Exército de Israel facilita saques à ajuda humanitária aos palestinos de Gaza, denunciam 29 ONGs
Documento conjunto acusa as forças israelenses de atacarem policiais do enclave que tentam combater esses furtos; também criticam queda da entrada de suprimentos O Exército israelense está facilitando o saque de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, especialmente ao atacar as forças policiais palestinas que tentam combatê-lo, denunciaram em relatório conjunto 29 ONGs nesta sexta-feira. O documento também critica a queda drástica da entrada de comboios humanitários para os palestinos, que estão sobre cerco total israelense há mais de um ano. 'Pensei na Nakba': HRW acusa Israel de crime contra a Humanidade por deslocamento forçado de mais de 90% da população de Gaza Apagão em Gaza: Palestinos vivem no escuro há mais de um ano após Israel cortar rede elétrica "O saque é um problema recorrente, uma consequência do ataque de Israel às forças policiais remanescentes em Gaza, da escassez de bens essenciais, da falta de estradas e do fechamento da maioria dos pontos de passagem, bem como do desespero da população resultante dessas condições desastrosas", afirmam as organizações, que incluem a Médecins du Monde, a Oxfam e o Conselho Norueguês de Refugiados (NRC). O relatório diz ainda que a força israelense "não consegue impedir que os caminhões de ajuda sejam saqueados e que as gangues armadas extorquem dinheiro das organizações humanitárias em troca de sua proteção". As ONGs também afirmam que "em alguns casos", quando os policiais palestinos "tentaram agir contra os saqueadores, foram atacados por tropas israelenses": "Muitos incidentes ocorrem perto ou à vista das forças israelenses, sem a intervenção delas, mesmo quando os motoristas de caminhão pedem ajuda". Catástrofe: Situação no norte de Gaza é cada vez mais descrita como 'limpeza étnica', diz chefe da diplomacia da UE Em março deste ano, o Programa Alimentar Mundial (PAM) disse que seu comboio de ajuda foi bloqueado pelo Exército israelense dentro de Gaza, sendo em seguida saqueado por "pessoas desesperadas". A agência da ONU interrompeu a distribuição de alimentos no norte de Gaza em 20 de fevereiro devido ao "caos e violência total", depois de outro comboio ter sido baleado e saqueado. Ainda no início da guerra, a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) alertou para colapso da "ordem pública" após uma sequência de saques a armazéns e centros de distribuição de alimentos sob sua gestão. Os saques ocorreram 20 dias após um cerco total — que impedia o fornecimento de alimentos, água, medicamentos e combustível a Gaza — ter sido aplicado a Gaza pelas autoridades israelenses. Os representantes da agência e da ONU explicaram que a crise humanitária, os deslocamentos, e os bombardeios deixaram as pessoas "assustadas, frustradas e desesperadas". Em um dos casos de maior repercussão, em fevereiro deste ano, 112 pessoas morreram durante uma entrega de ajuda caótica. Israel disse que as mortes decorreram de tumultos durante a entrega, decorrente de uma tentativa de saque por alguns residentes. Admitiram apenas disparos pontuais em direção a um grupo de palestinos que avaliaram como sendo uma ameaça. As autoridades palestinas negam essa versão e acusaram militares israelenses de dispararem contra os palestinos e os caminhões de ajuda. Crise humanitária As 29 organizações denunciam também no documento conjunto a redução "a um nível historicamente baixo" da ajuda humanitária permitida por Israel em Gaza. De acordo com esses grupos, uma média de 37 caminhões humanitários por dia entrou no território palestino em outubro e 69 por dia na primeira semana de novembro, em comparação com 500 antes de 7 outubro de 2023. Guga Chacra: Trump, Gaza e Ucrânia Na semana passada, o Comitê Independente de Revisão da Fome (FRC, na sigla em inglês), grupo de especialistas que revisa os dados do sistema de Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar (IPC), alertou para uma "forte probabilidade" de fome iminente em partes do norte de Gaza, informou o Times of Israel. As forças israelenses sitiaram há pouco mais de um mês áreas do norte de Gaza para impedir, segundo afirmam, o reagrupamento do Hamas. A guerra em Gaza eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque terrorista em Israel, matando 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e fazendo 251 feridos. A represália israelense, por sua vez, já deixou mais de 43,7 mil pessoas mortas, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007. Quase 70% desses mortos são mulheres e crianças, segundo a ONU.
