Em Belo Horizonte, Zema deve subir no palanque de Bruno Engler no segundo turno; veja como ficam apoios

Articuladores do governador já dão como esperada a aliança com o deputado estadual, que integra sua base de governo na Assembleia; PT e PDT devem caminhar com Fuad Noman (PSD) O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deve formalizar, nos próximos dias, o apoio ao deputado estadual Bruno Engler (PL) no segundo turno das eleições de Belo Horizonte. Ainda sem um posicionamento oficial, articuladores dão como natural o endosso a Engler, que compõe a base do governo estadual na Assembleia Legislativa. No primeiro turno da capital mineira, Zema esteve junto ao deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) e indicou sua ex-secretária de Planejamento, Luísa Barreto (Novo), como vice na chapa, o que causou uma desavença com o PL. A avaliação interna é de que não estar junto com Engler neste momento iria intensificar a insatisfação do partido aliado. Formalmente, aliados não comentam: — Vamos sentar com o nosso grupo, vamos sentar com o governador para traçar a melhor estratégia junto. Vamos nos posicionar — diz o presidente municipal do Novo, Fred Papatella. A declaração iminente de apoio repete uma conduta adotada por Romeu Zema nas eleições de 2022 quando, no segundo turno, o governador esteve com Jair Bolsonaro (PL). Em coligação com o Novo, o Republicanos se encontra em uma verdadeira encruzilhada. De um lado, o maior quadro do partido, o senador Cleitinho, é aliado de primeira hora de Engler, e vem pressionando desde o início por uma aliança com o bolsonarismo. Em contrapartida, a sigla pertence à base de governo do presidente Lula (PT), que está com Fuad Noman (PSD), e se opôs à extrema-direita ao lançar um candidato de centro. Vale lembrar ainda que a campanha de Tramonte teve a presença assídua do ex-prefeito Alexandre Kalil, que fez dobradinha com Lula nas eleições de 2022. Fator Kalil Hoje no Republicanos, o ex-prefeito Alexandre Kalil disse , ao GLOBO, que estará no palanque que o seu partido escolher. No entanto reconheceu ser "difícil" apoiar Fuad, depois de tantas farpas. — Meu apoio pessoal, vou conversar com Marcos Pereira, presidente do partido. Vou colocar meus entraves, minhas alegrias e decepções. Acho muito difícil (apoiar o prefeito Fuad Noman), mas fui acolhido no partido e não pretendo trai-lo. Um apoio de Alexandre Kalil a Fuad Noman é considerado "sem clima" pela força política. Aliados por anos, os dois subiram o tom durante o período eleitoral. Secretário da Fazenda do ex-prefeito em seu primeiro mandato, Fuad foi escolhido para ser seu vice nas eleições de 2020 e herdou a gestão em março de 2022, quando Kalil renunciou para concorrer ao governo do estado. Tudo ia bem entre os dois até o atual prefeito promover mudanças no secretariado. Com o início da campanha eleitoral, as farpas se intensificaram. Esquerda com Fuad Nesta segunda-feira, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou que Lula estará junto a Fuad Noman. Apesar de formalmente não ter apoiado Fuad no primeiro turno, o presidente não desembarcou em Belo Horizonte e fez apenas campanha remota para Rogério Correia. A avaliação entre articuladores é de que seria indelicado entrar em uma campanha em que quase todos os postulantes eram de partidos ligados à base do governo. A exceção era justamente o bolsonarista Bruno Engler. Agora, neste segundo turno, a decisão ocorreu de forma natural, uma vez que Fuad o apoiou nas eleições de 2022. Assim como o presidente, o PT e o PDT, que tiveram candidaturas no primeiro turno, também já indicam que subirão no palanque do prefeito. Apesar de Correia ainda não ter se pronunciado, sua candidata a vice Bella Gonçalves (PSOL) já se posicionou a favor de Fuad. Ao que tudo indica, o PDT, de Duda Salabert, também deve seguir o mesmo caminho. Para os pedetistas a aliança é ainda mais esperada, já que a sigla faz parte da base municipal na Câmara dos Vereadores. — Vamos conversar na quinta, ouvir os companheiros, mas a tendência é ir de Fuad — afirma o presidente municipal Bruno Miranda. Neutralidade Quarto colocado na corrida eleitoral, o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), ficará neutro. Crítico assíduo do bolsonarismo, Azevedo sempre foi oposição à gestão de Fuad Noman. — O Brasil precisa aprender que as urnas também nos delegam o papel da oposição — pontua Azevedo. Já o senador Carlos Viana (Podemos) havia, na semana passada, que poderia apoiar qualquer candidato que não fosse Engler, mas o aceno ao prefeito ainda não é oficial.

