Grupos da sociedade civil exigem medidas contra desinformação 'sexista' em sistemas com Inteligência Artificial
Em carta aberta a grandes corporações, sugerem ações para combater irregularidades, como punições severas e meios mais práticos e ágeis para denúncias Mais de duas dúzias de organizações internacionais da sociedade civil solicitarão às principais empresas de tecnologia que reforcem suas políticas sobre inteligência artificial (IA). O objetivo é combater a desinformação "sexista e misógina" que assola as redes sociais, segundo o rascunho de uma carta aberta vista pela AFP nesta quinta-feira. A carta, dirigida aos diretores executivos dos gigantes da tecnologia Meta, X, YouTube, TikTok, Snapchat e Reddit, chega em meio a um aumento na internet de pornografia falsa não consentida, bem como de assédio e fraudes impulsionadas por ferramentas de IA acessíveis e amplamente disponíveis. O ambicioso plano da OpenAI para fazer a inteligência artificial fluir como energia Brasil está entre líderes no uso de Inteligência Artificial na América Latina, diz estudo "É evidente que esses danos não são sentidos de maneira igual", diz o texto, assinado por 27 organizações de direitos digitais e humanos, incluindo UltraViolet, GLAAD, a Organização Nacional para Mulheres e MyOwn Image. "Especificamente, mulheres, pessoas trans e pessoas não binárias correm um risco particular de sofrer os efeitos adversos dos conteúdos baseados em IA nas redes sociais", acrescenta o documento. A carta, que segundo os grupos será divulgada nesta sexta-feira, faz ainda uma dúzia de recomendações para fortalecer as políticas em torno dessa poderosa tecnologia. Entre elas, definir claramente as consequências para a publicação de material explícito não consentido — que deve incluir a suspensão de infratores reincidentes —, implantar uma ferramenta de terceiros para detectar imagens geradas por IA e rotulá-las claramente como tal. Os grupos também exigiram um procedimento consistente para que os usuários relatem e denunciem conteúdos prejudiciais, e que as plataformas realizem auditorias anuais abrangentes de suas políticas de IA. A carta chega apenas um mês antes das que são anunciadas como as primeiras eleições nos Estados Unidos sob o crescimento da IA, em 5 de novembro. A acirrada corrida para a Casa Branca testemunhou uma avalanche de desinformação, sobretudo de gênero. Um alvo particular tem sido a candidata democrata Kamala Harris, que enfrentou narrativas misóginas e sexistas sobre sua condição de primeira vice-presidente negra, de origem sul-asiática e mulher na história dos Estados Unidos. - Esses danos nos silenciam na internet, violam nosso direito de controlar nossa própria imagem e distorcem nossas escolhas - afirmou Jenna Sherman, diretora de campanha da UltraViolet. - As tecnologias de IA facilitaram ainda mais a criação e propagação de assédio e abuso online por motivo de gênero - acrescentou Ellen Jacobs, gerente sênior de políticas digitais dos Estados Unidos no Instituto para o Diálogo Estratégico, também signatário da carta. Os gigantes da tecnologia não responderam imediatamente a um pedido de comentários antes da publicação da carta.
Em carta aberta a grandes corporações, sugerem ações para combater irregularidades, como punições severas e meios mais práticos e ágeis para denúncias Mais de duas dúzias de organizações internacionais da sociedade civil solicitarão às principais empresas de tecnologia que reforcem suas políticas sobre inteligência artificial (IA). O objetivo é combater a desinformação "sexista e misógina" que assola as redes sociais, segundo o rascunho de uma carta aberta vista pela AFP nesta quinta-feira. A carta, dirigida aos diretores executivos dos gigantes da tecnologia Meta, X, YouTube, TikTok, Snapchat e Reddit, chega em meio a um aumento na internet de pornografia falsa não consentida, bem como de assédio e fraudes impulsionadas por ferramentas de IA acessíveis e amplamente disponíveis. O ambicioso plano da OpenAI para fazer a inteligência artificial fluir como energia Brasil está entre líderes no uso de Inteligência Artificial na América Latina, diz estudo "É evidente que esses danos não são sentidos de maneira igual", diz o texto, assinado por 27 organizações de direitos digitais e humanos, incluindo UltraViolet, GLAAD, a Organização Nacional para Mulheres e MyOwn Image. "Especificamente, mulheres, pessoas trans e pessoas não binárias correm um risco particular de sofrer os efeitos adversos dos conteúdos baseados em IA nas redes sociais", acrescenta o documento. A carta, que segundo os grupos será divulgada nesta sexta-feira, faz ainda uma dúzia de recomendações para fortalecer as políticas em torno dessa poderosa tecnologia. Entre elas, definir claramente as consequências para a publicação de material explícito não consentido — que deve incluir a suspensão de infratores reincidentes —, implantar uma ferramenta de terceiros para detectar imagens geradas por IA e rotulá-las claramente como tal. Os grupos também exigiram um procedimento consistente para que os usuários relatem e denunciem conteúdos prejudiciais, e que as plataformas realizem auditorias anuais abrangentes de suas políticas de IA. A carta chega apenas um mês antes das que são anunciadas como as primeiras eleições nos Estados Unidos sob o crescimento da IA, em 5 de novembro. A acirrada corrida para a Casa Branca testemunhou uma avalanche de desinformação, sobretudo de gênero. Um alvo particular tem sido a candidata democrata Kamala Harris, que enfrentou narrativas misóginas e sexistas sobre sua condição de primeira vice-presidente negra, de origem sul-asiática e mulher na história dos Estados Unidos. - Esses danos nos silenciam na internet, violam nosso direito de controlar nossa própria imagem e distorcem nossas escolhas - afirmou Jenna Sherman, diretora de campanha da UltraViolet. - As tecnologias de IA facilitaram ainda mais a criação e propagação de assédio e abuso online por motivo de gênero - acrescentou Ellen Jacobs, gerente sênior de políticas digitais dos Estados Unidos no Instituto para o Diálogo Estratégico, também signatário da carta. Os gigantes da tecnologia não responderam imediatamente a um pedido de comentários antes da publicação da carta.
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