Decidi deixar os cabelos brancos: as lições (boas e ruins) que aprendi

Aos 50, escritora americana detalha as alegrias e dores de deixar os cabelo sem tintura Se os estilos de cabelo da sua juventude dependiam fortemente de presilhas, elásticos de primeira geração e tiaras com dentes venenosos, você provavelmente já tem alguns cabelos grisalhos. Junte-se ao clube. Notei minha primeira mecha branca aos 20 anos, depois pintei meu cabelo de castanho escuro, em um cronograma cada vez mais apertado, por um quarto de século. Seis meses atrás, percebi que era como um homem que tenta esconder a careca com a franja — tipo, eu não estava enganando ninguém — então parei de repente. 13 ovos por dia e zero carne: conheça a dieta de 5 mil calorias que transformou o corpo de fisiculturista brasileiro Alimentação: Estudo revela os alimentos do café da manhã que podem aumentar o foco e ajudar a mantê-lo satisfeito Na verdade, não foi tão fácil e alegre. Eu hesitei, agonizei e entediei todos em minha órbita com maquinações próprias de um astronauta se preparando para pousar na Lua. Eu conhecia as vantagens de pintar meu cabelo. E entendia as vantagens de deixar isso pra lá. O que eu não conseguia entender era o processo de crescimento. Eu realmente deveria andar por aí parecendo uma montanha coberta de neve por dois anos? Felizmente, existem centenas de contas no Instagram dedicadas a mulheres que assumem os brancos — que parecem ser muito mais hábeis com tranças e filtros do que eu. Apreciei a inspiração, mas queria saber o que se passava na cabeça dessas mulheres. Aqui está o que está acontecendo dentro da minha: Não fico tão constrangida desde que coloquei aparelho na sexta série. Não me sinto tão liberada desde que tirei minha carteira de motorista. O cabelo cresce muito, muito devagar. Os fios prateados tendem a ser ásperos e rebeldes e têm o hábito de crescer para cima. Estou cultivando um novo tipo de planta, mais glicínias do que filodendros. O dinheiro que economizo com coloração foi reinvestido em tiaras, chapéus, condicionador sem enxágue, xampu azul e um tratamento de queratina administrado por um estilista cuja avó está em transição para o cabelo grisalho. O tempo que economizo foi sugado por um vórtice cósmico onde provavelmente está tomando sol junto com todos os meus elásticos de cabelo perdidos. Ficar sentado no salão durante o rush da manhã de sábado era minha versão de ficar no vestiário antes do grande jogo. Sinto falta disso. Estou surpresa com quantas pessoas perguntam o que meu marido pensa do meu cabelo. Ninguém pergunta o que penso do dele. Minhas filhas me apoiam benevolentemente, mas prolongam a última sílaba de seus elogios de uma forma que me deixa desconfiada: "Você está lindaaaaa!" e "O cinza é incrível!". Duvido que elas passem no polígrafo. Meu filho diz que pareço Paulie Walnuts ( personagem fictício da série de televisão americana The Sopranos). Minha mãe, que nunca pintou o cabelo e sempre foi arrogante sobre isso, aperta os olhos para ver minhas raízes e diz: "Você tem certeza disso?". Isso foi confuso até que percebi que a reação dela era semelhante à que tive quando minha filha mais velha me mostrou a bolsa estilosa que comprou para seu primeiro trabalho. Tudo o que consegui pensar foi: "O que aconteceu com sua lancheira de borboleta?" Alguns amigos dizem: "Uau! Você está realmente fazendo isso!" Tradução: Não sou fã, mas sou educado demais para dizer isso. Pior ainda: quando os olhos se desviam para a linha do cabelo e nenhum comentário surge. Todo mundo tem um vizinho que ficou grisalho e está deslumbrante. Homens carecas são os melhores. Eles entendem. Sou legal com meus cinco centímetros de cabelo branco. Em vez de explodi-lo com calor e pisoteá-lo com uma chapinha, eu gentilmente acaricio minha cabeça com produtos chamados “Infusão Suave” e “Película dos Sonhos". Dois meses depois, considero enviar um e-mail para todo o departamento, descrevendo minha estratégia de penteado de longo prazo para meus colegas. Quando menciono isso para minha chefe, ela diz: “Oh, Liz. Não acho que isso será necessário.” Quatro meses depois, vejo-me num espelho triplo e me pergunto: quem é aquela senhora de quipá de cetim