Jihad Islâmica divulga vídeo de refém em Gaza: 'Não se esqueçam de nós'

Há mais de um ano em cativeiro, Sasha Trupanov pede a israelenses que pressionem governo por um acordo, por fim da ofensiva no Líbano e dos ataques aéreos A Jihad Islâmica, um grupo aliado do Hamas, divulgou nesta quarta-feira um vídeo de Sasha Trupanov, de 29 anos, um dos reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou também 1,2 mil mortos e desencadeou o conflito no enclave palestino. A mãe do jovem disse estar "aliviada" com o vídeo e pediu para que todos os esforços sejam feitos para que seu filho e outros reféns sejam libertados. Veja: Quem segue em cativeiro em Gaza após Exército israelense recuperar os corpos de mais seis reféns 'O que significa para eles?': Familiares de reféns em Gaza veem morte de líder do Hamas com misto de gratidão e medo No vídeo, Trupanov aparece barbudo e fala em hebraico sobre a ofensiva militar israelense no Líbano, iniciada no fim de setembro, os ataques aéreos israelenses contra o Irã em outubro e insta os israelenses a intensificarem as manifestações para pressionar o governo pela libertação dos reféns. Não é possível saber quando ele foi gravado, embora dê indícios de que seja recente, devido à menção na ofensiva contra o movimento xiita libanês Hezbollah no Líbano. Initial plugin text Há mais de um ano em cativeiro, o refém "celebrou" dois aniversários em Gaza. Por isso, embora diga que tenha 28 anos, o vídeo foi divulgado dois dias depois que ele completou 29 anos, informou o jornal Times of Israel. Trupanov descreveu uma escassez de comida, água, eletricidade e produtos básicos de higiene no enclave, acrescentando que ele desenvolveu uma doença de pele que não tinha antes do sequestro. Disse que quando a entrada de ajuda em Gaza é interrompida, também há reflexos nos reféns. — Quero lembrar aos cidadãos de Israel que toda vez que comerem ou beberem alguma coisa, lembrem-se de nós, os reféns, que não temos a oportunidade de desfrutar de comida ou água — afirmou, citado pelo Times of Israel. 'Moeda de troca': Jornal palestino divulga cartas de líder morto do Hamas com instruções para proteger reféns israelenses Também disse que os bombardeios israelenses apenas colocava os reféns em perigo, afirmação que outros reféns apresentaram em vídeos similares. Acrescentou que teme por sua vida "diariamente". — Posso dizer que fiquei com medo do exército. Estou realmente com medo do momento em que o exército pode chegar até mim, ou explodir o lugar onde estou localizado — afirmou, pedindo que os israelenses "fechem as estradas" como protestos pelos que permanecem em cativeiro: — Não se esqueçam de nós. Estamos aqui em Gaza, em perigo diariamente, em uma situação difícil. Este é o terceiro vídeo divulgado pela Jihad Islâmica de Trupanov, um russo-israelense sequestrado com sua namorada Sapir Cohen no kibutz Nir Oz, localizado perto de Gaza. A mãe e a avó de Sasha, Yelena e Irena Tati, respectivamente, também foram sequestradas. O pai do refém, Vitali Trupanov, morreu no ataque. Sapir Cohen, Yelena e Irena foram libertadas durante a única trégua da guerra, alcançada em novembro após um acordo entre Israel e Hamas, mediado pelos EUA, Egito e Catar. Agência da ONU: Israel não cumpriu prazo dos EUA para aumentar ajuda em Gaza, diz agência da ONU "Estou aliviada por ver o meu filho vivo, mas me preocupa muito ouvir o que ele diz", disse Yelena em nota publicada pelo Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos de Israel, organização de sociedade civil criada após o atentado de outubro para prestar auxílio a pessoas diretamente afetadas pela ação do Hamas. "Peço que sejam feitos todos os esforços para obter a libertação imediata dele e de todos os outros reféns." Initial plugin text O fórum por sua vez descreveu o vídeo como "horrível" e que mostra a necessidade urgente de um acordo. O Catar, um dos países mediadores do conflito, anunciou no sábado que estava encerrando seus esforços de mediação entre Israel e o Hamas após meses de negociações sem sucesso. As partes acusam uma a outra de bloquear as negociações. 'Guerra psicológica' Trupanov é engenheiro e havia se mudado pouco antes do ataque terrorista para um apartamento na cidade de Ramat Gan com a namorada. No mês passado, o Hamas disse que o jovem junto com outro refém também de cidadania russa, Maxim Herkin, estaria entre os primeiros reféns a serem libertados em um eventual acordo, informou o Times of Israel. Apagão em Gaza: Palestinos vivem no escuro há mais de um ano após Israel cortar rede elétrica Grupos de direitos humanos e especialistas de direito internacional afirmam que vídeos de reféns, por definição, são feitos sob coação e que as declarações são geralmente forçadas. As autoridades israelenses classificam os vídeos divulgados pelo Hamas como "guerra psicológica", e especialistas sugerem que sua produção pode constituir um crime de guerra. A Jihad Islâmica atua principalmente em Gaza, mas também tem presença na Cisjordânia, um território pale

Nov 13, 2024 - 15:21
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Jihad Islâmica divulga vídeo de refém em Gaza: 'Não se esqueçam de nós'