Documento conjunto acusa as forças israelenses de atacarem policiais do enclave que tentam combater esses furtos; também criticam queda da entrada de suprimentos O Exército israelense está facilitando o saque de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, especialmente ao atacar as forças policiais palestinas que tentam combatê-lo, denunciaram em relatório conjunto 29 ONGs nesta sexta-feira. O documento também critica a queda drástica da entrada de comboios humanitários para os palestinos, que estão sobre cerco total israelense há mais de um ano. 'Pensei na Nakba': HRW acusa Israel de crime contra a Humanidade por deslocamento forçado de mais de 90% da população de Gaza Apagão em Gaza: Palestinos vivem no escuro há mais de um ano após Israel cortar rede elétrica "O saque é um problema recorrente, uma consequência do ataque de Israel às forças policiais remanescentes em Gaza, da escassez de bens essenciais, da falta de estradas e do fechamento da maioria dos pontos de passagem, bem como do desespero da população resultante dessas condições desastrosas", afirmam as organizações, que incluem a Médecins du Monde, a Oxfam e o Conselho Norueguês de Refugiados (NRC). O relatório diz ainda que a força israelense "não consegue impedir que os caminhões de ajuda sejam saqueados e que as gangues armadas extorquem dinheiro das organizações humanitárias em troca de sua proteção". As ONGs também afirmam que "em alguns casos", quando os policiais palestinos "tentaram agir contra os saqueadores, foram atacados por tropas israelenses": "Muitos incidentes ocorrem perto ou à vista das forças israelenses, sem a intervenção delas, mesmo quando os motoristas de caminhão pedem ajuda". Catástrofe: Situação no norte de Gaza é cada vez mais descrita como 'limpeza étnica', diz chefe da diplomacia da UE Em março deste ano, o Programa Alimentar Mundial (PAM) disse que seu comboio de ajuda foi bloqueado pelo Exército israelense dentro de Gaza, sendo em seguida saqueado por "pessoas desesperadas". A agência da ONU interrompeu a distribuição de alimentos no norte de Gaza em 20 de fevereiro devido ao "caos e violência total", depois de outro comboio ter sido baleado e saqueado. Ainda no início da guerra, a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) alertou para colapso da "ordem pública" após uma sequência de saques a armazéns e centros de distribuição de alimentos sob sua gestão. Os saques ocorreram 20 dias após um cerco total — que impedia o fornecimento de alimentos, água, medicamentos e combustível a Gaza — ter sido aplicado a Gaza pelas autoridades israelenses. Os representantes da agência e da ONU explicaram que a crise humanitária, os deslocamentos, e os bombardeios deixaram as pessoas "assustadas, frustradas e desesperadas". Em um dos casos de maior repercussão, em fevereiro deste ano, 112 pessoas morreram durante uma entrega de ajuda caótica. Israel disse que as mortes decorreram de tumultos durante a entrega, decorrente de uma tentativa de saque por alguns residentes. Admitiram apenas disparos pontuais em direção a um grupo de palestinos que avaliaram como sendo uma ameaça. As autoridades palestinas negam essa versão e acusaram militares israelenses de dispararem contra os palestinos e os caminhões de ajuda. Crise humanitária As 29 organizações denunciam também no documento conjunto a redução "a um nível historicamente baixo" da ajuda humanitária permitida por Israel em Gaza. De acordo com esses grupos, uma média de 37 caminhões humanitários por dia entrou no território palestino em outubro e 69 por dia na primeira semana de novembro, em comparação com 500 antes de 7 outubro de 2023. Guga Chacra: Trump, Gaza e Ucrânia Na semana passada, o Comitê Independente de Revisão da Fome (FRC, na sigla em inglês), grupo de especialistas que revisa os dados do sistema de Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar (IPC), alertou para uma "forte probabilidade" de fome iminente em partes do norte de Gaza, informou o Times of Israel. As forças israelenses sitiaram há pouco mais de um mês áreas do norte de Gaza para impedir, segundo afirmam, o reagrupamento do Hamas. A guerra em Gaza eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque terrorista em Israel, matando 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e fazendo 251 feridos. A represália israelense, por sua vez, já deixou mais de 43,7 mil pessoas mortas, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007. Quase 70% desses mortos são mulheres e crianças, segundo a ONU.
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