Filho de Moska, Tom Karabachian lança primeiro álbum e toma cuidado com a fama
‘A galera tacha muito as pessoas de nepobaby’, reclama o cantor, compositor e ator, que se apresenta domingo no Rock The Mountain ao lado de Clara Buarque, neta de Chico Quando criança, Tom Karabachian, hoje com 27 anos, gostava de escrever poemas “para a família, para minha mãe e para a namoradinha da época”. Aos 15, já sabendo tocar algum violão, compôs uma canção para a menina por quem estava apaixonado e pensou: “Acho que eu gosto disso, acho que vou fazer mais!” — Aquilo foi um despertar, eu não sabia no que ia dar, mas pelo menos sabia que gostava daquilo — recorda-se o cantor e compositor, filho de Paulinho Moska, que na semana passada lançou o seu primeiro álbum, “Barato abstrato”, e que neste domingo participa de seu primeiro festival, o Rock The Mountain, a convite de Clara Buarque, para cantar as músicas do avô da cantora ao lado dela e da Nova Orquestra. — Chico Buarque é o nosso poeta mor, em muitas das minhas letras, como na de “Todo cinza é blue”, eu busco a referência dele. O Chico é um sofisticado popular, é um pouco do que eu quero: poder chegar em qualquer pessoa, mas com bastante sensibilidade. Grammy Latino 2024: Confira a lista de brasileiros vencedores na première, que tem Ana Castela, Jota.Pê e Os Garotin Cantor, compositor e milhões de seguidores: Quem é Enzo Rabelo, filho de Bruno, da dupla com Marrone O rapaz de olhos azuis (que, assim como os de Chico, podem se apresentar como verdes) acredita que não teve como fugir do destino: ele é filho de Moska com a empresária e produtora Naná Karabachian (os dois se separaram quando o filho tinha 4 anos de idade), conhecida por promover saraus nos quais, inclusive, foi revelada uma certa Maria Gadú. Aos 10 anos, Tom começou a tocar violão, praticamente autodidata (e, garante, sem interferência do pai). Deu no que deu. — Os dois lados da minha vida tinham a música dentro de si — diz. E mais: o menino estudou na Escola Parque na mesma época em que Lucas Nunes, Zé Ibarra (“o meu primeiro amigo da vida”) e Dora Morelenbaum — que mais tarde formariam o grupo Bala Desejo. E foi o primeiro baixista da Dônica, banda de Lucas, Zé e Tom Veloso (filho de Caetano Veloso), mas só até pouco antes de eles se profissionalizarem e gravarem disco. Tom só não foi adiante na música então porque foi absorvido pelo teatro. ‘Malhação’ no currículo Ele começou adolescente na TV, na série “Louco por elas”, a convite do diretor e redator final João Falcão, amigo de sua família. Gostou da coisa e foi estudar no Tablado. Mais tarde, fez teste e passou para “Malhação: Vidas brasileiras”, na qual passou um ano e ganhou fama (chegou a ter 350 mil seguidores no Instagram) como Tito, neto de Heitor, personagem do veterano Luiz Gustavo (“considerava ele quase como meu avô”, conta). Tom Karabachian em 2018, como o Tito de "Malhação: Vidas brasileiras" Divulgação/Marilia Cabral Hoje formado em Artes Cênicas na Unirio, Tom ainda passou pelo cinema, atuando nos longa-metragens “Fala comigo” (de Felipe Sholl, ganhador de melhor filme do Festival do Rio de 2016) e “Homem onça” (de Vinicius Reis). — Eu me vi meio que dentro do mundo das artes cênicas, mas a música nunca saiu de mim, eu sempre gostava de tocar, de encontrar os amigos e de compor. De alguma maneira essas duas artes sempre estiveram na minha vida. Enquanto isso, Tom Karabachian era gravado por Mart'nália (“Melhor pra você” e “Sou assim até mudar”, que deu título ao álbum dela de 2021 e que ele regravou em “Barato abstrato”). A cantora o conheceu ainda criança, por ser amiga de seus pais, e se tornou sua madrinha (“ela olhou para minha música e falou ‘vou gravar isso’ quando ninguém tinha feito”, diz). Ele conta que até pensou em chamá-la para gravar com ele “Pra toda gente”, samba de seu álbum, “mas senti a necessidade de ter alguém da nova cena”, e chamou Mosquito, sambista que conhecia das rodas do Beco do Rato e da casa de Caetano Veloso e Paula