipessoais. O número de vítimas, 20% a mais do que o ano anterior, totaliza 1.983 mortos e 3.663 feridos, além de outras 111 vítimas, das quais não se sabe se sobreviveram. Minas antipessoais causaram 833 vítimas, contra 628 no ano anterior. Entenda: Com Trump reeleito, EUA podem retirar o apoio à Ucrânia na guerra com a Rússia? Mianmar foi o país com mais vítimas de minas terrestres e munições não detonadas, com mais de 1.000 pessoas mortas ou feridas, seguido pela Síria (933), que liderou a classificação por três anos, depois pelo Afeganistão (651), Ucrânia (580) e Iémen (

Nov 20, 2024 - 11:03
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EUA vão fornecer minas antipessoais à Ucrânia após 'mudança nas táticas russas' no front, diz secretário da Defesa

Decisão ocorre após o presidente Joe Biden ter dado, no domingo, a autorização para que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fornecidos por Washington contra o território russo Os Estados Unidos fornecerão à Ucrânia minas antipessoais "não persistentes", equipadas com um dispositivo de autodestruição ou autodesativação, para reforçar suas defesas contra as forças russas, confirmou o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin. A decisão ocorre após o presidente Joe Biden ter dado, no domingo, a autorização para que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos contra o território russo. Número de vítimas por minas antipessoais aumentou globalmente, apontou relatório divulgado nesta quarta-feira. Escalada: Rússia revisa doutrina nuclear e passa a considerar ataque conjunto uma agressão com apoio de países com armas atômicas Diplomático dos EUA: Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia pode forçar Rússia a negociar paz Segundo Austin, a decisão foi motivada pela mudança nas táticas russas nas linhas de frente, com as tropas da Rússia adotando forças desmontadas para abrir caminho para as forças mecanizadas. Uma das condições de Washington, segundo a CNN, é que a Ucrânia se comprometa a usar as minas apenas em seu próprio território e apenas em áreas não povoadas para reduzir o risco para a população civil. As minas "não persistentes" americanas se tornam inertes após um determinado período de tempo, quando a energia de suas baterias se esgota. — Podemos controlar quando elas se autoativam ou se autodetonam, e isso torna tudo muito mais seguro eventualmente do que as coisas que eles estão criando por conta própria — afirmou Austin a repórteres no Laos, acrescentando que a Ucrânia deve ser responsável ao registrar o uso das minas. Austin também disse que o presidente russo, Vladimir Putin, não conseguiu atingir "nenhum objetivo estratégico" em mais de 1.000 dias de guerra na Ucrânia. — O maior exército da Europa invadiu seu vizinho, que tinha um inventário muito menor, muito menos capacidade e, 1.000 dias depois, eles ainda não tiveram sucesso — disse. — Esta guerra já dura 1.000 dias, e Putin falhou em todos os casos em atingir qualquer tipo de objetivo estratégico. Relembre: Putin diz que Rússia consideraria resposta nuclear a ataque aéreo 'massivo' A decisão da administração americana foi criticada pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan ao retornar ao seu país após a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. — Desde o começo, acreditamos que a guerra entre Ucrânia e Rússia não poderia ser resolvida com mais armas, mais sangue, mais lágrimas, mas sim com mais esforços de paz, mais boa vontade e diplomacia — disse a jornalistas, acrescentando que a decisão é um "grande erro" e "alimentará a guerra". Pequim também pediu um esfriamento das tensões, com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores afirmando que "todas as partes devem permanecer calmas e exercer moderação", segundo a AFP. Histórico de alertas: Putin diz que uso de armas ocidentais pela Ucrânia significaria entrada da Otan na guerra Biden tem trabalhado para impulsionar o esforço bélico da Ucrânia nos últimos dois meses de seu governo, antes de Donald Trump, crítico da ajuda à Ucrânia, assumir o poder em janeiro. Trump, por sua vez, tem prometido repetidamente terminar a guerra rapidamente, mas não deu detalhes de como faria isso. E com a Rússia ganhando terreno e falando cada vez mais sobre negociações, a Ucrânia teme estar em desvantagem ao tentar alcançar um acordo de paz. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou na terça-feira à rede de televisão americana Fox News que a Ucrânia perderá a guerra se os Estados Unidos retirarem seu financiamento a Kiev. Por sua vez, a Rússia advertiu que responderia ao uso, por parte da Ucrânia, de mísseis de longo alcance, que foram usados pela primeira vez na terça-feira, e o presidente Vladimir Putin lançou uma possível ameaça nuclear quando o conflito ultrapassou os 1.000 dias. Vítimas aumentaram Segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira, o número de vítimas de minas antipessoais aumentou no ano passado em todo o mundo. As minas e os restos explosivos de guerra (REG) mataram ou feriram pelo menos 5.757 pessoas no ano passado (em comparação com as 4.710 vítimas de 2022), sendo 84% delas civis, em cerca de 50 países, de acordo com o relatório anual do Observatório de Minas Antipessoais. O número de vítimas, 20% a mais do que o ano anterior, totaliza 1.983 mortos e 3.663 feridos, além de outras 111 vítimas, das quais não se sabe se sobreviveram. Minas antipessoais causaram 833 vítimas, contra 628 no ano anterior. Entenda: Com Trump reeleito, EUA podem retirar o apoio à Ucrânia na guerra com a Rússia? Mianmar foi o país com mais vítimas de minas terrestres e munições não detonadas, com mais de 1.000 pessoas mortas ou feridas, seguido pela Síria (933), que liderou a classificação por três anos, depois pelo Afeganistão (651), Ucrânia (580) e Iémen (499). A Campanha Internacional para a Proibição das Minas Antipessoais (ICBL) classificou como "terrível" a decisão tomada pela administração Biden. "A Ucrânia deve afirmar claramente que não pode aceitar e que não aceitará essas armas", escreveu a organização em um comunicado enviado à AFP. As minas antipessoais são dispositivos explosivos que continuam matando e mutilando pessoas muito tempo depois de os conflitos terem terminado. Enterradas ou escondidas no solo, elas explodem quando uma pessoa se aproxima ou entra em contato com elas. Com AFP.

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