Governo cria grupo de trabalho com bancos para discutir juros altos no país
Grupo vai propor medidas para redução estrutural das taxas no mercado de crédito Em parceria com os bancos, o governo federal formalizou a instalação de um grupo de trabalho para discutir as razões por trás dos juros altos no país nesta terça-feira. O pontapé inicial foi dado em um evento na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, com a presença do presidente da entidade, Isaac Sidney, e de representantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão, e do Ministério da Fazenda. O grupo foi anunciado no mês passado após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com representantes de instituições financeiras e terá o objetivo de avançar em medidas concretas para melhorar o ambiente de crédito para o financiamento aos setores produtivos. Para além das críticas de Lula ao nível da taxa Selic, o governo vem discutindo desde o ano passado as causas para os juros dos empréstimos no Brasil. Em 2023, o foco foram os juros do rotativo do cartão de crédito. A discussão resultou na criação de um teto de 100% da dívida para os juros da modalidade. Desta vez, o Grupo de Trabalho Interministerial do Spread Bancário terá a coordenação política do secretário-executivo do Conselhão, Paulo Pereira, e coordenação técnica do Ministério da Fazenda. Participarão representantes da Febraban, Zetta, Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (ABIPAG), Confederação Nacional da Indústria (CNI), bancos privados e públicos e das Centrais Sindicais. "A intenção é somar as contribuições de várias entidades setoriais, para analisar o cenário estrutural do custo de crédito no país e propor medidas que levem à redução das taxas de juros praticadas", diz a Febraban, em nota. Dados do Banco Central indicam que, em agosto de 2024, a taxa de juros sobre novas concessões de crédito alcançou 27,7%. Desse total, 9,2 pontos percentuais se referem ao custo de captação do dinheiro e 18,5p.p. do spread bancário – composto pelos lucros dos bancos e pelos custos de intermediação financeira. As discussões do grupo de trabalho vão se concentrar em seis eixos temáticos: Inadimplência e custos associados às perdas com as operações de crédito; Crédito para empreendedores, microcrédito e PMEs; Custos Administrativos, Financeiros e Tributários; Prevenção e combate às fraudes; Fundos Garantidores e instrumentos inovadores; e Acesso a dados e plataformas digitais. O cronograma prevê a divulgação do relatório final em março de 2025. No dia do anúncio do grupo, contudo, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a expectativa era de algum anúncio na reunião do Conselhão em dezembro. "A discussão sobre as causas e ações que mitiguem o alto custo da intermediação financeira no Brasil assume papel prioritário para impulsionar o crescimento sustentável da economia brasileira, uma vez que a disponibilidade e o custo do crédito têm papel central no financiamento ao investimento privado", disse a Febraban.
Grupo vai propor medidas para redução estrutural das taxas no mercado de crédito Em parceria com os bancos, o governo federal formalizou a instalação de um grupo de trabalho para discutir as razões por trás dos juros altos no país nesta terça-feira. O pontapé inicial foi dado em um evento na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, com a presença do presidente da entidade, Isaac Sidney, e de representantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão, e do Ministério da Fazenda. O grupo foi anunciado no mês passado após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com representantes de instituições financeiras e terá o objetivo de avançar em medidas concretas para melhorar o ambiente de crédito para o financiamento aos setores produtivos. Para além das críticas de Lula ao nível da taxa Selic, o governo vem discutindo desde o ano passado as causas para os juros dos empréstimos no Brasil. Em 2023, o foco foram os juros do rotativo do cartão de crédito. A discussão resultou na criação de um teto de 100% da dívida para os juros da modalidade. Desta vez, o Grupo de Trabalho Interministerial do Spread Bancário terá a coordenação política do secretário-executivo do Conselhão, Paulo Pereira, e coordenação técnica do Ministério da Fazenda. Participarão representantes da Febraban, Zetta, Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (ABIPAG), Confederação Nacional da Indústria (CNI), bancos privados e públicos e das Centrais Sindicais. "A intenção é somar as contribuições de várias entidades setoriais, para analisar o cenário estrutural do custo de crédito no país e propor medidas que levem à redução das taxas de juros praticadas", diz a Febraban, em nota. Dados do Banco Central indicam que, em agosto de 2024, a taxa de juros sobre novas concessões de crédito alcançou 27,7%. Desse total, 9,2 pontos percentuais se referem ao custo de captação do dinheiro e 18,5p.p. do spread bancário – composto pelos lucros dos bancos e pelos custos de intermediação financeira. As discussões do grupo de trabalho vão se concentrar em seis eixos temáticos: Inadimplência e custos associados às perdas com as operações de crédito; Crédito para empreendedores, microcrédito e PMEs; Custos Administrativos, Financeiros e Tributários; Prevenção e combate às fraudes; Fundos Garantidores e instrumentos inovadores; e Acesso a dados e plataformas digitais. O cronograma prevê a divulgação do relatório final em março de 2025. No dia do anúncio do grupo, contudo, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a expectativa era de algum anúncio na reunião do Conselhão em dezembro. "A discussão sobre as causas e ações que mitiguem o alto custo da intermediação financeira no Brasil assume papel prioritário para impulsionar o crescimento sustentável da economia brasileira, uma vez que a disponibilidade e o custo do crédito têm papel central no financiamento ao investimento privado", disse a Febraban.
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