Com disco de pagode dos anos 1990, Mart'nália antecipa festa dos seus 60 anos: 'O tempo vai passando e vou com ele'
Cantora lança 'Pagode da Mart’nália', com sucessos de grupos como Molejo, Grupo Raça, Só Pra Contrariar e Raça Negra Ano que vem, Mart’nália completa 60 anos. Mas as comemorações já começaram, com o lançamento hoje de “Pagode da Mart’nália”, no qual a cantora revisita sucessos do pagode dos anos 1990 — pérolas do samba pop e romântico de 30 anos atrás, que muitos jovens vêm redescobrindo. — Sessenta anos é muito ano para uma pessoa só, cruz credo! Meu pai (o sambista Martinho da Vila) é que diz: “Não tem vergonha de fazer 60 anos?” Mas o tempo vai passando e eu vou indo com ele — conta Mart’nália, hoje bem desacelerada no consumo de álcool (apesar de que, no novo repertório, está “Que se chama amor”, do Só Pra Contrariar, aquela do verso “aí eu me afogo num copo de cerveja”). — As pessoas me veem e já me dão um copo de cerveja. E eu pego né? A família fala: “Você é a pessoa mais envenenável do mundo!” Mas às vezes eu faço um mix com a 00 (cerveja sem álcool) para dar uma enganada na cabeça e no fígado. Eu desacelero para continuar! Prestes a começar os ensaios do show de “Pagode da Mart’nália” (que estreia dias 3 e 4 de janeiro, no Circo Voador, no Rio de Janeiro), a cantora conta ter escolhido os 12 clássicos do Pagode 90 que cantava “com mais naturalidade, sem esforço”. Porque conhecer as músicas, ela mesma não conhecia. — Na época, a música brasileira era totalmente brigada, o samba não gostava do pagode, que não gostava da MPB... Ninguém se unia — admite Mart’nália, acrescentando que o disco nasceu de um sonho de Marcia Alvarez, sua empresária, em que ela a ouvia cantando “Recado à minha amada”, do Katinguelê. — Peguei um montão de música e fui aprendendo. De muitas delas eu conhecia a melodia, porque o pagode teve um boom, tocava em todo lugar. Mas eu não sabia as letras em si, não era a minha praia. Eu embolava um pagodeiro com o outro, não sabia quem era quem. Alguns ídolos do pagode, no entanto, ela conhecia por fazerem parte da cena carioca do samba, como Anderson Leonardo, que morreu em abril, e Andrezinho, do Molejo; e Ronaldo Barcellos, o hitmaker do pagode, com quem ela fazia backing vocals em discos alheios (e que chamou para participar de “Pagode da Mart’nália”). A cantora, por sinal, deitou e rolou em “Clínica geral”, do Molejo, citando até outro sucesso do grupo, “Caçamba”. — As músicas do Molejo eram as de que eu mais gostava na época, eram uma coisa de criançada, difícil foi escolher qual gravar. Queria fazer uma homenagem ao Anderson, então resolvi fazer essa e botar as lembranças ali no finalzinho assim, porque eu achava bem divertido... — ela conta. “O teu chamego”, do Grupo Raça, traz no disco um dueto com Martinho da Vila. E ela admite: bem que essa música poderia ter sido composta pelo pai. — Do jeito que a gente fez, ela saiu daquele lugar da música de amor e virou um papo de pai e filho, né? Foi legal essa descoberta, e também poder deixar a sonoridade mais minha. Parece uma música que podia ter sido do Martinho mesmo — diz Mart’nália, que nem precisou convencer o pai a participar da gravação. — Martinho faz tudo que eu quero (risos)! Pensei até em pegar uma música antiga dele e transformar em pagode. Mas quando fui falar, ele disse: “O que você quer que eu cante?” Ele nunca tinha ouvido “O teu chamego”, ficou perguntando de quem era, mas foi relax. Botei Martinho e Caetano (Veloso, que cantou com ela “Domingo”, do Só Pra Contrariar) como aval do meu disco. Luísa Sonza (“que nem era nascida na época do pagode e não tem ranço”), a cantora laçou para dividir um “Cheia de manias”, do Raça Negra. — Foi legal ter ela nesse disco porque naquela época o pagode também não era das mulheres, era só os meninos certinhos, bem vestidos — recorda-se. — Acho que é por isso que a galera deixou a juventude curtir o pagode. Porque o samba era aquilo, né? Os bêbados, madrugada... e esses meninos eram todos certinhos, totalmente diferente de mim! Para Mart’nália, mesmo que a poesia do Pagode 90 seja mais simples, essa música teve uma contribuição forte, que foi “a de unir a garotada para o samba”. — Quando esse pagode chegou, a garotada se interessou pelos sambas antigos e aí começaram as rodas de samba, graças a Deus — diz ela, que no disco canta “Eu e ela”, do Grupo Raça (aquela de “Ela e o namorado dela/ Eu e minha namorada”). — O mundo mudou, não podemos ficar mais só nessa coisa do menininho-menininha!