Oct 7, 2024 - 23:50
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Em Belo Horizonte, Zema deve subir no palanque de Bruno Engler no segundo turno; veja como ficam apoios

Articuladores do governador já dão como esperada a aliança com o deputado estadual, que integra sua base de governo na Assembleia; PT e PDT devem caminhar com Fuad Noman (PSD) O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deve formalizar, nos próximos dias, o apoio ao deputado estadual Bruno Engler (PL) no segundo turno das eleições de Belo Horizonte. Ainda sem um posicionamento oficial, articuladores dão como natural o endosso a Engler, que compõe a base do governo estadual na Assembleia Legislativa. No primeiro turno da capital mineira, Zema esteve junto ao deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) e indicou sua ex-secretária de Planejamento, Luísa Barreto (Novo), como vice na chapa, o que causou uma desavença com o PL. A avaliação interna é de que não estar junto com Engler neste momento iria intensificar a insatisfação do partido aliado. Formalmente, aliados não comentam: — Vamos sentar com o nosso grupo, vamos sentar com o governador para traçar a melhor estratégia junto. Vamos nos posicionar — diz o presidente municipal do Novo, Fred Papatella. A declaração iminente de apoio repete uma conduta adotada por Romeu Zema nas eleições de 2022 quando, no segundo turno, o governador esteve com Jair Bolsonaro (PL). Em coligação com o Novo, o Republicanos se encontra em uma verdadeira encruzilhada. De um lado, o maior quadro do partido, o senador Cleitinho, é aliado de primeira hora de Engler, e vem pressionando desde o início por uma aliança com o bolsonarismo. Em contrapartida, a sigla pertence à base de governo do presidente Lula (PT), que está com Fuad Noman (PSD), e se opôs à extrema-direita ao lançar um candidato de centro. Vale lembrar ainda que a campanha de Tramonte teve a presença assídua do ex-prefeito Alexandre Kalil, que fez dobradinha com Lula nas eleições de 2022. Fator Kalil Hoje no Republicanos, o ex-prefeito Alexandre Kalil disse , ao GLOBO, que estará no palanque que o seu partido escolher. No entanto reconheceu ser "difícil" apoiar Fuad, depois de tantas farpas. — Meu apoio pessoal, vou conversar com Marcos Pereira, presidente do partido. Vou colocar meus entraves, minhas alegrias e decepções. Acho muito difícil (apoiar o prefeito Fuad Noman), mas fui acolhido no partido e não pretendo trai-lo. Um apoio de Alexandre Kalil a Fuad Noman é considerado "sem clima" pela força política. Aliados por anos, os dois subiram o tom durante o período eleitoral. Secretário da Fazenda do ex-prefeito em seu primeiro mandato, Fuad foi escolhido para ser seu vice nas eleições de 2020 e herdou a gestão em março de 2022, quando Kalil renunciou para concorrer ao governo do estado. Tudo ia bem entre os dois até o atual prefeito promover mudanças no secretariado. Com o início da campanha eleitoral, as farpas se intensificaram. Esquerda com Fuad Nesta segunda-feira, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou que Lula estará junto a Fuad Noman. Apesar de formalmente não ter apoiado Fuad no primeiro turno, o presidente não desembarcou em Belo Horizonte e fez apenas campanha remota para Rogério Correia. A avaliação entre articuladores é de que seria indelicado entrar em uma campanha em que quase todos os postulantes eram de partidos ligados à base do governo. A exceção era justamente o bolsonarista Bruno Engler. Agora, neste segundo turno, a decisão ocorreu de forma natural, uma vez que Fuad o apoiou nas eleições de 2022. Assim como o presidente, o PT e o PDT, que tiveram candidaturas no primeiro turno, também já indicam que subirão no palanque do prefeito. Apesar de Correia ainda não ter se pronunciado, sua candidata a vice Bella Gonçalves (PSOL) já se posicionou a favor de Fuad. Ao que tudo indica, o PDT, de Duda Salabert, também deve seguir o mesmo caminho. Para os pedetistas a aliança é ainda mais esperada, já que a sigla faz parte da base municipal na Câmara dos Vereadores. — Vamos conversar na quinta, ouvir os companheiros, mas a tendência é ir de Fuad — afirma o presidente municipal Bruno Miranda. Neutralidade Quarto colocado na corrida eleitoral, o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), ficará neutro. Crítico assíduo do bolsonarismo, Azevedo sempre foi oposição à gestão de Fuad Noman. — O Brasil precisa aprender que as urnas também nos delegam o papel da oposição — pontua Azevedo. Já o senador Carlos Viana (Podemos) havia, na semana passada, que poderia apoiar qualquer candidato que não fosse Engler, mas o aceno ao prefeito ainda não é oficial.

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