Lavigne. Nos palcos: Musicais nacionais lançam novos nomes para contar histórias de artistas consagrados e da música brasileira Com a decisão de botar a música como prioridade em sua vida, tomada há cerca de três anos, Tom começou a compor. Saíram um samba, um xote, um pop... — Eu pensei que ou eu fazia um disco com cada estilo ou metia tudo numa coisa só e chamava de loucura, o meu barato abstrato. Era a minha visão do que eu posso oferecer à música popular brasileira — explica ele, que conseguiu atrair a parceria de Chico César para o xote “Eu vivendo nossa vida”, gravado no disco em dueto com o paraibano. — Na época, eu estava ouvindo muito uma música do Dominguinhos, “Retrato da vida”, em que ele canta: “e eu vivendo da tua vida”. Fiquei obcecado por essa frase, era como se não existisse a minha vida, só a do outro. E aí compus esse xote, que eu achei a cara do Chico César. Nem usei meu pai pra chegar ao Chico, mandei uma mensagem e ele respondeu: “Se eu me sentir na música, tô dentro”. Ele ouviu, fez uma sugestão de letra e acabamos gravando juntos. Tom Karabach
‘A galera tacha muito as pessoas de nepobaby’, reclama o cantor, compositor e ator, que se apresenta domingo no Rock The Mountain ao lado de Clara Buarque, neta de Chico Quando criança, Tom Karabachian, hoje com 27 anos, gostava de escrever poemas “para a família, para minha mãe e para a namoradinha da época”. Aos 15, já sabendo tocar algum violão, compôs uma canção para a menina por quem estava apaixonado e pensou: “Acho que eu gosto disso, acho que vou fazer mais!” — Aquilo foi um despertar, eu não sabia no que ia dar, mas pelo menos sabia que gostava daquilo — recorda-se o cantor e compositor, filho de Paulinho Moska, que na semana passada lançou o seu primeiro álbum, “Barato abstrato”, e que neste domingo participa de seu primeiro festival, o Rock The Mountain, a convite de Clara Buarque, para cantar as músicas do avô da cantora ao lado dela e da Nova Orquestra. — Chico Buarque é o nosso poeta mor, em muitas das minhas letras, como na de “Todo cinza é blue”, eu busco a referência dele. O Chico é um sofisticado popular, é um pouco do que eu quero: poder chegar em qualquer pessoa, mas com bastante sensibilidade. Grammy Latino 2024: Confira a lista de brasileiros vencedores na première, que tem Ana Castela, Jota.Pê e Os Garotin Cantor, compositor e milhões de seguidores: Quem é Enzo Rabelo, filho de Bruno, da dupla com Marrone O rapaz de olhos azuis (que, assim como os de Chico, podem se apresentar como verdes) acredita que não teve como fugir do destino: ele é filho de Moska com a empresária e produtora Naná Karabachian (os dois se separaram quando o filho tinha 4 anos de idade), conhecida por promover saraus nos quais, inclusive, foi revelada uma certa Maria Gadú. Aos 10 anos, Tom começou a tocar violão, praticamente autodidata (e, garante, sem interferência do pai). Deu no que deu. — Os dois lados da minha vida tinham a música dentro de si — diz. E mais: o menino estudou na Escola Parque na mesma época em que Lucas Nunes, Zé Ibarra (“o meu primeiro amigo da vida”) e Dora Morelenbaum — que mais tarde formariam o grupo Bala Desejo. E foi o primeiro baixista da Dônica, banda de Lucas, Zé e Tom Veloso (filho de Caetano Veloso), mas só até pouco antes de eles se profissionalizarem e gravarem disco. Tom só não foi adiante na música então porque foi absorvido pelo teatro. ‘Malhação’ no currículo Ele começou adolescente na TV, na série “Louco por elas”, a convite do diretor e redator final João Falcão, amigo de sua família. Gostou da coisa e foi estudar no Tablado. Mais tarde, fez teste e passou para “Malhação: Vidas brasileiras”, na qual passou um ano e ganhou fama (chegou a ter 350 mil seguidores no Instagram) como Tito, neto de Heitor, personagem do veterano Luiz Gustavo (“considerava ele quase como meu avô”, conta). Tom Karabachian em 2018, como o Tito de "Malhação: Vidas brasileiras" Divulgação/Marilia Cabral Hoje formado em Artes Cênicas na Unirio, Tom