Há mais de um ano em cativeiro, Sasha Trupanov pede a israelenses que pressionem governo por um acordo, por fim da ofensiva no Líbano e dos ataques aéreos A Jihad Islâmica, um grupo aliado do Hamas, divulgou nesta quarta-feira um vídeo de Sasha Trupanov, de 29 anos, um dos reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou também 1,2 mil mortos e desencadeou o conflito no enclave palestino. A mãe do jovem disse estar "aliviada" com o vídeo e pediu para que todos os esforços sejam feitos para que seu filho e outros reféns sejam libertados. Veja: Quem segue em cativeiro em Gaza após Exército israelense recuperar os corpos de mais seis reféns 'O que significa para eles?': Familiares de reféns em Gaza veem morte de líder do Hamas com misto de gratidão e medo No vídeo, Trupanov aparece barbudo e fala em hebraico sobre a ofensiva militar israelense no Líbano, iniciada no fim de setembro, os ataques aéreos israelenses contra o Irã em outubro e insta os israelenses a intensificarem as manifestações para pressionar o governo pela libertação dos reféns. Não é possível saber quando ele foi gravado, embora dê indícios de que seja recente, devido à menção na ofensiva contra o movimento xiita libanês Hezbollah no Líbano. Initial plugin text Há mais de um ano em cativeiro, o refém "celebrou" dois aniversários em Gaza. Por isso, embora diga que tenha 28 anos, o vídeo foi divulgado dois dias depois que ele completou 29 anos, informou o jornal Times of Israel. Trupanov descreveu uma escassez de comida, água, eletricidade e produtos básicos de higiene no enclave, acrescentando que ele desenvolveu uma doença de pele que não tinha antes do sequestro. Disse que quando a entrada de ajuda em Gaza é interrompida, também há reflexos nos reféns. — Quero lembrar aos cidadãos de Israel que toda vez que comerem ou beberem alguma coisa, lembrem-se de nós, os reféns, que não temos a oportunidade de desfrutar de comida ou água — afirmou, citado pelo Times of Israel. 'Moeda de troca': Jornal palestino divulga cartas de líder morto do Hamas com instruções para proteger reféns israelenses Também disse que os bombardeios israelenses apenas colocava os reféns em perigo, afirmação que outros reféns apresentaram em vídeos similares. Acrescentou que teme por sua vida "diariamente". — Posso dizer que fiquei com medo do exército. Estou realmente com medo do momento em que o exército pode chegar até mim, ou explodir o lugar onde estou localizado — afirmou, pedindo que os israelenses "fechem as estradas" como protestos pelos que permanecem em cativeiro: — Não se esqueçam de nós. Estamos aqui em Gaza, em perigo diariamente, em uma situação difícil. Este é o terceiro vídeo divulgado pela Jihad Islâmica de Trupanov, um russo-israelense sequestrado com sua namorada Sapir Cohen no kibutz Nir Oz, localizado perto de Gaza. A mãe e a avó de Sasha, Yelena e Irena Tati, respectivamente, também foram sequestradas. O pai do refém, Vitali Trupanov, morreu no ataque. Sapir Cohen, Yelena e Irena foram libertadas durante a única trégua da guerra, alcançada em novembro após um acordo entre Israel e Hamas, mediado pelos EUA, Egito e Catar. Agência da ONU: Israel não cumpriu prazo dos EUA para aumentar ajuda em Gaza, diz agência da ONU "Estou aliviada por ver o meu filho vivo, mas me preocupa muito ouvir o que ele diz", disse Yelena em nota publicada pelo Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos de Israel, organização de sociedade civil criada após o atentado de outubro para prestar auxílio a pessoas diretamente afetadas pela ação do Hamas. "Peço que sejam feitos todos os esforços para obter a libertação imediata dele e de todos os outros reféns." Initial plugin text O fórum por sua vez descreveu o vídeo como "horrível" e que mostra a necessidade urgente de um acordo. O Catar, um dos países mediadores do conflito, anunciou no sábado que estava encerrando seus esforços de mediação entre Israel e o Hamas após meses de negociações sem sucesso. As partes acusam uma a outra de bloquear as negociações. 'Guerra psicológica' Trupanov é engenheiro e havia se mudado pouco antes do ataque terrorista para um apartamento na cidade de Ramat Gan com a namorada. No mês passado, o Hamas disse que o jovem junto com outro refém também de cidadania russa, Maxim Herkin, estaria entre os primeiros reféns a serem libertados em um eventual acordo, informou o Times of Israel. Apagão em Gaza: Palestinos vivem no escuro há mais de um ano após Israel cortar rede elétrica Grupos de direitos humanos e especialistas de direito internacional afirmam que vídeos de reféns, por definição, são feitos sob coação e que as declarações são geralmente forçadas. As autoridades israelenses classificam os vídeos divulgados pelo Hamas como "guerra psicológica", e especialistas sugerem que sua produção pode constituir um crime de guerra. A Jihad Islâmica atua principalmente em Gaza, mas também tem presença na Cisjordânia, um território palestino ocupado militarmente por Israel desde 1967. Seu braço armado são as brigadas al-Qods. No ataque de 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, os combatentes do Hamas mataram 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Dos 251 capturados, cerca de 100 permanecem em cativeiro em Gaza, mas 34 foram declarados mortos pelo exército. Os reféns são usados como moeda de troca pelo Hamas para obter um cessar-fogo na guerra e a libertação de prisioneiros palestinos. A ofensiva retaliatória de Israel na Faixa de Gaza matou 43.712 pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território, que é governado pelo Hamas desde 2007, considerados confiáveis pela ONU. (Com AFP)

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