Cantora lança 'Pagode da Mart’nália', com sucessos de grupos como Molejo, Grupo Raça, Só Pra Contrariar e Raça Negra Ano que vem, Mart’nália completa 60 anos. Mas as comemorações já começaram, com o lançamento hoje de “Pagode da Mart’nália”, no qual a cantora revisita sucessos do pagode dos anos 1990 — pérolas do samba pop e romântico de 30 anos atrás, que muitos jovens vêm redescobrindo. — Sessenta anos é muito ano para uma pessoa só, cruz credo! Meu pai (o sambista Martinho da Vila) é que diz: “Não tem vergonha de fazer 60 anos?” Mas o tempo vai passando e eu vou indo com ele — conta Mart’nália, hoje bem desacelerada no consumo de álcool (apesar de que, no novo repertório, está “Que se chama amor”, do Só Pra Contrariar, aquela do verso “aí eu me afogo num copo de cerveja”). — As pessoas me veem e já me dão um copo de cerveja. E eu pego né? A família fala: “Você é a pessoa mais envenenável do mundo!” Mas às vezes eu faço um mix com a 00 (cerveja sem álcool) para dar uma enganada na cabeça e no fígado. Eu desacelero para continuar! Prestes a começar os ensaios do show de “Pagode da Mart’nália” (que estreia dias 3 e 4 de janeiro, no Circo Voador, no Rio de Janeiro), a cantora conta ter escolhido os 12 clássicos do Pagode 90 que cantava “com mais naturalidade, sem esforço”. Porque conhecer as músicas, ela mesma não conhecia. — Na época, a música brasileira era totalmente brigada, o samba não gostava do pagode, que não gostava da MPB... Ninguém se unia — admite Mart’nália, acrescentando que o disco nasceu de um sonho de Marcia Alvarez, sua empresária, em que ela a ouvia cantando “Recado à minha amada”, do Katinguelê. — Peguei um montão de música e fui aprendendo. De muitas delas eu conhecia a melodia, porque o pagode teve um boom, tocava em todo lugar. Mas eu não sabia as letras em si, não era a minha praia. Eu embolava um pagodeiro com o outro, não sabia quem era quem. Alguns ídolos do pagode, no entanto, ela conhecia por fazerem parte da cena carioca do samba, como Anderson Leonardo, que morreu em abril, e Andrezinho, do Molejo; e Ronaldo Barcellos, o hitmaker do pagode, com quem ela fazia backing vocals em discos alheios (e que chamou para participar de “Pagode da Mart’nália”). A cantora, por sinal, deitou e rolou em “Clínica geral”, do Molejo, citando até outro sucesso do grupo, “Caçamba”. — As músicas do Molejo eram as de que eu mais gostava na época, eram uma coisa de criançada, difícil foi escolher qual gravar. Queria fazer uma homenagem ao Anderson, então resolvi fazer essa e botar as lembranças ali no finalzinho assim, porque eu achava bem divertido... — ela conta. “O teu chamego”, do Grupo Raça, traz no disco um dueto com Martinho da Vila. E ela admite: bem que essa música poderia ter sido composta pelo pai. — Do jeito que a gente fez, ela saiu daquele lugar da música de amor e virou um papo de pai e filho, né? Foi legal essa descoberta, e também poder deixar a sonoridade mais minha. Parece uma música que podia ter sido do Martinho mesmo — diz Mart’nália, que nem precisou convencer o pai a participar da gravação. — Martinho faz tudo que eu quero (risos)! Pensei até em pegar uma música antiga dele e transformar em pagode. Mas quando fui falar, ele disse: “O que você quer que eu cante?” Ele nunca tinha ouvido “O teu chamego”, ficou perguntando de quem era, mas foi relax. Botei Martinho e Caetano (Veloso, que cantou com ela “Domingo”, do Só Pra Contrariar) como aval do meu disco. Luísa Sonza (“que nem era nascida na época do pagode e não tem ranço”), a cantora laçou para dividir um “Cheia de manias”, do Raça Negra. — Foi legal ter ela nesse disco porque naquela época o pagode também não era das mulheres, era só os meninos certinhos, bem vestidos — recorda-se. — Acho que é por isso que a galera deixou a juventude curtir o pagode. Porque o samba era aquilo, né? Os bêbados, madrugada... e esses meninos eram todos certinhos, totalmente diferente de mim! Para Mart’nália, mesmo que a poesia do Pagode 90 seja mais simples, essa música teve uma contribuição forte, que foi “a de unir a garotada para o samba”. — Quando esse pagode chegou, a garotada se interessou pelos sambas antigos e aí começaram as rodas de samba, graças a Deus — diz ela, que no disco canta “Eu e ela”, do Grupo Raça (aquela de “Ela e o namorado dela/ Eu e minha namorada”). — O mundo mudou, não podemos ficar mais só nessa coisa do menininho-menininha!
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