ainda passou pelo cinema, atuando nos longa-metragens “Fala comigo” (de Felipe Sholl, ganhador de melhor filme do Festival do Rio de 2016) e “Homem onça” (de Vinicius Reis). — Eu me vi meio que dentro do mundo das artes cênicas, mas a música nunca saiu de mim, eu sempre gostava de tocar, de encontrar os amigos e de compor. De alguma maneira essas duas artes sempre estiveram na minha vida. Enquanto isso, Tom Karabachian era gravado por Mart'nália (“Melhor pra você” e “Sou assim até mudar”, que deu título ao álbum dela de 2021 e que ele regravou em “Barato abstrato”). A cantora o conheceu ainda criança, por ser amiga de seus pais, e se tornou sua madrinha (“ela olhou para minha música e falou ‘vou gravar isso’ quando ninguém tinha feito”, diz). Ele conta que até pensou em chamá-la para gravar com ele “Pra toda gente”, samba de seu álbum, “mas senti a necessidade de ter alguém da nova cena”, e chamou Mosquito, sambista que conhecia das rodas do Beco do Rato e da casa de Caetano Veloso e Paula Lavigne. Nos palcos: Musicais nacionais lançam novos nomes para contar histórias de artistas consagrados e da música brasileira Com a decisão de botar a música como prioridade em sua vida, tomada há cerca de três anos, Tom começou a compor. Saíram um samba, um xote, um pop... — Eu pensei que ou eu fazia um disco com cada estilo ou metia tudo numa coisa só e chamava de loucura, o meu barato abstrato. Era a minha visão do que eu posso oferecer à música popular brasileira — explica ele, que conseguiu atrair a parceria de Chico César para o xote “Eu vivendo nossa vida”, gravado no disco em dueto com o paraibano. — Na época, eu estava ouvindo muito uma música do Dominguinhos, “Retrato da vida”, em que ele canta: “e eu vivendo da tua vida”. Fiquei obcecado por essa frase, era como se não existisse a minha vida, só a do outro. E aí compus esse xote, que eu achei a cara do Chico César. Nem usei meu pai pra chegar ao Chico, mandei uma mensagem e ele respondeu: “Se eu me sentir na música, tô dentro”. Ele ouviu, fez uma sugestão de letra e acabamos gravando juntos. Tom Karabachian no palco com o pai, Paulinho Moska Divulgação Com o amigo de infância Zé Ibarra, Tom fez uma música em homenagem a Paulinho Moska, “Nos meus olhos, pai”. Foi numa ocasião em que tanto ele quanto Zé, que viviam com suas mães, resolveram ir para a casa paterna. Desse reencontro, nasceu a primeira parceria com Moska, “Um coração só”, que o rapaz gravou em “Barato abstrato” com arranjo de Dora Morelenbaum. — Meu pai sempre foi o meu herói, o cara que eu admirei a minha vida toda. Eu queria que ele me admirasse enquanto artista, porque a relação de pai e filho já estava construída. E a construção da relação musical veio muito do meu orgulho de querer mostrar para ele que eu sei fazer também — conta Tom. — Dessa música, eu tinha uma melodia e uma harmonia na cabeça. Até tinha feito uma letra, mas não gostei dela. Um dia, sentei de frente para o meu pai, mostrei a música e ele disse: “me dá isso, vou fazer essa letra.” Uma semana depois, a letra estava lá. Barato, mas saiu do próprio bolso “Barato abstrato” é um disco independente, que Tom Karabachian bancou com o dinheiro arrecadado com suas participações nos musicais “Clube da Esquina — Os sonhos não envelhecem” (no qual interpretou Beto Guedes — de quem, por sinal, depois ficou amigo) e “Brilho eterno” (com Reynaldo Gianecchini, que volta ano que vem a São Paulo em temporada). — Dá mais orgulho você gastar o seu próprio dinheiro — assegura Tom. — A galera tacha muito as pessoas de nepobaby, o mercado é muito cruel, tive que ter esse cuidado. Capa do álbum "Barato abstrato", do cantor e compositor Tom Karabachian Reprodução Intenso em seus sentimentos, Tom Karabachian diz que tenta ser fiel a si mesmo nas músicas que compõe: — Mas agora eu estou solteiro, casado com meu trabalho. Se eu não for por mim, ninguém vai fazer, o negócio não anda. A música é o casamento que não vai dar nenhum problema!
Qual é a sua reação?