branco? Então compro para meu filho a televisão dos seus sonhos porque o departamento de eletrônica tem menos superfícies refletivas e eu senti um nó na garganta no início do dia, quando o vi descarregar canecas na cozinha de seu novo apartamento. Seis meses depois, vou à festa de aniversário de um amigo. Na manhã seguinte, nosso anfitrião envia uma selfie em grupo junto com os artigos que discutimos, um pedido de desculpas por sermos tão negativos em relação aos irmãos Menendez e uma breve reflexão sobre a sorte que temos por nos conhecermos há quase 20 anos. Resisto à vontade de dar zoom no meu cabelo. Minhas sobrancelhas de repente desempenham um papel importante no cenário do meu rosto. Por mais tentada que esteja a ficar ressentida com a colega de quarto que me apresentou à depilação nos anos 90, lembro-me que ela foi uma das primeiras porta-

Nov 8, 2024 - 06:08
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Decidi deixar os cabelos brancos: as lições (boas e ruins) que aprendi

Aos 50, escritora americana detalha as alegrias e dores de deixar os cabelo sem tintura Se os estilos de cabelo da sua juventude dependiam fortemente de presilhas, elásticos de primeira geração e tiaras com dentes venenosos, você provavelmente já tem alguns cabelos grisalhos. Junte-se ao clube. Notei minha primeira mecha branca aos 20 anos, depois pintei meu cabelo de castanho escuro, em um cronograma cada vez mais apertado, por um quarto de século. Seis meses atrás, percebi que era como um homem que tenta esconder a careca com a franja — tipo, eu não estava enganando ninguém — então parei de repente. 13 ovos por dia e zero carne: conheça a dieta de 5 mil calorias que transformou o corpo de fisiculturista brasileiro Alimentação: Estudo revela os alimentos do café da manhã que podem aumentar o foco e ajudar a mantê-lo satisfeito Na verdade, não foi tão fácil e alegre. Eu hesitei, agonizei e entediei todos em minha órbita com maquinações próprias de um astronauta se preparando para pousar na Lua. Eu conhecia as vantagens de pintar meu cabelo. E entendia as vantagens de deixar isso pra lá. O que eu não conseguia entender era o processo de crescimento. Eu realmente deveria andar por aí parecendo uma montanha coberta de neve por dois anos? Felizmente, existem centenas de contas no Instagram dedicadas a mulheres que assumem os brancos — que parecem ser muito mais hábeis com tranças e filtros do que eu. Apreciei a inspiração, mas queria saber o que se passava na cabeça dessas mulheres. Aqui está o que está acontecendo dentro da minha: Não fico tão constrangida desde que coloquei aparelho na sexta série. Não me sinto tão liberada desde que tirei minha carteira de motorista. O cabelo cresce muito, muito devagar. Os fios prateados tendem a ser ásperos e rebeldes e têm o hábito de crescer para cima. Estou cultivando um novo tipo de planta, mais glicínias do que filodendros. O dinheiro que economizo com coloração foi reinvestido em tiaras, chapéus, condicionador sem enxágue, xampu azul e um tratamento de queratina administrado por um estilista cuja avó está em transição para o cabelo grisalho. O tempo que economizo foi sugado por um vórtice cósmico onde provavelmente está tomando sol junto com todos os meus elásticos de cabelo perdidos. Ficar sentado no salão durante o rush da manhã de sábado era minha versão de ficar no vestiário antes do grande jogo. Sinto falta disso. Estou surpresa com quantas pessoas perguntam o que meu marido pensa do meu cabelo. Ninguém pergunta o que penso do dele. Minhas filhas me apoiam benevolentemente, mas prolongam a última sílaba de seus elogios de uma forma que me deixa desconfiada: "Você está lindaaaaa!" e "O cinza é incrível!". Duvido que elas passem no polígrafo. Meu filho diz que pareço Paulie Walnuts ( personagem fictício da série de televisão americana The Sopranos). Minha mãe, que nunca pintou o cabelo e sempre foi arrogante sobre isso, aperta os olhos para ver minhas raízes e diz: "Você tem certeza disso?". Isso foi confuso até que percebi que a reação dela era semelhante à que tive quando minha filha mais velha me mostrou a bolsa estilosa que comprou para seu primeiro trabalho. Tudo o que consegui pensar foi: "O que aconteceu com sua lancheira de borboleta?" Alguns amigos dizem: "Uau! Você está realmente fazendo isso!" Tradução: Não sou fã, mas sou educado demais para dizer isso. Pior ainda: quando os olhos se desviam para a linha do cabelo e nenhum comentário surge. Todo mundo tem um vizinho que ficou grisalho e está deslumbrante. Homens carecas são os melhores. Eles entendem. Sou legal com meus cinco centímetros de cabelo branco. Em vez de explodi-lo com calor e pisoteá-lo com uma chapinha, eu gentilmente acaricio minha cabeça com produtos chamados “Infusão Suave” e “Película dos Sonhos". Dois meses depois, considero enviar um e-mail para todo o departamento, descrevendo minha estratégia de penteado de longo prazo para meus colegas. Quando menciono isso para minha chefe, ela diz: “Oh, Liz. Não acho que isso será necessário.” Quatro meses depois, vejo-me num espelho triplo e me pergunto: quem é aquela senhora de quipá de cetim branco? Então compro para meu filho a televisão dos seus sonhos porque o departamento de eletrônica tem menos superfícies refletivas e eu senti um nó na garganta no início do dia, quando o vi descarregar canecas na cozinha de seu novo apartamento. Seis meses depois, vou à festa de aniversário de um amigo. Na manhã seguinte, nosso anfitrião envia uma selfie em grupo junto com os artigos que discutimos, um pedido de desculpas por sermos tão negativos em relação aos irmãos Menendez e uma breve reflexão sobre a sorte que temos por nos conhecermos há quase 20 anos. Resisto à vontade de dar zoom no meu cabelo. Minhas sobrancelhas de repente desempenham um papel importante no cenário do meu rosto. Por mais tentada que esteja a ficar ressentida com a colega de quarto que me apresentou à depilação nos anos 90, lembro-me que ela foi uma das primeiras porta-vozes dos sutiãs bem ajustados. "Você pensou em deixar crescer durante a pandemia?" "Eu não estava pronta." "Você já pensou em cortar o cabelo curtinho?". "Não." "Você já pensou em tirar a parte marrom e tingir para combinar com o cinza?". "Sim. Mas esse processo é caro, demorado e arriscado se você estiver nas mãos de um novato. O cara que popularizou isso está em Los Angeles e tem uma lista de espera de seis meses." Você sabe como os proprietários de jipes fazem um pequeno gesto com a mão quando passam um pelo outro? É assim que me sinto quando vejo estranhos de cabelos brancos na rua. Alguns sorrirão como se dissessem: "Estou vendo você". Outros telegrafarão: "Fale comigo quando estiver com a cabeça toda branca". Eu costumava reclamar de ser invisível. Agora, dois dias depois do check in, a recepcionista do hotel pergunta como estou aproveitando meu quarto em um andar alto e o mais longe possível do elevador. Quando eu digo: "Não acredito que você se lembra...", ela dá um tapinha na linha do cabelo. Normalmente eu mando mensagens para as pessoas antes de vê-las: “Só para você saber, meu cabelo está bizarro”. Um dia eu esqueço e uma amiga distante emerge da esteira de bagagens com seu próprio crescimento grisalho. Nós explodimos em gargalhadas. Minha revolução capilar coincide vagamente com a morte de nosso cachorro. Os eventos não estão relacionados, mas de alguma forma estão ligados, porque Fig Newton e eu ficamos brancos nas têmporas e tínhamos relacionamentos complicados com tratadores. Um garçom em uma pizzaria de forno de tijolos diz: "Cabelo legal". Quase choro de gratidão. Agora que não preciso me preocupar com o sal ou o cloro estragando minha tintura, lembro o quanto adoro nadar. Estou voltando da praia com minha mãe e minha irmã quando me ocorre que, embora o cabelo branco seja nosso direito de nascença, também temos pés bons, opiniões fortes e gosto por vinho. Uma dessas coisas é mais importante que as outras e espero que tenha sido isso que transmiti aos meus filhos. Você não precisa esperar até atingir o pico de condicionamento físico. Você não precisa usar batom extravagante. Você não precisa explicar por que decidiu não mexer no cabelo que está crescendo em sua cabeça. Você não precisa amar sua aparência. Você não precisa poupar a vista das pessoas. Você sempre pode mudar de ideia. Eu poderia!

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